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26 fevereiro 2010

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Questões e respostas sobre a crise, segundo o WSJ

Como vender a Torre Eiffel. Duas vezes.

Nassim Taleb (“Cisne Negro”) não gosta de críticas

Orçamento da NASA no tempo: gráfico

SEC e IFRS

O texto a seguir foi publicado antes da medida da SEC, mas destaca de maneira bastante apropriada a posição da SEC. Não foi, ao contrário do que parece, uma vitória para o Iasb, pois a SEC postergou a decisão. No fundo, é uma decisão da dúvida sobre a conveniência ou não de adotar os padrões mundiais de contabilidade nos EUA.


Sec Deve Apoiar Padrão Contábil Global(ifrs) Mas Não Adotá-lo Agora
DJ em Português - 24/2/2010

Washington, 24 - A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, em inglês) deve aprovar nesta quarta-feira uma declaração dizendo que apoia a adoção de regras globais de contabilidade por empresas americanas, mas que não buscará adoção rápida das novas normas.

De acordo com o resumo da declaração, a adoção do novo sistema pelas companhias dos EUA não ocorrerá antes de 2015. A comissão espera decidir até o ano que vem se recomendará tal mudança. A SEC tem trabalhado em um plano para abordar questões relacionadas ao uso de normas internacionais de relatórios financeiros ou IFRS.

Na declaração, a SEC afirma que incentiva a convergência das normas americanas e do IFRS, de maneira a "diminuir as diferenças entre os dois conjuntos de regras".

Atualmente, as empresas americanas apresentam seus relatórios financeiros de acordo com os princípios da contabilidade americana ou GAAP. Mas os responsáveis pela criação das regras contábeis nos EUA e no resto do mundo têm se movimentando em torno da uniformização, para uso do IFRS como um conjunto global de normas contábeis a fim tornar mais fácil a comparação de empresas em todo o mundo.

No ano passado, a Comissão publicou um roteiro que define a proposta de como as empresas americanas devem fazer a mudança para o IFRS a partir de 2014.

A SEC provavelmente irá migrar com cautela para o novo padrão global, levando em conta o custo adicional para as empresas americanas. A presidente da Comissão, Maria Schapiro, disse durante a cerimônia de sua posse no ano passado, que temia que a mudança para os padrões internacionais possa ser muito dispendiosa para as companhias durante a crise do mercado.

O comunicado da SEC irá direcionar funcionários para que analisem o impacto da transição para as normais globais para as empresas de todos os tamanhos, "incluindo alterações nos sistemas de contabilidade e no regime contratual, considerações de governança corporativa e contingências de litígio". As informações são da Down Jones. (Clarissa Mangueira)

Tradução

Palavras de Muhtar Kent, executivo da Coca-cola, que obteve o Most Meaningless CEO Quote in Corporate Press Release Award do Wall Street Journal:

“Our 2020 Vision calls for decisive and timely action to continuously improve and evolve our global franchise system to best serve our customers and consumers everywhere. Consistent with the 2020 Vision, our roadmap for winning together, we act today as an aligned system….Our new North American structure will create an unparalleled combination of businesses, which will serve as our passport to winning in the world’s largest nonalcoholic ready-to-drink profit pool.”


Tradução do Wall Street Journal:

“ Sorry guys, but we have to copy Pepsi after all.”

Contabilidade do Cartel

Ex-chefe do cartel do Golfo é condenado a 25 anos nos EUA- 25/2/2010

O ex-chefe mexicano do cartel do Golfo Osiel Cárdenas, extraditado aos Estados Unidos, foi condenado a 25 anos de prisão e a uma multa de 50 milhões de dólares por narcotráfico, anunciou o Departamento de Justiça nesta quarta-feira.

Cárdenas, de 42 anos, se declarou culpado ante uma juíza federal de cinco crimes relacionados ao narcotráfico, lavagem de dinheiro e ameaças contra agentes federais, informou o texto do Departamento de Justiça.

O ex-chefe foi extraditado aos Estados Unidos em 2007, após cumprir pena em uma prisão de segurança máxima mexicana desde 2003, quando foi preso em sua cidade natal, Matamoros.

"De julho de 2000 a setembro de 2001, mais de 2 mil quilos de cocaína diretamente ligados a Cárdenas-Guillém foram interceptados por forças de ordem nos Estados Unidos", explicou o comunicado.

O lucro obtido pelo tráfico ilícito no cartel do Golfo através da fronteira com o Texas foi considerável.

Em junho de 2001, as autoridades norte-americanas encontraram livros de contabilidade do cartel que descreviam um lucro de 41 milhões de dólares em apenas três meses de operações e apenas na cidade de Atlanta.

Remuneração e Comportamento

Uma experiência interessante foi realizada Nina Mazar, Uri Gneezy, George Loewenstein e Dan Ariely para verificar o efeito da remuneração em diversas tarefas (montar quebra-cabeça, jogar jogo de memória, entre outras tarefas). Foi prometido a um terço dos participantes o pagamento em uma semana; para outro terço, uma remuneração em duas semanas; e o restante iria receber em cinco meses. O estudo foi realizado na Índia, onde o custo de vida é mais baixo.

O grupo de pior desempenho foi aquele que iria receber somente em cinco meses. Isto tem uma implicação interessante para as discussões sobre remuneração. Os adversários da atual sistemática de elevadas gratificações por desempenho vinculadas as ações afirmam que o sistema induz ao foco no curto prazo, esquecendo o longo prazo. Sugerem que a remuneração seja essencialmente de longo prazo.

O estudo também trabalho outro aspecto da avaliação: o escrutínio público. Novamente algumas tarefas foram propostas (solucionar anagramas) de duas formas: privadamente, em cubículos, ou na frente de outros. O resultado foi que as pessoas queriam ter um melhor desempenho quando trabalhavam um na frente de outro.

Veja mais sobre o estudo em Bonuses boost activity, not quality, Dan Ariely, 1º de fevereiro de 2010, Wired.

Balanço do Banco do Brasil

Banco do Brasil investiga possível vazamento do balanço de 2009
O Globo

SÃO PAULO - A divulgação do lucro obtido pelo Banco do Brasil (BB) em 2009 por um veículo da imprensa, antes da publicação oficial dos números, que ocorreu apenas na manhã desta quinta-feira, gerou questionamentos sobre um possível vazamento dos resultados do banco.

O presidente do BB, Aldemir Bendine, informou durante entrevista coletiva que a instituição está investigando a origem dessa divulgação.

- Nós estamos investigando a origem dessa divulgação. O banco tem tomado um cuidado especial em relação a esse vazamento de resultado. Nós alteramos recentemente a nossa publicação no site e na CVM com horário mais tardio, para que não houvesse esse tipo de situação. Infelizmente, de novo, isso se repetiu. Nós vamos procurar apurar esses fatos - disse o presidente do BB, em entrevista coletiva na quinta-feira.

Bedine também disse que medidas já tinham sido tomadas para que isso não ocorresse, como a mudança do horário de publicação do balanço, uma vez que não se trata da primeira vez que os resultados financeiros do banco vazam.

Procurada pelo Valor, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização das companhias de capital aberto, divulgou apenas no início da noite sua resposta padrão para casos como este.

Regras políticas

Economist: corrupção no Brasil vem de regras ‘irrealistas’
25 de fevereiro de 2010 | 16h31
Sílvio Guedes Crespo

A revista britânica The Economist, em mais uma reportagem sobre o Brasil, disse na edição desta semana que ”muitos escândalos de corrupção [no País] derivam do alto custo da política e de regras de financiamento de campanha irrealisticamente rígidas”.

A publicação cita casos de Roseana Sarney, Fernando Collor, José Sarney, Renan Calheiros, além do mensalão e dos recentes acontecimentos envolvendo o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

Em relação a Arruda, a revista considera otimista a visão de que sua prisão representa um avanço no combate à corrupção, uma vez que ele governava “um estado pequeno” e é membro de um partido cuja importância está declinando. “E a sua alegada malandragem ocorreu sob o nariz do Ministério Público”.

A Economist considera que é recorrente em tais escândalos a suspeita de que o dinheiro venha de empresas que tinham contrato com o poder público e cita a afirmação da ONG Transárência Brasil de que os esquemas normalmente envolvem subornos, muitos dos quais relacionados a fundos de campanhas eleitorais.

A revista ressalva, no entanto, que a corrupção no Brasil “provavelmente não é maior do que em outros países de tamanho e riqueza semelhantes”, e que a situação aqui é melhor do que na China e na Índia, por exemplo. A Economist lembra, ainda, que tanto no Brasil como nos Estados Unidos “as empresas sentem que precisam estar bem relacionadas com uma ampla gama de políticos de todos os matizes”, e para isso precisam fazer doações de campanha.

O artigo não cita especificamente quais seriam as regras “irrealisticamente rígidas”.


Provavelmente refere-se a questão das doações e sua contabilização.

25 fevereiro 2010

Rir é o melhor remédio

OBS - Ações a serem tomadas pelos leitores desta mensagem :

1-Se homens, divulguem.
2-Se mulheres, melhor ir absorvendo a ideia.
3-Não precisa haver guerra, só pedimos compreensão.

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REGRAS PARA A COPA DO MUNDO

Queridas esposas, noivas, namoradas. E também parceiras, amantes, concubinas, filhas, sobrinhas, primas, tias, madrinhas, amigas, colegas ou qualquer criatura do sexo feminino:

Divulgamos, com 6 meses de antecedência, as 13 regras para a Copa de 2010 para que vocês leiam com calma, entendam e não encham nossos sacos.

1. Durante a Copa, a televisão é minha. 100% minha, o tempo todo. Sem exceção nem discussão. Estarei cagando e andando se for o último capítulo da novela das 8, onde Helena, a mocinha, comete suícidio introduzindo um ferro em brasa na boca. Se você dirigir o olhar ao controle remoto, uma vez sequer, você perderá... Perderá os olhos!

2. De 9 de junho a 9 de julho de 2010, você deverá ler a seção de esportes do jornal de modo a se manter a par do que se passa com respeito à Copa do Mundo, o que lhe permitirá participar das conversas. Caso não proceda desta maneira, você será olhada com maus olhos, ou mesmo ignorada por completo. Neste caso, não reclame por não receber nenhuma atenção.

3. Se você precisar passar em frente à TV durante um jogo, eu não me importarei, contanto que o faça rastejando e sem me distrair. Se você decidir se exibir nua diante de mim à frente da TV, esteja certa de vestir-se imediatamente em seguida pois, se pegar um resfriado, não terei tempo de levá-la ao médico nem de lhe dar assistência durante o mês da Copa.

4. Durante os jogos eu estarei cego, surdo e mudo, exceto nos casos em que eu solicite que me encha o copo de cerveja, ou peça a você a gentileza de me trazer algo para comer. Você estará fora de si se achar que irei ouví-la, abrir a porta, atender o telefone ou pegar nosso bebê que possa ter caído no chão... não vai acontecer.

5. É uma boa idéia manter pelo menos 2 caixas de cerveja na geladeira o tempo todo, bem como razoável variedade de tira-gostos e belisquetes. E, por favor, não faça cara feia para meus amigos quando eles vierem assistir jogo aqui em casa comigo. Como recompensa, você estará autorizada a transar comigo e assistir TV entre meia-noite e seis da manhã, a menos, é claro, que neste
período haja a reprise de algum jogo que eu tenha perdido durante o dia.

6. Por favor, por favor, por favor! Se me vir contrariado por algum time de meu interesse estar perdendo, NÃO DIGA coisas como "Ah, deixa isso pra lá, é só um jogo..." ou "Não se preocupe, eles vão ganhar da próxima vez..." Se disser coisas desse tipo, só me deixará com mais raiva e vou amá-la menos. Lembre-se, você jamais saberá mais sobre futebol do que eu e suas supostas "palavras de encorajamento" apenas nos levarão à separação ou ao divórcio.

7. Você será bem-vinda a sentar-se comigo para assistir um jogo e poderá me dirigir a palavra no intervalo entre o 1º e o 2º tempos, mas apenas durante os comerciais e (importante) APENAS se o placar do primeiro tempo tiver sido do meu agrado. Favor notar também que especifiquei UM jogo, ou seja, não use a Copa do Mundo como pretexto mimoso para aquela coisa de "passarmos tempo juntos".

8. Os repetecos dos gols são muito importantes.
Não importa se já vi o gol ou não, eu quero ver novamente.
Muitas vezes.

9. Não incomode a mim ou meus amigos perguntando sobre as regras do futebol.
Olhe o jogo e finja que está entendendo. Pule e grite quando eu pular e gritar. Nunca, jamais pergunte como funciona a regra do IMPEDIMENTO. Você não tem capacidade intelectual para entender.

10. Avise suas amigas para no mês da Copa não darem à luz nenhum neném, ou mesmo promover qualquer festa de criança ou eventos de qualquer natureza que exijam minha presença, porque:
a) Eu não vou;
b) Eu não vou, e
c) Eu não vou.

11. No entanto, se um amigo meu nos convidar para ir à casa dele num domingo para assistir um jogo, iremos de imediato.

12. As resenhas e debates esportivos da Copa toda noite na TV são tão importantes quanto os jogos propriamente ditos. Que nem lhe passe pela cabeça dizer coisas como "Mas você já viu isso tudo... porque não muda para um canal que todos possamos assistir?" Se disser algo assim, saiba desde já que a resposta será: "Veja a regra nº 1 dessa lista".

13. E, finalizando, por favor poupe-me de expressões como "Graças a Deus que só tem Copa do Mundo de quatro em quatro anos". Estou imune a manifestações ridículas dessa natureza, pois após a Copa vêm a Liga dos Campeões, a Sub20, o campeonato italiano, o espanhol, o alemão, o brasileirão, o cariocão, o paulistão, o mineirão, etc.

Grato por sua cooperação,
Assinado:
Todos os Homens do Mundo!!!


(Enviado por Jorge Katsumi)

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Fazemos investimentos com maior risco quando o nosso partido está no poder

Viés do viés

A mentira pode funcionar

Aprenda finanças comportamentais em cinco lições

A maldição do conhecimento

Salários

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lançou ontem uma página na internet para que os trabalhadores possam consultar os salários pagos em todo o País. O "salariômetro" (www.salariometro.sp.gov.br) reúne em um banco de dados informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho. (...)

José Serra lança o ''salariômetro''
Carolina Freitas, SÃO PAULO - Estado de S. Paulo - 25/2/2010

A renda dos "contadores e afins" admitidos entre 2004 e 2008 no Estado de São Paulo foi de R$1879.

SEC e a Convergência

Contabilidade: SEC vota pela convergência às normas internacionais

Jesse Westbrook e Ian Katz, Bloomberg, de Washington – Valor Econômico – 25/2/2010

A Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, informou que vai dar andamento ao plano que poderá levar as companhias do país a operar sob as normas internacionais de contabilidade (IFRS, na sigla em inglês) até 2014.

O órgão, em votação por cinco a zero, reiterou ontem o apoio a padrões contábeis que possam incluir companhias dos EUA e de fora do país, embora tenha ressaltado que não decidirá sobre o prazo para essa mudança até o próximo ano.

Em 2008, a SEC propôs um guia para deixar que as companhias com valor de mercado acima de US$ 700 milhões abandonem os padrões dos EUA (conhecidos pela sigla "US Gaap") até 2014. Essa proposta havia sido divulgada antes de Mary Schapiro tornar-se presidente da SEC, em janeiro de 2009.

"Precisamos considerar e deliberar cuidadosamente se tal mudança está dentro dos melhores interesses dos investidores e mercados dos EUA", disse Schapiro, ontem, em reunião em Washington. "Se decidirmos que tal mudança atende a esses interesses, também precisaremos dar um tempo suficiente de transição para os que preparam as demonstrações financeiras e para os que as usam."

A General Electric e a Câmara de Comércio dos EUA defendem a adoção dos padrões internacionais, sob o argumento de que as regras mundiais tornariam mais fácil para as empresas levantar dinheiro e ajudariam os investidores a comparar os balanços de empresas locais e de fora do país.

O Conselho de Investidores Institucionais, que representa fundos de pensão americanos, por sua vez, questiona se as normas internacionais dariam proteção suficiente aos acionistas.

Posse no CFC

Ontem ocorreu a posse da nova diretoria do Conselho Federal de Contabilidade. A rigor pouca mudança, já que o presidente que assume foi eleito por unanimidade. E a ex-presidenta Maria Clara Bugarin continua na diretoria.

No discurso de posse, o novo presidente falou da necessidade de continuar apoiando o CPC e as normas internacionais de contabilidade. E solicitou a aprovação da Lei de Regência.

Logo depois falou o ministro da previdência, que afirmou que a Lei de Regência já foi aprovada internamente no Governo Federal. E foi muito aplaudido por isto.

Falência

O texto a seguir mostra um caso de recuperação judicial interessante. Dependendo do resultado, pode ser uma avanço nas relações jurídicas no Brasil.

J.P. cobra acionista do Independência

Cristiane Perini Lucchesi e Fernando Torres, de São Paulo – Valor Econômico – 24/2/2010
Os bancos credores do frigorífico Independência, em recuperação judicial há um ano, resolveram partir para cima dos bens dos acionistas da empresa, a família Russo, e pedir na Justiça a execução de garantias pessoais dadas por eles em contratos de empréstimos. O J.P. Morgan já conseguiu vitória em corte em Nova York, que determina a execução de um total de US$ 115 milhões em garantias. O Banco Votorantim, o Banco da Amazônia, o Itaú BBA e o Banco Fibra estão todos adotando estratégia semelhante na Justiça brasileira.

O J.P. Morgan, representado pelo escritório de advocacia Felsberg e Associados, recorreu à Justiça de Nova York porque o empréstimo de US$ 100 milhões, que tinha prazo de vencimento final em 26 de fevereiro de 2009 e garantia dos acionistas, foi feito em dólar. O próximo passo do banco americano é recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça para que homologue a decisão e as garantias possam ser executadas. Os acionistas da família Russo, por sua vez, alegam que tudo o que tinham foi investido no Independência e que os ativos da empresa estão protegidos pela recuperação judicial.

Fontes ligadas ao Independência negam que a busca dos credores pelas garantias dos acionistas da empresa vá impactar o plano de recuperação aprovado no final do ano passado ou a emissão em andamento de eurobônus no mercado externo de US$ 150 milhões pelo frigorífico. Afinal, os bens dos acionistas "na pessoa física" nada têm a ver com os ativos da empresa, a "pessoa jurídica".

Os investidores externos parecem concordar com isso, dado o interesse demonstrado pelos papéis pelos chamados "fundos abutres", que se especializam em comprar títulos de empresas inadimplentes ou em recuperação judicial. A previsão é fechar no dia 15 de março a transação, que tem prazo de vencimento em cinco anos e paga juros tão altos como 15% a 20% ao ano em dólares.

Para ajudar a vender os títulos, Tobias Bremer, diretor vice-presidente do Independência (ironicamente um ex-executivo do J.P. Morgan), tem dito aos investidores externos que Ricardo Paes, diretor no Brasil da firma de consultoria especializada em reestruturação de empresas com problemas de nome Alvarez & Marsal, será o diretor financeiro do frigorífico logo após a venda dos bônus. Procurados, os dois executivos não se pronunciaram.

Os rumores de que a Brasil Foods (Perdigão mais Sadia) poderia comprar a companhia também voltaram e são responsáveis por parte da alta dos preços dos papéis do Independência no mercado secundário de bônus desde que a venda dos novos títulos no exterior começou. No total, os investidores internacionais já têm US$ 525 milhões em eurobônus do Independência em suas mãos neste momento. Os papéis chegaram ao preço de 8% do valor de face no pior momento de crise para a companhia, mas subiram para níveis entre 25% e 27% desde que a transação de emissão de novos eurobônus começou.

A emissão dos novos títulos seguem a chamada regra 144A, para investidores qualificados nos Estados Unidos. Quem está liderando a transação é a firma BTIG, americana, de executivos que vieram do Goldman Sachs e especializada na venda de ativos estressados ou podres, de empresas inadimplentes.

Os novos bônus têm garantias nos ativos da empresa, incluindo propriedades imobiliárias e equipamentos. Um terço das novas notas teria amortização em 2013, 50% em 2014 e o resto em 2015. Os detentores desses papéis teriam prioridade de recebimento em relação aos demais credores.

O sucesso da transação de emissão de bônus é fundamental para que a empresa consiga fazer seu primeiro pagamento, no dia 31 de março, de um valor de no mínimo R$ 100 mil para os credores pecuaristas. Esse é o prazo final para essa primeira parcela, prevista no plano de recuperação e reestruturação da empresa, aprovado pela maioria dos credores em 5 de novembro. Se a empresa não fizer esse pagamento, os pecuaristas poderão pedir a falência da empresa.

Segundo o plano de recuperação, o dinheiro captado com os bônus devem ajudar a tornar operacionais outras fábricas da companhia, que poderia então voltar a gerar mais caixa operacional e pagar suas dívidas. Hoje apenas as unidades de abate de Rolim de Moura (RO) e Janaúba (MG) estão abertas. Também estão em atividade os curtumes de Nova Andradina (MS) e Colorado do Oeste (RO) e a fábrica de charque em Santana de Parnaíba (SP).

Só com pecuaristas, a dívida do frigorífico Independência alcança R$ 194 milhões, conforme a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Ao todo, a empresa tem débitos com 1.524 criadores espalhados por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais e Goiás. As dívidas totais do Independência - que surpreendeu o mercado ao pedir recuperação judicial no dia 27 de fevereiro de 2009 - chegavam a R$ 3 bilhões.

Entre os bancos, os principais credores são o Bradesco, Santander, J.P. Morgan e Citigroup, com mais de 90% da dívida bancária do Independência. Instituições de porte médio como Votorantim, Fibra, BicBanco, Daycoval, Pine e Banco da Amazônia são todos credores do frigorífico também, além do Itaú BBA e do falido Lehman Brothers.

O mercado apostava todas as suas fichas no Independência, pois não acreditava que uma empresa que, em novembro de 2008 havia obtido R$ 250 milhões sob a forma de capital do BNDESPar, a empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e iria receber outros R$ 200 milhões de capital em março de 2009, poderia pedir recuperação judicial. Ainda mais depois de anunciar a recompra antecipada de até US$ 144 milhões de eurobônus que só venceriam em 2015 e 2017, demonstrando ter caixa no momento. Ainda mais considerando-se que seu fundador e dono, Toninho Russo, suplente de senador pelo PL-MS, é um dos grandes apoiadores do presidente Lula.

Dentro do plano de recuperação judicial, aprovado em novembro, os credores financeiros (com créditos de R$ 2 bilhões) aceitaram dar um perdão de 50% à empresa. O plano aprovado também prevê que os acionistas "obrigam-se" a buscar a venda do controle da empresa. Além disso, se houver venda do controle, os credores financeiros terão direito a um bônus de subscrição, uma espécie de ação do frigorífico. Ficou acertado que, nesse caso, 50% do valor da operação serão divididos entre os credores financeiros. Na hora de votar o plano de reestruturação da empresa, o J.P. votou a favor, mas negou cláusulas que limitassem ações contra os acionistas. O Banco Votorantim votou contra o plano.(Colaborou Alda do Amaral Rocha)

Custo de Capital

O custo de capital é definitivamente um dos conceitos chaves de finanças. Surpreende não existe uma definição deste termo que possa ser encontrado na literatura que seja precisa o suficiente para se usado em operações lógicas em equações de avaliação, em particular em contexto de vários períodos

Kruschwitz, Lutz; Loeffler, Andreas. Discounted Cash Flow: a Theory of the Valuation of Firms. John Wiley,2006, Introdução

24 fevereiro 2010

Rir é o melhor remédio



Dois quadrinhos de Medi Belortaja (fonte, aqui e aqui)

Teste #236

Esta empresa de consultoria tem sua origem na ex-empresa de auditoria Artur Andersen. Sua origem decorre do crescimento da área de consultoria da Andersen, que levou a posterior separação da área contábil. Outra dica: patrocinava o golfista Tiger Woods.

Accenture
Boston Consulting Group
McKinsey

Resposta do Anterior: Superman. Fonte: aqui

Links


Regras para escrever: não seja tão sério quanto um contador

A dívida da América Latina ainda preocupa

Como o Google e o Facebook invadem sua privacidade

Os oligarcas russos: a lista dos bilionários russos

O impacto financeiro do crime

Pergunta que não quer calar: Qual a razão dos patinadores (homens) terem uma grande “poupança”? (foto)

Leilão e preço

Este trabalho buscou evidenciar se a inclusão de informações sobre produtos altera substancialmente as estimativas de preços dos produtos na simulação de leilões de preço reserva. Os produtos escolhidos foram: mouse, tênis, relógio e o wice que é um refrigerador de bebidas desconhecido no mercado brasileiro. Foi testado também se uma âncora aleatória pode influenciar nas estimativas de preços, a âncora escolhida foi os três últimos dígitos da Identidade de cada participante. Como resultado encontrou-se que âncora afeta as estimativas de preços dos quatro produtos quando leiloados sem informação. A inclusão da informação aumentou significativamente os preços ofertados e diminuiu o efeito da âncora aleatória. Nos quatro produtos pesquisados ocorreu a Maldição do Vencedor, tanto nos leilões com informação quanto nos leilões sem informação.


Efeito da Informação na Simulação de um Leilão de Preço Reserva - Bruno Vinícius Ramos Fernandes, Josué Lins Silva, César Augusto Tibúrcio Silva

Finanças Comportamentais e Publicação

Apesar dos conceitos de finanças comportamentais já estarem relativamente difundidos, a aceitação por parte dos cientistas tradicionais não foi fácil. Até o final da década de setenta, os artigos desta área não eram publicados nos periódicos tradicionais de finanças ou economia. Isto mudou em 1984, com a publicação de um artigo de Hersh Shefrin e Meir Statman no Journal of Financial Economics. Esta publicação foi relevante por três motivos:

  1. O editor deste periódico era Black, conhecido pelo desenvolvimento da teoria de opções e defensor da abordagem racionalista de finanças. Black apoiou a publicação do artigo, por achá-lo brilhante.
  2. O fato é mais importante já que o Journal of Financial Economics foi fundado por Eugene Fama, Michael Jensen e Robert Merton, todos eles financistas de visão tradicional e racional.
  3. O texto discute a questão da distribuição de dividendos, um assunto de ocupou Modigliani e Miller já em 1961

Mas o papel de Black foi mais além. Como presidente eleito da American Finance Association também em 1984 chamou Shefrin para organizar uma apresentação sobre finanças comportamentais. Em tal evento, Richard Thaler teve oportunidade de divulgar um estudo realizado juntamente com Werner de Bondt, hoje um clássico na área, sobre reação das pessoas a novos eventos.

Um ano mais tarde, Black escreveria um artigo denominado "Noise".

Fonte: FOX, Justin. The Myth of the Rational Market, cap. 11.

Contabilidade pública criativa

O texto a seguir, originalmente publicado no Wall Street Journal, foi traduzido e publicado no Valor Econômico de 23 de fevereiro. É uma leitura interessante para aqueles que interessam pela contabilidade pública.

Depois da Grécia, investidor teme os déficits "ocultos"

Charles Forelle e Susanne Craig, The Wall Street Journal
Os temores de que a Grécia e outros países europeus em dificuldades talvez não consigam pagar suas dívidas começaram a concentrar a atenção dos investidores em outra grande preocupação: as economias do continente têm usado transações financeiras complexas - às vezes em segredo - para esconder o verdadeiro tamanho das dívidas e dos déficits.

Os investidores têm feito vista grossa há muito tempo para a contabilidade agressiva dos governos europeus, feita para cumprir o teto fiscal da zona do euro. Os países que usam a moeda têm um histórico amplo de manobras exóticas para cumprir as regras que determinam que os membros limitem o endividamento a 60% de seu produto interno bruto e o déficit anual do orçamento a no máximo 3%. Apesar das críticas, os líderes europeus consideraram muitas dessas medidas aceitáveis quando tentavam implantar a tão planejada união cambial.

Para tentar atingir essas metas, que foram criadas para aumentar a confiança na estabilidade do euro, no decorrer dos anos os governos venderam ativos estatais, transformaram pagamentos a receber em títulos de investimento e até, no caso da Grécia, insistiram com a agência de estatísticas Eurostat que porções vultosas de seus gastos militares eram "confidenciais" e portanto excluídas dos cálculos do déficit.

Em 2000, a Grécia informou ter gastado € 828 milhões (o equivalente a US$ 1,13 bilhão) com as Forças Armadas - cerca de um quarto dos 3,17 bilhões de euros que depois admitiu ter realmente gasto. A Grécia acabou admitindo que deixou de declarar US$ 8,7 bilhões em gastos militares entre 1997 e 2003.

Portugal classificou os subsídios ao metrô de Lisboa e a outros empreendimentos estatais como investimento em participações. Depois de ficar sabendo disso, a Eurostat obrigou Portugal a refazer a contabilidade em 2002. O país revisou o déficit de 2001 de 2,76 bilhões de euros, ou 2,2% do PIB, para 5,09 bilhões de euros, ou 4,1% - bem acima do limite.

Em 1997, a França fez um acordo com a então prestes a ser privatizada France Télécom pelo qual a empresa pagou ao governo mais de € 5 bilhões. Em troca, a França concordou em assumir as despesas com aposentadoria dos trabalhadores da telefônica.

Os bilhões da France Télécom ajudaram a diminuir o déficit do orçamento francês para cerca de € 40 bilhões em 1997; o país divulgou déficit de 3% do PIB naquele ano - exatamente no limite, o que ajudou a França a entrar na zona do euro.

Até a Alemanha, maior economia da Europa, tentou reavaliar suas reservas de ouro para obter um benefício imediato em 1997, mas terminou desistindo depois de enfrentar a resistência do banco central do país.

Os países "procuram coisas porque isso aumenta seu arsenal de técnicas para reduzir os déficits orçamentários", diz James D. Savage, professor da Universidade da Virgínia, dos Estados Unidos, que é considerado uma autoridade em questões orçamentárias da União Europeia. "O problema para a Eurostat é a multiplicação de instrumentos e técnicas financeiras. Os países membros vão tentar se aproveitar deles."

A possibilidade de contágio em outros países tem preocupado profundamente políticos e investidores enquanto os problemas com a dívida da Grécia têm aumentado nas últimas semanas. O custo do seguro contra a moratória da Grécia continua em níveis recordes. E as emissões de títulos realizadas pela Espanha, pela Irlanda e por Portugal nas últimas duas semanas deram certo principalmente porque ofereceram juros mais altos que o usual.

Na semana passada, essas preocupações exacerbaram os temores do mercado quanto aos problemas de dívida na Europa e podem complicar os planos da Grécia de vender mais títulos esta semana, dizem banqueiros e investidores.

O uso de swaps cambiais por esses países tem despertado atenção nas últimas semanas. Em transações como essas, os países podem assumir empréstimos em moedas que não a sua, por exemplo, e usar um derivativo para compensar o risco de flutuação cambial. Mas esses instrumentos também podem ser usados para inflar artificialmente as contas a receber e a pagar, e para cumprir limites de endividamento e de déficit orçamentário.

Os investidores prestaram pouca atenção a esses acordos com derivativos, muitas vezes opacos, até que os temores de moratória grega começaram a tumultuar os mercados, com receios quanto à estabilidade do euro.

Os governos da zona do euro não são obrigados a divulgar precisamente a natureza das transações com derivativos que realizarem, tornando praticamente impossível que os investidores consigam discernir os possíveis riscos desses instrumentos.

A Eurostat permitiu até 2008 o uso dessas transações para ajustar os níveis de endividamento.

Embora outras manobras possam ter tido impacto menor nas dívidas e nos déficits, os swaps cambiais são uma ferramenta que os países têm usado regularmente no decorrer dos anos para conseguir atingir os limites da zona do euro. Em alguns casos os governos realizaram várias dessas transações, geralmente sem divulgá-las, o que dificulta que os investidores meçam seu impacto nas finanças de um país.

O Goldman Sachs Group Inc. realizou 12 swaps cambiais para a Grécia entre 1998 e 2001, segundo pessoas familiarizadas com a questão. O Credit Suisse também esteve envolvido com Atenas, criando um swap cambial para a Grécia no mesmo período, segundo pessoas a par da questão.

O Deutsche Bank realizou vários swaps cambiais para Portugal entre 1998 e 2003, segundo o porta-voz Roland Weichert. Ele disse também que os negócios do Deutsche Bank com Portugal incluíram "swaps cambiais completamente normais" e outras atividades que ele não quis discutir detalhadamente. Os swaps cambiais para Portugal estavam de acordo com o "padrão de administração de dívida soberana", disse Weichert. As transações não foram criadas para esconder a dívida externa de Portugal, afirmou ele.

O Ministério das Finanças de Portugal não quis comentar se o país usou swaps cambiais como os usados pela Grécia, mas afirmou que Portugal usou apenas instrumentos financeiros que atendem às regras da UE.

Membros de governos europeus disseram na semana passada que as autoridades da UE não tinham conhecimento de um swap cambial polêmico estruturado em 2001 para a Grécia pelo Goldman Sachs. Eles dizem acreditar que o problema não está disseminado, mas vários políticos europeus importantes, como a chanceler alemã Angela Merkel, pediram que as autoridades investiguem mais as transações e se os bancos ajudaram os governos a maquiar suas contas.

Um relatório de 2008 da Eurostat, todavia, diz que os primeiros questionamentos sobre como contabilizar swaps isolados do mercado como os usados pela Grécia surgiram em 2007. O relatório afirma que estabeleceu um guia detalhado sobre como lidar com algumas formas desses swaps. A Eurostat não respondeu a um pedido de entrevista.

A Eurostat tentou por vários anos mudar as regras sobre o uso dos swaps. Os ministros da Fazenda da Europa negaram os poderes da Eurostat em 2000, argumentando que precisavam do máximo de flexibilidade possível para administrar suas dívidas.

Foi só em 2008 - dez anos depois que esses acordos se popularizaram - que a Eurostat conseguiu revisar suas regras para pressionar os países a incluir os swaps em seus cálculos de dívida e déficit. Mesmo assim, os críticos dizem que ainda se sabe muito pouco sobre a contínua exposição desses países a acordos que já estão em vigência.

Os 12 acordos de swap cambial da Grécia feitos pelo Goldman, além de permitir que o país garantisse um taxa de câmbio, tinham outra vantagem: juros fixos que tornavam permissível, sob as regras europeias de contabilidade, que a Grécia divulgasse sua dívida em moeda estrangeira com as taxas de câmbio do contrato de swap - sem importar a variação que o câmbio pudesse ter posteriormente. Isso poderia proteger o país de alta súbitas das dívidas que já tinha contabilizado.

Mas apesar de os swaps cambiais ajudarem a enfeitar a contabilidade, eles não alteraram os fundamentos econômicos: que uma desvalorização do euro deixaria a Grécia com um swap negativo. Foi o que aconteceu em 2000 e 2001, segundo pessoas a par da situação.

Em 2001, o Goldman e a Grécia criaram uma solução que agora se tornou polêmica: um novo swap fora do mercado. Ficou acordado que, no futuro, ienes e dólares seriam convertidos em euros a uma cotação artificialmente favorável.

A Grécia poderia usar essa cotação quando contabilizasse sua dívidas nas contas europeias - diminuindo o endividamento divulgado pelo país em mais de 2 bilhões, segundo pessoas a par da questão.

No final das contas, o benefício marginal foi pequeno. A dívida total da Grécia caiu de 105,3% do PIB para 103,7% e o déficit de 2001 foi reduzido por um décimo de ponto porcentual do PIB, segundo pessoas ligadas ao Goldman.

Ainda não está claro qual é a exposição restante da Gré- cia nesse complicado acordo. (Colaboraram David Crawford, Robin Sidel, Jonathan House e Deborah Ball)