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13 setembro 2011

Basileia 3 e Globalização

Dorotea, uma empresária de trinta e poucos anos que trabalha por conta própria com cerâmica, nas longínquas florestas do Peru, sabe tudo sobre a crise financeira mundial. Ela pode não estar familiarizada com as tecnicalidades do desaparecimento do Lehman Brothers, em 2008, nem com a consequente enxurrada de regulamentações destinadas a reparar o quebrado sistema bancário. Mas ela sabe que é uma pessoa de sorte. Se estivesse hoje tentando obter o empréstimo de 1.200 soles para um novo forno que obteve alguns anos atrás, ficaria frustrada.

A exemplo, virtualmente, de todos os bancos mundiais, sua instituição de microcrédito, o Mibanco, teve de reduzir os riscos a que estava exposto, e não está mais concedendo financiamento a empresários empobrecidos como Dorotea. “Ainda estamos emprestando”, diz seu gerente local. “Mas procuramos riscos menores – tomadores não tão pobres e não tão micro.”

Três anos depois de mergulharmos nas profundezas do pior colapso financeiro das últimas oito décadas, está mais claro do que nunca que a crise que muitos julgavam encerrada dois anos atrás continua em vigor – e, de certa forma, principalmente nos EUA e em toda a zona do euro, está se intensificando. As empresas e os políticos dizem que o crédito ou não está disponível ou está caro demais. Os bancos reclamam que os lucros estão sendo tão fortemente comprimidos que os investidores estão desertando deles. As autoridades reguladoras, ilhadas no meio, estão entregues às suas próprias dúvidas sobre se sua reação natural à crise – a formulação de novas e rígidas normas – está mesmo erigindo um sistema mais sólido, como o pretendido, ou se está exacerbando os problemas de uma frágil economia mundial.

Numa visão retrospectiva, está claro que a estrutura do setor nos anos anteriores a 2007 constituía um desastre anunciado. As instituições tinham se distorcido na busca de lucros arrasadores. Elas mantiveram pouco capital próprio para se proteger – e o capital que elas efetivamente tinham era, em muitos casos, amplificado em até 50 vezes com instrumentos de endividamento. Amplos lucros eram acumulados através de tomadas de empréstimo barato, muitas vezes de curto prazo, contratados sob o pressuposto de que os riscos inerentes de produtos que iam desde contratos de crédito imobiliário até derivativos complexos eram desprezíveis.

Hoje, esses elementos constitutivos da lucratividade – que geraram retornos sobre o capital de até 25 ou 30%, correspondente a cinco vezes a taxa normal de muitas empresas industriais de primeira linha – não existem mais. Muitos bancos detêm atualmente o triplo do capital que possuíam antes, e até seis vezes o financiamento líquido. Os múltiplos de alavancagem mais comuns se reduziram a 20. Os riscos foram reavaliados. E os lucros despencaram. Segundo o indicador preferido dos próprios bancos, o retorno sobre o patrimônio, que historicamente tem um desempenho ilusoriamente maximizado ao relacionar os retornos apenas com aquelas parcas reservas de segurança de capital, o máximo a que podem aspirar agora corresponde à metade da faixa do pré-crise.

O Citigroup, uma das grandes vítimas americanas, encolheu seus ativos – empréstimos, contratos de crédito imobiliário e de outro tipo de crédito – drasticamente. “O mundo mudou”, diz Alberto Verme, coprincipal executivo de suas divisões europeias. “Os bancos estão voltando ao básico – à captação de depósitos, ao repasse desses depósitos sob a forma de concessão de empréstimos e à administração do que é cada vez mais importante para os clientes – gerenciamento de caixa, financiamento de comércio exterior, câmbio.”

Os órgãos reguladores, por sua vez, baixaram uma grande quantidade de normas sobre o volume de capital próprio e de liquidez das instituições. Embora a maioria faça parte dos novos padrões do comitê da Basileia, o órgão regulador mundial, a serem introduzidos, progressivamente, até 2019, os analistas e investidores pressionam pelo cumprimento antecipado. Sua máxima para os últimos anos é simples: quanto maior o índice de capitalização – especificamente o patrimônio líquido em relação aos ativos ponderados pelo grau de risco -, melhor.

“Está bastante claro que o sistema bancário de hoje é mais seguro do que era alguns anos atrás”, diz Bob Penn, um dos sócios do escritório mundial de advocacia Allen & Overy. “Será que isso decorre de medidas regulatórias ou da simples reação do mercado à crise?”

Seja como for, a crise encontrou novo fôlego. Os custos diretos, arcados pelos governos três anos atrás, de salvar bancos quebrados, associados aos custos indiretos do desaquecimento da economia que acompanharam o colapso do setor e ao efeito bumerangue do excesso de tomada de empréstimos, se revelaram sob a forma de cargas de endividamento soberano insustentáveis da Europa aos EUA. Isso está se refletindo, novamente, no ainda frágil sistema bancário, num momento em que partes das carteiras tradicionalmente seguras das instituições de investimentos em bônus governamentais despencaram de valor.

“Nesse processo de reestruturação das demonstrações financeiras, as incertezas deste momento dizem respeito à habitação e aos governos”, diz Richard Brown, economista-chefe do FDIC, o órgão garantidor dos depósitos bancários e fiscalizador do setor nos EUA. Alguns acreditam que a raiz do problema foi a insuficiência das reformas. “As mudanças que foram lançadas e planejadas não tornarão [o sistema] seguro o suficiente”, diz o professor Anat Admati, da Universidade Stanford.

A título de exemplo, os mais recentes alvos da pressão vendedora dos mercados são os bancos franceses, que, com o apoio da autoridade reguladora nacional, resistiram em seguir a investida de Suíça, Suécia e Reino Unido para aumentar os níveis de capitalização para novos patamares recorde. Ao mesmo tempo, o BNP Paribas, o Société Générale e o Crédit Agricole têm exposições extraordinariamente altas à Grécia.

As autoridades de política monetária estão enfrentando dificuldades em corrigir os fundamentos errôneos das economias da zona do euro sem consumir o capital das reservas de segurança dos bancos. Mas, enquanto isso, a oferta de financiamento líquido de curto prazo a muitas instituições do continente está se esgotando, em uma reedição do nervosismo que aniquilou instituições como o Northern Rock do Reino Unido e o Lehman dos EUA em 2007-08.

“Os problemas fundamentais da zona do euro estão apenas piorando com o passar do tempo”, diz Ulf Riese, diretor financeiro do Handelsbanken da Suécia, cujo modelo de negócios de baixo risco o tornou um raro refúgio seguro dentre seus pares europeus. “A liquidez, para muitos bancos, está ficando de mais curto prazo ou dependente de medidas do governo.”

O prazo de sexta-feira para os detentores do setor privado de bônus soberanos da Grécia aderirem a um acordo voluntário de prorrogação do vencimento em até 10 anos poderá desencadear uma nova rodada de pressão vendedora em toda a zona do euro. Os dirigentes dos bancos preveem que a adesão ficará aquém da meta de 90%, o que poderá pôr em perigo a próxima tranche do dinheiro do pacote de salvamento à Grécia se os políticos sentirem que o ônus não está sendo compartilhado de forma justa.

A fragilidade dos mercados aparentemente levou alguns defensores de reformas, normalmente de linha dura, a questionarem a adequação de adotar um enfoque pouco flexível. Andrew Haldane, diretor-executivo de estabilidade financeira do Bank of England, o BC do Reino Unido, elogiou no mês passado a condução da regulamentação dos bancos na década de 1930 dada pelo presidente dos EUA Franklin Roosevelt – especificamente a de afrouxamento das normas durante a Crise de 1929, na tentativa, bem-sucedida, de intensificar a concessão de crédito.

Os dirigentes dos bancos, não é de admirar, concordam. Eles destacam, por exemplo, que o papel tradicional das instituições de crédito de fazer a mediação entre os mercados de capitais e os tomadores corporativos pode não ser mais viável economicamente, agora que tantos foram rebaixados pelas agências de classificação de crédito. “Hoje em dia, muitos bancos têm um custo mais alto de financiamento do que as empresas, e isso dificulta muito sua tarefa de conceder crédito a uma empresa”, diz Riese.

Alguns proponentes de reformas acreditam que as autoridades reguladoras precisam manter a pressão – pela limitação, por exemplo, à capacidade dos bancos de pagar dividendos aos acionistas enquanto não tiverem aumentado mais os níveis de capitalização por meio de retenção dos lucros.

Mas a maior questão existencial continua sendo a de caráter básico, sobre a capacidade de concessão de crédito. E apenas quando a fraca demanda da economia por crédito finalmente se fortalecer, pondo à prova a capacidade dos bancos de conceder crédito com suas novas restrições de capitalização e liquidez, é que o mundo realmente saberá se o futuro do setor bancário se sustenta. (tradução de Rachel Warszawski)

Fonte: Patrick Jenkins, Brooke Masters e Tom Braithwaite Financial Times, Valor Economico

Infraestrutura

Renée Pereira
Estado de S.Paulo, 11.09.2011


A qualidade da infraestrutura brasileira piorou em relação ao resto do mundo pelo segundo ano consecutivo. Desta vez, no entanto, o País despencou 20 posições no ranking global de competitividade do Fórum Econômico Mundial, de 84º para 104º lugar. Em 2010, já havia perdido três colocações por causa da lentidão do governo para tirar projetos importantes do papel.A tendência não é nada animadora.

Na avaliação de especialistas, com a paralisia verificada em algumas áreas este ano a situação tende a piorar. É o caso da malha rodoviária. No ranking mundial, elaborado com base na opinião de cerca de 200 empresários nacionais e estrangeiros, a qualidade das estradas brasileiras caiu 13 posições e está entre as 25 piores estruturas dos 142 países analisados.

A preocupação é que, depois dos escândalos de corrupção no Ministério dos Transportes, muitas obras estão paralisadas. Segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foram suspensos 41 editais, que estão sendo liberados de acordo com a prioridade do ministério. O órgão destaca, entretanto, que esses processos estavam em diferentes estágios, alguns na fase anterior à abertura das propostas. Apesar disso, afirma que conseguiu executar R$ 1,2 bilhão em agosto. Mas será preciso bem mais energia para melhorar a posição no ranking mundial, avalia o consultor para logística e infraestrutura da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antonio Fayet.

Os maiores empregadores

1. Departamento de Defesa dos EUA - 3,2 milhões de empregados
2. Exército Chinês - 2,3 milhões
3. Walmart - 2,1 milhões
4. McDonalds - 1,7 milhão
5. CNPC (empresa chinesa de petróleo) - 1,7 milhão

Fonte: Aqui

Concorrência

A PwC comenta sobre a concentração do mercado de auditoria:

"O mercado de auditoria é ferozmente competitivo e rejeitamos qualquer alegação de que sugere o contrário", disse Powell. "Trabalhamos em nome de alguns dos clientes mais sofisticados do mundo - Que são obrigados a aprovar a nossa nomeação a cada ano" 


Em julho, as quatro grandes atacaram a perspectiva de uma investigação da Comissão da Concorrência do Reino Unido, alegando que o plano é desnecessário e potencialmente prejudicial para Londres.


Reguladores esperam refrear o poder das empresas que auditam as contas de 99 das empresas do FTSE 100.

Fonte: aqui

12 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Uma propaganda antiga sobre Café e casais. Fonte: aqui

Beleza


O trabalho de Hamermesh não estabelece padrões para o que é ser bonito --o economista "driblou" essa questão. No estudo mais abrangente do livro, um grupo de avaliadores classificou a beleza do rosto de 2.774 profissionais. "Pessoas olham para fotos ou para indivíduos e [em geral] concordam sobre quem tem boa aparência ou não", justifica. "Claro, nem sempre há unanimidade."


O estudo concluiu que os trabalhadores americanos colocados entre os 7% mais feios ganham até 17% menos do que os 33% considerados mais bonitos. Hamermesh afirma ter verificado os efeitos da beleza em todas as profissões que pesquisou, incluindo professores, publicitários e economistas.

Fonte: aqui. Foto, aqui

Brics

Eis uma notícia interessante: O avanço da economia brasileira, no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado, ficou à frente da África do Sul, na comparação entre os cinco países que formam os Brics, atrás de China, Índia e Rússia.

 (Sempre tinha escutado dizer que era BRICs, de Brasil, Rússia, India e China. Entretanto, recentemente admitiu-se a África do Sul e a sigla é BRICS)

Publicação, importante etapa da ciência

Artigo de Rogério Meneghini na Folha de São Paulo (30/08/2011):

No Brasil, os periódicos são publicados por sociedades, e não por publishers; por isso, a maioria é gerenciada de modo amador e com poucos recursos A produção mundial de ciências tem crescido intensamente, principalmente em países emergentes. Estima-se que haja mais de 100 mil periódicos científicos no mundo.

Tanto em taxa de crescimento quanto em total de artigos, os países emergentes do grupo Brics se destacam, com 18% das publicações mundiais. Tais números ressaltam a quantidade, mas e quanto à qualidade? A avaliação mais próxima desse atributo se faz pelo número médio de citações aos artigos, utilizando bases internacionais de indexação.

Na mais prestigiosa, a Thomson-Reuters-ISI, o Brasil se encontra na 13ª posição em número de artigos publicados e na 35ª posição em citações por artigo; em resumo, relativamente bem em produtividade, mas mal em qualidade. Entre os fatores que pesam para isso está o baixo nível de colaboração internacional (27% dos artigos).

Países mais avançados apresentam taxas superiores a 50%. É evidente que, hoje, a interação com parceiros internacionais aumenta a troca de ideias e informações, beneficiando o trabalho resultante.

Outro fator é a baixa presença de cientistas brasileiros nos corpos editoriais das revistas internacionais. Não por menos, esses pesquisadores são chamados de guardiões do portão: como cientistas destacados, têm o poder de estabelecer os contornos da ciência contemporânea, definindo o que é relevante e vanguardeiro.

Nossos periódicos também têm seus guardiões. Poderiam eles compensar a pouca presença internacional? Dificilmente. Os países emergentes buscam indexar seus periódicos nas bases internacionais, e alcançaram sucesso nos últimos anos. Contudo, tais periódicos não se tornam necessariamente internacionais por isso. Eles operam primordialmente para fluir a produção científica nacional.

No Brasil, são publicados por instituições ou sociedades, e não por publishers, como na grande maioria dos países. Por isso, são em sua maioria administrados de forma amadora e com recursos modestos.


O programa SciELO, apoiado primordialmente pela Fapesp, tem operado para selecionar os melhores periódicos brasileiros, dispondo-os em acesso aberto na internet e alavancando-os para indexação nas bases internacionais. O programa, porém, não intervém em suas administrações, não exercendo, portanto, o papel de publisher.

Como avançar na internacionalização desses periódicos? A meta é atingir maior visibilidade (citações) com uso intensivo da língua inglesa e da colaboração internacional.

Para isso, é necessário: (1) profissionalizar a administração, por meio de publishers e de atuação na composição do corpo editorial com pesquisadores conceituados e ativos (não perfunctórios), remunerados e experientes internacionalmente; (2) adotar um modelo econômico em que os autores pagam para publicar seus artigos, com recursos provindos de seus projetos.

A escolha de onde publicar já seria um procedimento de avaliação dos melhores periódicos pelos pesquisadores.


Rogério Meneghini é professor titular aposentado da USP, coordenador científico do programa SciELO de revistas científicas e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Custo da Copa


O Portal da Transparência do governo, montado pela Controladoria-Geral da União, diz que a Copa custará R$ 23,4 bilhões.


A Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), que tem acordo de cooperação técnica com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o Ministério do Esporte, trabalha com outros números.


Estima em R$ 112 bilhões o custo total do Mundial e em R$ 84,9 bilhões, se considerado o recorte feito pelo Portal da Transparência, com o cálculo incluindo só aeroportos, portos, segurança, arenas e mobilidade urbana.


Fonte: aqui

11 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Intangível

Se ativos intangíveis - patentes, por exemplo - dominam grande parte da economia moderna, por que continuam, em grande parte, fora dos balanços das maiores companhias americanas?

Algumas vendas de patentes alçadas às manchetes reacenderam o interesse pela questão. Entre elas: o leilão, com arremate por US$ 4,5 bilhões, de patentes de tecnologia sem fio da Nortel, em 1º de julho, e os US$ 12,5 bilhões pagos pelo Google em 15 de agosto pela Motorola Mobility Holdings e suas 24,5 mil patentes e pedidos de patentes pendentes, além de outros ativos.

Agora, a agência australiana que estabelece normas contábeis em nome de um grupo mundial do qual faz parte a Financial Accounting Standards Board americana está colocando o tema na agenda da contabilidade mundial. A entidade realizou, recentemente, uma pesquisa com empresas, auditorias e reguladores sobre a contabilização de intangíveis e se mudanças devem ser feitas.

Nos EUA, ativos intangíveis, como marcas, relacionamento com clientes, patentes e outras informações tecnológicas, são contabilizados de uma forma se criadas nas próprias empresas - e de outra maneira, caso adquiridas.

Os ativos intangíveis de uma empresa, quando desenvolvidos por ela própria, têm seu valor contabilizado por pouco mais do que as taxas legais e de registro, porque pesquisas são deduzidas como despesas, e não capitalizadas. Ativos adquiridos, por outro lado, como as patentes que o Google obterá com a compra da Motorola, são contabilizados pelo "valor justo".

Os críticos dizem que a diferença faz com que seja difícil realizar comparações entre empresas e muitas vezes oculta os ativos mais importantes.

O tratamento diferenciado implica que uma patente desenvolvida por uma empresa e depois vendida para outra pode ser originalmente avaliada por um valor praticamente nulo, e então, quase da noite para o dia, passar a valer milhões - ou até mesmo bilhões - de dólares, diz Esther Mills, presidente da Accounting Policy Plus, uma firma de consultoria de Nova York especializada em questões contábeis complexas.

Mills está entre os que sustentam que intangíveis criados internamente devem constar do balanço pelo seu valor de mercado ou por um montante que reflita mais plenamente os custos do esforço de pesquisa e desenvolvimento que tenha resultado na criação de um ativo intangível.

A diferença contábil pode resultar em comportamento distorcido, adverte Abraham Briloff, um professor emérito de contabilidade no Baruch College, já que torna tentador, para uma empresa, comprar propriedade intelectual em vez de realizar pesquisas.

O valor de patentes compradas é subtraído dos lucros ao longo de sua vida útil, mas em setores como telecomunicações, nos quais as empresas são avaliadas com base em seu Ebitda (lucro antes da dedução de juros, impostos, depreciação e amortização), esses custos tendem a ser largamente ignorados por analistas e investidores.

Alguns peritos em contabilidade contra-argumentam que levar patentes e outros intangíveis para o balanço patrimonial criaria riscos de abusos. "É uma boa maneira de manipular os lucros", diz Robert Willens, diretor de serviços tributários e contábeis da consultoria que leva seu nome. Por exemplo, empresas poderiam inflar seus lucros capitalizando tanto os custos diretos como indiretos do desenvolvimento de intangíveis, evitando que virem despesa na demonstração de resultados,diz ele.

Não é fácil determinar o valor correto de um intangível e pode ser particularmente difícil em situações como a do Google. Além de qualquer valor que as patentes da Motorola Mobility poderão proporcionar em termos de fluxo de caixa futuro, o Google também está contando com as patentes como uma defesa contra ações judiciais de concorrentes. Isso é particularmente subjetivo e de difícil avaliação, segundo especialistas.

A questão tornou-se mais importante à medida que a economia americana fica cada vez mais dominada pelos intangíveis. De acordo com a Ocean Tomo, especialista na avaliação de ativos com sede em Chicago, 80% do valor de mercado das empresas componentes do S&P 500 em 2010 podem ser atribuídos a ativos intangíveis, contra 68% em 1995 e 32% em 1985.

Desde 1999, ágios têm sido sistematicamente pagos por ativos intangíveis, embora sejam mais baixos hoje do que no auge da bolha de tecnologia em 1999 e 2000, segundo análise de mais de 6 mil fusões e aquisições no setor de tecnologia e telecomunicações realizadas para a Reuters pela Capital IQ, uma monitoradora de dados.

O exame adicional de apenas 848 operações que atribuíram um valor mensurável a intangíveis adquiridos mostrou que o prêmio pago por bens intangíveis tem variado ao longo do tempo, mas atingiu um pico recente, em 2010, quando os compradores pagaram em média 15 vezes o valor dos ativos intangíveis das empresas-alvo.

Um estudo realizado por Carol Corrado, da associação de pesquisas da The Conference Board Research Association, e pelo professor Charles Hulten, da Universidade de Maryland, publicado em 2010, mostrou que em meados dos anos 1990 as empresas começaram a investir mais em ativos intangíveis do que em ativos tangíveis, como prédios e máquinas. De lá para cá, a diferença só cresceu. Uma razão para o descompasso entre a economia e a contabilidade pode ser a falta de interesse dos executivos em corrigir a situação.


Robert Herz, ex-presidente do Financial Accounting Standards Board (Fasb), dos EUA, disse que, em 2006 e 2007, quando seu grupo e o International Accounting Standards Board (Iasb) realizaram consultas a investidores, gestores e auditores sobre o que eles deveriam focar, a contabilização de intangíveis, de modo geral, não foi considerada tão relevante como uma série de outros temas.

Baruch Lev, um professor da New York University que tem estudado largamente os ativos intangíveis, disse que o status quo protege os gestores em algum grau. "Eles têm financiamentos fora de balanços e ativos fora de balanços - e estão muito satisfeitos com intangíveis fora dos balanços", disse Lev. "Intangíveis são arriscados, não há dúvida sobre isso, e eles podem ter de zerá-los contabilmente e responder a questionamentos embaraçosos. Eles perguntam: 'Por que precisamos disso?'"

Os investidores podem estar sendo prejudicados por entender pouco sobre questões relacionadas com propriedade intelectual. James Malackowski, diretor-executivo da Ocean Tomo, salienta o desempenho - superior ao do mercado - do índice criado por sua empresa, que engloba as 300 empresas que possuem as patentes mais valiosas em relação a seu valor contábil. Segundo cálculos da empresa, o Ocean Tomo Patent Index 300 vem superando o S&P 500 desde sua criação, em 2007.

Por não dispor de dados suficientes sobre quem detém as patentes e seu valor, diz, os investidores estão ignorando o verdadeiro valor de muitas boas empresas.

Fonte: Valor Econômico.

Reino Unido veta fim de cópias de papel

A oposição esmagadora de grandes e pequenos investidores derrotou uma proposta que visava a permitir que as companhias parassem de imprimir em papel seus relatórios anuais e balanços.

O Financial Reporting Council (FRC), órgão de fiscalização responsável pelo cumprimento das normas contábeis e de governança empresarial no Reino Unido, disse que abandonou o plano depois que "foram levantadas preocupações com o fim das cópias em papel dos relatórios, que colocaria os pequenos investidores em desvantagem, uma vez que muitos deles são idosos ou possuem acesso limitado à internet".

Dentre as propostas publicadas pelo FRC na quinta-feira está também a obrigação das companhias de colocar seus contratos de auditoria sob licitação a cada dez anos, ou explicarem por que não o fizeram.

Stephen Haddrill, presidente do FRC, havia descrito neste ano os relatórios anuais impressos como "um enorme desperdício de papel, uma enorme perda de tempo e um desperdício de dinheiro".

A mudança de opinião reflete queixas de investidores e profissionais do mercado financeiro de Londres, muitos dos quais afirmam que, independentemente da idade do leitor, é mais difícil ler esses relatórios longos e documentos complexos na tela de um computador.

"Para muitos investidores, incluindo eu, é muito mais fácil ler em uma cópia impressa", disse Simon Laffin, ex-presidente do conselho de administração da administradora de pubs Mitchells & Buttlers, em uma carta condenando a proposta.

Laffin, que preside os comitês de auditoria da Aegis e da Quintain Estates & Development, também mencionou o exemplo da Argos, apontando que a companhia varejista ainda imprime cópias de seu catálogo, além de operar on-line. "Uma lição importante da economia digital não é que as pessoas querem tudo on-line e sim que elas exigem informações de várias maneiras", disse ele.


Fonte: Valor Econômico- Adam Jones Financial Times, de Londres

PanAmericano têm vantagens acima da média

O banco PanAmericano possui, hoje, vantagens que o colocam acima da média dos bancos médios brasileiros, diz um relatório do banco Santander. A principal delas é o fato de a instituição contar com acionistas de peso (o BTG Pactual e a Caixa Econômica Federal). O BTG adquiriu 3 bilhões de reais em carteiras de créditos durante o primeiro trimestre de 2011, o que proporcionou uma liquidez extra para o caixa do PanAmericano, segundo os analistas do Santander. Já a Caixa se comprometeu a financiar o banco em 10 bilhões de reais nos próximos oito anos, divididos em 2 bilhões de reais em empréstimos interbancários e 8 bilhões de reais em aquisições de carteiras de crédito. “É uma estrutura de financiamento exclusivo: mais barato, a longo prazo, e menos volátil – um sonho que se realiza para um banco médio”, diz o Santander.

Outro ponto positivo para o PanAmericano, segundo o Santander, é o potencial de sinergias com a Caixa, que deverá ajudar o banco a diversificar sua atuação no mercado de empréstimos. O objetivo é se consolidar em financiamentos de veículos e crescer no setor de crédito consignado e em linhas para pequenas e médias empresas. Se isso de fato ocorrer, projetam os analistas, o banco poderá ter uma carteira de crédito de 35 bilhões de reais nos próximos quatro anos, mais que o triplo da atual.

O Santander, no entanto, faz duas ressalvas: o Índice de Basileia do banco – de 12% – está abaixo da média do setor, o que significa que o banco deverá aumentar a sua capitalização para se enquadrar nas exigências da Basileia III. Mesmo assim, os analistas do Santander recomendam a compra das ações do PanAmericano.

Depois de uma queda de 30% nas ações do PanAmericano em 2010, depois de ser descoberto um rombo de quase 4 bilhões de reais no seu balanço, os papéis do banco valorizaram 39% em 2011 – a quinta maior alta da bolsa -, enquanto o Ibovespa caiu 20% no mesmo período.

Fonte: Thiago Bronzatto, Exame.com

10 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Desenhos com palavras



Mais aqui

Portugal


Um estudo de três pesquisadores da Carnegie Mellon University discute a razão da crise em Portugal. Para os pesquisadores, o problema está na baixa produtividade. Esta, por sua vez, é conseqüência das distorções no mercado de trabalho e do tamanho das empresas.

Com respeito ao mercado de trabalho, os pesquisadores destacam que em Portugal é muito difícil despedir trabalhadores por justa causa, reduzir salários e benefícios e os tribunais são orientados para o trabalhador.

[Em Portugal, quando] as empresas crescem em tamanho, elas enfrentam um crescente conjunto de regras, regulamentos e mandatos (...)

O economista e a crise

Por Pedro Correia

Muito interessante este artigo de Paul Krugman no Eastern Economic Journal. Ele comenta sobre a profissão dos economistas e suas relações com as recentes crises econômicas. O artigo é excelente, mas a conclusão mostra o "desespero" de Krugman:

"What we really need is a change in the destructive social dynamics that brought us to this point. And I wish I knew how to do that. But my problem is obvious: I’m an economist, and it seems that we need some kind of sociologist to solve our profession’s problems."

09 setembro 2011

Rir é o melhor remédio












Custo da Copa

Esta manhã, a ESPN Soccernet informou que um analista financeiro alemão, Dr. Nicola Ritter, disse que o custo para a Copa do Mundo do Catar em 2022 é estimado em torno de £ 138 bilhões. Isto, obviamente, inclui a construção de uma nova cidade inteira como parte da preparação do pequeno país para a Copa do Mundo. A cidade chamada Lusail está planejada para ser uma "cidade ícone", que teria uma população de cerca de 200.000 habitantes, especialmente construída para celebrar a cultura região do Golfo e seu património. Você pode visitar o site para a cidade de Lusail aqui . A cidade em si custará cerca de £ 28 bilhões; a grande questão é onde irão os outros 110 bilhões? 

(Fonte: aqui). Somente o custo do ar condicionado (é isto mesmo) será de 30 bilhões de libras.

Ouro da Venezuela


Hugo Chavez anunciou recentemente que pretendia tirar 211 toneladas de ouro físico que estava na Europa. Felix Salmon faz uma análise interessante sobre as consequências disto, em termo de segurança e seguro.

Venezuela precisaria para transportar o ouro em várias viagens, disseram operadores, uma vez que o alto valor do ouro significa que seria impossível para segurar uma única aeronave carregando 211 toneladas. Que pode demorar cerca de 40 carregamentos para mover o ouro de volta a Caracas


A tarefa é complexa e a logística será difícil. A última vez que um grande carregamento foi transportado foi em 1936, quando a Espanha transportou ouro de Madri para Moscou em troca de armas.

A maior parte do ouro era trocada por armas russo, com a União Soviética mantendo 2,1% dos fundos sob a forma de comissões e corretagens, e um 1,2% adicionais na forma de transporte, depósito, fusão, refino e despesas.


Isto significa que só de despesa o país irá pagar 3,3% do valor. Isto significa 400 milhões de dólares ou mais.  Em razão das características do produto, o seguro desta operação seria também problemático. Um roubo de um dos carregamentos poderia render 300 milhões de dólares para os aventureiros. (E seriam cerca de 40 carregamentos).

Mas Chavez possui mais alternativas. Uma delas é pagar alguma despesa com ouro, com a condição que a pessoa que recebe a quantia retire no Banco da Inglaterra com um desconto. Mas isto seria uma opção muito elegante e muito mercado para ele.

Custo do 11 de Setembro

Al Qaeda usou cerca de meio milhão de dólares para destruir o World Trade Center e paralisar o Pentágono. Qual foi o custo para os Estados Unidos? Em uma pesquisa com estimativas do The New York Times, a resposta é de US $ 3,3 trilhões, ou cerca de US $ 7 milhões para cada dólar gasto pela Al Qaeda para planejar e executar os ataques. Embora nem todos os custos foram financiados pelo Governo - e alguns ainda estão por vir - esse total equivale a um quinto da dívida atual nacional [dos Estados Unidos]. Todos os valores são mostrados em dólares de hoje.


Fonte: aqui

Correios


Pressionados por uma queda de 18% no volume de correspondência só nos últimos dez anos e por uma folha de pagamento que hoje consome 80% de sua receita, o Serviço de Correios dos EUA está prestes a quebrar.


Em audiência ontem no Senado americano, a estatal pediu autorização para demitir 120 mil de seus 574 mil funcionários ou 20% de um quadro que já havia encolhido 26% de 2001 para cá.


Segundo reportagem do "New York Times", a empresa pode ficar sem caixa para pagar empregados e combustível para seus veículos já em janeiro ou fevereiro, fechando as portas.


Antes disso, porém, há expectativa de um calote de US$ 5,5 (R$ 8,8 bilhões) no seguro-saúde de funcionários aposentados, cuja conta vence no fim deste mês.


"Se o Congresso não fizer nada, daremos calote", disse o diretor do USPS (sigla para Serviço Postal dos EUA), Patrick Donahoe, ao "Times".


Donahoe pediu ao Senado permissão para demitir, fechar 10% das agências e, em último caso, deixar de fazer entregas aos sábados.


Uma série de ajustes foi feita aos serviços ao longo da última década, depois que a internet passou a substituir os Correios tanto na troca de correspondências pessoais como na mala direta.


Os catálogos ainda entopem as caixas postais americanas, mas com a preferência por spams, a quantidade vem caindo rapidamente. Projeções do USPS indicam que neste ano, o volume de correspondência já deve ser 2,3% menor do que em 2010.


Outro filão que os Correios americano perdem é o das contas, com mais gente aderindo aos boletos on-line.


Para piorar, a estatal não diversificou seus serviços. A única exceção aberta foi a confecção de passaportes, também pouco rentável.


No Brasil e em países europeus, as agências passaram a oferecer serviços bancários; e em lugares como a Suíça, o serviço postal chega até a vender eletrônicos e material de escritório.


Por fim, pesa o ônus trabalhista: os Correios nos EUA têm um quadro de funcionários altamente sindicalizado, e muitos contratos incluem cláusulas contra demissão sem justa causa e programas de pensões generosos.


Apesar do enxugamento drástico na última década, os custos não se comparam aos da concorrência no cálculo do "New York Times", a FedEx consome 32% de sua receita com salários.


De olho nesse gasto, entre as medidas debatidas pelo Congresso no Dia do Trabalho, está um saque no fundo de pensões dos funcionários.


Fonte: Aqui

Fraude


Eis um caso interessante de falta de controle interno de uma entidade:

O ex-vice-presidente do Citigroup, Gary Foster, se declarou nesta terça-feira culpado de se apropriar ilicitamente de mais de US$ 22 milhões em fundos do banco que transferiu para sua conta privada entre 2003 e 2010, segundo confirmou sua advogada Isabelle Kirshner à Agência Efe.


Foster, de 35 anos, admitiu perante o juiz federal Eric Vitaliano, do Tribunal do Distrito Leste de Nova York, que durante esse período retirou mais de US$ 22 milhões, uma quantia superior aos US$ 19 milhões pelos quais tinha sido acusado pela promotoria, disse Isabelle.


A advogada também afirmou que seu cliente "reconhece a gravidade de suas ações e está preparado para assumir sua total responsabilidade por elas".


Foster foi posto em liberdade pagando uma fiança de US$ 800 mil até que o juiz decida a data de sua sentença. O ex-vice-presidente do Citigroup enfrenta uma condenação máxima de 30 anos de prisão, embora o promotor do caso, Michael Yaeger, deva pedir para ele uma pena de oito a 10 anos.


Detido em junho no aeroporto internacional John F. Kennedy de Nova York, ao retornar de férias de Bangcoc, Foster foi acusado de ter enriquecido por meio de transferências ilegais de contas do Citigroup e de sua conta privada no banco rival JPMorgan Chase.


INVESTIGAÇÃO


O FBI (polícia federal americana) garante que o banqueiro desfalcou a entidade financeira do seu cargo na tesouraria, que supervisiona as transações interbancárias do grupo, e em uma ocasião transferiu para sua conta pessoal US$ 3,9 milhões procedentes de uma filial em Baltimore (Maryland).


Segundo detalha nesta terça-feira o "New York Post", o dinheiro foi gasto em luxuosos imóveis, como uma mansão em Nova Jersey, estimada em US$ 6 milhões, e um apartamento de quase US$ 2 milhões em Nova York --este último localizado em frente ao escritório da própria Citi em Nova York.


Gary Foster começou a trabalhar para o banco em 1999, saindo em janeiro de 2011, antes que começasse a ser investigado pelo resultado de uma auditoria interna que revelou o rombo de US$ 19 milhões.

Ao contrário do Brasil, Alemanha quer menos Estados

Enquanto no Brasil há planos para a criação de novos Estados, na Alemanha o governo quer reduzir o número de unidades federativas para diminuir gastos administrativos.

No Brasil, tramitam atualmente na Câmara projetos para a criação de seis novos Estados, como Mato Grosso do Norte, Maranhão do Sul ou Tapajós e Carajás, no atual Pará. Na Alemanha a tendência é inversa: vários dos 16 Estados atuais poderão ser fundidos no futuro, formando unidades maiores.
Entre as possíveis fusões, está a criação de um mega-estado na ex-Alemanha Oriental, que se chamaria Alemanha Central, e a união de três ou quatro Estados no norte do país, formando a Alemanha do Norte. Além disso, Berlim poderá se unir a Brandenburgo, o Estado que circunda o território da capital alemã, e no sudoeste do país fala-se em um “casamento” entre os Estados da Renânia-Palatinado e Saarland.

Vantagens econômicas

A redução do número de Estados é defendida veementemente por economistas e pelo empresariado alemão. As fusões poderiam cortar custos administrativos, diminuir a máquina estatal e tornar os novos Estados mais competitivos – as regiões cooperariam entre si, em vez de ficarem brigando por investimentos.

Os maiores empecilhos até agora são de fundo cultural: os moradores dos Estados alemães têm uma forte identidade regional.Isso ocorre apesar das atuais fronteiras estaduais terem sido criadas pelas forças de ocupação americanas, francesas, inglesas e russas depois da Segunda Guerra.
Manfred Nitsch, economista da Universidade Livre de Berlim, disse em entrevista à BBC Brasil que a situação na Alemanha é diferente do que ocorre no Brasil, já que a área dos Estados é menor.
Além disso, a população está diminuindo, o que significa que há cada vez menos gente para ser governada, diz Nitsch.

Como no Brasil, na Alemanha também são necessários plebiscitos para mudar as fronteiras dos Estados. Apesar das animosidades regionais, analistas apostam que, no longo prazo, o número de Estados alemães vai mesmo diminuir por causa das fortes razões econômicas para as fusões estaduais.

Fonte: BBC Brasil - Marcelo Crescenti

Japão


As duas fotografias mostram o processo de limpeza no Japão, após o terremoto.

08 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

A carga tributária indireta

Editorial - O Estado de S.Paulo
05 de setembro de 2011

O sistema tributário brasileiro é oneroso demais e afeta a competitividade do produto nacional não apenas por causa da existência de vários tributos, com diferentes bases de cálculo e alíquotas altas, mas também porque suas regras impõem custos adicionais aos contribuintes.

A necessidade de recolhimento dos tributos devidos antes do recebimento do pagamento pela venda que gerou a tributação, por exemplo, tem um efeito nocivo sobre o fluxo de caixa de mais de 40% das empresas industriais.
O prazo de que as indústrias dispõem para recolher o tributo é menor do que o prazo que muitas delas concedem a seus clientes para o pagamento do produto vendido. Embora esse descompasso tenha um alto custo financeiro para as empresas, o ônus adicional não entra no cômputo da carga tributária brasileira - que é muito mais alta do que a de países com grau de desenvolvimento econômico comparável ao nosso, já equivale à de muitas economias ricas e continua a crescer. Se entrasse, a carga seria ainda maior.

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 594 empresas de diferentes portes constatou que, para 41,1% delas, o prazo médio para o recebimento pela venda é de 46 dias, mas os tributos que mais afetam seu fluxo de caixa - como as contribuições previdenciárias, o PIS e a Cofins, entre os tributos federais, e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o principal tributo estadual - precisam ser recolhidos no prazo máximo de 40 dias. O descasamento de prazos aumenta as necessidades de capital de giro das empresas, o que lhes impõe maior custo financeiro.
O tributo que mais pesa no fluxo de caixa de mais da metade das indústrias (53,1% das empresas consultadas) é o ICMS, pois, além de ser o que exige o maior recolhimento em valor, é também o que tem o menor prazo de pagamento.


"Os tributos têm um peso grande sobre o faturamento", observou o economista da CNI Mário Sérgio Carraro. Daí a importância de o governo rever os prazos para seu recolhimento, de modo a torná-los, no mínimo, igual ao prazo no qual as indústrias recebem o pagamento das vendas que geraram o tributo.


Esta é mais uma das características nocivas do sistema tributário brasileiro. Outra, já bem conhecida dos contribuintes, pois lhes impõe um custo direto, é o aumento da carga tributária nos últimos 15 anos. De 28,4% do PIB brasileiro em 1995, a carga tributária já representa hoje mais de 34% de tudo o que o País produz.

Essa carga registrou ligeira redução em 2009, ano em que, para reduzir o impacto da crise global sobre a economia brasileira, o governo ofereceu benefícios fiscais a diversos segmentos. Mas, com a vigorosa retomada da atividade econômica no ano passado, a carga tributária voltou a crescer.
A maioria da população, porém, não percebe bem o peso dos impostos na sua vida cotidiana e muito menos os malefícios da tributação excessiva.

O sistema tributário brasileiro tem características que dificultam essa percepção. Embora representem quase 40% do total arrecadado pelos três níveis de governo, os tributos indiretos, muitos cobrados em cascata, não são "visíveis" para a maioria da população, que não é informada adequadamente sobre o valor dos impostos que paga.

Há, além do ônus financeiro do descompasso entre recolhimento do tributo e recebimento da venda, outros custos que o sistema tributário impõe à economia. Sua complexidade, a frequente mudança de suas regras e sua burocracia excessiva exigem das empresas a manutenção de grandes equipes para acompanhar as alterações da legislação e assegurar o cumprimento das obrigações tributárias.


Pesquisas internacionais recentes constataram que, no Brasil, são consumidas cerca de 2.600 horas de trabalho por ano para o pagamento de tributos, enquanto nos países mais desenvolvidos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico gastam-se, em média, 216 horas por ano.Os gastos das empresas brasileiras com a burocracia tributária são estimados em cerca R$ 20 bilhões por ano. Também este é um custo do sistema tributário que não entra no cômputo da carga tributária.

Viajando num custo irrecuperável

A incapacidade de reconhecer a existência de custos irrecuperáveis pode levar à tomada de más decisões. Como evidência disso, consideremos o seguinte incidente, descrito por um consultor empresarial depois de encontrar um outro viajante frustado e furioso, Sr. Smith, cujo voo para casa sofreu grande atraso.

O Sr.Smith tinha recentemente chegado a St. Louis num voo comercial numa viagem de negócios de dois dias de duração. Ao chegar lá, descobriu que o avião particular de sua empresa havia chegado no dia anterior e sairia no mesmo dia em que ele estava marcado para voltar.. O Sr. Smith imediatamente obteve reembolso de sua passagem aérea de 200 dólares e combinou o seu regresso no avião da empresa.Voou para casa sentindo-se muito bem por ter economizado 200 dólares para a sua empresa e por ter voltado sem atraso.

Aproximadamente duas semanas mais tarde, porém, o chefe do Sr. Smith lhe perguntou por que o departamento havia sido cobrado 400 dólares por suas viagem de volta quando a passagem aérea custava apenas 200 dólares. O Sr. Smith explicou que "o avião da empresa estava regressando de qualquer maneira, e havia vários assentos vazios".

Como poderia a tentativa do Sr. Smith de poupar 200 dólares à sua empresa acabar "custando" 400 dólares ao seu departamento?O problema é que Smith reconheceu algo que o sistema de alocação de custos de sua empresa não era capaz de reconhecer:a saber, que a vasta maioria dos custos associados a levar o avião de volta para casa já eram irrecuperáveis e, portanto, inevitáveis no momento em que ele tomou a decisão de regressar.Ao não ser capaz de distinguir entre custos irrecuperáveis e evitáveis, o sistema de alocação de custos estava levando a empresa e seus administradores a tomarem decisões antieconômicas.

Agora está claro por que o Sr. Smith estava tão frustado no dia em que o encontrei em St. Louis. O avião de sua empresa estava parado no pátio com vários assentos vazios, e estava pronto para decolar para o mesmo destino. No entanto, de jeito nenhum iria embora Smith viajar naquele avião, mesmo que aquela fosse "a melhor decisão empresarial".

Fonte: Dennis L. Weisman, " How Allocation Systems Can Led Managers Astray", "Journal of Cost Management 5,n.1,pg.4

Pílulas de efeito placebo

Há no mercado brasileiro uma segunda onda de adoção das "pílulas de veneno". Mas nesse movimento recente as pílulas têm duas particularidades: em geral são mais brandas - por isso, chamadas de "placebo" - e a decisão de adotá-las partiu da administração da empresa, não de controladores.

A mais nova adepta dessa versão é a empresa de administração de shopping centers BR Malls. A companhia quer adicionar ao seu estatuto social uma cláusula que obriga a realização de uma oferta pelo investidor que alcançar 20% do capital, pelo maior preço pago pelo papel nos últimos 12 meses. Com capital integralmente pulverizado, a empresa não conseguiu quórum para aprovar a medida na assembleia agendada para 1º de setembro e deve tentar novamente em uma segunda convocação.

Assim como a BR Malls, a Gafisa, cujas ações também estão totalmente dispersas na bolsa, adotou em junho regra semelhante, com gatilho para oferta em 30% e preço estabelecido em laudo com base no valor econômico.

De alguma maneira, ambas se parecem com o que a BM&FBovespa tentou, mas não conseguiu aprovar na reforma do Novo Mercado, quando pretendia padronizar para as que não tinham pílula uma regra que obrigaria oferta com gatilho de 30%, pelo maior preço pago pelo ofertante nos últimos 12 meses.

Por conta disso, Carlos Alberto Rebello, diretor de regulamentação da BM&FBovespa, explicou que essas pílulas são chamadas de "placebo". "Elas não têm veneno", disse ele, referindo-se aos elevados prêmios previstos para as ofertas da onda anterior das pílulas, adotadas no boom das aberturas de capital de 2007. "Essas mais novas não são barreiras instransponíveis para compra da empresa", acredita. Para o executivo, nas versões mais modernas, as pílulas democratizam o "ímpeto de compra".

A Ultrapar, que migrou para o Novo Mercado em agosto, chegou com a pílula placebo, com gatilho de 20%. Ao fazer a conversão de preferenciais para ordinárias, a controladora Ultra ficou com apenas 24% do capital.

Na opinião de Carlos Motta, advogado do escritório Tauil & Chequer em associação com o Mayer Brown LLP, as pílulas que foram adotadas após as aberturas de capital partiram da administração da companhia, que buscam um conforto adicional para gerir os negócios com mais tranquilidade - sem tanto risco de uma oferta ou da formação de um novo controle que os afaste da administração.

Quando surgiram, em 2004, com a abertura de capital da Natura, as pílulas praticamente impediam que um investidor alcançasse uma participação relevante no capital da empresa. A própria Natura, contudo, foi a primeira a flexibilizar a sua pílula, retirando o veneno (prêmio) e adotando a versão "placebo", logo na época em que a BM&FBovespa fazia audiências sobre a reforma do Novo Mercado.

Na primeira onda, as pílulas serviam para convencer controladores, que temiam perder o comando do negócio, a abrir capital. Eram uma garantia de que nenhum investidor rivalizaria com eles em poder. Nessa nova temporada de adoção, essas cláusulas estão protegendo, em geral, as administrações. A preocupação, quando uma companhia quer adotar algo do tipo, deve ser se a gestão não está buscando um "encastelamento" - assegurar sua permanência à frente do negócio independentemente dos resultados apresentados aos investidores.

Na opinião de Pedro Rudge, sócio da Leblon Equities, gatilhos próximos de 20% são restritivos demais para investidores que estiverem interessados em formar uma grande posição numa companhia sem que isso signifique a busca pelo controle. Na opinião dele, o percentual de 30% sugerido pela BM&FBovespa no ano passado era mais razoável. O melhor, contudo, seria não ter nada. "Seria ótimo porque é o cenário de seleção natural. Só sofre oferta companhia mal administrada."

De qualquer forma, os especialistas não negam que as novas pílulas são mais bem redigidas e oferecem menos problemas potenciais. Alguns acreditam, inclusive, que só por elas se assegura que uma companhia listada no Novo Mercado e de capital pulverizado receba uma oferta por todo o capital. Caso contrário, a empresa poderia ou ter a formação de um novo bloco de controle sem oferta nenhuma ou receber uma proposta para apenas uma parcela do capital que garanta o controle.

Tanto que algumas companhias que chegaram ao mercado agora, sem um controlador definido e sem pílula de veneno, listam a situação como um fator de risco. É o caso, por exemplo, da Brazil Pharma. A companhia descreve a possibilidade de formação de alianças ou acordos entre acionistas que poderiam, inclusive, mudar a administração, as políticas e a estratégias do negócio.

A despeito de todas as discussões em torno das pílulas de veneno, elas ainda não foram testadas na prática. A empresa de telefonia GVT foi a que chegou mais próximo disso. Mas a Vivendi, para o lançamento de sua proposta de compra, solicitou a dispensa do cumprimento da regra e foi atendida.

Num outro caso, o da Cremer, por exemplo, a situação foi diferente. A companhia tinha pílula de veneno e capital pulverizado. Ainda em 2008, alguns acionistas solicitaram que ela fosse retirada e foram atendidos, com aprovação da mudança do estatuto em assembleia. Logo em seguida, um grupo de fundos assumiu o conselho de administração da empresa para fazer modificações e reformas na gestão.

Na opinião do jurista Modesto Carvalhosa, as pílulas brasileiras são "macunaímicas" porque só existem aqui e tinham por objetivo cobrir lacunas da Lei das Sociedades por Ações, feita apenas para o cenário de existência do controlador. Ele acredita que essas cláusulas ainda serão alvo de muitos problemas, pois ferem o princípio da livre negociação.

Otávio Yazbek, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse que atualmente a autarquia não vê necessidade de regular as pílulas. Segundo ele, sem casos práticos, não há como prever os problemas potenciais, até mesmo porque há uma grande diversidade de modelos.

Fonte:Graziella Valenti - Valor Econômico

Falências

O ano de 2010 registrou o menor número de falências decretadas no Brasil desde 2005, quando foi editada a nova lei de falências. Ao todo houve 732 decretos de falência no ano passado, segundo o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações.
Segundo o Serasa, os indicadores de insolvência das empresas recuaram em 2010 em decorrência do ambiente econômico favorável aos negócios e investimentos.
“O mercado interno aquecido, as políticas de estímulo econômico, que vigoraram parte do ano, a recuperação da oferta de crédito, o alongamento dos prazos de financiamento, a maior disponibilidade de recursos via BNDES, o recuo da inadimplência e o desenvolvimento de obras de infraestrutura determinaram um ano muito positivo para a geração de receitas e capitalização das empresas”, destacaram em nota os economistas da instituição.
De acordo com o levantamento, as micro e pequenas empresas foram as que apresentaram o maior recuo no número de falências decretadas, na relação com 2009. De janeiro a dezembro de 2010, houve 653 decretações de falência de micro e pequenas, ao passo que em 2009 foram 831.
Já as médias empresas somaram 64 decretos em 2010, seis a mais que em 2009. As grandes empresas, por sua vez, tiveram 15 falências decretadas ao longo do ano anterior, número menor que os 19 verificados em 2009.
Para este ano o Serasa considera que a economia crescerá menos, em razão da política monetária restritiva, para controle da inflação e ajuste do crescimento do país, diante da pouca ociosidade existente na produção. “Mesmo com um crescimento menor do país, as finanças empresariais não serão comprometidas neste ano, o que pode levar a novas quedas nos indicadores de insolvência”, destaca a instituição.

Fonte: Valor Economico

07 setembro 2011

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui

Mercados eficientes também são instáveis

Por Pedro Correia



O artigo intitulado : Efficiency and Stability in Complex Financial , examina como a estabilidade do mercado evolui à medida que o mercado se aproxima do ideal de eficiência forte. Ou seja,os agentes econômicos são totalmente racionais, não há problemas com informação assimétrica etc.No entanto, mesmo neste cenário, os autores consideram que o equilíbrio se torna mais instável quando o mercado se aproxima da eficiência forte. Assim, mercados eficientes também são instáveis. Além disso, o estudo faz uma conclusão bastante intrigante e contrária ao pensamento econômico padrão:

[The results suggest} that information efficiency might be a necessary condition for bubble phenomena - induced by the behavior of non-informed traders.

Um outro estudo aborda a mesma questão de uma forma diferente.Os autores analisaram de forma explícita, como a proliferação de instrumentos financeiros (derivativos) fornece mais meios para a diversificação e compartilhamento de riscos e leva o mercado a um estado de eficiência. Assim, esse estado é o que os físicos chamam de "estado crítico", que caracterizado por a susceptibilidade de pequenas a extremas perturbações.Assim, qualquer pequeno "ruído" desperta flutuações enormes. Novamente, os trilhos da eficiência têm como rastro a instabilidade.Conforme afirmam os autores:

This suggests that the hypothesis of Arbitrage Pricing Theory (the notion that arbitrage works to keep market in an efficient state) may not be compatible with a stable market dynamics.



Em suma, os dois papers mostram que a eficiência traz consigo a instabilidade.



Lego explica a crise do Euro





Legenda:

1.The toreador in a floppy hat, and the F1 driver with his helmet, represent Spain, Italy and the rest of the Euro Periphery.

2.The three men with helmets, shields, and medieval weaponry represent the CDU, CSU and FDP parties in Germany.


3.The blue-and-white sailor boy is Finland. Obvs.

4.The woman with an oversized carrot and her friend in overalls with a shovel represent the Social Democrats and Greens.

5.Wotan represents the Bundesbank.

6.The piggy bank is the IMF.

7.The grey-haired Banque chap is the ECB.

8.The chap in the red bib is Poland.

9.The artists are France.

10.The angry chef, the sweeper with a broom, the airline pilot, and the rest of the motley crew at bottom left, represent EU taxpayers in Core countries.

11.The storm troopers are the EU Commission and Euro Group Finance Ministers, chaired by Jose Manuel Barroso and Jean- Claude Juncker.

12.The monocled banker and his assistant are EU bondholders and shareholders.


Mais informações e explicações detalhadas aqui.

Modelos de banco central

Há consenso de que a crise financeira de 2008 foi em boa medida resultado de uma combinação de política monetária e ambiente regulatório excessivamente relaxados nas economias maduras, em especial nos Estados Unidos.

Os Estados Unidos, por sinal, não praticavam nem praticam o regime de metas para a inflação, e atribuem um mandato amplo à política monetária, que, além da estabilidade de preços, deve também zelar pelo crescimento/emprego, bem como conter as taxas de juros de longo prazo. Dessa forma, fica difícil atribuir ao regime de metas a responsabilidade pela crise.

Não obstante, o pós-crise tem ensejado um aumento do experimentalismo entre os bancos centrais, inclusive os que praticavam o regime de metas para a inflação. Isso deriva de cobranças da sociedade por ações que mitiguem os efeitos da crise, o que tende a se intensificar à medida que a margem de manobra da política fiscal se estreita.

Uma das características gerais desse experimentalismo é a maior tolerância para com a inflação. Certos bancos centrais, aparentemente abstraindo as lições do desastre macroeconômico dos anos 1970, parecem crer que vale a pena aceitar taxas de inflação mais altas por mais tempo, no afã de evitar maiores declínios da atividade.

Isso é verdade mesmo em economias como o Reino Unido, nas quais problemas setoriais, como a falta de competitividade de segmentos do setor industrial, parecem bem impermeáveis aos efeitos da política monetária. A propósito, o modelo britânico combina certo grau de leniência na política monetária com um genuíno e severo ajuste fiscal, implementado por um governo que visa reduzir o tamanho do Estado.

Um dos experimentos mais curiosos ocorre na Turquia. Naquele país, o banco central, ainda que nominalmente continue implementando um regime de metas para a inflação, aproveitou a crise para alterar profundamente o arcabouço da política monetária.

Em especial, o Banco Central turco adicionou a doses robustas de leniência inflacionária uma estratégia de redução “estrutural” das taxas de juros. Estas, que estavam em 16,75% ao ano em outubro de 2008, encontram-se em 5% ao ano (para depósitos no BC) e 8% (para empréstimos) atualmente, com expectativas de inflação de 6,8% para os próximos 12 meses. Com isso, a taxa de juros real, que era de 7,4%, passou para algo entre -1,7% e 1,1% ao ano. O controle da demanda tem sido conduzido basicamente por meio de uma bateria de medidas de controle de crédito.

A política do BC turco tem sido bem-sucedida em reduzir a taxa real de juros -por quanto tempo, não se sabe. Tal posição, que certos analistas atribuem às preferências políticas do atual governo, de orientação religiosa, tem contribuído para reduzir a atratividade dos investimentos denominados em liras turcas.

De fato, a moeda teve depreciação de 15% neste ano -mesmo assim, as elevações de custos têm erodido os potenciais ganhos de competitividade daí derivados.

De resto, os resultados do experimento turco têm deixado bastante a desejar.

Do ponto de vista da situação econômica interna, apesar dos expressivos cortes das taxas de juros na crise, o PIB teve crescimento médio de apenas 1,4% em 2008-10, com contração de quase 5% em 2009.

Por sua vez, a inflação média foi de 7,7% entre 2008 e 2010, e deve mostrar aceleração no corrente ano, segundo as projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional). No que se refere ao setor externo, o deficit em conta-corrente, que havia baixado de 5,7% para 2,3% do PIB entre 2008 e 2009, voltou a se ampliar nos últimos anos, e, segundo os economistas do FMI, pode chegar a 8% do PIB em 2011 -embora esse resultado seja muito influenciado pelas importações de energia.

Não será surpresa se os resultados do experimentalismo turco se mostrarem decepcionantes.

Afinal, a maioria dos economistas há de reconhecer que não existem soluções macroeconômicas para problemas estruturais, como investimento insuficiente na qualificação da mão de obra e treinamento, logística deficiente e taxa de poupança baixa.

Fonte: MARIO MESQUITA, 45, doutor em economia pela Universidade de Oxford, escreve às quartas-feiras, a cada 14 dias, para a Folha de S.Paulo

Editoras privadas de journals

Por Pedro Correia

Muito interessante esta discussão sobre as revistas acadêmicas, que exigem a compra de papers:

(...)Reading a single article published by one of Elsevier's journals will cost you $31.50. Springer charges €34.95, Wiley-Blackwell, $42. Read 10 and you pay 10 times. And the journals retain perpetual copyright. You want to read a letter printed in 1981? That'll be $31.50.

Of course, you could go into the library (if it still exists). But they too have been hit by cosmic fees. The average cost of an annual subscription to a chemistry journal is $3,792. Some journals cost $10,000 a year or more to stock. The most expensive I've seen, Elsevier's Biochimica et Biophysica Acta, is $20,930. Though academic libraries have been frantically cutting subscriptions to make ends meet, journals now consume 65% of their budgets, which means they have had to reduce the number of books they buy. Journal fees account for a significant component of universities' costs, which are being passed to their students.

06 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Da série "A história de..." Michael Jackson:

Smartphone: telefone, GPS, bússola...

Os aplicativos para smartphones (como iPhone ou Android) substituem aparelhos tradicionais como calculadoras, câmeras fotográficas, GPS e até bússola. A economia de ter um celular com programas desse tipo em vez dos aparelhos fisicamente é imensa. Um cálculo simples, que considera um smartphone com apenas cinco aplicativos mostra que a economia chega a R$ 533.

Quanto mais aplicativos forem instalados no celular, maior vai ser a economia comparativamente com a compra dos aparelhos tradicionais.

Os aplicativos têm os mais variados preços. Vários deles são gratuitos, outros custam a partir de US$ 0,49.

O designer Paulo César Ribeiro, por exemplo, calcula que já economizou pelo menos R$ 2 mil optando por baixar os programas e usá-los no seu Android. "São infinitas possibilidades", diz ele. "Consigo checar e-mails, tirar fotos. Além da possibilidade de andar com tudo isso em um só aparelho, e que está no meu bolso."

Entre os aplicativos que Ribeiro usa estão o GPS, um de culinária, além de outros que servem para tratar imagens - que ele usa para o trabalho. "Há um aplicativo também que gera uma economia imensa na minha conta telefônica. Chama-se WhatsAPP e serve para eu me comunicar gratuitamente com pessoas que têm o mesmo aplicativo."


Fonte: Aqui

Contabilidade chinesa


A Sino-Forest, empresa de produtos florestais chinesa que enfrenta alegações de fraude, passou por mais uma situação difícil na sexta-feira com a suspensão de suas ações, depois de seu diretor-executivo ter renunciado no início da semana.


A companhia, cujos papéis são negociados no mercado canadense, é a maior entre várias empresas chinesas com ações em bolsas de valores estrangeiras que foram acusadas de enganar seus investidores nos últimos meses. A Sino-Forest nega todas as acusações.


A maioria dessas empresas, como a Sino-Forest, entrou nas bolsas por meio da aquisição de uma empresa “casca” já listada – uma operação conhecida como fusão reversa -, o que lhes permitiu driblar o escrutínio associado a uma oferta pública inicial. (...)

CVM canadense suspende ação da chinesa Sino-Forest. - 5 DE SETEMBRO DE 2011 - Fonte: Valor Econômico

Em postagens anteriores (aqui e aqui), a empresa já tinha sido notícia. A ação da empresa estava sendo negociada em torno de $20 dólares canadenses até junho. Com as notícias, a ação caiu abaixo de 5.

Sem o auditor


A seguir, uma situação interessante de uma empresa que pensou em publicar suas demonstrações sem o parecer do auditor.

A Trisul não conseguiu o aval dos conselheiros fiscais para colocar em prática sua ideia de divulgar uma versão não auditada do balanço do segundo trimestre, documento que já acumula atraso de 21 dias. Com isso, a administração da incorporadora imobiliária vai deliberar de novo sobre o tema.


Devido a um processo de revisão no orçamento de obras, as demonstrações contábeis trimestrais da Trisul não foram apresentadas dentro do prazo - até o dia 15 de agosto - estipulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).


A própria empresa assume que não conseguiu entregar o demonstrativo em tempo hábil para que a auditoria independente, a Ernst & Young Terco, fizesse o seu trabalho. (...)


Pressionado pelos investidores, o conselho de administração da Trisul aprovou a apresentação do balanço trimestral mesmo sem a checagem da auditoria. Os números ficariam disponíveis ao mercado tão logo fosse concedido o aval do conselho fiscal. No entanto, isso não aconteceu. Em reunião realizada na semana passada, os conselheiros "lavaram as mãos" e se abstiveram de deliberar sobre o tema, defendendo que isso cabia à administração da empresa.

Fonte: Valor Econômico - Trisul vai reavaliar publicação de balanço não auditado - Marina Falcão

O legado de 11/9

Por Pedro Correia

Joseph Stiglitz fez excelente síntese sobre as consequências dos atentados terroristas de setembro de 2001 para os EUA:

The September 11, 2001, terror attacks by Al Qaeda were meant to harm the United States, and they did, but in ways that Osama bin Laden probably never imagined. President George W. Bush’s response to the attacks compromised America’s basic principles, undermined its economy, and weakened its security.

The attack on Afghanistan that followed the 9/11 attacks was understandable, but the subsequent invasion of Iraq was entirely unconnected to Al Qaeda – as much as Bush tried to establish a link. That war of choice quickly became very expensive – orders of magnitude beyond the $60 billion claimed at the beginning – as colossal incompetence met dishonest misrepresentation.

Indeed, when Linda Bilmes and I calculated America’s war costs three years ago, the conservative tally was $3-5 trillion. Since then, the costs have mounted further. With almost 50% of returning troops eligible to receive some level of disability payment, and more than 600,000 treated so far in veterans’ medical facilities, we now estimate that future disability payments and health-care costs will total $600-900 billion. But the social costs, reflected in veteran suicides (which have topped 18 per day in recent years) and family breakups, are incalculable.

Even if Bush could be forgiven for taking America, and much of the rest of the world, to war on false pretenses, and for misrepresenting the cost of the venture, there is no excuse for how he chose to finance it. His was the first war in history paid for entirely on credit. As America went into battle, with deficits already soaring from his 2001 tax cut, Bush decided to plunge ahead with yet another round of tax “relief” for the wealthy.

Today, America is focused on unemployment and the deficit. Both threats to America’s future can, in no small measure, be traced to the wars in Afghanistan and Iraq. Increased defense spending, together with the Bush tax cuts, is a key reason why America went from a fiscal surplus of 2% of GDP when Bush was elected to its parlous deficit and debt position today. Direct government spending on those wars so far amounts to roughly $2 trillion – $17,000 for every US household – with bills yet to be received increasing this amount by more than 50%.

Moreover, as Bilmes and I argued in our book The Three Trillion Dollar War, the wars contributed to America’s macroeconomic weaknesses, which exacerbated its deficits and debt burden. Then, as now, disruption in the Middle East led to higher oil prices, forcing Americans to spend money on oil imports that they otherwise could have spent buying goods produced in the US.


Fonte:The Price of 11/9

Estudo sugere que chefes tiranos chegam mais longe em suas carreiras

Chefe adorado ou temido? Qual traz melhores resultados para as empresas? Aparentemente o segundo. Estudo publicado pela “Harvard Business Review” sugere que as companhias promovem mais aqueles profissionais que não são tão bonzinhos.

Os quatro autores americanos responsáveis pelo estudo, de diferentes escolas de negócios, separaram a pesquisa em duas partes: estudo de laboratório e entrevistas com tomadores de decisão e funcionários de empresas. Em laboratório, observadores foram convidados a avaliar a interação entre gestor e funcionário quando o chefe fala de sua decisão sobre recompensa. As palavras usadas foram exatamente as mesmas, mas em um grupo o chefe deu a notícia de forma ríspida. No outro, com respeito. Os observadores avaliaram melhor o gestor rude.

Os pesquisadores citam um exemplo de mercado. Em 2001, a Pfizer tinha que escolher seu novo CEO. Havia dois candidatos: Hank McKinnell e Karen Katen. McKinnell foi diretor financeiro da companhia nos anos 90 e era conhecido por seu estilo de negociação assertivo e prático, desgastante algumas vezes. Karen, por sua vez, comandou a unidade de operações da farmcêutica por muitos anos e tratava seus subordinados e colegas sempre com respeito. O escolhido foi McKinnell. Na época, um analista disse à “Bloomberg”: “McKinnell é o cara certo para esse trabalho... ele tem resistência para isso.”

Depois das pesquisas, os autores do estudo chegaram à seguinte conclusão: “Nós observamos esse tipo de atitude em diversas indústrias”, escreveram eles. “Decisões sobre promoções em níveis mais altos estão mais centradas na percepção de poder do que em justiça.”

Para concluir, os pesquisadores afirmam que os gestores veem respeito e poder como características que não podem ser combinadas e, normalmente, preferem a última.

Fonte: Adriana Fonseca Valor

A juventude na gestão de empresas

Entre todos os tipos de atrito que costumam ocorrer entre chefe e subordinado, o mais emblemático do atual momento de mercado é aquele em que o subordinado é mais velho ou mais experiente que seu líder. Essa situação tem se tornado bem mais frequente nas empresas. Com a escassez de mão de obra qualificada, muitas companhias optam por promover a cargos de gestão profissionais com pouca experiência, a fim de retê-los na organização. A prática funciona assim: um coordenador recebe uma proposta de emprego e avisa o chefe. Como falta gente no mercado, a empresa sabe que repor esse profissional levará tempo. Para não perdê-lo, a companhia oferece uma posição mais alta, de gerente, por exemplo.

O profissional fica por estar satisfeito com a promoção. Mas, em muitos casos, está assumindo uma função precocemente. Isso pode se transformar num problema. Uma pesquisa da consultoria americana Randstad mostra que um quinto dos profissionais americanos empregados é mais velho que seu chefe. Porém, apenas metade dos profissionais acima dos 55 anos declara se relacionar bem com colegas mais jovens e 77% dos trabalhadores maduros dizem que os jovens não reconhecem sua experiência. No Brasil, essa mesma realidade se repete, afirmam os consultores e gestores de RH. "Os profissionais estão chegando jovens e despreparados aos cargos de chefia", diz a coach Vicky Bloch.

A questão, portanto, é saber como lidar com a situação. "Você sempre será testado por ser jovem", diz Ricardo Gelain, de 32 anos, diretor comercial e de marketing da TNT, empresa de transporte de carga. Em sua equipe de oito gerentes, apenas um é mais novo que ele. A situação não é nova para ele, que assumiu seu primeiro cargo de gestor aos 23 anos. Recordando- se de algumas situações pelas quais passou na carreira, Ricardo admite que às vezes lhe faltou a experiência, mas que em outras ocasiões foi vítima de preconceito.

Sua receita é se impor pela competência. "O essencial é demonstrar o seu conhecimento e capacidade para obter o respeito", diz.

ESCOLHA A ATITUDE CERTA
O líder jovem precisa gastar um tempo analisando qual deve ser sua atitude diante de um profissional mais experiente. Uma reação possível, mas errada, é impor respeito à base da força. Pode funcionar logo no início, mas o desgaste é inevitável em pouco tempo. Outra reação possível é exatamente a contrária: o profissional aceita a promoção para ser líder, mas não se considera plenamente preparado.

Aí, predomina a insegurança e acaba se fechando, quando o certo seria se comunicar muito. A maior recomendação para um jovem líder é conversar muito e de maneira sincera com a equipe, mostrando seu conhecimento e suas limitações. E, acima de tudo, construir um relacionamento profissional, baseado na busca por resultados para a companhia. "O líder deve deixar claro para os subordinados quais são os objetivos esperados de cada um", diz Antonio Luiz Mendes, diretor da Dale Carnegie Training, empresa de treinamento corporativo. A reação típica de um profissional maduro diante de um chefe mais jovem é a resistência. Por orgulho, por julgar-se mais capaz, ele só vê defeitos na atuação do chefe garotão.

A partir daí, cria-se um círculo em que o profissional só vê defeitos no gestor e questiona todas as suas decisões. Em poucos meses, ele vira um peso — e nenhum chefe tolera isso por muito tempo. A resistência pode também gerar falta de motivação. "Talvez os piores sejam os que não expressam claramente o que sentem. Eles ignoram o líder e seguem fazendo as coisas com indiferença", afirma o coach Renato Ricci, autor do livro Liderando na Crise (Editora Qualitec NewBook). Como, então, gerenciar um chefe mais novo?

A melhor resposta se aplica a líderes de qualquer idade: no lugar de resistir, coloque-se à disposição e procure colaborar. É o que faz Sandra Pons, de 50 anos, supervisora administrativa da SH Formas, do Rio de Janeiro, que tem um chefe 17 anos mais novo. Sua receita é oferecer o conhecimento que acumulou, mas sem transformá-lo em verdade única.

"Sei que minha experiência é reconhecida e que tenho liberdade para expor ideias", diz Sandra. Um lembrete: não se preocupe com a tarefa de convencer a outra parte de que você é bom. Em vez disso, invista no relacionamento, procurando pontos de convergência e interesses mútuos. Desse jeito fica mais fácil encontrar um caminho para o diálogo.

PARA JOVENS E EXPERIENTES VEJA ABAIXO AS DICAS PARA SE DAR BEM COM SEU JOVEM GESTOR E COMO LIDERAR UMA EQUIPE MAIS EXPERIENTE CONSELHOS PARA UM LÍDER JOVEM...

1. Entenda que os mais velhos detêm conhecimentos e experiências muito importantes para o sucesso de sua liderança.
2. Saiba ouvir e debater com clareza suas posições.
3. Invista no conhecimento. Geralmente, os mais velhos isolam líderes jovens por falta de preparo ou de conhecimento.
4. Demonstre com resultados práticos suas ideias e planos. Prove por meio de resultado seu mérito.
5. Coloque-se numa posição de humildade e vontade de aprender.

E PARA UM FUNCIONÁRIO MAIS VELHO
1. Entenda que ter um chefe mais novo é um processo natural e uma tendência.
2. Procure ajudar o novo líder com toda sua experiência.
3. Evite resistir e procurar erros nas decisões do chefe.
4. Pense da seguinte forma: "E se fosse eu? Como eu gostaria de ser tratado pelos mais velhos?". 5. Seja aberto e paciente.


Postado por Isabel Sales. Indicado por Vanda Luz, a quem agradeço.
Fonte: Aqui.

Custo Brasil

Companhias mundialmente conhecidas hesitam em adentrar o complexo mercado nacional – que, mesmo em franca expansão, ainda é preterido devido ao custo Brasil.

Em plena crise e ante a ameaça de recessão nas economias desenvolvidas, seria lógico pensar que, para lucrar, multinacionais teriam de ir aonde o dinheiro está. Hoje, este destino preferencial responde pelo nome de mercados emergentes, dentre os quais se destaca o Brasil. O próprio autor do termo BRIC, o economista do Goldman Sachs (ex-JP Morgan) Jim O’Neill, afirma que o país é o lugar para se estar na atualidade. Porém, nem todos concordam com a afirmação. Há grandes empresas que, por razões distintas, resolveram não surfar nessa onda. O site de VEJA fez uma seleção de companhias mundialmente famosas – e que tem fãs ardorosos entre os brasileiros – que fizeram essa opção e tentou entender seus motivos. São elas: H&M, Ikea, Best Buy, Abercrombie & Fitch, Vodafone, Tesco, J.C. Penney, Metro AG, além dos hotéis Ritz-Carlton e Four Seasons.

É fato que, para cada caso, há uma razão específica para não se estar no Brasil: desde a estratégia de expansão focada em outros locais até a escassez de capital para investir em tempos de crise. O problema é que o país, tampouco, facilita este cenário. No caso do varejo de vestuário, a alta carga tributária, a valorização imobiliária, o custo para importar peças da China, ou produzi-las internamente, fazem com que as empresas tenham de mobilizar um capital muito grande para entrar no mercado nacional. Para conseguirem margens satisfatórias, acabam praticando preços muito superiores aos vigentes em outras praças e correm o risco de errarem na estratégia e fecharem as portas, como ocorreu com marcas como Ralph Lauren e Miss Sixty.


Leia a reportagem na íntegra

05 setembro 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Vai ter um filho? Livro ensina a poupar

Como resistir à tentação de roupinhas fofas, brinquedos e apetrechos high-tech para bebês, existentes no mercado? Pensando na necessidade de preparar também o bolso para a chegada de um filho, a jornalista Maria Fernanda Delmas lança o livro “Olha quem está poupando” (Editora Campus, 121 páginas, R$30). Colunista de Economia, a autora escreve com leveza sobre o tema, que aborda as diferentes fases da maternidade. A publicação inclui gastos com enxoval, despesas médicas, planilhas e informações importantes para investir no futuro da criança.

Gastar faz parte
O livro mostra, na prática, o que uma mãe pode fazer para evitar o estouro do orçamento, sem abrir mão da felicidade da família. Maria Fernanda relaciona despesas realmente necessárias, desde o início da gravidez, como roupas que acompanhem o crescimento da barriga, a escolha do carrinho e de móveis funcionais para o quarto do bebê. Também há orientações úteis para o dia-a-dia, como o local ideal para amamentar, a seleção da babá, a organização da festa de aniversário, outras questões. A seguir, confira as dicas extraídas do livro:

Brinquedos
“Em aniversários e Natais, em vez de dar um brinquedo que ficará perdido na multidão, pense em aplicar mais dinheiro na poupança do bebê, por exemplo. Mais tarde, será inevitável gastar com brinquedos, pois seu filho vai começar a pedir coisas caras que os outros não vão dar”.

Livros
“Tem uma coisa que sempre valerá a pena comprar: livros. É sensacional ver um bebê se interessar por eles, mesmo que seja por causa do bonequinho que faz barulho ou porque é gostoso de mastigar. Um amigo ouviu, não me lembro onde, que o que faz uma criança realmente gostar de ler é ver os pais lendo sempre. Mas não custa transformar o livro em um brinquedo amigável desde cedo”.

Música
“CDs, DVDs e canções compradas por download também são interessantes para incentivar o gosto musical. E ainda bem que existe a internet para você apresentar a seu filho os bons clipes da sua infância, como daqueles especiais de Vinicius de Moraes. Há também coleções de CDs de clássicos do rock para bebês, como Beatles, Madonna e U2. As músicas são só instrumentais, com arranjos do tipo caixa de música e xilofone. Nem você vai querer tirar do CD player do carro.”

Fonte: Aqui