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10 junho 2013

História da Contabilidade: O primeiro livro de contabilidade em língua portuguesa

Em 1494, frei Luca Pacioli publicou o livro que apresenta o método das partidas dobradas. Com a expansão da imprensa, sua obra foi rapidamente copiada em diversos países. E copiada não é força de expressão: em diversos idiomas, o texto de Pacioli foi simplesmente traduzido, muitas vezes sem a citação da fonte.

Mas na língua portuguesa o método das partidas dobradas somente chegou em 1758 ou 264 anos de diferença. O que provocou tal atraso?

Uma hipótese é a dificuldade de difusão da invenção da imprensa. Mas isto não se sustenta, já que em outros países europeus daquela época o método foi difundido rapidamente. Além disto, o catalogo da Biblioteca Nacional de Portugal mostra a presença de mais de mil títulos do século XVI e o dobro no século seguinte.

Ao buscar por um texto pioneiro sobre o assunto na nossa língua encontramos a obra Mercado Exacto nos seus livros de contas ou Methodo Facil para qualquer mercador, e outros arrumarem as fuas contas com a clareza neceffaria, com feu Diario, pelos princípios das Partidas dobradas, fegundo a determinação de Sua Mageftade, de autoria de João Baptista Bonavie. Esta obra é datada de 1758 e foi publicada em Lisboa.

A resposta para o grande atraso na divulgação do método está na própria obra. Nas páginas 14 da obra constam diversas licenças para sua impressão, incluindo a do Santo Oficio e do Rei. Na realidade são diferentes pessoas permitindo que a obra seja impressa, com datas diferentes. Isto é um claro sinal de que a impressão de textos em Portugal não era livre, já que dependia da autorização da Igreja e do Rei. E uma pesquisa nos livros publicados antes desta data vai encontrar que a maioria é composta por obras religiosas ou por textos nacionalistas, como Os Lusíadas de Camões.

E o que conduziu a mudança, que permitiu o Rei e a Igreja liberarem a publicação desta obra? A resposta seria as reformas que estavam sendo conduzidas em Portugal pelo Marquês de Pombal. Uma das medidas de Pombal foi a criação da Aula de Comércio, uma escola portuguesa técnica, com disciplinas práticas, como a contabilidade, e duração de três anos. O interessante é que a obra foi publicada em 1758 [1] e a escola foi fundada um ano depois, mas provavelmente tanto uma quanto a outra são reflexos da mudança do quadro institucional português promovido por Pombal.

Conteúdo do Livro
O livro de Bonavie [2] possui algo em torno de 150 páginas, ou 130 contadas a partir da introdução, bem menos que a obra de Pacioli. Mas enquanto o livro do italiano era uma obra de aritmética e contabilidade, Bonavie escreveu somente sobre as partidas dobradas.

Conforme anunciado na própria capa, a obra seria a primeira parte e contem 15 itens: instruções gerais, instrução particular do memorial, instrução particular do diário, instrução particular do livro de razão, títulos das contas gerais e seus usos, instrução para passar as adições do diário para o livro de razão, do livro de loge ou entrada das fazendas, do index ou alfabeto do livro de razão, idea ou aplicação do método, para extrair um balanço volante do livro de razão, forma do balanço volante, execução verdadeira do memorial ou borrador, execução verdadeira do diário, execução verdadeira do alfabeto ou repertório do livro de razão e execução verdadeira do livro de razão. Como pode ser notado pela listagem acima, o método usado para ensinar as partidas dobradas é bem distinto.

Quem era Bonavie?
Segundo o Diccionario Bibliographico Portuguez, de Innocencio Francisco da Silva, de 1854, no seu volume terceiro, Bonavie talvez tenha sido um italiano que apareceram em Portugal durante o governo de Pombal. Silva afirma que não se tem muita notícia do autor [3], exceto pelo seu livro, que Silva informa ter sido editado em 1779, o que contradiz a própria obra de Bonavie (vide a figura acima). Ainda segundo Silva, a obra de Bonavie não fez muito sucesso, sendo os exemplares vendidos “a peso”. Entretanto isto é questionável, já que em 1771 a obra foi novamente editada, agora na cidade do Porto.

[1] A data de publicação é controversa. Vasconcelos et al afirma que a obra foi publicada em 1771, sem citar a fonte. Vide VASCONCELOS, Ana et al. Uma abordagem histórica acerca dos Avanços Contábeis decorrentes das reformas implementadas pelo Marquês de Pombal na Administração Fazendária do Brasil Colonia de 1777 a 1808. Contextus, v. 6, n.2, 2008. Já Silva informa o ano de 1779, conforme será comentado adiante.
[2] Este livro encontra-se digitalizado na Biblioteca Nacional de Portugal.

[3] Sobre Bonavie, a Biblioteca Nacional de Portugal que Bonavie traduziu um livro de geografia em 1739. Isto seria um sinal que ele viveu em Portugal durante muitos anos. 

David Pogue: As 10 maiores dicas para se ganhar tempo ao usar tecnologia

David Pogue, colunista de tecnologia, compartilha 10 dicas simples e inteligentes com usuários de computadores, internet, smartphones e câmeras. E claro, pode ser que você já conheça algumas delas -- mas deve haver pelo menos uma que ainda não conhece.

Fortuna maior

Eis uma notícia inusitada:

O bilionário e príncipe saudita Alwaleed bin Talal abriu um processo de difamação contra a revista Forbes por considerar que o tradicional ranking da publicação subestimou sua fortuna em US$ 9,6 bilhões. Na lista deste ano, publicado em março, Alwaleed aparece como o 26º homem mais rico do planeta, com patrimônio estimado em US$ 20 bilhões.
Um oficial da Corte Superior de Londres confirmou que o saudita abriu um processo por difamação contra a Forbes, seu editor, Randall Lane, e outros dois jornalistas. Mas a revista já se pronunciou sobre o assunto e disse que ratifica as informações divulgadas. Em comunicado, a revista ressalta também sua surpresa pelo fato de o processo ter sido aberto em Londres.

A lista de bilionários do mundo da Forbes deste ano foi publicado em 4 de março, e no dia seguinte a Kingdom Holding, de Alwaleed, disse que o processo de avaliação havia utilizado “dados incorretos” e “parecia destinado a pôr em desvantagem investidores e instituições do Oriente Médio”.

Alwaleed tem participações no Citigroup, News Corp e Apple, entre outras companhias. Ele também teria participação em hotéis de luxo como o Plaza, em Nova York, o Savoy, em Londres, e o George V, em Paris.

“O processo do príncipe seria justamente o tipo de turismo de difamação que tenta refrear a lei da reforma de difamação aprovada recentemente no Reino Unido”, acrescentou a Forbes, apostando que “o Tribunal Superior de Londres estará de acordo” com a posição.


Príncipe Saudita Processa Forbes por ter Fortuna Maior - Estado de S Paulo - 8 de junho de 2013

Ciência e Lucro

Chefe do primeiro laboratório aberto no hemisfério Sul pela gigante de tecnologia IBM, Fábio Gandour, 60, acha que é necessário mudar a pesquisa científica no Brasil.

Na prática, livrar-se do "caráter doutrinário" e fazer "ciência como negócio" --cujo objetivo seja gerar lucro para quem a financia. (...)

Quais são as diferenças em relação à ciência como negócio?
A ciência doutrinária tem credos, liturgia, até dogmas. Descumpra a liturgia de uma universidade, para ver. Você não sai do lugar [risos]. As universidades mais tradicionais praticam esse modelo, que alargou as fronteiras do conhecimento até hoje, mas não serve para produção de novas soluções.

Vamos desenvolver uma ciência cujos resultados sejam plenamente orientados a causar impactos positivos nos negócios dos seus financiadores. Essa é a diferença essencial. Enquanto um professor desenvolve uma pesquisa cujo resultado será uma publicação, nós desenvolvemos uma cujo resultado será alvo de uma patente.

Isso não é o que já fazem os laboratórios farmacêuticos?
Há muito tempo. É também o que fazem algumas universidades americanas. Num equilíbrio muito bom entre doutrina e negócio.

Acredito que um laboratório que pratique ciência como negócio é autossustentável, um negócio como qualquer outro. Se for bem gerenciado.

Ele dá lucro. E corre um sério risco de ser um departamento altamente lucrativo quando der uma pegada, dessas na veia. Como a IBM, quando levou o primeiro Nobel de Física cujo objeto de premiação não era uma teoria, mas um objeto: o microscópio de força atômica. (...)


País precisa fazer ciência como negócio, diz cientista-chefe da IBM - ANA ESTELA DE SOUSA PINTO - Folha de S Paulo - 9 de junho de 2013

09 junho 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Pela profissionalização do cientista

Do blog da Neurocientista de Plantão:

Conversei hoje com um deputado federal que assistiu à minha entrevista no Roda Viva, sensibilizou-se com a causa da não-profissão de Cientista, e quer organizar a jato um dia de apresentações, conversas e discussão na Câmara para regulamentar nossa profissão. Tem um mundo pela frente até chegar lá, mas o futuro já começou!!! 
Portanto, peço sua atenção, leigos, "cientistas", jovens ainda-não-oficialmente-cientistas: gostaria de ouvi-los para preparar minha apresentação e pleito pela regulamentação da profissão de cientista para o Congresso! Por favor visitem o link a seguir e preencham o formulário (curto) a respeito.

Compartilhem este link, por favor! E desde já muito obrigada pelo apoio!
http://www.cerebronosso.bio.br/pela-profissionalizao-do-cient/

08 junho 2013

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Fato da Semana

Fato: Pesquisa do IASB sobre a adoção das IFRS 

Qual a relevância disto? – O IASB divulgou esta semana os primeiros resultados de uma pesquisa sobre o grau de adoção das normas internacionais de contabilidade, emanadas por ele mesmo. Hoje é muito comum ler que estas normas são adotadas por mais de cem países (já li “mais de cento e vinte países”). O próprio IASB divulga um mapa com os países que adotam estas normas.

Mas existem controvérsias nesta informação. Alguns países incluídos pelo IASB na sua conta efetivamente não usam as normas internacionais. E isto coloca em questão a própria credibilidade da entidade.

A notícia é que o IASB resolveu encaminhar um questionário para os países perguntando se os mesmos adotam suas normas. O número de respostas ainda é reduzido – 66 de um total de mais de 180 países ou um terço - mas já permite ter um panorama melhor da situação.

É bem verdade que este blog não concorda com a forma que está sendo realizada a pesquisa e sua resposta. Por exemplo, afirmar que o Brasil adota as normas internacionais é otimismo demais. O nosso País adota parcialmente estas normas, já que instituições financeiras, em alguns casos, e pequenas empresas, ainda não convergiram. Além disto, nem todas as normas foram adotadas no nosso país. Assim, este blog é de opinião que o nosso País adota parcialmente a normas. Mas a resposta que o IASB irá considerar é que o Brasil usa as suas normas.

Positivo ou Negativo? – Uma vez que isto pode esclarecer melhor sobre o alcance real das normas, a pesquisa é positiva. Entretanto, esperamos que a consolidação do resultado final seja mais imparcial.

Desdobramentos – Acredito que o número final poderá ser próximo aos 120 países, já que parece existir uma tendência otimista na computação dos resultados. A pesquisa, obviamente, poderá ser usada para convencer os reticentes – como os Estados Unidos, Japão e Rússia – a aderirem ao clube.

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.

1 – Esta empresa de petróleo concordou em pagar quase 400 milhões de dólares por suposto suborno de autoridades do Irã

BP
Repsol
Total

2 – Uma pesquisa da OIT sobre a criação de empregos no mundo revelou que o Brasil

Está criando empregos com maior qualidade
Está criando empregos, mas com baixa qualidade
Não está criando empregos

3 – As empresas de energia ficaram preocupadas com a movimentação do Real em razão

Da compra de energia de Itaipu
Da dificuldade de pagamento dos fornecedores
Do comportamento do passivo captado no exterior

4 – Esta entidade está propondo um novo parecer de auditoria

FASB
IASB
IFAC

5 – A STN propôs a criação de um carreira de contador, com um elevado salário. Esta medida

Foi recusada pelo Congresso
Foi rejeitada pelo Ministério do Planejamento
Foi vetada pela Dilma

6 – O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) afirmou que a proposta de alteração da _______ está atrasada

IFRS sobre derivativos
Norma sobre valor justo do FASB
Reforma da Basileia 3

7 – Após a aprovação da nova estrutura conceitual do COSO, esta entidade afirmou que irá acompanhar sua implantação

IASB
OMC
SEC

8 – A discussão sobre a Apple e o pagamento de impostos foi bastante interessante nos últimos dias. A empresa informou que paga uma alíquota de

35%
30,5%
8,2%

9 – Ainda sobre a Apple, um cálculo do Senado indicou que a empresa pagaria uma alíquota de

35%
30,5%
8,2%

10 – Nos Estados Unidos a alíquota é de

35%
30,5%
8,2%

Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 7 ou 8 = prata; 5 ou 6 = bronze

Respostas: (1) Total (2) Com qualidade (3) Energia de Itaipu; (4) IFAC(5) Ministério do Planejamento (6) Basileia 3 (7) SEC (8) 30,5%; (9)8,2%; (10) 35%

Talentos do IMPA



Fernando Codá: paixão por formas e objetos
Foto: Camilla Maia
Fernando Codá: paixão por formas e objetosCAMILLA MAIA

RIO - A matemática brasileira está multiplicando seus talentos. A operação, que diminuiu a praticamente zero a distância que historicamente separava o Brasil de países com tradição secular nos estudos da área, tem como foco a atuação do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro. Fundada em 1952, a instituição soma um recorde de pesquisadores convidados para serem palestrantes no próximo Congresso Internacional de Matemática, marcado para 2014 na Coreia do Sul, onde os quatro dividirão seus mais recentes feitos com milhares de outros especialistas. E esta equação pode ter como resultado a concessão da primeira Medalha Fields a um brasileiro. Considerado o equivalente ao Nobel da matemática, o prêmio é restrito a matemáticos jovens, com menos de 40 anos, e dois pesquisadores do Impa aparecem como possíveis candidatos: Fernando Codá Marques e Artur Avila, ambos com 33 anos.

Além da idade, os perfis de Codá e Avila têm outras interseções. Para começar, os dois alcançaram notoriedade internacional graças a seus trabalhos para resolver problemas que há décadas perturbavam os matemáticos de todo o mundo. Ambos também estão no conjunto de apenas três brasileiros já chamados para serem palestrantes plenaristas no congresso. Avila falou aos colegas em 2010 em Hyderabad, na Índia, enquanto Codá fará sua apresentação na Coreia. Antes deles, apenas Marcelo Viana, também pesquisador do Impa, tinha sido plenarista, um prestigiado clube limitado a um máximo de 20 estudiosos a cada edição do evento, que acontece de quatro em quatro anos, no encontro de 1998 em Berlim.

- Com a maturidade cada vez maior da comunidade matemática brasileira, é normal que comecem a aparecer indícios de candidatos do país à Medalha Fields, e os mais naturais são justamente os que são ou já foram plenaristas no congresso - avalia César Camacho, diretor-geral do Impa.

Martínis e rosquinhas

Em 2005, Avila, junto com a ucraniana Svetlana Jitomirskaya, provou a “Conjectura dos dez martínis”, que apesar do nome não tem nada a ver com a bebida preferida do Agente 007. Proposta pelo matemático americano Barry Simon nos anos 80, ela versa sobre o comportamento dos chamados “operadores de Schrödinger”, ferramentas matemáticas ligadas à física quântica, e ganhou o apelido apenas porque um físico prometeu pagar esta quantidade dos drinques a quem a provasse.

- Trabalho em uma variedade de coisas, mas sempre quando entro em uma área nova costumo olhar para os problemas que foram colocados nela anteriormente - diz Avila. - Neste caso, o problema em si era bem atraente, então era uma questão natural estudá-lo.

Já Codá contou com a colaboração do português André Neves para provar, no ano passado, a “Conjectura de Willmore”, ainda mais antiga que os “dez martínis” de Avila. Proposta há quase 50 anos pelo geômetra inglês Thomas Willmore, ela envolve cálculos para a configuração de objetos tridimensionais parecidos com rosquinhas, cujas curvas apresentam uma energia elástica natural. Com sua prova, Codá e Neves mostraram que a rosquinha ideal deve ter um buraco no meio com um diâmetro equivalente a cerca de 17% da sua grossura. Mais do que uma inspiração para confeiteiros entediados ou apenas uma complexa abstração matemática, a descoberta é fundamental para refinar os modelos biológicos de comportamento das membranas celulares, que têm estruturas também parecidas com rosquinhas e tendem a assumir formatos que minimizam esta energia elástica natural.

- Nem sempre esta relação da matemática com outras ciências é clara, nem é ela que guia o trabalho dos matemáticos, mais atraídos por questões de estética e beleza, mas essa influência de suas descobertas em outras áreas costuma aparecer, nem que seja muitos anos depois - conta Codá. - A verdade é que, se a matemática parar, a física, a biologia, a engenharia também vão estagnar, e por isso é importante para um país manter um corpo de pesquisadores capacitados em matemática.

Neste sentido, a atuação do Impa como centro de excelência mundial no estudo da matemática ganha destaque. Em seus 60 anos de existência, a instituição já formou mais de 200 doutores e hoje mantém uma média entre 150 e 170 alunos nos seus cursos de mestrado e doutorado. Com um orçamento de cerca de R$ 20 milhões anuais, o Impa viu seu quadro de professores-pesquisadores crescer de 29 em 2001 para os atuais 51. E outra faceta importante do instituto é sua internacionalização. Segundo Camacho, ele próprio de origem peruana, perto de um terço dos matemáticos do Impa nasceram em outros países, assim como metade dos alunos.
- Desde que foi criado, o Impa mantém sua missão de fazer pesquisas de nível internacional, formar novos pesquisadores e disseminar o estudo e o interesse na matemática em todos os seus níveis no país - conclui Camacho.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/a-multiplicacao-de-talentos-do-instituto-de-matematica-pura-aplicada-8616014#ixzz2VXKZ1Pna
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Nova norma de reconhecimento da receita

Uma pesquisa do AICPA concluiu que os executivos financeiros estão esperando uma dificuldade reduzida na implantação da nova regra de reconhecimento da receita. A nova regra foi proposta, em conjunto, pelo FASB e IASB.

A nova norma deverá entrar em vigor em 2017.

UBS

A justiça francesa acusou o banco suíço UBS de práticas ilegais. A suspeita é de que a instituição financeira montou um sistema destinado a convencer franceses ricos a abrirem contas não declaradas na Suíça no começo dos anos 2000, informaram fontes judiciais nesta sexta-feira.

A acusação ao maior banco suíço ocorre dois dias depois de a sua filial francesa ter sido acusada por "cumplicidade em transações ilegais".

O banco também é considerado testemunha em investigações de lavagem de dinheiro e fraude fiscal, estando sob controle da justiça com uma fiança de 2,87 bilhões de euros, afirmaram as fontes.

A justiça francesa suspeita que o UBS permitiu a seus representantes suíços a captarem clientes na França, violando a legislação vigente. Além disso, o banco teria realizado uma dupla contabilidade para ocultar movimentos de capitais entre a França e a Suíça.

Um ex-diretor geral do UBS França, Patrick de Fayet, um ex-diretor do escritório do UBS em Lille (no norte do país), e um funcionário do UBS em Estrasburgo já foram acusados. Denúncias de ex-empregados do banco permitiram as investigações.

A AFP teve acesso a uma mensagem anônima enviada à autoridade responsável pela área, a ACP, que menciona a existência, entre 2002 e 2007, de um sistema destinado a registrar a abertura de contas não declaradas na Suíça, realizadas por representantes do banco.

Na mensagem, está descrito o suposto papel desses representantes na Suíça e na França, assim como a função dos gerentes do UBS na França nesta dupla contabilidade.

De acordo com a nota, o sistema não deixava rastros no sistema oficial do banco, embora permitisse calcular a premiação que os funcionários do banco deveriam receber no final do ano.

A investigação sobre as práticas do banco suíço na França começou em abril de 2012. A acusação era de "marketing bancário ou financeiro por pessoa desabilitada e fraude fiscal e de fundos obtidos com ajuda de transações ilegais, crimes realizados por grupo organizado".

Os juízes responsáveis pela investigação enviaram à receita federal francesa uma lista de 353 nomes de pessoas suspeitas de terem aberto contas na Suíça neste esquema.


Justiça francesa acusa o banco suíço UBS de práticas ilegais - Por AFP - 7 de junho de 2013

Xi e o Sexo

Um texto interessante do Quartz mostra que a recente viagem do poderoso chefão chinês Xi Jinping esteve associada a "sexo". Primeiro, a fotografia abaixo, em que Xi olha, com ternura, para o presidente do México:


Depois a capa da revista The Economist, fazendo uma comparação com o filme Brokeback Mountain:

Naturalmente que tudo isto foi censurado na China

Mais manipulação

O governo decidiu que vai reduzir as taxas de parte dos empréstimos concedidos desde 1997 para o BNDES, numa operação que poderá aumentar o superavit primário do governo -- a economia feita para pagar juros da dívida. Não é possível saber ainda, porém, se o impacto será relevante.

Atualmente, o BNDES pega emprestados recursos com o governo e concede financiamentos aos empresários a taxas mais baratas. O prejuízo do banco nessa operação é bancado com subsídios do Tesouro Nacional, que no último ano somaram R$ 12,6 bilhões.

Com a redução das taxas pagas ao governo, o Tesouro vai diminuir seus custos com os subsídios. Essa operação vai impactar positivamente o resultado primário do governo, porque as receitas financeiras não entram no cálculo, mas os gastos com subsídios são registrados como despesa.

A renegociação dos juros dos empréstimos ao BNDES foi autorizada na Medida Provisória 618, publicada nesta quinta-feira no "Diário oficial da União". O governo não divulgou, no entanto, qual será o volume de dívida que será renegociado. Segundo o secretário-executivo interino, Dyogo de Oliveira, isso ainda está sendo definido.

Ele reconheceu que a mudança aumentará o superavit primário, mas disse que o impacto não será relevante. De acordo com Oliveira, a motivação da medida é melhorar a gestão financeira do BNDES. [1]

"Não há uma preocupação com o [superavit] primário. [Essa media] Não é relevante para o cumprimento do primário. A preocupação aqui é com uma melhor gestão financeira do banco", disse Oliveira.

O secretário não soube informar qual o estoque total de empréstimos do governo para o BNDES [2]. Esse saldo passou a crescer com mais intensidade depois da crise financeira mundial de setembro de 2008.

Segundo relatório do banco relativo ao primeiro trimestre deste ano, desde 2009 o governo emprestou R$ 285 bilhões ao banco. Devido a correção da dívida, o saldo devedor relativo a esses empréstimos chega a R$ 295,5 bilhões.

CAPITALIZAÇÃO DO BNDES

Na mesma medida provisória, o Tesouro Nacional foi autorizado a capitalizar o BNDES em mais R$ 15 bilhões. Oliveira afirmou que isso será feito gradualmente e a partir desse ano e que o objetivo é adequar as contas do banco as regras de Basiléia 3, que entram em vigor em 2014.

As regras de Basiléia estabelecem limites para os bancos emprestar em relação ao seu patrimônio. As exigências estão sendo elevadas com objetivo de dar mais segurança ao sistema financeiro.


Fonte: Folha de S Paulo - Renegociação dos empréstimos ao BNDES aumentará superavit do governo - 6 de junho de 2013

[1] se a medida não é relevante, qual a razão da sua adoção? E como isto irá melhorar a gestão financeira do BNDES?
[2] se ele não tem esta informação, como pode afirmar que não será relevante?

07 junho 2013

Propaganda de motel? Opção para a sua lua de mel?

Não. Folder do IX Encontro Nacional da Mulher Contabilista. Recebi hoje, novamente, - obrigada CFC. Que honra. Uma vez não foi suficientemente informativo. ¬_¬

Sua história de amor recomeça (?) aqui!


Mais em: Encontro bla bla bla mulher contabilista

Rir é o melhor remédio

Manual de Usuário: Fotos Turísticas

Talento e erro

Um funcionário talentoso é aquele que comete poucos erros. Provavelmente este funcionário será bem remunerado e estaria menos sujeito a ser despedido de uma empresa. Acredito que nenhum leitor irá discordar destas afirmações. E certamente isto também será válido para a área contábil, onde os contadores mais talentosos serão aqueles que cometem menos erros.

Mas como comprovar que isto é verdadeiro na prática? Somente o senso comum não é suficiente para que as afirmativas anteriores sejam consideradas verdadeiras pela ciência. É necessário que dados práticos possam responder a esta questão.

Três pesquisadores australianos conseguiram mostrar que a qualidade do profissional contábil está relacionada com a sua remuneração e chance de ser mandado embora. Para comprovar a qualidade, os pesquisadores pensaram numa situação onde os executivos contábeis das grandes empresas fossem submetidos a um teste para determinar seu talento. Para sorte dos pesquisadores, esta situação ocorreu na própria Austrália.

Este país adotou em 2005/2006 as normas internacionais de contabilidade do Iasb. Estas normas foram adotadas no mesmo período para todas as empresas, já que a adoção preliminar não foi permitida naquele país. Isto criou uma competição entre os responsáveis pela contabilidade das grandes empresas daquele país, os CFOs, e a adoção no mesmo período simplificou os testes que eles realizaram.

Mas como medir o talento dos executivos? Para isto, os pesquisadores adotaram um subterfúgio bastante criativo: os executivos mais talentosos seriam aqueles que as empresas cometeriam menos erros na adoção inicial das IFRS, as normas internacionais de contabilidade.

Assim, era possível verificar o desempenho da contabilidade das empresas numa situação de uma grande alteração para todas as empresas. Controlando diversos fatores econômicos e o tamanho do erro, os achados dos pesquisadores australianos foram interessantes. Com 280 empresas australianas, a pesquisa encontrou uma relação entre o talento dos contadores e sua remuneração. Isto comprova o senso comum comentado no início do texto.

Os efeitos também ocorreram no ano seguinte, quando os executivos mais talentosos obtiveram uma remuneração, sob a forma de bônus, mais elevada que os menos talentosos. Finalmente, os contadores que cometeram menos erros na fase de transição tinha mais probabilidade de permanecer na empresa do que aqueles que erraram mais.

Assim foi possível comprovar que contadores mais talentosos são recompensados. Pelo menos na Austrália.

Leia mais

LOYEUNG, Anna; MATOLCSY, Zoltan; WELLS, Peter. IFRS errors, CFOs´accounting talento, compensation and turnover. Working Paper, 2011

Quanto a Apple paga de imposto

Recentemente a empresa Apple foi questionada sobre a quantidade de impostos que paga para o governo dos Estados Unidos. O executivo-chefe da empresa, Timothy Cook, informou ao Senado daquele país que a empresa pagava 30,5% de imposto sobre os lucros. A alíquota legal é de 35% e a diferença foi justificada pelo fato da empresa obter parte da receita no exterior, onde a alíquota é menor.

O Senado gostaria de mostrar que a Apple evita pagar impostos por mandar seus lucros para a Irlanda. E isto criaria um diferido, conta do passivo, que somente seria pago quando da repatriação do dinheiro. 

Mas tudo que se refere a imposto nunca é tão simples assim. Segundo a Bloomberg, a informação de Cook de que a empresa paga 30,5% está distorcida. E caso o governo daquele país decida conceder uma anistia fiscal para a repatriação deste passivo, isto poderia gerar um ganho contábil com a reversão do passivo, informa o New York Times. 

Esta discussão inclui também o nível de divulgação das informações sobre a tributação nas empresas. Enquanto os funcionários com cargo de chefia no Brasil são obrigados a entregar sua declaração para fiscalização dos órgãos de controle, as empresas somente apresentam poucas linhas sobre o valor pago.  O articulista do New York Times sugere um aumento nesta evidenciação para satisfazer o contribuinte.

Ainda sobre o imposto da Apple, o Senado dos Estados Unidos afirmou que a empresa pagou em três anos 5,3 bilhões de dólares. Neste período, o lucro foi de 65 bilhões, o que indica uma alíquota real de 8,2%. Este valor não considera os impostos pagos no exterior e eventuais diferenças. Mas os números tão divergentes indicam que a discussão ainda não terminou. 

Ainda não: contador do setor público

O Ministério do Planejamento enterrou a proposta de medida provisória encaminhada pela Subsecretaria de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que promove 4.755 técnicos e analistas com formação em contabilidade à elite do funcionalismo federal [...]. Conforme reportagem publicada ontem pelo Correio [Braziliense], eles teriam reajustes de mais de 200% de 2014 a 2016, passando a receber salários que ultrapassariam os R$ 22 mil no caso dos analistas. A pasta da ministra Miriam Belchior afirmou que o texto de MP enviado foi considerado “inviável” e que as conclusões foram encaminhadas ontem à STN.

“Concluiu-se não haver possibilidade de transposição de servidores para carreiras que venham a ser criadas, tampouco, está prevista a criação de carreiras ou de estruturas remuneratórias especiais”, informou o Planejamento. O órgão destacou que “os reajustes, fruto de negociação com todas as categorias, estão definidos até 2015”.

O Ministério da Fazenda e a Secretaria do Tesouro Nacional negaram na última sexta-feira o envio formal da proposta, que gera custos adicionais de mais de R$ 600 milhões por ano, que “não tem apoio técnico” dos dois órgãos. Afirmaram ter sido uma iniciativa do subsecretário Gilvan Dantas, que é contador. Tanto o Planejamento, em seus registros internos, quanto a Controladoria-Geral da União, no relatório de Prestação de Contas da Presidência da República relativo a 2012, sustentam que a MP foi encaminhada oficialmente pela STN. O fortalecimento da área contábil do governo é uma cobrança feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2006 e em 2012, ao encontrar diversas falhas na prestação dos gastos públicos.

"O assunto foi encaminhado para lá e a equipe do Tesouro participou. Eles decidiram então por chancelar essa proposta", afirma Adriano Marrocos, presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal
O presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC) do Distrito Federal, Adriano Marrocos, afirmou que o texto da medida provisória foi elaborado pela entidade e revisto por servidores públicos da área. O presidente do CRC garantiu que o envio do texto da minuta da MP por meio da STN havia sido uma orientação do diretor do Departamento de Planejamento das Estruturas e da Força de Trabalho da pasta do Planejamento, Antônio Amaral, com a tutela da cúpula da STN.

“Entregamos pronta a redação. Primeiramente, seria enviada por meio de memorando do CRC. Mas o próprio Planejamento falou que, se mandasse com apoio e chancela do Tesouro, seria mais fácil o trâmite. Foi sugestão do próprio diretor (Amaral)”, afirmou Marrocos.

Falta de pessoal
O dirigente da entidade disse ter estranhado a posição da STN e da Fazenda, que informaram ao Correio [Braziliense] não apoiar os reajustes propostos. “O assunto foi encaminhado para lá e a equipe do Tesouro participou (das discussões). Eles decidiram então por chancelar essa proposta. Politicamente, eles devem estar encontrando alguma dificuldade”, comentou.

Marrocos também questionou o fato de o governo agora virar as costas para a proposta, se a MP foi mencionada pela Presidência da República na prestação de contas de 2012, para se explicar ao TCU. “O que não dá é a presidente utilizar a MP para dizer ao TCU que está providenciando (o atendimento dos acórdãos) e não providenciar”, disse.

Segundo Marrocos, os órgãos setoriais de contabilidade do Executivo têm passado por grandes dificuldades em decorrência da falta de pessoal qualificado, o que foi apontado pelos relatórios do TCU, que exigiu providências urgentes do governo. O presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), Rudnei Marques, afirmou que o problema das falhas do sistema contábil do Executivo precisa ser resolvido, mas que não concorda com a forma como está sendo feito, pois não houve discussão com a categoria. [...]

Fonte: aqui
Leia mais: aqui (site Contador Público) e aqui (CRC-DF)

Enquanto isso... R$ 594,6 milhões para novos cargos

O governo autorizou a criação de 7.098 cargos públicos. A decisão está presente na Lei 12.823/2013, publicada na edição desta quinta-feira do Diário Oficial da União, em decisão assinada pela presidente Dilma Rousseff e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

- cargos do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo; da carreira de Analista de Infraestrutura; do plano de carreiras para a área de Ciência e Tecnologia; da carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho; dos planos de carreiras e cargos do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro); do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar ANS) - 

Quando todos os cargos aprovados forem preenchidos - o que não tem prazo para ocorrer - o valor anualizado chegará a R$ 594,6 milhões. Esse montante engloba os cargos criados para a finalidade específica de substituição de terceirizados, conforme acordos firmados com o Ministério Público do Trabalho. [Conto da Carochinha "Substituição de terceirizados"!? Você por aqui de novo!?]

Resumindo: sem novidades. Mesma 'velha história de sempre'.

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Adoção das IFRS


Até o fim deste ano será possível conhecer com precisão a real extensão do uso do padrão contábil internacional IFRS no mundo.

Embora seja comum ouvir membros do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) dizerem que mais de cem países adotam ou permitem o uso do IFRS, o fato é que se tem um conhecimento limitado sobre o verdadeiro alcance do padrão em cada país [1].

No que chamou de primeira fase do projeto, a Fundação IFRS divulgou ontem dados sobre o estágio de adoção em 66 jurisdições, incluindo todas do G20, que responderam a uma pesquisa realizada pela entidade. O órgão espera concluir o levantamento até o fim de 2013.

Do grupo já catalogado, 55, ou mais de 80%, adotaram o IFRS de forma obrigatória para pelo menos um grupo de empresas de seus países [2]. Isso inclui tanto os casos como o do Brasil [3], em que a adoção vale para todas as empresas [4], como os de países como Argentina e Chile, em que a exigência atinge apenas as empresas listadas.

Dos 11 países que responderam a pesquisa mas não exigem o IFRS, destaque para os Estados Unidos, que permitem uso voluntário para empresas estrangeiras com ações negociadas nas bolsas do país, e para Japão e Índia, onde o uso voluntário vale também para empresas locais. Na China, a informação é de que o país adaptou a maior parte de suas normas contábeis ao IFRS [5].

Segundo o levantamento da Fundação IFRS, 55 jurisdições requerem o uso do padrão contábil para empresas com ações em bolsa, das quais cinco excluíram os bancos dessa exigência.


Fundação terá mapa sobre IFRS - Valor Econômico - 06/06/2013

[1] Já não era sem tempo o reconhecimento de que a adoção em "mais de cem países" era questionável. Mas a leitura do artigo não traz boas notícias.
[2] Este dado continua vago. Se um país adota as IFRS para um pequeno setor, sem expressão econômica, estaria dentro deste 80%. Além disto, a adoção pode ser parcial, como é o caso do Brasil.
[3] Observe o leitor que estão contando o Brasil como um dos países que adota as IFRS. Mas será o caso? A adoção é parcial para as empresas de capital aberto e as instituições financeiras. E não ocorre para as pequenas empresas.
[4] Acho que estou vivendo num país diferente do jornal. Ele afirma que a adoção das IFRS vale para todas as empresas. Quem informou isto?
[5] Há controvérsias sobre isto.

Em suma, a pesquisa não irá demonstrar o grau de aceitação das IFRS.

Internet e o uso do carro

Longtemps, la voiture a été le symbole de la liberté individuelle aux Etats-Unis, immortalisée dans des road movies légendaires. Mais alors que les Américains ont toujours plus roulé pendant une période ininterrompue de soixante ans, le nombre de kilomètres parcourus a commencé à baisser depuis le milieu de la dernière décennie.


Les faits sont connus et ont déjà fait l'objet de recherches outre-Atlantique. L'argument économique y est régulièrement avancé. De fait, les conducteurs ont tendance à moins prendre le volant en période de récession, puisqu'ils travaillent moins et tentent d'économiser de l'argent. Surtout, le prix de l'essence a explosé depuis les années 1970.
Mais selon un nouveau rapport publié, mardi 14 mai, par l'ONG US Public Interest Research Group, cette thèse n'explique pas tout. Les modifications des habitudes de conduite ont en effet précédé la récente récession et semblent plutôt fairepartie d'un changement structurel lié à l'évolution démographique. Ainsi, selon l'étude, les jeunes sont moins susceptibles de conduire – ou même d'avoir un permis de conduire – que les générations précédentes, pour lesquelles la voiture s'apparentait à un droit.

LA FIN DU "DRIVING BOOM"

C'est ce que prouve toute une série de chiffres : alors que la distance parcourue par personne et par an est passée de 8 700 à 16 100 km entre 1970 et 2004 (+ 85 %), au cours de ce que le rapport appelle le "driving boom", elle a légèrement diminué entre 2004 et 2012, pour atteindre 15 000 km (- 7 %), soit le niveau de 1996. Autre preuve de ce recul : à la fin de 2012, les conducteurs représentaient 49 % de la population de plus de 16 ans contre 61 % lors du dernier sommet, en juin 2005.


Evolution de la distance parcourue en voiture chaque année au total et par Américain, entre 1946 et 2012.

A l'opposé, les Américains ont effectué presque 10 % de plus de déplacements en transports en commun en 2011 par rapport à 2005. Les déplacements à vélo et à pied ont également augmenté.
Cette tendance est encore plus marquée chez les jeunes : dans la tranche d'âge 16-34 ans, la diminution de l'utilisation de la voiture se monte à 23 % de kilomètres de moins en 2009 par rapport à 2001. Par ailleurs, de plus en plus de jeunes Américains n'ont pas le permis de conduire : ce taux est passé de 21 à 26 % entre 2000 et 2010 chez les moins de 34 ans.

TECHNOLOGIES DE L'INTERNET

"La génération née entre 1983 et 2000 est plus susceptible de vouloir vivre dans des quartiers urbains et piétons et s'avère plus ouverte à d'autres transports que la voiture que ses aînés, explique le rapport. Elle est aussi la première génération à adopter pleinement les technologies mobiles de l'Internet, qui offrent rapidement de nouvelles options de transport et peuvent même se substituer aux déplacements, grâce notamment au télétravail, au shopping en ligne, aux téléconférences et aux réseaux sociaux."

Cette étude corrobore des recherches menées en 2012 par Michael Sivak de l'Institut de recherche sur les transports de l'Université du Michigan, qui avaient déjà constaté que les jeunes obtiennent moins de permis de conduire que les générations précédentes. "La plus grande proportion d'utilisateurs d'Internet est associée à un taux d'obtention de permis plus basécrivait-ilCe résultat est cohérent avec l'hypothèse que les contacts virtuels réduisent le besoin de contacts réels chez les jeunes."

Si le déclin de la conduite chez les jeunes se poursuit, selon le rapport du USPublic Interest Research Group, les taux de conduite aux Etats-Unis devraientrester en deçà du pic de 2007 jusqu'en 2040, même avec une croissance prévue de la population de 20 %.

Malgré cette évolution, la politique de transports américaine reste  ancrée dans le passé, regrette le rapport. "Les prévisions officielles continuent de tabler sur une augmentation constante de la conduite, en dépit des chiffres de la dernière décennie, indique l'étude. Les politiques fédérales, étatiques et locales devraient au contraire contribuer à créer les conditions dans lesquelles les Américains peuvent réaliser leur désir de conduire moins. L'augmentation des investissements dans les transports en commun, les infrastructures cyclistes et piétonnes et le transport ferroviaire interurbain permettrait à davantage d'Américains de profiter d'un plus large éventail d'options de transport."

COSO e SEC

Recentemente o COSO aprovou a mudança na sua estrutura conceitual. A alteração deverá entrar em vigor em 2014. Agora a SEC, a entidade que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos, emitiu sinais que gostaria de acompanhar a transição da estrutura anterior, de 1992, para a proposta. O chefe da contabilidade da SEC, Paul Beswick afirmou que está esperando questionamentos sobre a implementação da nova estrutura.

O presidente do COSO afirmou que a nova estrutura é adequada para todas as organizações, mesmo as governamentais. A estrutura de 1992 está disponível em sete idiomas, mas ele espera que a recente tenha mais traduções.

06 junho 2013

Encontro bla bla bla mulher contabilista

Por Isabel Sales

Virou bagunça mesmo. A Cláudia Cruz e o professor César comentaram sobre o encontro de contabilidade pública em um cruzeiro. Muitos pontos interessantes foram levantados. Ok. Agora recebo um e-mail sobre o encontro da mulher contabilista também em cruzeiro. Tem alguma coisa acontecendo que eu não sei? O presidente do CFC é dono de alguma empresa dessas ou tem ações ou sei lá o que? Alguém em um cargo de grande poder decisório tem algum tipo de fetiche?

Por que vou te contar viu... Tudo bem que muita gente vai pra congresso e encontro por causa da farra, mas sempre tem aqueles o/ que querem participar, aprender, acrescentar e etc. Coquetel e farra podem fazer parte. E por favor, façam! Mas acho uma audácia ser o ponto principal. Ainda mais porque os gente-como-a-gente, que vão pagando do próprio bolsinho, com as melhores intenções, saem perdendo. Quem ganha (além dos donos do cruzeiro, dos donos do fetiche e afins) é aquele funcionário que por algum motivo é o sorteado da vez para ir pela empresa. Política de pão e circo. Todos nós sabemos que muitas, muitas, muitas empresas pagam para os funcionários participarem destes eventos (eu, por exemplo, já fui várias vezes). Mas... sinceramente? Eu não aguentaria ficar presa em um barquinho no meio do oceano com certos colegas de trabalho. ;) Há de se impor limites. Mas né meu povo, esta sou eu.

Agora entremos no fator mulher: por que quando o encontro é o feminino só há palestra não contábil? [Eu já me recusei a ir nesse encontro fanfarrão, sendo patrocinada, porque me senti ofendida. Encontro de contabilista com um folder da Fafá de Belém? Ahham. Ah! E as palestras eram sobre globalização ou o futuro da profissão. Algo vago para se dizer que tinha contabilidade (a palavra, ao menos) no evento. Acho que todas as palestrantes eram mulheres também. Importante, não?]. E por que na "nossa vez" tem que rolar propaganda de amor e colocar coraçõezinhos? E o mais básico: por que existe um encontro só para mulheres? Por que? Por que???

Ow, tem muita coisa nessa história de encontro que eu não entendo. Um dia vou pedir para o presidente do CFC sentar comigo e me explicar, assim, como quem estivesse me ensinando o bê-á-bá. Sorte dele que eu fui uma cidadã muito má e andei esquecendo de votar na última eleição...

Rir é o melhor remédio

Turista

Previsão Usando o Mercado

O mundo empresarial depende cada vez mais das previsões. Isto inclui desde o comportamento no próximo trimestre da economia, passando pela possibilidade de uma guerra ou o desempenho das vendas de um novo produto. Nestas situações, podem-se utilizar modelos estatísticos de séries temporais, cuja base é o passado. Outra possibilidade é usar especialistas para fazer as projeções.

Para isto, constrói um “mercado” fictício. As pessoas são incentivadas a apostar o que irá ocorrer no futuro, sendo recompensadas com o acerto. Assim, os participantes são incentivados a revelar suas informações, ao contrário do consultador que faz uma previsão, que pode ter incentivo em “errar” propositalmente. Ao participar de um mercado como este, as pessoas passam a pensar sobre o assunto, criando especialistas no assunto, que tentarão incorporar as melhores informações. Como o objetivo é simular um mercado, a existência de muitas pessoas participando do mercado impede que exista uma manipulação das apostas.

Uma técnica recente é utilizar o mercado para fazer as previsões. Esta alternativa possui algumas vantagens atraentes. Em primeiro lugar, novas informações são rapidamente incorporadas nas previsões. Isto ocorreu, por exemplo, com o “mercado” de previsão da morte de Bin Laden. Neste caso, os apostadores anteciparam a divulgação da notícia em oito minutos em relação a grande imprensa. Outra vantagem é que esta técnica é menos suscetível a manipulação que a opinião de um consultor ou a seleção de dados de um quantitativo. Nas eleições presidenciais dos Estados Unidos uma grande aposta na vitória de McCain em 2008 tentou manipular o mercado de apostas da Intrade, mas o próprio mercado tratou de revolver o problema. Finalmente, o uso de mercado tem-se revelado um desempenho superior as outras técnicas, com um menor erro na previsão.

Mesmo assim, existem situações onde o mercado fracassa na previsão. Em geral isto ocorre quando a informação está muito concentrada em algumas pessoas, não existe incentivo para a evidenciação de novas informações, existem problemas na formulação da previsão ou ocorre um viés comportamental. O problema comportamental ocorre, por exemplo, nos esportes, como a previsão de medalhasde um país.

Para que isto não ocorra, é preciso assegurar que a questão esteja bem definida, que desperte interesse suficiente para garantir ampla participação, tornando o mercado mais líquido, e fazendo com que a informação esteja dispersa. Isto garantido, as evidências mostram que o mercado faz melhor previsão que as pesquisas com especialistas e as projeções realizadas internamente.

Para ler mais:

SNOWBERG, Erik; WOLFERS, Justin; ZITZEWITZ, Eric. PredictionMarkets for Economic Forecasting. Working Paper, 2012.

SUROWIECKI, James. Sabedoria das multidões. Record, 2006. 

Prêmio Capes de Tese 2013

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou o edital do Prêmio Capes de Tese 2013. A pré-seleção das teses a serem indicadas ao Prêmio Capes de Tese ocorrerá nos programas de pós-graduação das instituições de ensino superior que tenha tido, no mínimo, três teses de doutorado defendidas em 2012. Após a indicação da tese vencedora pela comissão de avaliação, o coordenador do programa de pós-graduação será responsável pela inscrição da tese, exclusivamente, pelo site até as 18h do dia 5 de julho de 2013.

Os Grandes Prêmios Capes de Tese terão as denominações a seguir:
• Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, denominado "Grande Prêmio Capes de Tese Zeferino Vaz (2013)";
• Engenharias, Ciências Exatas e da Terra e Multidisciplinar (Materiais e Biotecnologia), denominado "Grande Prêmio Capes de Tese Álvaro Alberto da Mota e Silva (2013)";
• Ciências Humanas, Lingüística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas e Multidisciplinar (Ensino), denominado "Grande Prêmio Capes de Tese Darcy Ribeiro (2013)".

Acesse aqui a página do prêmio.

Diminuição do uso de carro

La voiture individuelle est en train de perdre sa signification en tant que symbole de statut social." Cette affirmation provient non d'une organisation écologiste, mais de l'assureur allemand Allianz, pourtant partenaire du mastodonte de l'automobile BMW, dans une étude intitulée "Allianz Risk Pulse", publiée le 23 mai.

On le sait, l'industrie automobile traverse une crise depuis quelques années, du moins en Occident, avec moins de voitures vendues et une circulation qui stagne. La France, avec 1,9 million de nouvelles automobiles immatriculées en 2012, a ainsi connu une baisse de 165 000 véhicules en cinq ans (- 8 %). Même tendance au Royaume-Uni (- 15 %), en Espagne (- 56 %) ou même aux Etats-Unis (- 3 %). Le "pic" des voitures a été dépassé, assure l'étude.


La crise économique qui touche l'Europe est évidemment responsable d'une partie de cette débâcle. En Allemagne, les prix de l'essence ont augmenté d'au moins 30 % depuis 2005. Au Royaume-Uni, le coût de l'automobile a été identifié comme la principale raison de ne pas en conduire une pour les jeunes générations.

EMPREINTE CARBONE

Mais ces raisons économiques n'expliquent pas tout. "On observe une stabilisation de la circulation automobile en Occident depuis 2000, alors qu'elle augmentait de manière continue auparavant, assure Charles Raux, chercheur (CNRS) et directeur du laboratoire d'économie des transports de l'université de Lyon II. Des changements dans les comportements de mobilité étaient donc déjà amorcés avant la crise, et cette dernière les a exacerbés."
"En matière d'achat de moyen de transport, les décisions des consommateurs tiennent désormais de plus en plus compte de questions telles que l'empreinte carbone et la responsabilité sociale", note Clem Booth, membre du directoire d'Allianz.

SMARTPHONES

Les citadins font ainsi davantage appel à l'autopartage et au covoiturage, devenus plus pratiques et plus attractifs grâce à la hausse du nombre de smartphones qui permettent de visualiser la localisation des voitures disponibles. Le nombre d'utilisateurs de ces deux modes de transport doit atteindre 5,5 millions en 2016 en Europe, selon une étude de 2010.
Les urbains utilisent par ailleurs davantage le vélo ou les transports publics et ont de plus en plus recours aux achats en ligne et à la livraison à domicile, ce qui limite les déplacements. Enfin, en Europe comme aux Etats-Unis, l'obtention du permis de conduire intéresse moins les jeunes.

"Pour la jeune génération, la voiture a un côté plus ringard et culpabilisant que par le passé. Il y a une vraie prise de distance vis-à-vis de l'automobile, note Charles Raux. Toutefois, hors des villes, le principe de réalité prime : la voiture est toujours reine pour trouver du travail. Cette contrainte reste néanmoins forte."

Selon le chercheur, ces changements de comportement devraient se renforcer à l'avenir, surtout s'ils sont "accompagnés" par les pouvoirs publics. "On connaît la solution : favoriser les transports en commun et limiter l'usage de la voiture, en posant la question de la taxe carbone sur les carburants et des péages urbains en ville."

Fonte: aqui

Pintura

O quadro acima foi pintado por Tatsuo Horiuchi, um senhor de 72 anos. O surpreendente: foi feito no Excel. Aqui você encontra o link para baixar a planilha (ou melhor, o quadro).

Basileia 3

O Instituto de Finanças Internacional (IIF) afirma que a reforma de Basileia III foi atrasada pela incapacidade dos europeus de encontrar um acordo.

O Instituto de Finanças Internacional (IIF), que representa os bancos mais importantes do mundo, disse nesta quarta-feira (05/06) que a cooperação entre países sobre regulação financeira está se fragilizando por causa de um enfoque nacional, que segundo a entidade, está destinado ao fracasso.

Segundo o relatório da entidade, que defende os interesses dos 450 maiores bancos do mundo, existem indícios preocupantes de uma crescente fragilidade das soluções internacionais nesses casos.

A reforma de Basileia III, um marco regulatório que busca reforçar a liquidez dos bancos frente a possíveis saídas de fundos em períodos de crise, foi atrasada pela incapacidade dos europeus de encontrar um acordo e também pela resistência dos Estados Unidos.

A regulação internacional das transações OTC de produtos derivados, que foi considerada uma das causas da crise financeira de 2008, também enfrenta vários obstáculos.

"A jurisdição mundial está adotando enfoques diferentes sobre os compromissos adotados pelos líderes do G20, seja sobre Basileia III, produtos derivados ou sobre as regras de contabilidade", disse em um comunicado Tim Adams, presidente do IIF.

Segundo Adams, uma solução a nível nacional vai afetar as empresas e os investidores, sem aumentar a estabilidade financeira.

O IIF pediu ações rápidas, já que estimou que os problemas de harmonização internacional "vão se tornar mais complexos no futuro".


Cooperação entre países para regulação financeira está fragilizado - Brasil Econômico - Por AFP 05/06/13 - Grifo nosso

Homossexualidade

O grau de aceitação da homossexualidade está relacionado com a riqueza, conforme gráfico abaixo:

O Brasil está acima da curva, no canto esquerdo, perto do Chile, México e Venezuela.

05 junho 2013

Rir é o melhor remédio







Não se esqueça do seu café

Precisão e Ancoragem

Diariamente fazemos inúmeras negociações: quando vamos à feira, quando pedimos aumento de salário ou quando discutimos com nossos amigos em qual restaurante iremos almoçar. São situações tão comuns, que muitas vezes não damos conta de melhor estratégia para tirarmos vantagem de cada situação. Estas negociações são objeto de estudo e análise por parte dos pesquisadores acadêmicos pelas inúmeras consequências que produzem. Quando dois indivíduos discutem o preço de um produto que está sendo comercializado, as técnicas usadas podem ajudar o vendedor a obter um melhor preço ou ao comprador conseguir um grande desconto.

Diversos estudos já mostraram como inúmeras variáveis, como o contato físico, as cores e o ambiente, afetam o processo de negociação. Em geral numa negociação existe o ponto de partida, geralmente dado pelo vendedor. Quando estamos na feira e notamos um produto que pode ser interessante, perguntamos o preço ao dono da banca. A resposta do vendedor será o pontapé inicial para a negociação entre as duas partes.

Uma pesquisa realizada por quatro estudiosos da Universidade de Columbia mostrou que a oferta inicial é relevante para o preço acordado entre as partes. Os pesquisadores estudaram se o fato da oferta inicial for um número exato ou for um número arredondado interfere no resultado final.

No mundo real geralmente as ofertas iniciais são números arredondados: ninguém anuncia um automóvel por R$23.465, por exemplo. E se isto ocorresse? Os pesquisadores observaram que a precisão na oferta inicial são âncoras mais potentes. Ou seja, servem mais na negociação seguinte. Em outras palavras, quando alguém pede R$23.500 por um automóvel, o valor final poderá ser um número mais distante do pedido inicial do que o preço anunciado de R$23.465 por um automóvel.

Os autores sugerem que a pessoa que faz uma oferta inicial de R$23.465 geralmente está mais informada sobre o produto do que aquela que faz uma oferta menos precisa. Uma consequência desta situação é os indivíduos que usam valores exatos no pedido inicial tendem a ser mais inflexíveis na negociação.

Leia Mais: MASON, Malia F; LEE, Alice; WILEY, Elizabeth; AMES, Daniel. Precise offers  are potente anchors: Conciliatory counteroffers and attributions of knowledge in negotiations 

Contabilidade Pública: nova carreira para contador


A Secretaria do Tesouro Nacional aparece como parte interessada na MP


Está em gestação no Ministério do Planejamento uma proposta de medida provisória que garantirá aumento salarial de até mais de 200% a 4.755 servidores efetivos hoje espalhados por 162 órgãos do Executivo. A transposição de cargos beneficiará os analistas e técnicos, com formação ou especialidade em contabilidade, que, na prática, integrarão uma nova carreira vinculada à Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Com salários hoje entre R$ 3,7 mil iniciais e R$10 mil finais, esses analistas (contadores), de nível superior, ganhariam de R$ 12,5 mil a R$ 17,6 mil, respectivamente, em julho de 2014, conforme a proposta, se for considerado recebimento de 80% de uma das gratificações. Já a remuneração dos técnicos em contabilidade, de nível médio, saltaria do patamar de R$ 2,7 mil e R$ 6 mil para R$ 6,6 mil e R$ 8,9 mil. Essas remunerações, conforme a minuta da MP, são para julho de 2014. Em 2015 e 2016, haveria mais aumentos, entre 23% e 34%. O custo anual do reajuste é estimado em R$ 200 milhões em 2014, chegando em R$ R$ 650 milhões em 2015.

O objetivo dessa medida é que eles ganhem como os servidores de finanças e controle do Tesouro, que é considerada carreira de Estado, a elite do funcionalismo, que hoje recebem de R$ 13,6 mil a R$ 19,4 mil (analistas) e de R$ 5,1 mil a R$ 8,8 mil (técnicos). Porém, pelo que consta no texto, as remunerações dos funcionários beneficiados pela proposta, serão ainda maiores.

De acordo com a MP, sobre os valores maiores das remunerações em 2014, 2015 e 2016, incidirão ainda os percentuais concedidos a título de revisão geral e anual a todos os funcionários públicos federais. Os servidores promovidos teriam direito ainda à Gratificação de Qualificação, por terem curso de pós-graduação, mestrado ou doutorado, que pode chegar a R$ 800 (técnico) e R$ 2.100 (analista).





A explicação para a transposição de cargos dos 4.755 servidores é a necessidade de fortalecer o setor de contabilidade do governo federal, com a implantação de um sistema de administração de custos, por determinação do Tribunal de Contas da União, em processos julgados em 2006 e 2012. O tribunal apontava falhas na contabilidade e falta de pessoal qualificado para gerir o orçamento da União, que tem gerado distorções na consolidação do Balanço Geral da União (BGU).


Há erros de todo tipo: no preenchimento de informações bancárias e de classificação nos documentos de entrada do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), falta de reavaliação e depreciação de bens móveis e imóveis, entre outros.
O texto da MP chegou ao Planejamento vindo da Secretaria do Tesouro Nacional. Porém, o Ministério da Fazenda e a cúpula da STN negaram, num primeiro momento, que tenham encaminhado formalmente qualquer proposta de medida provisória à pasta da ministra Miriam Belchior. 

Confrontada com o texto enviado à Secretaria de Gestão Pública do Planejamento pelo subsecretário de Contabilidade Pública da STN, Gilvan da Silva Dantas, a Fazenda reafirmou que nega o envio "oficial" da minuta de MP pela pasta ou pela Secretaria do Tesouro Nacional. Mas admite o encaminhamento "pela subsecretaria de contabilidade de uma proposta de mudança das carreiras de contabilidade formulada pelos contadores em seus vários fóruns de discussão".

O órgão está se referindo ao lobby forte que tem sido feito pelo Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal (CRC-DF), que conseguiu incluir na minuta da MP a exigência de que todos esses servidores que receberão a superpromoção tenham registro na entidade e estejam em dia com a anuidade.

Na consulta disponível no portal do Planejamento, de Controle de Processo de Documento, consta como interessado a Secretaria do Tesouro Nacional. No relatório da Prestação de Contas do exercício de 2012, ao responder às recomendações do TCU, a Presidência da República registra que, "em 3 de janeiro de 2013, a Secretaria do Tesouro Nacional protocolou no Ministério do Planejamento uma proposta de medida provisória para fortalecimento dos órgãos setoriais do Sistema de Contabilidade e do Sistema de Custos do Poder Executivo federal".

Apesar de a STN aparecer nos registros do governo como autora da proposta da MP, a Fazenda informou ao Correio que ela "não tem o apoio técnico do Tesouro Nacional" e transferiu a responsabilidade para o Planejamento, o qual cabe analisá-la. A Secretaria de Gestão Pública, primeiramente, respondeu que "não cogita, no momento, a criação de carreiras ou estruturas remuneratórias especiais e que reajustes dos contadores estão contemplados no acordo que abrange os anos de 2013, 2014 e 2015". Ela refere-se ao aumento médio de 15,8% negociado pelo governo em 2012. Questionada novamente sobre o andamento da MP, respondeu que a proposta está "em análise, visando possíveis alternativas".

Opção
Conforme a minuta da MP, muitos dos profissionais estão lotados em outras unidades ou centro de custos dos órgãos que não as setoriais contábeis. É o caso dos analistas e técnicos do Seguro Social, especialidade em contabilidade, vinculados ao Ministério da Previdência. Há também desses servidores no Plano Geral do Poder Executivo (PGPE) e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dito). O ingresso na nova carreira será feita mediante termo de opção.

A proposta prevê que os servidores titulares de outros cargos que não previam a especialidade contabilidade, mas que atuam nessa área de contas dos respectivos ministérios há pelo menos três anos, recebam também a Gratificação de Desempenho de Atividades do Sistema de Contabilidade e de Custos (Gasc) e a Gratificação de Qualificação. Desde que tenham formação em contabilidade e registro ativo e regular no Conselho Regional de Contabilidade.

Os servidores contabilistas beneficiados pela MP e dirigentes do conselho têm feito peregrinações pelos gabinetes de ministros e de parlamentares pedindo apoio para que a MP seja aprovada o mais rápido. Eles esperavam que isso se concretizasse ainda no primeiro semestre.

Fonte: aqui