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03 setembro 2014

Curso de Contabilidade Básica: Fechar o balanço

Antigamente não existiam computadores. A contabilidade era feita à mão. Assim, o ato de “fechar o balanço” era parte obrigatória do aprendizado da contabilidade. Horas e horas eram devotadas a esta atividade “nobre”. Os melhores profissionais eram aqueles que não cometiam erros e, quando se somava os débitos e os créditos, os valores eram iguais. A diferença de um centavo era buscada e existiam dicas para descobrir mais facilmente os enganos.

Nos dias atuais, se é feito um lançamento contábil, o mesmo é automaticamente armazenado na memória do computador. Os softwares podem verificar o total dos débitos e dos créditos a qualquer momento, mas isto nem é relevante, já que a máquina não comete este tipo de erro. É possível ter o balanço de uma empresa rapidamente, faltando somente algumas estimativas que geralmente são feitas no encerramento do exercício. A pergunta que não quer calar: para quê aprender a fechar o balanço? E acompanhado desta pergunta, outra: isto não é um retrocesso?

De certa forma a resposta para as duas questões é que a indignação do aluno que está aprendendo a fechar o balanço faz certo sentido. Mas então podemos aprender contabilidade básica sem saber fechar o balanço? De certa forma sim. Novamente: para quê aprender a fechar o balanço?

Temos três respostas que justificam este aprendizado. Em primeiro lugar, fechar o balanço é útil para compreender o processo. É bem verdade que a máquina faz tudo isto muito mais rapidamente e melhor que o ser humano, mas precisamos entender o que a máquina faz. Se você um dia trabalhar em auditoria irá perceber que é necessário conhecer este processo para evitar que a empresa auditada engane você e ao usuário da informação.

Em segundo lugar, isto é importante para algumas pessoas. Entre os entendidos você seria desprezado se souberem que não sabe fechar um balanço. Se um professor souber que um curso de contabilidade básica não ensinou isto, será o curso objeto de escarnio e desconsideração. “Como é possível um curso de contabilidade básica não ensinar a fechar o balanço de uma empresa?” irá perguntar aquele professor de concurso. Por sinal, o que seriam dos concursos sem o fechamento do balanço?

Finalmente, o desenvolvimento da contabilidade acessível a muitas empresas é da década de oitenta. São somente um pouco de trinta anos. Se você pegar um livro da década de setenta, como é o caso daquele que é o mais vendido livro de contabilidade brasileira, este apego ao fechar o balanço é nítido. Levará muito tempo até que os antigos (no sentido da mentalidade) professores sejam substituídos por aqueles que acreditam que a tecnologia também pode chegar ao ensino de contabilidade. Está chegando.

Frase

A dimensão que esse problema [as pedaladas na contabilidade pública] ganhou no Brasil deve ser tema do painel sobre "Transparência Fiscal" a ser promovido pelo Banco Mundial durante o encontro anual da instituição e do FMI, em outubro (...) (Valor Econômico, 25 de agosto de 2014, Pedaladas fiscais fazem governo tropeçar, Sergio Leo)

É interessante que a pedaladas mostram a relevância do regime de competência. E é um poderoso argumento daqueles que acham que o "caixa é o rei".

Reservas até 2018

Sem o plano de demissão voluntária (PDV) de servidores, proposto neste mês para resolver a crise orçamentária da Universidade de São Paulo (USP), a reitoria prevê esgotar as reservas financeiras até 2018, o que levaria a instituição ao colapso. A universidade consome 105% de suas receitas com a folha de pagamento. E por isso recorre à poupança para pagar salários de docentes e funcionários. Em abril, as reservas estavam em R$ 2,3 bilhões. Críticos do programa, como os sindicatos das categorias, dizem que a reitoria faz “terrorismo” e a medida vai sucatear a USP.

Os dados constam em documento distribuído nos últimos dias pela reitoria aos integrantes do Conselho Universitário, órgão máximo da instituição. Esse será um dos principais argumentos do reitor Marco Antonio Zago para convencer os conselheiros a aprovarem, na próxima semana, o PDV, que prevê antecipar a aposentadoria de 2,8 mil funcionários, que tenham entre 55 e 67 anos e ao menos 20 anos de USP. Com a medida, a redução esperada na folha de salários é de 6,5%.

O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) aponta prejuízos às atividades internas e sobrecarga dos funcionários que restarem. Se tiver adesão total, a aposentadoria em massa reduzirá em cerca de 16% o total de funcionários.

A USP diz que trocará funcionários entre as unidades, se necessário. “Em vez de ‘brigar’ com o governo do Estado, o reitor ‘briga’ com a gente”, reclama Magno de Carvalho, do Sintusp. Para ele, o reitor deve pedir mais verbas para o governo estadual.


Fonte: Aqui

Venezuela

Recentemente a Venezuela anunciou que estaria importando petróleo. É mais um sintoma da grave crise do país vizinho. Uma forma de observar o desenrolar dos acontecimentos daquele país é através do índice de miséria e sua evolução ao longo do tempo. Este índice é dado pela soma da taxa de desemprego, taxa de juros, inflação e crescimento da economia. Veja a evolução do índice nos últimos meses:

O principal fator que justifica esta evolução é a inflação. A Venezuela é campeã neste índice entre os países onde o mesmo é calculado (o Brasil é o nono, em 89 países, graças aos juros).

Sobre erros de digitação

Um texto interessante sobre erros de digitação, de Lucy Kellaway, para o Valor Econômico:

Como agora sei que tenho um problema, tento me policiar. Imprimo meus artigos e os leio no papel. Mudo a fonte para a leitura final para a horrenda Comic Sans, uma vez que a forma desajeitada das letras às vezes expõe um erro que estava oculto. Mas, mesmo assim, muitos deles passam - e quase todos são pegos na última hora por editores-assistentes atentos.

Dado meu histórico ruim, fiquei animada ao ler um artigo na revista "Wired" há uma semana, dizendo que cometemos erros de digitação não porque somos obtusos, e sim porque somos inteligentes. Escrever é um trabalho sofisticado e nosso cérebro se concentra na estrutura, nas sentenças e nas frases, deixando o trabalho de conclusão para o "piloto automático". Somos programados para ler depois apenas o que achamos que escrevemos, e não o que na verdade escrevemos. Os erros de digitação não significam necessariamente que somos desleixados, e sim que somos mal equipados de nascença para realizar o próprio trabalho de revisão.


Confesso que nunca tinha imaginado transformar um texto meu para Comic Sans.

Listas: Os piores automóveis

10 - 1955 Dodge La Femme
9 - 1982 Cadillac Cimarron
8 - 1974 Mustang II
7 - 2003 Saturn Ion
6 - 1958 Edsel Corsair
5 - 1981 DeLorean DMC-12
4 - 1957 Trabant P50
3 - 2001 Pontiac Aztek
2 - 1971 Chevrolet Vega
1 - 1987 Yugo GV (foto)

Fonte: Aqui

02 setembro 2014

Rir é o melhor remédio







Duas Rodas

Curso de Contabilidade Básica: Divulgação

O que leva um dirigente a, por vontade própria, tomar a decisão de divulgar as demonstrações financeiras da sua empresa? Esta é uma pergunta difícil de responder, já que na maioria dos casos os gestores só tornam público as informações contábeis por força de um regulador. Provavelmente a resposta poderá variar conforme cada caso e poderá ser resultante da vontade dos gestores e da influencia do ambiente onde a empresa está localizada.  

De uma maneira geral, gostamos de afirmar que a divulgação é positiva para a empresa. Mas esta é uma visão um pouco inocente. Divulgar é caro e pode gerar problemas, de diversas ordens, para a empresa e seus gestores. Além disto, divulgar expõe a gestão (vide, por exemplo, o caso que relatamos do Instituto Ronald McDonalds, que por sinal não respondeu a nosso pedido de informação adicional).

Existem também casos onde “não divulgar” é um ativo: é o caso dos bancos suíços. O mercado bancário da Suíça está assentado no segredo. Quem deposita seu (às vezes “o nosso”) dinheiro na Suíça gostaria que ninguém soubesse disto. Esta garantia é uma vantagem sobre um depósito comum, num banco brasileiro. Entretanto, uma pressão internacional está fazendo com que os bancos suíços comecem a serem mais transparentes. Isto inclui a publicação de demonstrações contábeis.

É interessante notar os efeitos que isto provoca. O modelo de negócio se altera, já que as autoridades provavelmente começaram a exigir mais detalhes. Para atender a lei, os bancos precisam fazer investimentos em tecnologia, por exemplo. E treinamento. E ...

Estas instituições centenárias perderão uma importante vantagem sobre seus concorrentes. E serão menos atrativas. Será que a evidenciação contábil irá abalar o sistema bancário suíço?


KPMG e BES

O problemas do Banco Espírito Santo chamaram a atenção para sua empresa de auditoria. A KPMG é responsável desde 2002 pelas contas do banco português. Em 2011 o BES renovou o contrato com a empresa de auditoria, apesar da recomendação em sentido contrário do regulador português. A argumentação da renovação é quase sempre a mesma: a KPMG conhecia as operações do banco e poderia fazer uma auditoria melhor por este motivo. Além disto, a KPMG também fazia auditorias para dezenas de empresas coligadas e veículos de investimento do BES fora de Portugal.

A Reuters anunciou que a KPMG resolveu reprovar as demonstrações do BES publicadas na segunda. A empresa afirmou que as demonstrações não forneciam ajustes e informações adicionais sobre o resgate do banco pelas autoridades:

A empresa de contabilidade disse que "a classificação, possibilidade de recuperação e realização dos ativos, como também de pagamentos de suas dívidas registradas nos resultados financeiros em 30 de junho são incertos". A KPMG disse também que o critério de avaliação dos ativos transferidos ao Novo Banco ainda não estão claros.
A KPMG acrescentou que as provisões feitas pelo BES para lidar com a dívida do grupo Espírito Santo vendida a seus clientes de varejo podem não ser suficientes e que o banco arrisca ter de fazer mais contingências, que até agora não foram especificadas

Frase

Contabilistas parecem contentes em viver com tal estranheza quântica. (The Economist, sobre o não reconhecimento das marcas na contabilidade) (Cartoon aqui)

Arte de rua



Fonte: Aqui

Listas: Empresas mais internacionalizadas

1. Odebrecht
2. Gerdau
3. InterCement
4. Stefanini
5. Metalfrio
6. Magnesita
7. Marfrig
8. JBS
9. Artecola
10. Ibope

Fonte: Fundação Dom Cabral, baseado em número de funcionários, ativos e faturamento fora do país.