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21 abril 2012

Princípio da Incerteza


Durante a leitura do livro Gigantes da Física : Uma História da Física Moderna através de oito biografias, de autoria de Richard Brennan, cheguei ao trecho sobre o Princípio da Incerteza, que já foi tema da seguinte postagem: Por que o contador influencia a medida?. Segue transcrição das páginas 182,182,183,184:


Na primavera de 1927, Werner Heisenberg, então com apenas 26 anos, propôs a Zeitschrift für Physik um curto artigo intitulado " Sobre o conteúdo perceptivo da cinemática da mecânica quântica teórica". Essse texto de 27 páginas, enviado da Dinamarca para a revista, continha a forumulação do famoso Princípio da Incerteza na Mecânica Quântica (também conhecido como Princípio da Indeterminação) assegurou a Heisenberg um lugar na história da ciência. Isso porque o princípio da incerteza tem amplas implicações não só parara a física subatômica como para todo o conhecimento humano.

A compreensão que está no cerne do Princípio da Incerteza surgiu das tentativas teóricas para determinar a órbita exata dos elétrons num átomo. Para determinar a posição de um elétron em circulação em um átomo, é necessário iluminá-lo d alguma maneira; isto é, um feixe de alguma radiação eletromagnética de comprimento de onda curto dve ser concentrado no elétron. Essa radiação iluminante, contudo, comporta-se como um grupo de partículas, e estas- ou até só uma delas-, ao colidir com o elétron, alteram-lhe a posição. Mais ou menos como uma bola de bilhar que atinge e move uma outra. Portanto, o próprio ato de iluminar o elétron apara observá-lo e medir sua posição altera-lhe o movimento e, consequentemente, deixa de ser possível medir sua posição com certeza.

Pode-se faer uma analogia simples, que ajuda a explicar o princípio, com uma sala de aula cheia de estudantes. O diretor da escola não tem como descobrir por observação direta como os alunos se comportam normalmente porque o mero fato de sua entrada na sala de aula os faz se comportarem de uma menira atípica. Para dar um outro exemplo, quando se tenta medir a temperatura da água quente de uma chaleira sobre o fogão, a própria insrção de um trmômetro na água muda sua temperatura-não muito, é claro, mas o suficiente para tornar a exatidão impossível. O mesmo se aplica a todas as quantidades físicas. O ato da observação sempre altera o observado de maneira a tal impedir uma medida indiscutível.

(...)Heisenberg mostrou que, na verdade, a incerteza impregna toda a natureza; não é um mero efeito colateral anômalo do trabalho com variáveis experimentais muito diminutas. A incerteza está sempre presente, é inescapável.

(...)Que diferença faz a inexatidão para nós que vivemos no mundo mais amplo, o macrocosmo? A resposta é que, embora todas as medidas envolvam alguma grau d incerteza, na escala macroscópica ele não é significativo. Podemos continuar voando de São Francisco para Nova York com a certeza de alcançar nosso destino final. Não tingiremos exatamente o alvo, mas estaremos suficientemnte próximos. Podemos até lançar satélites nas profundezas do espaço com segurança de que, ainda que nossos cálculos tenha sido um pouquinho inexatos, o erro será tão pequeno que nenhum instrumento de medida poderá detectá-lo.

Ainda assim, pode ser filosoficamente pertubador compreender que há uma inexatidão inerente em tudo o que fazemos, em cada medição que fazemos. Alguns matmáticos gostariam de acreditar que quando fazem todos os seus cálculos da manira mais acurada possível, o resultado é inteiramente previsível. Mas não é o que acontece com o Princípio de Heisenberg. A própria tenativa de conhecer com absoluta precisão qualquer fato físico é fundamentalmente invasiva. Devemos por isso desistir da investigação científica? Obviamente não. A pesquisa científica prossegue, mas temos nova compreeensão de suas limitações.

Com o tempo, as implicações do princípio da incerteza d Heisenbrg começaram a mergir. Primiro so físicos quânticos aceitaram as ideias de Heisenberg, depois outros cintistas, e finalmente uns poucos do público esclarecido em geral. Com essa aceitação veio a compreensão pertubadora de que a incerteza não está confinada ao laboratório.

Logo se descobriram analogias com a mcânica quântica em muitos outros campos, e começou-se a fazer perguntas inquietantes sobre o próprio conhecimento. Haveria alguma área da investigação humana m que o conhcimento poderia ser pensado como absolutamente certo e correto? Mesmo no campo da matemática, por muito tempo considrado a cidadela da certeza, surgiram dúvidas. O matmático austríaco Kurt Godel mostrou no início da década de 1930 que no interior de qualquer sistema lógico, por mais rigidamente estruturado que seja, sempre há questões que não são possíveis resolver com certeza, sempre se pode descobrir contradições e imprecisões que nele se ergueiraram.

(...)A influência de Eisenberg foi tão difusa que pode ser detectada até no mundo da ficção. Num artigo publicado no The New York Times Book Review, um crítico disse a propósito de uma romancista: "Ela conhece bastante sobre Heisenberg para compreender que o ato de observar altera o objeto que está sendo observado; ou, em termos literários, que o ato de contar a história altera a história que está sendo contada."

20 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Contador. Fonte: Blog Contabilidade Financeira

Teste 548

Em geral as entidades enfatizam os ganhos, não as perdas. Mas o Bank of America, na demonstração do primeiro trimestre de 2012, orgulhosamente informava que tinha registrado um prejuízo de US$4,8 bilhões em razão de ajustes do seu passivo. Sabendo que o passivo é avaliado a valor justo, qual a razão do júbilo do banco? (Uma dica: capitulo 7, Teoria da Contabilidade, Niyama e Silva)

Resposta do Anterior: a) 6 mil; b) 3 mil; c) 1/3 de 3 mil ou mil; d) (1000 – 10 cupons x 50% x 60) = 700; e) R$2700 para ambos; f) 20 x 60 = 1200; g) 2700 para o cliente X e 1500 para Groupon. Baseado em Salmon

PLC - Patrimônio Líquido e Crescimento da Empresa

Definição – corresponde a relação entre o P/L e a taxa de crescimento da empresa. Por relacionar um índice de avaliação de ação pelo crescimento, o PLC corresponde a um comparativo entre o valor da ação no mercado e o nível de crescimento dos lucros da empresa.

Fórmulas – PLC =  índice P/L / Crescimento do Lucro em %

Índice P/L = corresponde a relação entre o preço de mercado da ação pelo lucro por ação. Refere-se ao período de tempo necessário para que o lucro pague o valor de mercado da ação. Um P/L de 10 indica que em 10 períodos o lucro irá pagar o preço da ação. É um índice de valorização de uma ação no mercado.
Crescimento do Lucro em % = refere-se a taxa de crescimento do lucro da empresa em %.

Unidade de Medida – O índice ser uma divisão de um número absoluto por um percentual, sendo que o resultado final está em percentuais.

Intervalo da medida – O intervalo deste índice é amplo já que a empresa pode ter prejuízo e crescimento negativo. Considerando que este índice será usado para empresas com lucro e crescimento positivo, o intervalo irá variar em torno de 1, entre 0 a infinito.

Como calcular – Este índice deve ser usado para valores projetados. Assim, o índice P/L e a taxa de crescimento do lucro são montantes estimados pelo analista. Iremos mostrar como o índice funciona para situações históricas.
A figura a seguir foi retirada de um endereço de informação sobre a empresa Sanepar:

A Sanepar tinha um P/L de 13,10. Isto significa dizer quem em 13,1 anos o preço atual da ação da empresa irá retornar para o investidor sob a forma de lucro. A seguir a demonstração do resultado para mesma empresa em 2011 e 2010.

A empresa apresentou um crescimento de lucro de 83,87% no período.

O índice é dado por:

PLC = 13,1 / 83,87 = 0,16

Neste caso, a taxa de crescimento do lucro é muito superior a relação esperada para o nível de P/L. Isto faz com que o índice fique abaixo da unidade, indicando que mantendo este crescimento, o investimento na empresa seria interessante.

Grau de utilidade – Regular. Seu uso está condicionado a existência de lucro na empresa e que o mesmo seja crescente no tempo. Além disto, seu uso está restrito a empresas de capital aberto.

Controvérsia de Medida – Alguma. O índice deve ser usado em termos de projeção. Isto significa que cada analista poderá ter seu resultado.

Observações Adicionais
a)     Este índice mostra se o preço de uma ação está “barato” ou não. Valores menores que a unidade indicaria um preço de mercado atual atrativo, já que o crescimento futuro dos lucros conduziria a uma redução, no tempo, do índice P/L.
b)     Em termos de análise, valores menores são mais interessantes. É importante que o índice seja usado projetado e não usando informação do passado.
c)     Para fazer isto, o analista pode buscar um consenso de outros analistas com respeito ao desempenho da empresa. Ou fazer projeções. Observe que a taxa de crescimento histórica do lucro da empresa, de 83%, talvez seja irreal. Se usarmos uma taxa de 20%, o índice seria de 0,655, que ainda seria interessante a compra da ação. Para que não seja interessante comprar esta ação, o crescimento do lucro deve ficar em 13,1%, que corresponde ao índice P/L.
d)     Assim, quando a empresa irá crescer acima do P/L, o índice indicaria uma ação atrativa. Valores abaixo, a ação não seria interessante.
e)     Observe que o índice P/L possui variação diária. Isto significa que este índice também possui periodicidade diária.
f)       Este índice é conhecido no PEG Factor na literatura inglesa.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram:

Repsol

Quando a Petrobras teve problemas com a Bolívia no passado, o leitor das demonstrações contábeis pode encontrar nas informações da empresa o alerta para este tipo de risco.

Agora a Argentina decidiu tomar os ativos da empresa espanhola Repsol. Eis o que ocorreu com sua ações na bolsa:

O gráfico diz a reação negativa do mercado. Mas será que a empresa tinha noção deste risco. Olhando  as demonstrações contábeis da empresa encontrei isto:
Ou seja, parece que a empresa não estava preparada para o que ocorreu. Na página 38 comenta sobre "outras provisões" que contempla riscos associados com operações no exterior.

O Anexo I da demonstração mostra que o investimento na Argentina era o mais relevante fora da Espanha:
com investimento de 6,5 bilhões de euros e capital social de 2,2 bilhões (clique na imagem para ver melhor).

O blog Contabilidade Financeira recomenda: ler demonstrações faz bem para saúde.

Instrumentos Financeiros

Fasb e Iasb avançaram na discussão sobre o tratamento de instrumentos financeiros, informou o Journal of Accountancy. A notícia não destaca, em nenhum momento, a simplificação do processo.

Data única


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estuda divulgar uma circular orientando os bancos sobre a publicação de demonstrações financeiras individual e consolidada, tanto no padrão internacional IFRS como no BR Gaap, na mesma data. O motivo estaria no fato de a autarquia ter identificado que aquelas instituições estão priorizando as regras do Banco Central (que exige o padrão BR Gaap), em detrimento das regras da CVM. Com isso, publicam a informação primeiro em BR Gaap e depois em IFRS.


"Isso não é possível. Se é obrigatório entregar para a CVM a demonstração financeira conforme a instrução 480, os bancos têm de entregar todo o conjunto na mesma data, como requer a regra", disse o superintendente de relações com empresas da CVM, Fernando Soares Vieira.


Como não há tratamento diferenciado para o setor financeiro na instrução 480, que dispõe sobre o registro de emissores de valores mobiliários, a CVM deve lançar em breve um ofício específico para os bancos se adequarem para 2013. No ano passado, por determinação do Banco Central, as instituições financeiras sob o controle da autoridade monetária foram autorizadas a prorrogar em até 120 dias o prazo para a adequação ao IFRS. "Essa regra não vale mais", lembrou Vieira.


Transparência


O superintendente da CVM destacou que o objetivo da medida é tornar a divulgação das demonstrações financeiras por parte dos bancos mais "transparente e clara". No entanto, esta questão está sendo debatida em "caráter preliminar", informou, e cabe questionamentos das instituições envolvidas. "Essa não é uma questão simples. Se fosse, não estaríamos fazendo isso por um ofício circular. É passível de discussão, inclusive, com as empresas desse setor", explicou durante seminário sobre formulário de referência, realizado nesta quinta-feira na sede da BM&FBovespa.


De acordo com o superintendente de relações com empresas da CVM, o debate com os bancos é necessário, pois existe a possibilidade de entendimento de que a divulgação conjunta das demonstrações pode gerar conflito e que faz sentido prevalecer a regra do BC e não a da CVM.


Balanço de bancos em IFRS e Br Gaap terão data única - Por Aline Bronzati


19 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Ele chama Michael Jordan. Observem a decepção das pessoas quando sabem disto. Fonte: Aqui

FCL sobre VE



Definição
 – corresponde ao fluxo de caixa livre gerado pelo fluxo do empreendimento. O inverso do índice mostra em quanto tempo o fluxo de caixa livre “paga” o investimento na empresa.

Fórmulas – FCL sobre VE = (Fluxo de Caixa Livre / Valor do Empreendimento) x 100

Fluxo de Caixa Livre = Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais – Gastos com manutenção de capital
Valor do Empreendimento = Valor de Mercado da Empresa + Dívida – Caixa e Equivalentes

Unidade de Medida – em valor percentual

Intervalo da medida – O índice pode variar entre -100% a infinito. Em geral o Fluxo de Caixa Livre é menor que o Valor do Empreendimento. Assim, o intervalo deve estar entre -100% a 100%. Valores negativos podem ocorrer em razão do fluxo de caixa livre.

Como calcular – O índice necessita do valor de mercado da empresa, do balanço patrimonial e da demonstração dos fluxos de caixa.

Para mostrar este índice iremos usar o exemplo da Petrobras. O valor de mercado da empresa, em 31 de dezembro de 2011, era de 298,2 bilhões de reais, conforme a figura a seguir:

O valor do empreendimento depende do valor da dívida e do valor do caixa. Isto pode ser obtido no Balanço Patrimonial :

Assim, o valor do empreendimento da Petrobrás é dado por:

VE no final de 2011 = 298,2 + 198,7+68,2 – 35,7 = 529,4 bilhões de reais

O fluxo de caixa livre é obtido a partir da DFC, cujo extrato é apresentado a seguir:

Assim, o fluxo de caixa livre para 2011 foi de 56,3 – 31,4 ou 24,9 bilhões.

O índice seria:

FCL sobre VE = 24,9 / 529,4 = 4,7%

Ou seja, o fluxo de caixa, reduzido do investimento, corresponde a 4,7% do valor do empreendimento. Gerando este caixa a empresa levaria 21,26 anos para pagar as compras das ações e as dívidas.

Grau de utilidade – Moderado. É um índice de investimento de longo prazo, que integra o valor de mercado com a geração de caixa da empresa. Existem algumas pesquisas onde este índice aparece como um importante previsor para o mercado de capitais.

Controvérsia de Medida – Alguma. Empresas que pagam dividendos anuais tendem a apresentar um valor de mercado elevado no final do ano, o que reduz o índice. O fluxo de caixa livre pode sofrer intervenção da administração da empresa, através da redução do volume de investimento necessário para que a empresa se mantenha no mercado.
Observações Adicionais
a)     Seria possível calcular este índice levando em consideração os títulos e valores mobiliários. Isto tende a reduzir o VE e, consequentemente, aumentar o índice.
b)     Maiores valores para este índice indicaria, no médio e longo prazo, que a empresa é uma pechincha. Isto seria um sinal de que a empresa consegue gerar bastante caixa nas suas atividades, já retirado os investimentos, em relação ao seu valor.
c)     O efeito do capital de terceiros pode variar conforme o tratamento da despesa financeira na DFC. Para as empresas que consideram a despesa financeira como sendo do fluxo de financiamento, maiores dívida entra no VE, mas não no FCL.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: Distribuição do Valor adicionadoDividendo por lucro, Lucro por açãoPreço sobre vendasDividend yieldCapital Circulante LíquidoCusto da DívidaInvestimento sobre DepreciaçãoComposição do EndividamentoCobertura de dívida,. Cobertura de investimentoPrazo de Pagamento a Fornecedores,  Taxa de QueimaPrazo de EstocagemValor Adicionado sobre ReceitaMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRSPLEndividamento OnerosoEndividamentoFluxo de Caixa LivreEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Doença

Na terça o bilionário Buffett anunciou que estava fazendo um tratamento contra um câncer. O gráfico mostra a reação do mercado: queda na cotação das ações da empresa.

Frase

Um adágio comum de Wall Street afirma "a tendência é sua amiga". Céticos algumas vezes adicionam "... até não ser mais".

Christopher Faille

Capitalização

O gráfico acima mostra a capitalização de três empresas ao longo dos anos. A Microsoft tornou-se, no ínício dos anos 2000 a maior empresa em valor de mercado do mundo: 583 bilhões de dólares. Em 2007 seu posto  foi ocupado pela PetroChina: a valorização da ação desta empresa levou ao primeiro lugar no mercado acionário. Agora a Apple tornou-se a maior empresa do mundo em valor de mercado. A pergunta é: até quando? O ciclo da Microsoft já passou, assim como da PetroChina.