Translate

27 junho 2012

PMEs

O International Accounting Standards Board (IASB) está abrindo para discussão a possibilidade de fazer alterações na norma para pequena e média empresa. Até 30 de novembro deste ano as opiniões podem ser feitas.

Quando emitiu a norma, em meados de 2009, o Iasb já imaginava um período de avaliação nos dois primeiros anos de existência da mesa.

O bom senso indica que norma contábil para pequena e média empresa não pode ter 300 páginas, como é o caso da atual norma.

Stricto Sensu em contabilidade: formação de professores

Programas de pós-graduação Stricto Sensu em contabilidade: sua contribuição na formação de professores e pesquisadores

Os estudos sobre a formação de professores e pesquisadores em Contabilidade importam no processo de desenvolvimento do ensino. Com o aumento da demanda destes profissionais e da oferta de cursos de graduações, o docente e o pesquisador devem estar preparados para enfrentar novos desafios. Nesse sentido, o presente estudo foi desenvolvido com objetivo de verificar a contribuição dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Contabilidade em nível de mestrado quanto à formação de professores e pesquisadores. A pesquisa foi desenvolvida sob as formas qualitativa e quantitativa, utilizando-se de dados secundários e de análise de conteúdo para atingir o objetivo proposto. A análise de dados pautou-se em 6 PPGs, contemplando 115 mestres em Contabilidade que concluíram o curso no ano de 2004. Foram analisadas as suas publicações e atuação profissional nos cinco anos subsequentes, ou seja, até 2009. Os resultados apontam que os PPGs no período em estudo estavam voltados basicamente para a formação de professores, pois 104 mestres atuam na docência. Ainda, demonstrou que o destino destes professores eram as instituições de ensino superior privadas e para o curso de Ciências Contábeis. No processo de formação pedagógica, todos os programas possuíam a disciplina de Metodologia do Ensino Superior, sendo alguns de forma obrigatória e outros, optativa. No entanto, os dados da pesquisa mostraram que no período estudado, os programas não contribuíram significativamente para a formação de pesquisadores, pois estes estavam centrados na formação de docentes, evidenciada pela baixa publicação dos egressos dos programas e pela concentração em determinados egressos.

André Luis Comunelo, Márcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo, Simone Bernardes Voese, Emanoel Marcos Lima

Enfoque: Reflexão Contábil, v. 31, n. 1, 2012.

26 junho 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado: Daqui

Como fazer uma tabela


Como apresentar uma tabela

Esta postagem trata de algumas dicas para apresentar uma tabela mais legível para o leitor. Obviamente se sua intenção é evitar que o leitor preste atenção nos seus números, siga o conselho oposto.

O primeiro conselho é bastante óbvio: use sempre algarismos hindu-arábicos. Nunca utilize os algarismos romanos. A figura 1 ilustra isto:

Quanto tempo você levou para entender esta demonstração?

O segundo conselho é colocar os números do lado direito. Veja a figura 2:


A forma que torna a leitura mais fácil é a da primeira coluna. Centralizar os números ou alinhá-los à esquerda dificulta a leitura. O alinhamento à direita permite que o leitor rapidamente possa enxergar quais as contas mais relevantes.

A figura 3 exemplifica o tratamento da unidade de medida.

Na primeira coluna coloca a unidade de medida (real) somente na primeira linha e na linha do total. A segunda coluna apresenta a unidade de medida em cada linha. A terceira coluna não indica que os valores estão em reais. O mais correto seria a segunda coluna. Mas observe que a coluna está poluída com o símbolo do real em cada linha. A alternativa que torna a informação mais “limpa” é a terceira. A ausência da unidade de medida não é tão grave se existir, em algum lugar da tabela, uma informação para a unidade de medida. Na terceira coluna, com uma rápida olhada, podemos distinguir quais as linhas mais relevantes pelo valor apresentado.

O quarto conselho é aquele mais difícil de ser seguido. E o mais fácil de ser encontrado em apresentações tediosas e trabalhos acadêmicos com baixo nível de apresentação didática. Veja a figura a seguir e escolha a melhor apresentação para a informação:

Qual você escolheu? Se você achou que a primeira opção é a melhor forma de apresentar as informações, você realmente precisa repensar sua posição. É muito tedioso imaginar alguém preocupado em informar que a receita da empresa em 2009 foi de quatrocentos e cinquenta e três mil, oitocentos e quarenta e seis reais e trinta e cinco centavos. Observe a relevância dos centavos. (O leitor atento também que na última coluna a planilha fez um arredondamento errado.) Apesar da exatidão dos valores, uma quantidade excessiva de números numa tabela realmente desestimula qualquer leitor. A terceira tabela, em reais mil, é muito mais informativa das variações do lucro.

Uma variação nesta apresentação encontra-se na figura a seguir:

Trata-se de uma saída da planilha Excel para uma regressão. Observe que o R-Quadrado é de 0,056168098, com 9 casas decimais. A figura está muito poluída de números. Compare agora com uma nova figura:

A nova figura possui menos números, permitindo o leitor identificar rapidamente a relevância dos números. Além disto, para uma pessoa que terá que ler mais de dez páginas de um trabalho, menos números significa leitura menos cansativa. 

Sri Lanka

Anteriormente postamos que o futuro da contabilidade depende do Sri Lanka, uma ilha ao lado da Índia (também conhecido no passado como Ceilão). Agora, outra notícia interessante deste país, que adotou as IFRS (normas internacionais de contabilidade) este ano. Entretanto, sua adoção criou muita confusão nos negócios, em razão do atraso do governo em adequar as divergências da legislação fiscal com algumas das normas do Iasb (o instituto internacional responsável pela emissão das normas internacionais).

A questão do uso do valor justo para ativos financeiros, que sob as normas internacionais aproxima-se do valor de mercado, é uma das divergências. Pelos padrões de contabilidade do Sri Lanka utilizava-se o custo histórico. A solução adotada pode ser preparar duas demonstrações: uma conforme as normas internacionais e outra para o fisco do país.

Sem noção

Aos 63 anos, Gene Morphis, CFO da rede de roupas Francesca Collections, foi demitido por causa do Twitter. Poucos dias antes de a empresa entregar seu relatório anual de resultados àSEC, ele postou na rede social: "Reunião do conselho. Bons números = conselho feliz". A atitude é uma violação das regras de disclosure, por divulgar informações relevantes para um número limitado de pessoas antes de elas serem públicas.


Bruna Maia - CFO sem noção - 8 de Junho de 2012 - Revista Capital Aberto

MF Global

A MF Global é uma empresa de negociação de derivativos. Era a principal negociante de títulos do tesouro dos Estados Unidos.

No final do mês de outubro de 2011 uma unidade da corretora informa um déficit de centenas de milhões de dólares. Logo após, a empresa apresenta um pedido de falência (oitava maior dos Estados Unidos). A empresa fez uso de acordos de recompra, muitos deles fora do balanço.

Onde se tem problemas de falência é quase certo encontrar problemas contábeis. Este é o caso da MF Global. A empresa usava os acordos de recompra – denominados “repos” para encontrar seus problemas financeiros. Uma repo é um empréstimo, com garantia de títulos, existindo um pacto de recompra destes títulos. Se o acordo de recompra é um empréstimo, deveria ser contabilizados como um passivo. Entretanto, algumas entidades registram como vendas, que são os “acordos de recompra para maturidade”, onde o repo não expira até o vencimento do título.

Eis o que diz a Wikipedia:

Some commentators have suggested the failure of MF Global highlights the difficulty in regulating complex global financial firms, the dangers of off-balance-sheet accounting as well touching on the European sovereign debt crisis

Efeito espectador

O efeito espectador refere-se à atitude passiva que as pessoas têm diante de certas situações. Em lugar de agir, as pessoas tendem a assistir as determinadas cenas urbanas.

Um estudo realizado na Universidade de Amsterdã mostrou que este efeito pode ser alterado diante da presença de câmeras de vigilância. Quando existe uma câmera por perto, as pessoas são mais propensas a ajudar estranhos que precisam de ajuda.

Este estudo é interessante já que algumas pesquisas mostraram que instalar câmeras de vigilância nas cidades não diminui a criminalidade. Mas parece ajudar a reduzir o efeito espectador.

Tarefas

Adaptado daqui

25 junho 2012

Rir é o melhor remédio




O mundo, segundo uma criança.

Teste 567

O que é um “borrador” na contabilidade?

(a) um esboço de um trabalho
(b) um dos três livros usados pelo contador, segundo Pacioli (borrador, diário e razão)
(c) uma costaneira
(d) um memorial

Resposta do Anterior: Pacioli

Filas

De acordo com [Dick] Larson [professor do MIT], a teoria de filas tem seu início há cerca de 100 anos na Dinamarca, exigência de uma tecnologia em expansão nova: o telefone.

Se o seu telefone fosse ligado apenas a outro telefone não seria muito útil. O que tornou a telefonia tão valiosa e popular foi a capacidade de conectar-se a milhares e milhares de outros telefones. (...) Voltemos em 1909, quando as chamadas eram encaminhadas pelos operadores que utilizam equipamento de comutação. Para maximizar os lucros, a empresa de telefonia precisava saber precisamente quantos operadores e interruptores eram necessárias para lidar com os volumes de chamadas. Poucos operadores e interruptores, e as chamadas seriam empilhadas, irritando os clientes em espera. Muitos, e a empresa estaria desperdiçando dinheiro em excesso de mão de obra e equipamentos. Um dinamarquês chamado Agner Krarup Erlang foi designado para estudar o problema. As equações que estabeleceu, diz Larson, ainda hoje são usadas (...)

De acordo com Larson, desde meados do século 20 a teoria das filas tem sido mais sobre sentimentos do que fórmulas. Por exemplo: o Midcentury New York contou com uma crise na hora rush nas torres de escritórios. Não havia elevadores suficientes para lidar com as multidões no pico. (...) "Uma solução teria sido construir mais elevadores", diz Larson. "Mas alguém descobriu o verdadeiro problema não é apenas a duração do atraso. É como você passa nesta duração." Alguns edifícios instalaram do chão ao teto espelhos perto dos elevadores e, entretidos por suas próprias imagens e pelo flerte que às vezes se segue, as pessoas pararam de reclamar muito do tempo de espera.

Há três dados da natureza humana que os psicólogos de fila devem abordar: 1) Nós ficamos entediados quando esperamos na fila. 2) Nós realmente odiamos quando esperamos um tempo pequeno e, em seguida, um tempo maior. 3) Nós realmente odiamos quando alguém aparece atrás de nós, mas é atendido antes de nós.

A questão tédio tem sido abordada de maneiras como espelhos próximos a elevadores até TVs em salas de espera do dentista. (...) "Mas Disney tem sido o senhor absoluto deste aspecto da psicologia fila", diz Larson. "Você pode esperar 45 minutos para um passeio de 8 minutos na Disney World. Mas eles vão fazer você se sentir como se o passeio tivesse começado enquanto você ainda está na fila. (...)

Como jogar o jogo das expectativas? Os estudos mostram que somos muito mais pacientes quando temos uma ideia de quanto tempo vamos esperar (...) Mas, novamente, Disney é mestre. Ele mandam mensagens estimando o tempo de espera ao lado de vários pontos de suas longas filas, mas, de acordo com Larson, os brinquedos sempre chegam mais rapidamente do que esperava: "Você pensa 'Nós estamos 10 minutos antes do previsto!' e assim que você fica feliz."

Talvez a questão mais emocional no mundo das filas é a busca humana pela justiça."Quando vemos as pessoas que chegam depois de nós e se servem antes de nós ficamos com muita raiva", diz Larson. (...)

Para resolver este problema, algum gênio (Wendy, a American Airlines, e Citibank estão entre as empresas que pretendem ser os originadores) inventou a fila única. (...)


What You Hate Most About Waiting in Line – Slate - 10 de junho de 2012

24 junho 2012

Rir é o melhor remédio



Enviado pela Renata Andrea, a quem agradeço.

Lealdade Cliente-Aluno

A Lealdade do estudante baseada na qualidade do relacionamento: uma análise em instituições de ensino superior

Resumo
A pesquisa tem como objetivo verificar a propensão à lealdade a instituições de ensino superior por parte de seus alunos. Para tanto, identificou-se que o marketing de relacionamento se mostra essencial para que a relação entre escolas e alunos seja efetuada e mantida, possibilitando o desenvolvimento de relacionamentos direcionados à retenção e à lealdade de seus clientes. A pesquisa foi realizada com 352 estudantes do curso de Administração, em três instituições do interior de São Paulo. A análise dos dados foi feita por meio da Análise de Regressão Linear Múltipla. Os resultados evidenciaram que há propensão dos clientes-alunos à lealdade para com a instituição de ensino superior. Os construtos que influenciaram a lealdade do cliente-aluno são: Qualidade Percebida, Satisfação, Comprometimento Emocional e Confiança, que foram responsáveis por 46% da variabilidade dos dados. A partir destes resultados, várias implicações acadêmicas e gerenciais foram discutidas, demonstrando que a lealdade do cliente-aluno se coloca como importante objetivo estratégico a ser buscado e alcançado por essas empresas.

Fábio Vinicius de Macedo Bergamo; Antonio Carlos Giuliani; Silvia Helena Carvalho; Ramos Valladao de Camargo; Felipe Zambaldi; Mateus Canniatti Ponchio

BBR Brazilian Business Review, v. 9, n. 2, 2012.

23 junho 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

(É sobre a crise grega. Mas a moeda desenhada pelo cartonista não parece o real?)

Pense Nerd

Essa é uma postagem light e rápida. E daquelas que não tem a ver com contabilidade – mas o nível geek permite que entre na pauta do blog. E não, não estamos recebendo nada por essa propaganda. A loja só é muito legal mesmo!

Eu “tropecei” nessa loja há algum tempo e fiquei apaixonada. Até fiz um pedido animado (coisa de brasileiro)... e já começo avisando da parte ruim. A DHL Express, empresa que cuida da entrega, vem até a sua porta trazer a caixinha junto com a cobrancinha dos impostos. Triste né? Acho errado porque diminui a sua animação em abrir aquela caixa e curtir seu dia de loucura.

O limite para não ter impostos é US$ 50,00. Isso não deveria incluir o frete, mas a nossa Receita Federal, supimpa como é, considera TUDO no bolo. É triste. Realmente triste. E ainda bem que os meus impostos são bem honestos porque depois dessa denúncia, me falaram que vou pra malha fina. ;)

Enfim, a loja é a ThinkGeek - para os fãs de séries, jogos e filmes, aqui é o céu das compras: Dexter, The Big Bang Theory, Doctor Who, Star Wars, Angry Birds, Harry Potter. Agora chegou esquema de The Hunger Game (Jogos Vorazes) também! (Claro que eu comprei o pin do Mockinjay – e não, não vi o filme. Mas os livros em inglês são um deleite!).


Vejam algumas coisas super nerdmente descoladas:

Telefones estilo retro que funcionam via Bluetooth. Achei engraçadinho...
Carregador solar portátil:
Camiseta “Não há lugar como o lar” e “princesa que se autossocorre”. (Há uma seleção interessantíssima de camisetas!)


Um anel? Sim. Um relógio solar? Também!!! Quem precisa de relógio quando tem o sol?
Dado com constantes matemáticas:
Bichinho de pelúcia do Android! S2
Uma gosminha para limpar eletrônicos (pelas especificações limpa super bem – teclados, celulares, periféricos – e pode ser reutilizado uma dúzia de vezes)
Boné detector de Wi-Fi (camisetas também dispponíveis):
Legal demais né? Espero que tenham gostado e que não tenham gastado muito dinheiro. ;)

E se possível, alguém pode me explicar por que há tanto ânimo com bacon? (Tem até sabonete!) Sei que americanos adoram. Mas num site geek, qual a motivação a mais? =/

22 junho 2012

A Internacionalização do Blog Contabilidade Financeira


Nós já falamos bastante do professor David Albrecht (aqui, aqui, aqui, aqui), professor norte-americano e autor do blog The Summa – vencedor de vários prêmios como:

- 50 melhores blogs escritos por professores de negócios – 2012
- 50 professores de negócios que você deveria seguir no Twitter - 2012
- 3º lugar na lista Top 50 melhores blogs de contabilidade – 2012
- 6º lugar na lista de melhores blogs de contabilidade do Accounting Today;
- 5º lugar na lista dos 50 professores mais astutos em mídia social da América.

Para a nossa alegria hoje esse adorável professor (realmente adorável) publicou sobre o vídeo que postamos na quarta-feira aqui no Contabilidade Financeira (agradeço mais uma vez ao querido amigo Luiz Fernando Lemos que me indicou essa preciosidade):

Isabel Sales is co-author of one of the world’s top accounting blogs, Contabilidade Financeira. In English, it would be called Financial Accounting. Her co-authors are Cesar Tiburcio and Pedro. Isabel lives and works in Brasilia, Brazil.
I have followed Contabilidade Financeira for years to gain insight into Brazilian world of accounting.

Her latest blog post is on a video about how Millenials differ from prior generations. It is titled, “Você faz o que gosta?” (You do what you love?). She writes, “Um vídeo que nos faz refletir, inspira e diverte. PERFEITO!” (A video that makes us reflect, inspire and entertain. PERFECT!).

Hint: If you don’t speak Brazilian Portuguese but want to surf Brazilian accounting sites, use Google Chrome. It has an effective translation mechanism
.


Não poderíamos estar mais entusiasmados e orgulhosos!

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Leasing e as Demonstrações Contábeis 1


As operações de leasing correspondem a transações entre o proprietário de um determinado bem (arrendador) que concede o uso desse a um terceiro (arrendatário) por um determinado tempo (Niyama e Silva, p 257). Ao final de um prazo, o arrendatário tem a opção de adquirir o bem, devolvê-lo ou prorrogar o contrato.

Existem dois tipos de leasing: o financeiro, que representa na sua essência uma transação de venda financiada de um ativo, e o operacional. O leasing financeiro, apesar de suas características, não aparece como registro contábil no balanço patrimonial no nosso país.

Isto possui uma série de efeitos para quem utiliza as demonstrações contábeis. Numa empresa que possui operações de leasing financeiro não irá aparecer o ativo, o passivo e a depreciação correspondente à operação. Isto naturalmente irá distorcer alguns dos índices mais conhecidos para analisar as demonstrações, como o retorno sobre o ativo, o endividamento, dentre outros. 

Leasing e a Demonstrações Contábeis 2


O analista pode, por aproximação, ajustar as demonstrações contábeis de uma empresa para considerar, para fins de análise, as operações de leasing, quando estas não são ativadas.

Considere, a título de exemplo, que uma empresa informar possuir alguns bens arrendados. A única informação disponível é o valor anual da parcela paga com arrendamento, no valor de R$1,77 milhão. Para determinar o valor do ativo a ser incluído na demonstração é necessário saber: (1) o número de períodos do pagamento, (2) o número de períodos onde o valor já foi pago, (3) a taxa de juros da operação, (4) o valor da opção no caso do exercício da compra, (5) o tipo de amortização (constante, SAC etc) e (6) a vida útil do ativo.

Somente com a informação da parcela paga não é possível determinar o valor do ativo. Entretanto, em muitos casos, esta será a única informação disponível. Para fazer a estimativa do valor podemos fazer as seguintes suposições:
(1)   Número de períodos do pagamento – corresponde a quantidade de prestações para o financiamento do ativo. Este valor é necessário para determinar o valor presente do ativo. Uma possibilidade é estimar que o número de períodos do pagamento fosse a vida útil do ativo, que deverá ser estimada mais adiante;
(2)   Número de períodos onde o valor já foi pago – refere-se a quantidade de períodos já pagos. Como se trata de uma compra financiada este número refere-se aos meses (ou anos) em que o bem está sendo usado pela empresa. Para uma empresa em expansão contínua pode-se imaginar que a todo ano estará sendo incorporado um número igual de ativos. Se isto for verdadeiro, pode-se considerar aqui um valor correspondente a metade da vida útil dos ativos existentes;
(3)   Taxa de juros da operação – corresponde ao valor cobrado pela arrendadora para fazer a operação. Se esta taxa não for evidenciada, pode-se assumir que seu valor é compatível com a taxa de juros cobrada por outros financiamentos. Neste caso, uma alternativa para o analista é obter o custo de empréstimo do passivo e, a partir deste valor, agregar um adicional pelo fato de se tratar de uma operação de leasing, não um empréstimo.
(4)   Valor da opção de compra – em geral o valor da opção de compra no arrendamento financeiro é relativamente reduzido em relação ao valor de mercado, induzindo a empresa que fez a operação comprar o bem. De qualquer forma este valor pode ser diferente de zero. Entretanto, em razão do fato de que o valor da opção é proporcionalmente reduzido, pode-se assumir zero neste item;
(5)   Tipo de amortização – o tipo de amortização pode influenciar no valor estimado para bem. Uma simplificação é considerar pagamentos constantes, que facilita bastante o cálculo. Mas quando o sistema de amortização conduz a uma parcela inicial é maior nos primeiros anos, isto tende a apresentar um valor superestimado. Uma alternativa é verificar o tipo de amortização mais usado nas operações de arrendamento realizadas para empresas do setor onde atua a empresa;
(6)   Vida útil do ativo – necessária para determinar algumas estimativas dos itens anteriores, mas também para obter o valor da depreciação do ativo.

Para exemplificar os cálculos, considere a situação onde a empresa efetua um pagamento de R$1,77 milhão de parcela anual de leasing. Para determinar o valor do ativo, iremos considerar uma amortização constante (item 5, anterior), que facilita os cálculos. Um levantamento das demonstrações contábeis mostrou que esta empresa possui um custo da dívida de 12%. Levantamentos realizados no mercado permitiram estimar que o custo de uma operação de arrendamento não diferente de maneira significativa dos empréstimos. (Caso isto não fosse verdadeiro, seria necessário acrescentar, ou subtrair, um percentual destes 12%).

Também utilizando as demonstrações contábeis, evidenciou-se que em geral os ativos depreciáveis da empresa possuíam uma vida útil de dez anos. Esta informação pode ser obtida nas notas explicativas, onde é possível obter a discriminação da vida útil dos ativos e sua respectiva depreciação. Como a empresa tem adotado uma política de crescimento contínuo, estimou-se que os ativos existentes possuem cinco anos de vida útil.

Com estas informações temos:
(1)   Número de períodos do pagamento = igual a dez anos
(2)   Número de períodos onde o valor já foi pago = cinco anos
(3)   Taxa de juros da operação = 12%
(4)   Valor da opção de compra = zero
(5)   Tipo de amortização = constante
(6)   Vida útil do ativo = dez anos

O valor presente é dado por uma anuidade, com valor de R$1,77, a 12%, em dez anos. Numa planilha pode-se obter isto facilmente:

= VP (12%; 10; 1,77)

Que corresponde a R$10 milhões. Entretanto, como metade da vida útil já transcorreu, o valor contábil do ativo será de R$5 milhões, sendo a depreciação anual de R$1 milhão. Já o valor do passivo que ainda falta quitar pode ser obtido numa planilha eletrônica como sendo o valor presente dos R$1,77 milhão, por cinco anos, a 12%.

Nesta empresa, haverá um acréscimo de R$5 milhões no ativo, em razão da incorporação de um novo bem. No passivo é necessário considerar um valor de R$6,4 milhões, em lugar da prestação anual que seria paga, de R$1,77. Ou seja, o passivo irá aumentar em R$4,63 milhões. Sendo o ativo antes do ajuste de R$30 milhões, para um passivo de R$15 milhões, os novos valores seriam:

Ativo = 30 milhões + 6,4 milhões = 36,4 milhões
Passivo = 15 milhões + 4,63 – 1,77 = 17,86
Patrimônio Líquido = 36,4 – 17,86 = 18,54
Endividamento Antes do Ajuste = 15 / 30 = 50%
Endividamento Após o Ajuste = 17,86 / 36,4 = 49,1%