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11 setembro 2017

Mudança na norma sobre fatos relevantes

A CVM divulgou pequenas alterações na norma sobre a evidenciação de fatos relevantes:

Alteração do § 2º, do art. 5º: a divulgação de ato ou fato relevante durante o horário de negociação deve se dar com a observância dos procedimentos previstos nos regulamentos editados pelas bolsas de valores e entidades do mercado de balcão organizado sobre o assunto.

Revogação do § 3º, do art. 5º: o dispositivo vinculava a suspensão de negociação dos valores mobiliários de emissão da companhia no Brasil à suspensão simultânea dos negócios em outros países onde esses valores mobiliários também fossem negociados, o que muitas vezes não era factível na prática.

Exigência de que diretores, membros dos conselhos de administração e fiscal e de quaisquer órgãos com funções técnicas ou consultivas criados por disposição estatutária apresentem e atualizem, quando necessário, relação contendo o nome e o número de inscrição no CNPJ ou no CPF das pessoas a eles ligadas no momento da investidura no cargo ou quando da apresentação da documentação para o registro como companhia aberta na CVM.

Equiparação da aplicação, resgate e negociação de cotas de fundos de investimento, cujo regulamento preveja que a sua carteira de ações seja composta (exclusivamente) por ações de emissão da companhia, de sua controlada ou de sua controladora àquelas realizadas com valores mobiliários emitidos pela companhia e por suas controladoras ou controladas. Nestes dois últimos casos, desde que se tratem de companhias abertas.



Mais sobre o assunto, aqui.(O terceiro item parece um pouco exagerado, mesmo que a entidade queira reduzir o uso de informação privilegiada)

Bolsa atinge nível recorde e a ilusão da moeda

Fonte: Aqui. As possíveis explicações: liquidez internacional elevada; perspectiva de continuidade de queda da taxa básica de juros (Selic); recuperação gradual da economia; dólar em queda; avanço da agenda de reformas do governo; e recuperação do preço de commodities.

O problema desta notícia é a ilusão da moeda: não é possível comparar os 73.516 pontos de 2008 com os 74.319 de agora. Mas de qualquer forma, é um grande avanço diante dos 37 mil pontos de 2015. 

JBS vendeu uma empresa para... JBS

A JBS anunciou a venda da empresa Moy Park para a Pilgrim´s Pride, por US$1 bilhão. O interessante é que ambas as empresas são controladas pela própria JBS, num negócio entre partes relacionadas. Na figura a seguir, outros negócios recentes do grupo:

Como a JBS adquiriu a Moy Park em 2015, da Marfrig, por US$1,5 bilhão, a transação representou, a princípio, um prejuízo de US$500 milhões. Com a transação, a JBS obtém caixa para melhorar o perfil da dívida, conforme afirmou a empresa em nota. O valor da transação foi definido de maneira independente. Para a compradora, a Pilgrim´s, a aquisição permite uma expansão da empresa.

Além disto, existe uma razão tributária: a Pilgrim´s irá captar dívida, com benefício fiscal, e a JBS terá um prejuízo na transação, reduzindo seu resultado.

Essa não foi a primeira vez que a família Batista fez uma operação de compra e venda entre as empresas do grupo. Em dezembro do ano passado, o Banco Original cedeu para a J&F Investimentos a titularidade e todos os direitos sobre a marca e nome de dois domínios na internet. O banco continuou a explorar a marca e domínio mediante pagamento de royalties para a J&F. O preço de venda acordado foi de R$ 422 milhões.

Links

Copa do mundo de xadrez e o jogador punido por vestir shorts (foto)

Quatro países da Europa querem taxar o faturamento de gigantes da internet (aqui também)

CFO da Kraft-Heinz tem 29 anos

Automação e desigualdade: os robôs devem ser taxados?

Efeitos da liberalização da maconha na escola

Quatro programas de MBA do Brasil entre os melhores do mundo

Futebol e Contabilidade

Segundo levantamento realizado pelo Valor Econômico (Auditor aponta erros graves em metade dos balanços dos clubes, Nelson Niero, 5 de setembro de 2017, B2) metade das demonstrações financeiras dos grandes clubes de futebol do Brasil vieram com ressalvas dos auditores. Para fins de comparação, somente 7% das cias abertas tiveram demonstrações com ressalvas.

Anteriormente comentamos o caso do Corinthias no blog. O texto do Valor apresenta outros exemplos: o Internacional não apresentou os documentos relacionados aos impostos e contribuições; o Botafogo não possui controle individual sobre o imobilizado e muitos deles com incerteza quanto a continuidade operacional, que corresponde basicamente ao montante de capital de giro.

O texto também comenta a falta de confiança nas grandes empresas de auditoria em trabalhar com estes clubes (não seria em razão do elevado custo da hora destas empresas e da irrelevância da grife Big Four para os clubes?) e da relação entre os números e a crise do São Paulo, o clube.

Rir é o melhor remédio

10 setembro 2017

Fato da Semana: Equifax

Fato da Semana: Equifax

Data: 7 de setembro de 2017

Contextualização

O desenvolvimento tecnológico recente está mudando a forma como as organizações trabalham. Como em qualquer mudança, existem pontos positivos e negativos. Nesta semana tivemos um fato que diz respeito a vulnerabilidade de um sistema de informação numa empresa. Um ataque realizado em julho expôs os dados de milhões de clientes nos Estados Unidos. Realmente não é o primeiro ataque deste tipo, nem será o último. Mas a quantidade de dados que foram obtidos pelos hackers e a reação dos gestores talvez seja algo inédito. A Equifax reconheceu, somente em setembro, o problema. E algumas pessoas que sabiam do problema usaram a informação para reduzir as perdas, vendendo ações da empresa.

Relevância

Temos neste fato alguns bons ingredientes: risco com um sistema de informação frágil, uso de informação privilegiada, falta de tempestividade na divulgação da informação e falha nos controles internos da empresa.

Notícia boa

Não. Um ataque de hacker pode ajudar a prevenir dados maiores se ocorrer um aprendizado por parte das empresas. Mas a fragilidade dos sistemas de informações é preocupante.

Desdobramento

Os executivos devem ser punidos. A empresa perde credibilidade e tem sua continuidade questionada.

Mas a semana só teve isto?

As malas da corrupção encontradas na Bahia e a prisão do executivo da JBS parece mostrar que ainda teremos muito que aprender sobre a forma de fazer negócio no Brasil.

08 setembro 2017

Equifax

A Equifax é uma agência de crédito ao consumidor dos Estados Unidos. Ontem a empresa anunciou que foi alvo de um ataque cibernético que envolveu 143 milhões de clientes dos Estados Unidos. O problema foi descoberto no dia 29 de julho. Pelas notícias, os hackers tiveram acesso aos nomes dos clientes, número do Social Security (uma espécie de carteira de identidade), data de nascimento, endereço e, em alguns casos, o número da licença de motorista. Para alguns clientes, vazaram também as informações dos cartões de créditos. Estima-se que 209 mil clientes foram afetados. Não se sabe se o PIN destes cartões foram revelados.

O problema ficou maior já que a empresa não explicou o atraso em revelar o ataque. E a razão de três executivos da empresa terem vendido ações após o ataque e antes do incidente ser de conhecimento público.