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15 maio 2014

Administração pública no Brasil

Artigo publicado no site UnB notícias e escrito pelo querido professor Dr. José Matias-Pereira:

A análise da administração pública comparada evidencia que nenhum país no mundo alcançou um nível elevado de desenvolvimento socioeconômico sem contar com uma administração pública competente, bem remunerada, e respeitada pela sociedade. Essas administrações, na medida em que foram elevando as suas produtividades, se tornaram capazes de apoiar os processos de desenvolvimentos de seus países, ofertando serviços públicos de qualidade, de forma tempestiva.

É oportuno recordar que, o objetivo final do Estado é a geração do bem comum. Para realizar essa tarefa, conta com a administração pública. A administração pública pode ser entendida como o eixo de transmissão entre o Estado e a sociedade. Quando ele funciona de maneira adequada os serviços públicos chegam aos cidadãos e aos atores econômicos de forma contínua e sem burocracia. No caso do Brasil, verifica-se que esse estágio ainda está longe de ser alcançado. A administração pública brasileira - que conserva ranços burocráticos ultrapassados, e um viés patrimonialista exacerbado - é vista com desconfiança pela população.

Observa-se que a sobrevivência do patrimonialismo tem contribuído para isso, visto que os governantes e políticos que estão no poder acreditam que podem tudo, como requisitar um avião para fins particulares, até a apropriação de recursos públicos, para financiar um projeto político para manter-se no poder. Esse modelo distorcido tem suas raízes nas relações de poder, na estrutura social e nos valores políticos e ideológicos prevalecentes na sociedade brasileira. Ele impacta no desempenho da administração pública, na medida em que facilita desvios e a corrupção, além de ameaçar a boa governança pública.

As fragilidades e deficiências da administração são agravadas pela adoção do modelo de coalizão presidencial, que visa garantir maiorias confortáveis de sustentação política ao governante, no qual as escolhas dos principais gestores são feitas pelo “político”. Ao privilegiar esse modelo desarrazoado de divisão do poder e de aparelhamento do setor público, os governantes relegam a um plano secundário, a competência técnica, a ética e o compromisso com a prestação de serviços públicos de qualidade. Assim, a reconhecida baixa qualidade dos serviços públicos ofertados à população brasileira - notadamente educação, saúde, segurança e transportes públicos -, explicitadas nas pesquisas de opinião pública, evidencia que a reforma do aparato administrativo do Estado, é uma medida urgente e necessária, com vista a torná-lo mais democrático, eficiente, eficaz e efetivo, para atender os seus usuários.

Registre-se que, o conflito sociedade versus administração pública é agudizado pela mídia, que critica e nivela, em geral, a administração pública por baixo, aumentando esse embate. Sabe-se que mudar essa realidade não é uma tarefa fácil. O primeiro passo, entretanto, já foi dado pela sociedade brasileira, partir de uma postura mais proativa de uma boa parcela da população, está produzindo transformações significativas nas relações entre o Estado e a sociedade e nas formas tradicionais de administração do bem público.

As crescentes reivindicações sinalizam o desejo da população brasileira por mudanças profundas na forma de gestão do Estado, com destaque para as exigências de ética na política, combate à corrupção e melhores serviços públicos.É relevante alertar que a “refundação da administração pública” é um processo de extrema complexidade, que demandam profundos e detalhados estudos. Seu processo de reestruturação implica, efetivamente, na reavaliação de práticas e valores culturais que estão arraigados em nossa sociedade. Assim, uma reforma da administração pública dessa dimensão vai além da vontade política do governante e da participação do parlamento. Ela exige o envolvimento e a cobrança efetiva da sociedade.

Nesse esforço, o Estado precisa acreditar e facilitar a do cidadão e dos agentes econômicos, procurando eliminar a burocracia, e estimular a elevação da produtividade na gestão pública.Para que o Estado possa cumprir o seu papel de gerar o bem comum, torna-se essencial que o próximo presidente da república inclua na sua agenda de reformas estruturais, a “refundação da administração pública”, apoiados em novos parâmetros e valores, como a meritocracia, a competência e a ética.

Busca-se, assim, a rearticulação das relações do Estado com a sociedade, para atender as demandas da sociedade com serviços públicos de qualidade, reduzir gastos, executar e avaliar políticas públicas, elevar a transparência, além de promover e estimular investimentos em setores estratégicos, criando as condições para a retomada do processo de desenvolvimento sustentável do Brasil.

Curso de Contabilidade Básica: Uso de recursos gráficos

É muito comum nas demonstrações contábeis a presença de gráficos. O elemento visual ajuda o entendimento mais rápido das principais alterações do desempenho da empresa. Para a empresa, usar gráficos é uma oportunidade para destacar as boas notícias, e tentar reduzir os efeitos das notícias ruins.

Veja o caso da empresa Hypermarcas no seu conjunto de informações do primeiro trimestre de 2014. A empresa apresenta a evolução da receita, em gráfico, da seguinte forma:

Pelo fato da figura não conter o eixo (nem mesmo o eixo de origem), a percepção é que ocorreu um elevado aumento na receita líquida. Os números que estão no gráfico informam que a receita aumentou de 958 milhões para 1059 milhões. Ou seja, um aumento de 10%. Agora observe a figura do fluxo de caixa das operações da empresa:
Parece que praticamente não ocorreu nenhuma alteração. A redução, de 184 milhões para 171 milhões, foi pouco expressiva, quando nós olhamos o gráfico. Mas o fato do gráfico não conter a escala (e no caso, a mesma escala para todas as variáveis) induz o leitor a pensar que a redução no fluxo operacional não foi grande. O próprio gráfico indica que a variação foi de menos 13,4%.

O leitor mais curioso poderia resolver fazer a “prova dos noves”. E teria uma grande surpresa: a empresa cometeu um erro aritmético! A variação não foi de -13,4%, mas -7,21%.

Isto mostra que o usuário deve ter muito cuidado em usar as informações que são apresentadas pela empresa na sua análise.


CVM x Diretor Financeiro da Petrobrás

O vazamento de informações na imprensa sobre a criação de uma fórmula de precificação de combustíveis pela Petrobras, no fim de 2013, levou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a abrir um processo sancionador contra o diretor financeiro e de relações com investidores da estatal, Almir Barbassa. Os autos, aos quais a Agência Estado teve acesso, revelam que as discussões em torno da metodologia começaram em 13 de agosto do ano passado

A presidente da estatal, Graça Foster, e o diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, foram os primeiros a tomar conhecimento dos estudos. O órgão regulador identificou alta expressiva nas ações da estatal no pregão de 5 de setembro de 2013, quando os papéis ON (com direito a voto) e PN (preferenciais) subiram 5,07% e 5,7%. O movimento foi considerado atípico e relacionado a notícias e informações vazadas. (...)


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Listas: 10 melhores cidades do planeta

Pela ordem:

Tóquio
Londres
New York
Zürique
Paris
Genebra
Basileia
Osaka
Seoul
Oslo

A análise levou em consideração: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, ambiente, coesão social, mobilidade e transporte, capital humano e economia. As brasileiras (com a ordem)

133. Fortaleza
131. Brasília
129. BH
128. Porto Alegre
127. Salvador
116. Rio de Janeiro
97. Curitiba
94. São Paulo

Qual a qualidade do ranking? Honestamente fiquei desconfiado depois de usar o mapa interativo. A seta aponta onde apareceu a cidade de Salvador no mapa brasileiro:

14 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Contabilidade e Moral

A seguir um texto publicado originalmente no NY Times. Tinha separado para uma postagem, quando recebi a versão em português encaminhada pelo Alexandre Alcantara:

Contabilidade e Moral - Jacob Scroll - DCI

Às vezes, parece que as nossas vidas são pautadas pelas crises financeiras e pelas reformas fracassadas. Mas até onde os americanos entendem de finanças? Poucas pessoas entendem de contabilidade básica e menos pessoas ainda sabem o que é um balanço. Se é que chegaremos ao ponto de podermos debater seriamente sobre a responsabilidade financeira, precisamos primeiro aprender alguns princípios básicos.

O pensador econômico alemão Max Weber acreditava que para o capitalismo dar certo as pessoas comuns teriam de conhecer o método das partidas dobradas em contabilidade, não somente porque esse tipo de contabilidade permite calcular o lucro e o capital através do balanço dos débitos e dos créditos em colunas paralelas; é também porque bons registros financeiros são "equilibrados" no sentido moral. Eles são a própria fonte da responsabilidade, palavra que de fato se relaciona com o sentido da palavra "contabilidade".

Na Itália renascentista, comerciantes e donos de propriedades utilizavam a contabilidade não somente nos seus negócios como também para emitir juízo moral com Deus, com suas cidades, países e famílias.

O famoso mercador italiano Francesco Datini escrevia em seus livros de contabilidade: "Em Nome de Deus e do Lucro" Datini e outros também guardavam livros de contabilidade moral, contabilizando seus pecados e bons atos da mesma forma como contabilizavam a renda e os gastos.

Um dos fatos menos atraentes e, portanto, esquecidos da Renascença italiana, é que ela dependia muito de uma população que dominava a contabilidade. Em algum momento nos anos 1400, cerca de 4 mil a 5 mil dos 120 mil habitantes de Florença frequentavam escolas de contabilidade, e existem provas documentadas de que até mesmo os trabalhadores modestos mantinham registros contábeis.

Esse foi o mundo no qual Cosme de Médici e outros italianos vieram a dominar o sistema bancário europeu. Entendia-se que todos os proprietários de terra e profissionais conheciam e exerciam a contabilidade básica. Cosme de Médici em pessoa realizava as auditorias anuais dos livros de todas as filiais dos seus bancos e também fazia a contabilidade de sua casa.

Isso era típico em um mundo onde todos, de fazendeiros e farmacêuticos a comerciantes conheciam o método das partidas dobradas. O método também foi útil na administração política na Florença republicana, em que o governo precisava de uma certa dose de transparência.

Se quisermos saber como tornar nosso país e as nossas empresas mais responsáveis, seria bom estudar os holandeses. Em 1602, eles inventaram o capitalismo moderno com a fundação da primeira empresa de capital aberto – a Companhia das Índias Orientais – e a primeira bolsa de valores oficial em Amsterdã. Porém, foi através de uma cultura mais antiga e bem guardada da contabilidade que eles mantiveram estáveis essas instituições por um século.

A difusão do método das partidas dobradas para os Países Baixos durante o começo dos anos 1500 tornou o país o centro da educação em contabilidade, do comércio mundial e do início do capitalismo.

Os holandeses confiavam que seus líderes manteriam bons registros de contabilidade e fariam pagamentos de juros regularmente, ao mesmo tempo, pagando a dívida do Estado. Todas as camadas da sociedade holandesa faziam a contabilidade com o método das partidas dobradas, desde prostitutas a acadêmicos, comerciantes e até mesmo o regente, Maurício de Nassau, Príncipe de Orange.

Os pintores regularmente retratavam os comerciantes guardando os seus registros contábeis; o quadro de Quentin Metsys "Os Banqueiros" (por volta de 1549) mostrou que até mesmo contadores habilidosos podiam cometer fraudes. Ou seja, as vantagens e desvantagens da contabilidade estavam vivas na consciência pública.

Os holandeses não tinham somente habilidades básicas de administração, como também muita consciência do conceito de livros balanceados, auditorias e prestação de contas. Eles tinham de ter. Se os administradores do comitê local de águas tivessem registros desleixados, o sistema de canais e de diques holandês não seria bem mantido, e o país correria o risco de inundações catastróficas.

Esse desejo de responsabilização foi o que impulsionou os holandeses a reformar seu sistema financeiro quando o mesmo começou a desabar por conta da fraude. A primeira revolta dos acionistas aconteceu em 1622, entre os investidores da Cia das Índias Orientais que se queixavam de que os livros de registros da empresa tinham sido "untados com bacon" para que pudessem ser "comidos por cachorros". Os investidores exigiram uma "fatura", ou uma auditoria financeira propriamente dita.

Embora o estado não tenha permitido que os registros da Cia. das Índias Orientais passassem por uma auditoria pública, o príncipe Maurício, de fato, fez uma série de auditorias internas, e os burgueses holandeses ficaram satisfeitos com a responsabilidade tanto da empresa quanto do Estado. Uma ideia cultural foi lançada.

No século seguinte, virou uma prática comum que os administradores públicos fizessem retratos de si mesmos com os seus livros de registros – algumas vezes com os cálculos reais neles – abertos para que todos vissem.

Esses exemplos históricos apontam o caminho na direção de soluções viáveis para as nossas crises. Nos últimos 50 anos, as pessoas pararam de aprender o método das partidas dobradas – tanto que poucos de nós sabemos o que isso quer dizer – deixando-o ao invés disso para os especialistas e para o sistema bancário computadorizado. Se é que buscamos o capitalismo estável e sustentável, um bom lugar para começar seria tornar o método de partidas dobradas e as finanças básicas partes do currículo do ensino médio, como elas eram na Florença e na Amsterdã da Renascença.

Uma população conhecedora do método das partidas dobradas não resolverá os nossos problemas financeiros complexos imediatamente, mas isso permitiria aos cidadãos comuns entender o básico das finanças: balanços, juros hipotecários, depreciação e risco em longo prazo. Isso também lhes daria uma clara noção do que responsabilidade financeira significa de verdade e de como solicitar e avaliar auditorias.

A explosão do jornalismo de precisão também deveria incluir um subconjunto de repórteres com treinamento em contabilidade, de forma que possam ter melhor desempenho na explicação do seu papel central na nossa economia e nas crises financeiras. Sem uma sociedade treinada em contabilidade, uma coisa é certa: teremos de fazer mais ajustes de contas no futuro.

Curso de Contabilidade Básica: Vida útil do ativo

Uma das grandes preocupações que o usuário da informação contábil deve ter ao analisar uma indústria é certificar a vida útil do ativo. Quando uma empresa possui ativos novos, a vida útil será longa. Isto pode resultar numa tranquilidade em termos de novos investimentos. Neste caso, os investimentos serão realizados somente se houver uma expansão. Já quando a vida útil é baixa, torna-se necessário fazer investimentos nos ativos de longo prazo, em particular máquinas e equipamentos. A expansão pode representar uma redução de pagamento de dividendos.

O cálculo da vida útil pode ser apresentado pela empresa nas notas explicativas ou pode ser obtida pelo usuário, desde que tenha acesso a informação da despesa de depreciação e do valor líquido do ativo. Para ilustrar este cálculo, considere o exemplo da Companhia Industrial Cataguases no seu relatório de final de 2013. A empresa informa, na página 21, que a vida útil de máquinas e equipamentos é de 11,1 anos:

Para verificar estes valores, vamos observar o quadro resumo do imobilizado, geralmente publicado nas notas explicativas. A figura a seguir apresenta os valores:

A depreciação do ano de máquinas e equipamentos foi de R$4476 mil, para um ativo líquido de 52722 mil. Para determinar a vida útil estimada de máquinas e equipamentos, basta dividir o ativo líquido pela despesa de depreciação. No nosso exemplo:

52722 / 4.476 = 11,78 anos

Que é um valor bastante aproximado daquele informado pela empresa. Podemos fazer o mesmo com edificações:

24321/1631 = 14,91

Que é um valor um pouco menor do que aquele informado pela empresa (18,2 anos).

Resenha: PHD Comics - The Movie



Os primeiros “Rir” aqui do blog foram com os quadrinhos do PHD Comics e eu sou fiel a eles. Li cada um! Na época do mestrado, os relia em tempo de desânimo (e ficava atormentando meus amigos, enchendo a caixa deles com os que eu achava mais hilários). É legal ver personagens passando pelos mesmos apertos que você, poder rir disso e ganhar uma energia a mais.

Quando o filme PHD Comics saiu devo ter sido uma das primeiras do Brasil a assistir. Eu sou tão fã que tenho calendário, camiseta e até edição impressa de livro com os quadrinhos. Normal seria eu pagar o que me cobraram e assistir ansiosamente a película.

Vou ser bem direta. Infelizmente não vale a pena. Vale se você não acompanha os quadrinhos porque as histórias serão novas. O prof. David Albrecht, por exemplo, adorou. Tudo é questão e gosto.

Como eu sei as historinhas de cor e salteado, o filme não trouxe novidades. Fiquei frustrada, desapontada, e até meio desnorteada. O roteiro não era inédito, mas sim baseado nas histórias já existentes que são ótimas e brilhantes. Porém, para mim não foi satisfatório.

Depois descobri que os atores são estudantes “de verdade” e não pessoas contratadas para se fazer de atores. Dá um charme ao filme, mas também faz perder um possível brilho que haveria se houvesse a sorte de escalar personagens que conseguissem repassar melhor sentimentos e reações tão cômicos e característicos. Achei a Cecília (minha preferida nos quadrinhos) um tanto sem sal. Por outro lado, achei o prof. Smith muito bom! O streaming custa US$5 Depois me contem o que acharam. Eu sinceramente espero que gostem.

Acesse aqui o site do filme.

Vale a pena? Vale para quem não acompanha os quadrinhos e está nesta fase de mestrado e pós graduação e tenha tempo para isso. No mais, prefiro continuar com os comics.

O preço da boquinha

O governo tem premiado seus executivos com "boquinhas" nos conselhos de empresas. O preço pode ser caro, segundo este texto do Estadão:

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) cobrou, nos últimos dois anos, esclarecimentos de pelo menos 24 integrantes do governo. Supostas irregularidades colocaram, entre outros, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e o homem forte da equipe do ex-ministro José Dirceu, que sobreviveu até o fim do governo Lula e hoje é secretário do Distrito Federal, Swedenberger Barbosa, na lista dos que têm de dar explicações.

Miriam e Barbosa respondem pelo tempo que estiveram à frente do Conselho de Administração da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Eles e mais oito executivos foram acusados de não publicar demonstrações financeiras e convocar assembleia no prazo. As demonstrações, que deveriam ter sido elaboradas e divulgadas até 31 de março de 2011, foram apresentadas em 13 de maio. A assembleia-geral, que deveria ter sido realizada até 30 de abril daquele ano, ocorreu apenas em 16 de junho.

(...) No caso de Bendine, presidente do BB, o processo teve origem na abertura de capital do BB Seguridade, quando ele teria feito declarações fora de hora. Por meio da assessoria de imprensa, o executivo disse que o Termo de Compromisso "segue os mesmos parâmetros de muitos termos do gênero analisados pela CVM". O executivo informou ainda que não vai se posicionar porque as argumentações ainda estão sob análise.

Punição. A CVM puniu recentemente executivos do governo Dilma Rousseff, a exemplo do número 2 do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, do ex-ministro de Aviação Civil e atual vice do BNDES, Wagner Bittencourt, e do chefe da Assessoria Econômica do Tesouro Nacional, Lindemberg Bezerra. Os três receberam advertência - punição classificada como mais branda pelo mercado - pelo período em que participavam do Conselho de Administração da Eletrobrás.

A parte mais relevante do texto:

(...) No governo, é comum que ministros e outros executivos acumulem cargos em conselhos de administração em estatais, posição que os remunera. A participação de políticos nesses organismos, no entanto, gera críticas recorrentes do mercado financeiro, principalmente sobre a independência e transparência nas instituições.

Charles Holland, diretor de governança corporativa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), diz que o trabalho da CVM não pode ser minimizado. Segundo ele, quando se deixa de publicar demonstrativos ou convocar assembleias, prejudica o acionista. "Uma companhia que não presta contas como deve, dentro do prazo, destrói a confiança e afeta o valor das ações", argumentou. "O maior prejudicado é o acionista", disse. Ele ponderou ainda que políticos sem preparo para o cargo de conselheiro estão assumindo o posto. "Infelizmente tem pessoas que não estão qualificadas, não sabem o comportamento que se espera de um conselheiro", criticou.

Caixa dois da bola

O texto a seguir mostra como clubes e empresas estão usando caixa dois para pagar jogadores:

Contratos falsos, contas secretas em paraísos fiscais, como Genebra, Luxemburgo e Bahamas, empresas de fachada e a suspeita do envolvimento de nomes como Paris Saint-Germain, Real Madrid, Nike, Ronaldinho Gaúcho, Anelka e até um certo Jérôme Valcke (foto), hoje o secretário-geral da Fifa. Documentos de investigações realizadas pela Justiça francesa nos últimos anos, obtidos com exclusividade pelo Estado, revelam a criação de um esquema generalizado de caixa dois no futebol europeu. A suspeita na maioria dos casos é de fraude fiscal e crimes financeiros.

Parte dos casos veio à tona na imprensa europeia. No ano passado, os ex-presidentes do PSG, Laurent Perpere e Francis Graille, foram condenados à prisão em Paris. A Nike também teve um de seus executivos condenado. Já Valcke chegou a prestar depoimento, mas nunca foi indiciado e não sofreu qualquer tipo de punição. Os jogadores também foram inocentados.

O que a investigação revelou foi a criação de uma rede paralela de contratos no futebol. No início deste ano, o Barcelona se viu envolvido em uma enorme polêmica causada pela contratação de Neymar, com alguns contratos obscuros, mas essa prática está disseminada desde o fim dos anos 90, com a participação de empresas multinacionais, canais de televisão, clubes, agentes de jogadores e até dos próprios atletas.

O motivo da existência da manipulação financeira é o esforço de todos os atores do futebol para não pagar impostos e esconder o real volume de dinheiro que circula pelos clubes. O esquema usava diversos tipos de manobras financeiras para promover a sonegação fiscal.

SUPERFATURAMENTO
Uma das manobras era anunciar a compra de um jogador por um valor acima da realidade. O PSG, por exemplo, pagava o valor fictício ao clube que havia vendido o atleta. O dinheiro, em seguida, era usado para o pagamento do salário do jogador. Assim, ele e o clube não pagavam impostos sobre vários meses de salários.

Os documentos mostram como o esquema de superfaturamento foi usado por PSG e Real Madrid na transferência de Anelka. Outro caso foi a compra do argentino Tuzzio pelo Olympique de Marselha. Parte de seu salário ia para uma conta em Nova York.

Uma outra forma de evadir impostos era por meio da Nike, patrocinadora do PSG. A multinacional, segundo a Justiça, pagava os salários dos jogadores, alegando que se tratava de pagamento de contratos de imagem. Esses contratos, sempre assinados em bancos de centros off-shore, eram fictícios, segundo depoimentos.

Entre 1998 e 2005, 33 contratos foram assinados pela Nike com jogadores do PSG, entre eles Ronaldinho. "Uma auditoria revela que a Nike aceitou pagar parte dos salários dos jogadores contratados na forma de contratos de imagem para aliviar os impostos do clube", indica a Justiça francesa.

Diante da Justiça, o brasileiro André Luiz admitiu que o contrato com a Nike do qual ele se beneficiou enquanto jogava no PSG era um complemento de salário. O dinheiro era depositado em uma conta em Luxemburgo e, quando o contrato foi assinado, a Nike sequer enviou um representante para o ato. André Luiz foi vendido pelo Tenerife para o PSG em 2002.

Jaubert Olivier, responsável pelo marketing da Nike até 2003, admitiu diante dos juízes que se tratava de "salários ocultos de jogadores". Segundo ele, os diretores e até o presidente da Nike sabiam do esquema.

VALCKE
Para restituir a Nike, o PSG e a multinacional inventavam multas a serem pagas pelo clube. Uma das desculpas era que o atleta tinha jogado com uma chuteira de outra marca. Só entre 2003 e 2004, o PSG pagou mais de 1,2 milhão de euros (R$ 3,6 milhões) em multas fictícias para a Nike.

Essa restituição era feita por meio de um esquema financeiro complexo. O grupo de mídia Canal Plus, na época dono do PSG, criou uma filial, a Sport Plus, responsável por comprar direitos de jogadores. Cada vez que uma multa era inventada para justificar um pagamento à Nike, a Sport Plus era usada para fazer a ligação. Quem recebia o dinheiro era a Nike European Operations Netherlands BV, filial da empresa na Holanda.

Os documentos da Justiça francesa, de 2009, revelam que o diretor adjunto da Sport Plus nos fim dos anos 90 era Jérôme Valcke. Em um depoimento, o francês afirmou que a Sport Plus "foi criada no momento do projeto de transferência de Ronaldinho". Segundo Valcke, a empresa "tinha como vocação administrar os direitos de imagem de certos jogadores do PSG". Se Valcke jamais foi acusado pelas práticas, cartolas do PSG foram indiciados.

INTERMEDIÁRIOS
Outro truque foi criado para ocultar salários: o uso de agentes de jogadores. Os clubes repassavam aos intermediários uma parte do dinheiro que deveria ser usado para pagar os salários, alegando que se tratava de comissão. Segundo as investigações, esse dinheiro era depois repassado aos atletas em contas em paraísos fiscais. Isso ocorreu na contratação de Sorín pelo clube francês e existem suspeitas em relação aos brasileiros Raí, Ricardo Gomes e Valdo.

O atacante Christian, na transferência do PSG para o Bordeaux, recebeu 1,3 milhão de euros (R$ 3,9 milhões) em uma conta aberta na Ilha da Madeira. Um outro depósito do mesmo valor foi realizado em uma conta aberta em Lausanne, de uma empresa com sede nas Bahamas.

A Justiça encontrou uma transferência de 762 mil de euros (R$ 2,3 milhões) para uma conta de Zurique chamada Dani Geneva. A investigação mostrou que essa era a conta que a Sport Plus usava em conjunto com a Nike para pagar os salários do nigeriano Okocha e do lateral Paulo César.

OUTRO LADO
Contactada pelo Estado, a atual gestão do PSG disse apenas que o caso se trata de "questões de administrações passadas". A Nike insistiu que atua de forma "íntegra".

"A Nike foi absolvida pela corte francesa de acusações relacionadas às questões de direito de imagem dos atletas, confirmando que a relação entre a Nike da França e o PSG nunca foi fraudulenta", disse a assessoria de imprensa da empresa.

Em janeiro de 2013, a companhia foi multada em 80 mil de euros (R$ 243 mil) e um de seus diretores acabou condenado à prisão. A Nike recorreu da decisão.

A Fifa evitou fazer comentários, ainda que um dos citados no caso, Valcke, seja hoje o número dois da entidade.


Justiça francesa desmascara esquema de fraude fiscal no futebol - Jamil Chade

Listas: Países que mais compraram ingresso para a Copa

1. Brasil 
2. Estados Unidos
3. Alemanha
4. Inglaterra
5. Argentina
6. Austrália
7. Colômbia
8. Chile
9. França
10. México
11. Canadá
12. Japão
13. Suíça
14. Holanda
15. Uruguai
16. Espanha
17. Israel
18. Equador
19. Rússia
20. Itália

É uma lista surpreendente. Como a diferença entre os brasileiros que compraram ingresso e os estrangeiros é muito grande, pode-se questionar a "atração" ao turista. O segundo lugar dos EUA mostra o grande interesse por este esporte por lá. Também é surpreendente a quantidade de ingressos vendidos para a Austrália, Canadá e Israel.

Bloqueio

Na quinta o Ministério Público Federal pediu que a Justiça Federal bloqueasse 122 milhões de reais das contas bancárias do empresário Eike Batista. Este seria o valor do lucro obtido pelo empresário na venda de ações da OGX, antes que informações fossem divulgadas ao mercado. Caso o valor não fosse obtido nas contas correntes, o valor deveria ser complementado com bens até o limite.

Na segunda os advogados já entraram com recurso contra a decisão.

Agora, a defesa de Eike terá oito dias para apresentar suas razões. Depois, o Ministério Público Federal terá igual prazo para apresentar suas contrarrazões. Só então o recurso será julgado no Tribunal Regional Federal, órgão de segunda instância. Enquanto isso, o dinheiro de Eike continua bloqueado.

13 maio 2014

Rir é o melhor remédio


As melhores escolas de educação executiva brasileras

Saiu no Valor (adaptado): 

Quatro escolas de negócios brasileiras estão entre as melhores do mundo na oferta de cursos de educação executiva voltados para o público corporativo, segundo ranking do jornal britânico “Financial Times”:

A Fundação Dom Cabral (FDC), 23º na lista das melhores escolas provedoras de cursos abertos, voltados para profissionais de diversas empresas, também figurou na 27ª posição no ranking de programas fechados, feitos sob medida para companhias. 

O Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) garantiu a 38ª posição no ranking dos cursos abertos e ficou em 52º entre os programas customizados.

Outras duas instituições brasileiras apareceram apenas nos rankings de cursos abertos: 

Saint Paul Escola de Negócios na 59ª posição; 
Fundação Instituto de Administração (FIA), em 69º lugar.

Pela terceira vez consecutiva, a americana Duke liderou o ranking de programas customizados, enquanto o suíço IMD ficou na frente na lista de cursos abertos. A HEC Paris ficou em segundo lugar no ranking de programas sob medida, seguida do espanhol Iese. Entre os programas abertos, a Chicago Booth levou a prata, enquanto a americana Darden Business School, da Universidade da Virgínia, e a HEC Paris empataram em terceiro lugar.

A pesquisa para a elaboração do ranking revelou um aumento na demanda desse tipo de programa. Cerca de 40% das 1.100 empresas consultadas estão considerando aumentar os gastos com educação executiva nos próximos três anos, um crescimento de quatro pontos percentuais na comparação com o ranking passado. Na América Latina, as dez escolas que entraram nos rankings deste ano tiveram alta de 32% na receita nos últimos dois anos.

Por causa do bom momento, a pesquisa deste ano incluiu o maior número de escolas desde o início dos rankings, há 16 anos — foram incluídos 80 programas feitos sob medida e 70 abertos.

Os rankings levam em conta a satisfação dos profissionais participantes e das empresas que contratam as escolas, a diversidade do corpo docente e discente e a exposição internacional da instituição de ensino.

Curso de Contabilidade Básica: Conhecendo o negócio

Muitas vezes o usuário está diante de um conjunto de informações contábeis sem entender direito o que faz uma empresa. Provavelmente o leitor sabe o que faz a Vale ou as Casas Bahia. Nestes casos, propagandas ou reportagens que o leito tenha lido ajudam a entender que a Vale faz extração de minérios, entre outras coisas, e as Casas Bahia vendem eletrodomésticos. Em alguns casos, o nome da empresa ajuda: Centrais Elétricas do Pará ou Bic Banco explicam o foco de atuação da empresa.

Mas existem casos onde o nome pode ser desconhecido ou não indicar a área de atuação da empresa. Vamos exemplificar com o caso da Contax. Se o leitor tiver em mãos as demonstrações contábeis desta empresa e não souber nada sobre ela a sugestão é que leia a primeira nota explicativa. Geralmente ali se encontra um breve relato do que faz a empresa. Veja o que consta das informações trimestrais da empresa do final de março de 2014:


Não ajudou muito. É uma empresa que participa de outras, em especial a Contax SA e a Ability. Logo a seguir tem-se um detalhamento das atividades destas duas empresas:
Agora ficou mais fácil. A Contax SA é uma empresa de telemarketing, call-center e outras formas de atendimento a clientes. Se uma empresa deseja manter um serviço de atendimento ao cliente, em lugar de fazer um elevado investimento nesta área, pode contratar a Contax para isto. A Ability está voltada para área de publicidade, propaganda e outras atividades relacionadas.

Em resumo, a Contax participa de outras empresas, com destaque para uma empresa de call-center e outra de publicidade e propaganda. Este conhecimento básico do que faz a empresa é necessário para que o usuário da informação contábil possa entender melhor as suas demonstrações.


Alteração na depreciação e amortização

O Iasb promoveu duas alterações nas normas IAS 16 (Property, Plant and Equipment) e IAS 38 (Intangíveis), no aspecto sobre depreciação e amortização. As alterações tendem a explicar que o padrão esperado de consumo dos benefícios econômicos futuros de um ativo é o princípio para a depreciação e amortização, informou o Journal of Accountancy.

Assimetria informacional

Saiu no Informação Contábil (com adaptações):

"Recentemente tive o resultado de uma pesquisa sobre assimetria de informação na negociação de ações no mercado brasileiro de capitais, em parceria com o professor doutor Edilson Paulo, publicada pela Revista Contabilidade & Finanças da USP, uma das mais conceituadas no Brasil. [...] Ao final desta postagem, pode ser acessado o texto na íntegra."

ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NA NEGOCIAÇÃO DE AÇÕES, CARACTERÍSTICAS ECONÔMICO-FINANCEIRAS E GOVERNANÇA CORPORATIVA NO MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO

Palavras-chave : Informação privilegiada; Insider trading; Mercado de capitais.

Texto na íntegra AQUI.

12 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Bitcoin bancando campanha política


Saiu no The Guardian e na Galileu:

As campanhas eleitorais norte-americanas estão mais ligadas à tecnologia daqui para frente. A Comissão Eleitoral Federal dos EUA anunciou que políticos e comitês de ação política podem aceitar de forma legal bitcoin como contribuição.

A entidade atendeu a um pedido de um coletivo chamado Make Your Laws (faça suas leis), que defende a substituição da democracia representativa por uma "democracia líquida", em que os indivíduos estejam mais diretamente envolvidos com o processo legislativo.

No entanto, a comissão não permitirá anonimato nas doações: o político precisará de uma lista com nome, endereço e ocupação do doador antes que possa aceitar a moeda virtual. [...]

Os políticos e grupos de ação não podem gastar, contudo, o dinheiro em bitcoin. É necessário que convertam para dólares. A decisão não aborda de forma clara outras moedas virtuais, como o dogecoin.


Ficou mais caro ganhar na mega


Poxa!

Saiu no G1:

"Caixa aumenta preço da aposta da Mega-Sena, Lotofácil e Quina"

Ainda bem que eu não jogo. Mas como boa brasileira tenho sim esperanças de ganhar, ora pois. ;)

Mas leiam só:

As apostas da Mega-Sena, Lotofácil e Quina estão mais caras após reajuste autorizado pela portaria nº 46 publicada no "Diário Oficial da União", em abril de 2014.

Desde o último sábado (10), o preço da aposta de 15 números da Lotofácil subiu de R$ 1,25 para R$ 1,50 (concurso 1.054). No caso da Mega-Sena, os preços da aposta mínima (de seis números) passaram de R$ 2 para R$ 2,50 no último domingo (11) (concurso 1.599). Para a Quina, o valor da aposta de 5 números, que era de R$ 0,75, foi reajustado para R$ 1 (concurso 3.486). As apostas com 6 números custarão R$ 4, e as com 7 números, R$ 10.
Os valores da premiação fixa das apostas vencedoras com 11, 12 e 13 números da Lotofácil foram reajustados para, respectivamente, R$ 3, R$ 6 e R$ 15.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, que administra a Mega-Sena e outras loterias oficiais no país, o último reajuste nos preços da Mega-Sena e da Lotofácil foi em setembro de 2009. No caso da Quina, foi em janeiro de 2011.

Telefonia celular

Os Correios deverão começar a oferecer, até o fim do ano, serviços de telefonia celular. A autorização do Ministério das Comunicações para a prestação de serviços de telefonia móvel virtual, chamada de MVNO (Mobile Virtual Network Operator, ou operadora móvel com rede virtual, em tradução livre), foi divulgada na semana passada e permite que a estatal firme parceria com empresas do setor de telecomunicações para oferecer o serviço a seus clientes.

A primeira etapa de atuação dos Correios, prevista para ser implantada em outubro, terá a comercialização de chips e recarga de créditos. A segunda etapa incluirá venda de aparelhos e está prevista para o primeiro semestre de 2015. A previsão é levar o serviço a 8 milhões de pessoas em cinco anos, tanto nos grandes centros, como em localidades menores e mais remotas. O serviço de MVNO consiste na prestação do serviço móvel celular por meio da rede de uma operadora tradicional, atuando sem rede própria em nichos de mercado onde as operadoras tradicionais não tenham interesse de atuar.

TODA A REDE DE AGÊNCIAS SERÁ UTILIZADA
O regulamento que criou o operador virtual foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em em 2010, para permitir o ingresso no mercado de prestadores que não têm licença para uso de frequências nem infraestrutura de rede de telecomunicações. Para prestar o serviço, os operadores virtuais precisam firmar acordos comerciais com operadores móveis tradicionais, que têm licença e infraestrutura em operação. As empresas que oferecem o serviço alternativo têm obrigações semelhantes às de uma empresa tradicional de telefonia móvel, inclusive no cumprimento do Código de Defesa do Consumidor.

No caso dos Correios, a prestação do serviço deverá se basear em participação acionária dos Correios em uma empresa brasileira de telecomunicações, com base na nova estratégia empresarial da estatal. A empresa que fará essa parceria ainda não foi anunciada.

Segundo os Correios, a presença rede de agências dos Correios [...] pode melhorar o acesso do cidadão ao serviço de telefonia celular. Toda a rede de agências no Brasil será utilizada.

PARCERIA COM GRUPO ITALIANO
Em fevereiro, os Correios e o grupo italiano Poste Italiane firmaram acordo para o lançamento do MVNO no Brasil. Na parceria com o grupo italiano, os Correios contribuem com a capilaridade da rede de atendimento e o grupo italiano entra com sua experiência. A Poste Mobile, lançada em 2007, é líder no mercado de MVNO na Itália, com 3 milhões de clientes.

No Brasil, a Porto Seguro foi a primeira operadora móvel virtual a entrar em operação, em 2012. A empresa adotou o modelo de autorizada de rede virtual e utiliza a rede da TIM. Atualmente, a empresa tem 103,2 mil acessos ativos, com participação de 0,04% no mercado.

Por Sabrina Craide (repórter da Agência Brasil).

11 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Pesquisas do Banco Mundial

Os técnicos do Banco Mundial tinham a sensação de que ninguém ouvia o que eles diziam. Foram investigar e descobriram que a situação era pior do que imaginavam.
Um levantamento do banco mostra agora que um terço dos arquivos PDF contendo os estudos realizados por seus qualificados economistas nunca recebeu nenhum --nenhum, zero-- download.
Outros 40% foram baixados menos de 100 vezes. Apenas 13% dos trabalhos tiveram mais de 250 corajosos interessados em lê-los.
Os temas dos trabalhos variam de análises gerais sobre a macroeconomia internacional até coisas superespecíficas como "Detectando a expansão urbana e a segurança na posse da terra: o caso de Bahir Dar e Debre Markos, no interior da Etiópia". De 2008 a 2012, o Banco Mundial publicou cerca de 1.500 estudos em PDF no seu site.
É possível que os artigos tenham sido distribuídos de outras maneiras, como por e-mail ou versões impressas.
"Ainda assim, é justo assumir que muitos relatórios com boas ideias nunca foram lidos por ninguém além do autor e de um editor. Talvez a mãe do autor", escreve o jornalista Christopher Ingraham no seu blog no "Washington Post".

Entrevista com Sérgio Lazzarini



Privatizar ou estatizar? O tema é sensível às vésperas de uma campanha presidencial –ainda mais em meio à criação de uma CPI da Petrobras .

Os professores Sérgio Lazzarini, do Insper, e Aldo Musacchio, de Harvard, mostram no livro "Reinventing State Capitalism" (Reinventando o Capitalismo de Estado) que a discussão é mais profunda do que demonstra o oportunismo com que a tratam alguns políticos.

A obra indica que o "capitalismo de Estado" se reinventou nos últimos anos. Os países abriram o capital de suas estatais para melhorar a gestão ou privatizaram e mantiveram participações minoritárias nelas.


Zé Carlos Barreta/Folhapress


"Os investidores não fogem das estatais. Eles só querem boas estatais", disse Lazzarini à Folha, sobre a queda das ações da Petrobras . Lançado nos EUA, o livro deve sair no Brasil em outubro pela Companhia das Letras.

Folha - O que é o "capitalismo de Estado"?

Sergio Lazzarini - Quando se fala em "capitalismo de Estado", o que vem na cabeça é uma estatal tradicional como os Correios. Mas hoje os governos participam das empresas por meio de participações acionárias, que podem ser majoritárias, como na Petrobras , ou minoritárias, como as fatias do BNDES em diversas companhias.

Como o "capitalismo de Estado" se reinventou?

O Estado se expandiu muito após a crise de 1929. Na América Latina e na Ásia, o setor público cresceu quando os países tiveram que se industrializar.

Por necessidade ou ideologia, os governos abraçaram a economia e foram tentados a fazer políticas que suportavam seus interesses. Nos anos 1980, esse modelo de estatal faliu e vieram as privatizações.

O que ocorreu?

Ao contrário do que se pensa, o Estado permaneceu nas empresas com participações minoritárias. A Vale é um caso típico no qual o bloco de controle é formado por empresas privadas, BNDES e fundos de pensão. Em tese isso pode ser positivo, pois é gestão privada com participação do governo para suprimir falhas de mercado, como captar recursos para um grande projeto.

Em vários países, também ocorreu a transformação das grandes estatais em corporações. São estatais listadas em Bolsa, transparen- tes, que atraem investidores externos. A Petrobrasteoricamente passou por isso.

Esses modelos foram deturpados?

Se as instituições não são sólidas, a estatal é capturada de novo pelo governo. Não adianta a empresa ser listada em Bolsa se a presidente dá uma canetada para segurar o preço da gasolina.

Também não adianta um banco de desenvolvimento apoiar empresas se não houver critério de alocação de recursos e forem escolhidas campeãs nacionais.

Comparamos a norueguesa Statoil com a Petrobras . Lá o presidente não é sujeito a interferência política, há muitos conselheiros externos e o órgão regulador é forte.


Uma empresa estatal deve ter objetivos sociais?

Se a empresa não tem objetivo social, por que ser estatal? É natural que ela queira desenvolver setores que o setor privado não atende. Tudo bem se isso for claro e estável. Se os investidores soubessem qual é a política de reajuste de preços da Petrobras , não haveria problema.

A Petrobras é o grande exemplo de "capitalismo de Estado" no Brasil e vive uma grave crise. Como resolver?

No final dos anos 1990, a Petrobras estava se modernizando e melhorando sua governança. Mas começou a ser utilizada para fins políticos e até geopolíticos, como a parceria com a PDVSA (estatal venezuelana). O golpe de misericórdia foi o controle do preço da gasolina.

É preciso reforçar o conselho com técnicos, fortalecer a agência reguladora e definir um modelo previsível de reajuste da gasolina.

Qual é o futuro do "capitalismo de Estado"?

A participação do Estado nas empresas veio para ficar e cada país terá o seu modelo, que vai depender do impacto na opinião pública. O fato é que não dá para usar as estatais para fins eleitorais e controle direto da economia. Um dia a conta chega.


Fonte: aqui

Pedra, papel e tesoura

Essa é para você que achava que as suas vitórias no joquempô estavam totalmente jogadas ao acaso. Para tentar encontrar uma probabilidade e entender melhor a dinâmica dos resultados do pedra-papel-tesoura, um equipe de pesquisadores da Universidade de Zhejiang, na China, usou a teoria clássica dos jogos para acompanhar de pertinho os movimentos e escolhas de 360 voluntários em um inusitado campeonato de joquempô.

No caso desse jogo, acredita-se que o jogador tem a mesma probabilidade de escolher cada uma das opções (pedra, papel ou tesoura) em cada rodada. Isso pode ser explicado através do conceito de Equilíbrio de Nash – desenvolvido pelo cientista John Forbes Nash Jr., que ficou mundialmente famoso após ter sua história contada no filme Uma Mente Brilhante (2001), onde foi interpretado pelo ator Russell Crowe.

No torneio chinês, cada participante escolheu ou pedra, ou papel ou tesoura cerca de um terço do tempo, assim como o Equilíbrio de Nash prevê. No entanto, os pesquisadores descobriram outro padrão que realmente podem ajudar você a ganhar uma partida.

A estratégia de ouro
Esse padrão é baseado na estratégia “ganha continua, perde muda”.
Os jogadores que ganham com uma determinada escolha tendem a permanecer com ela, seguindo a velha e tradicional máxima do “em time que está ganhando não se mexe”. Em contrapartida, os jogadores que perdem com uma determina jogada, tendem a mudar de ideia na rodada seguinte, mas também tendem a fazer isso na ordem do nome do jogo: pedra, papel, tesoura. Eu explico.

Se, por exemplo, um jogador perde com papel, a maior probabilidade é que ele escolha tesoura para a próxima rodada. Se perde com tesoura, as chances de ele jogar com pedra na próxima vez são maiores. E assim por diante.

Então, resumindo, tudo é uma questão de prestar atenção. Se você se basear nessa estratégia, pode ter uma dica muito melhor de qual será o movimento do seu adversário e, então, antecipá-lo com um movimento que o vença.

A estratégia do “ganha continua, perde muda” é uma resposta condicionada na teoria dos jogos que os pesquisadores acreditam ser uma resposta automática do cérebro humano. Prever os movimentos de um adversário depois de uma ou duas rodadas não deve ser muito difícil.
Teste com seus amigos e conte pra gente nos comentários se deu certo!

Autor: Gabriela Mateos
Science Alert e HypeScience

10 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Teste da Semana


Nada melhor do que começar o sábado testando a memória e os conhecimentos. Ainda mais quem tem concurso para a Receita Federal neste fim de semana! Por isso nós sempre nos esforçamos para que o teste da semana esteja preparado antes mesmo do café! Diversão, conhecimento e descontração em um pacote pra você.

Então vamos lá. Você prestou atenção no que aconteceu no blog nos últimos dias?

1. Depois de ter alguns bens bloqueados, Eike Batista:
Ainda dispões de milhões de reais
Está aguardando decisão judicial e, enquanto isso, vive dos rendimentos dos poucos ens que ainda possui (imóveis e locais para festas)
Ficou pobre e foio morar com a sogra
Mudou-se para um paraíso fiscal

2.Um dos possíveis problemas causados por mudanças contábeis é:
A comparabilidade das informações ao longo do tempo
A disparidade no valor dos bens imobilizados
O ativo não bater com o passivo
O cálculo da depreciação

3. Qual o país com maior índice de risco de violência?
Afeganistão
Brasil
Estados Unidos
Síria

4. Um dos problemas básicos do valor do ativo é:
Exigibilidade
Impairment
Inflação
Liquidez

5. Por meio de qual demonstração é possível verificar o peso da carga tributária de uma empresa?
Balanço de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização
Balanço Patrimonial
Demonstração do Valor Adicionado
Demonstração dos Tributos Arrecadados

6. Para quem mora em Brasília, que evento será imperdível, essencial e brilhante?
A festa do aniversário da cidade
O lançamento do livro Teoria da Contabilidade (org. Jorge Katsumi Niyama)
O lançamento do livro do Curso Básico de Contabilidade (César Augusto Tibúrcio Siva e Fernanda Fernandes Rodrigues)
O aniversário de 50 anos do departamento de contabilidade da Universidade de Brasília

7. Em qual profissional os brasileiros mais confiam?
Advogado
Bombeiro
Contador
Médico

8. O Iasb emitiu um novo padrão relacionados aos IFRS 11 que fala sobre:
Aquisições de Operações Conjuntas
Contabilidade a Nível Geral de Preços
Estrutura Conceitual
Instrumentos Financeiros

Respostas: 1) Ainda dispões de cerca de R$ 50 milhões. 2) Comparabilidade. 3) Síria. 4) Liquidez. 5) DVA. 6) Livro de Teoria (NIYAMA, 2014). 7) Contador. Brincadeira! Há! Bombeiro. 8) Op. Conjuntas

Se acertou 7 ou 8 = bom senso, bom leitor, bom gosto, boa memória; 5 ou 6 = esperávamos mais de você; 3 ou 4 = tente ao menos ler as manchetes . 1 ou 2: o.O
0: Parabéns Você andou tão ocupado revisando a matéria para a prova da Receita Federal que nem entrou na internet esta semana. Boa prova!

Eike: bloquei de bens, quebra de sigilos bancário e fiscal

Saiu na Veja:

O empresário Eike Batista teve os sigilos bancário e fiscal quebrados [...]. Transações bancárias de março de 2013 a maio de 2014 vão ser examinadas a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que investiga com a Polícia Federal se o ex-bilionário cometeu os crimes de lavagem de dinheiro, uso indevido de informação privilegiada e realização de operações financeiras simuladas. Também vai ser analisada a evolução patrimonial de Eike de 2012 a 2013.

[...]

No mesmo processo criminal, o juiz Flávio Roberto de Souza, especializado em lavagem de dinheiro e crimes financeiros, determinou o bloqueio de 122 milhões de reais de Eike, depositados em 14 bancos no Brasil. Não foram bloqueados recursos do empresário no exterior.

O bloqueio de bens é uma medida preventiva para garantir que, caso Eike venha a ser considerado culpado, esses valores sirvam de reparação, de acordo com o juiz Flávio Roberto de Souza.

O processo foi aberto para investigar suspeita de obtenção de vantagem indevida por Eike com a venda de ações da Óleo e Gás Participações (OGP), antiga OGX Petróleo. Uma das suspeitas é de que ele tenha se beneficiado ilegalmente da venda de papéis da empresa em maio do ano passado, antes de ser divulgado ao mercado que a empresa não produziria o óleo prometido em alguns campos de petróleo sob exploração. Depois das vendas, o fracasso na exploração desses campos foi divulgado ao público em geral e os papéis sofreram forte queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

A hipótese sob investigação é de que Eike, como controlador, se utilizou indevidamente de informação privilegiada nessas vendas de ações. Em agosto do ano passado, ele também vendeu papéis em transações que estão hoje sob suspeita. Nos dois episódios, ele teria lucrado 122 milhões de reais com as operações, de acordo com a estimativa inicial feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Por isso é esta a soma – 122 milhões de reais – bloqueada por ordem judicial. Ele tem, atualmente, cerca de 180 milhões de reais em bancos brasileiros.

[180 milhões menos 122 milhões... Tadinho mesmo. R$ 58 milhões não servem para nada].


Informações muito otimistas à época do IPO

No processo que preparam para apresentar à Justiça, minoritários acusam Eike de manipular a divulgação de informações sobre a OGX em benefício próprio, a começar pela abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). Eike teria dado declarações muito otimistas sobre a oferta pública, contrariando a legislação brasileira sobre o assunto. O fato fez com que a empresa tenha sido objeto de alerta da Superintendência de Registro de Valores Mobiliários (SRE).

A SRE também alertou [!!!] para declarações dadas tanto pelo empresário como pelo Credit Suisse, banco responsável pela coordenação da emissão de ações, em 13 de junho de 2008, dia do início das negociações dos papéis no pregão da bolsa. "Declarações ou informações publicadas fora do contexto de tais documentos (da oferta) são nocivos ao público investidor e ao mercado de valores mobiliários como um todo", consta em processo movido pela CVM ao qual o site de VEJA teve acesso.

A SRE propôs a responsabilização de Eike, do Credit Suisse e de seu diretor Sr. José Olympio da Veiga Pereira, por infração ao disposto no inciso IV do artigo 48 da Instrução CVM nº 400/03, segundo consta no processo da CVM. Na ocasião, não foi imputada responsabilidade à OGX, justamente para não prejudicar os investidores que nada tinham com o episódio.

Em resposta às acusações, Eike disse que as informações não eram inéditas e que não via danos ao investidor, mas se comprometeu a pagar 50.000 reais à CVM como punição. [bom rapaz!!] Olympio se comprometeu a pagar 30.000 reais à CVM. O Credit Suisse, por sua vez, se comprometeu a divulgar para seus funcionários o "rigor de suas regras internas de conduta" e a legislação vigente sobre ofertas públicas.


Avaliando as propostas, a Procuradoria Federal Especializada junto à CVM decidiu como punição aos envolvidos o pagamento de 100.000 reais por Eike, 100.000 reais pelo Credit Suisse e mais 50.000 reais por José Olympio. O banco contestou o valor, tentando reduzi-lo pela metade, mas um colegiado da CVM negou o pedido em 9 de setembro de 2009. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do empresário não quis comentar as acusações.

[...]

Saldão do Eike: empresário vende ações, jatos e barco ["coitadinho"]


Pink Fleet



Na segunda metade deste ano, Eike tentou vender seu luxuoso iate, o Pink Fleet, mas não encontrou nenhum comprador. O barco é usado como plataforma de eventos corporativos na baía de Guanabara. Mas a atividade não tem rendido muitos ganhos. Eike, então, se viu obrigado a optar pelo desmanche. Com capacidade para 400 pessoas e 54 metros de comprimento, a embarcação dava uma despesa mensal de 300 mil reais.

Eu não consigo ler reportagens assim e ficar séria...

09 maio 2014

Rir é o melhor remédio

Gráficos que mostram fatos da vida real:


Curso de Contabilidade Básica: Mudança Contábil

A mudança contábil numa entidade pode gerar um problema de comparabilidade das informações ao longo do tempo. Mas a empresa, sempre que for necessário, deve fazer alterações na sua contabilidade para expressar melhor o seu desempenho. Cabe ao analista fazer as devidas adaptações na sua análise para refletir melhor o que ocorreu na empresa.


Para ilustrar esses pontos, considere o exemplo da empresa General Shopping. A empresa possui uma receita de 240 milhões de reais por ano e um ativo total de 2,2 bilhões de reais no final de 2013. No endereço da empresa é possível encontrar uma planilha com uma série histórica de diversas informações (“investidores”, “informações financeiras”, “fundamentos e planilhas”). Retiramos três informações do balanço patrimonial da empresa, constante da planilha, e fizemos a figura abaixo:
A linha verde mostra o total do não circulante. Este grupo representa 82% do ativo. E do não circulante, destacamos as duas principais contas: propriedades para investimento (azul no gráfico) e imobilizado (de vermelho). No balanço anual de 2008 a conta de propriedades para investimento, que até então tinha o valor igual a zero, apareceu com R$695 milhões. E o imobilizado, que apresentava valores expressivos, surge com somente 15 milhões. Durante os três primeiros trimestres de 2009 as “propriedades para investimento” são zeradas e o imobilizado recebe um reforço de muitos milhões. E no final de 2009 “propriedades para investimento” aumenta de zero para 692 milhões, enquanto investimento cai de R$732 milhões (no final do terceiro trimestre de 2009) para R$15 milhões.

Tudo leva a crer que existiu uma mudança nas contas. A empresa informou em 2009 que estava fazendo o registro de imóveis no cartório. Veja como ficou o gráfico somando as duas contas (propriedades para investimentos e imobilizado):
Para este exemplo, a opção mais natural do analista é considerar, na análise histórica, as duas contas como sendo uma só.


Programe em português

Um blog que acompanho é o ótimo Vida de programador. Sobre a nova novela da Globo, o blog pegou esta cena (clique na figura para ver melhor):

O personagem digitou os códigos em português! O blog lembrou da série Arrow (que assistia, foi ótima a primeira temporada, mas caiu de qualidade na segunda. Mas 8,2 no ImdB) onde tem esta cena:

No detalhe, a tela aparece termos em português.!


Listas: Países e Violência

Países com maior risco de violência (vermelho no gráfico acima):

1. Síria
2. República Centro-Africana
3. Iraque
4. Sudão do Sul
5. Afeganistão
6. Somália
7. República Democrática do Congo
8. Líbia
9. Sudão
10. Paquistão
11. Colômbia
12. Iêmen
13. Myanmar
14. Egito
15. Nigéria
16. Rússia

08 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Liquidez e Avaliação

Um dos componentes básicos do valor de um ativo é a sua liquidez. A ausência de liquidez termina por reduzir o valor de um ativo. Assim, se eu tenho uma máquina que só posso vender a um grupo restrito de pessoas, este ativo irá ter um valor menor do que um terreno, que poderá ser adquirido por diversas pessoas.
A questão do impacto da liquidez no valor dos ativos pode ser ilustrada pelo caso da família Estevão. Esta família começou a construir sua fortuna baseada em patrimônio imobiliário. Ou seja, terrenos, lojas comerciais e apartamentos, além de empresas concessionárias de veículos. A revista Veja Brasília de 16 de abril avaliou a fortuna da família Estevão em 32,8 bilhões de reais ou 14,7 bilhões de dólares (Entre o luxo e a prisão , Lilian Tahan, p. 25 a 29). Somente para se ter uma ideia, Lehman, considerado o brasileiro mais rico, tem uma fortuna estimada de 38 bilhões de reais, segundo a Forbes. Em outras palavras, a família Estevão seria a terceira maior fortuna do país, atrás de Lehman e Safra e bem distante de Abilio Diniz (somente 8 bilhões de reais de fortuna).

Assim, os números da Veja Brasília são questionados pelo valor e pela ausência de uma fonte creditada pela jornalista (Lilian Tahan). Existe um problema adicional: a falta de liquidez dos ativos. Apesar da propriedade, os bens estão bloqueados na justiça e existem diversos processos na justiça contra estes ativos. Um deles é o desvio de 170 milhões de reais do Fórum Trabalhista de São Paulo, aquele edifício do famoso juiz Lalau. A dívida já está em quase 500 milhões de reais. Outro, mais 150 milhões de reais em tributos do governo do Distrito Federal. Assim, quem pagaria 32 bilhões de reais por um patrimônio que não pode vender? Mais ainda, por um ativo sujeito a um grande conjunto de passivos? Outro aspecto que coloca em dúvida o valor apurado pela Veja Brasília é o fato de que os ativos estão concentrados (ou não diversificados). Assim, o anúncio de uma venda maciça de terrenos irá provocar uma queda natural dos preços. Finalmente, não é fácil de encontrar uma empresa ou pessoa que possua um valor elevado para “adquirir” este patrimônio. A redução dos potenciais compradores diminui o preço potencial destes ativos.

Clique aqui para ver imagem

A avaliação da Veja Brasília provavelmente foi realizada com base no valor de mercado de troca. A melhor metodologia seria utilizar o fluxo de caixa descontado dos alugueis que seriam obtidos. Mas a análise da avaliação realizada mostra que somente 9,8 bilhões de reais seriam passiveis de gerar fluxo de caixa de aluguéis. Por enquanto esta renda não está sendo bloqueada na justiça, embora não exista garantia de que isto não venha a ocorrer num futuro próximo.