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20 março 2009

Links

Modelando multidões: Tecnologia usada para fazer monstros no filme Senhor dos Anéis está sendo usada para prever como a multidão se comporta dentro de prédios. Isto pode salvar vidas em caso de incêndios

Métodos de Avaliação não ajudam o investidor

Proposta de criação do FAOB, que retira parte do poder da SEC

Transparência, XBRL e excesso de informação

Momentos "estranhos" - Esportes

Iasb e Fasb e novas normas para Leasing

Será o Brasil uma nova Arábia Saudita?

Xadrez

O blog Não Posso Evitar... é muito bom. Em algumas postagens passo minutos lendo e refletindo. Ou deixo marcado no Reader para ler com calma. Rodolfo Araújo faz textos de dar inveja.

Recentemente ele encaminhou um e-mail (não tão recentemente, nestes tempos de internet: início de fevereiro). Propositalmente deixei o e-mail na caixa de mensagem, aguardando, pois sabia que seria algo muito interessante. Fala sobre competição e inclui um tema de meu interesse: xadrez. E Kasparov.

Xadrez é um jogo onde as informações são simétricas. Onde não existe blefe. Mesmo com os computadores, ainda hoje é comum encontrar pessoas apaixonadas pelo xadrez.

Mas mesmo quem não goste do xadrez, mas se interessa por uma boa leitura, não deixe de ver. Clique aqui

19 março 2009

Rir é o melhor remédio

Uma série sobre remuneração de executivos responsáveis pela quebra de empresas e um governo desatento.









Clique nas imagens para ver melhor

Fonte, com adaptações: Aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui

Teste #39

Numa cela da prisão de segurança máxima quatro executivos (André, Elza, Marcelo e Vinícius) estão presos por problemas contábeis diferentes (aumento de receita, falsificação de documentos contábeis, pagamentos ilegais e conflito de interesses). As demonstrações contábeis de suas empresas eram auditadas por quatro empresas diferentes: E, P, D e K.
Com base nas três pistas a seguir, descubra quem é quem:

1. A executiva falsificou documentos contábeis, mas não foi auditada nem por K nem por E.
2. André, que inflou receitas, não teve a oportunidade de conhecer os serviços das empresas D e K.
3. Vinícius contratou os serviços de E, mas não fez pagamentos ilegais.

Resposta do Anterior: O Caixa é o Rei

Receita e RTT

Solução da Receita trata de regime de transição contábil
Valor Econômico - 19/3/2009

A Receita Federal publicou uma solução de consulta, destinada às empresas que possuem contratos de arrendamento mercantil, pela qual confirma que a opção pelo regime tributário de transição (RTT) neste ano, não alterará a base de cálculo do imposto de renda (IR) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). O esclarecimento está na Solução de Consulta nº 5 de 2009, da 10ª Região Fiscal da Superintendência Regional da Receita Federal.

O regime tributário de transição - regulamentado pela MP nº449 para reduzir os impactos da nova lei contábil nº 11.638, de 2007 - pretende garantir a neutralidade tributária para as empresas que aderirem ao regime, válido pelos próximos dois anos. O regime de transição deve valer para a apuração do lucro real das pessoas jurídicas para os anos-calendário de 2008 e 2009. Essas empresas podem optar ou não pelo regime até o fim de junho - prazo limite para a entrega da declaração de imposto de renda de pessoa jurídica (DIPJ).

Além de oferecer maior segurança aos contribuintes em relação à interpretação do fisco sobre a neutralidade tributária aos que aderirem ao RTT, a solução de consulta também confirma que aqueles que não aderirem não podem fazer os ajustes extracontábeis para fins fiscais. Isso pode gerar uma diferença nos impostos recolhidos, para menos ou mais- já que terão impacto direto da Nova Lei Contábil na parte fiscal da empresa. O problema nesse caso, segundo o advogado Sérgio André Rocha, do Barbosa, Müssnich & Aragão (BMA), é que as diferenças geradas nem sempre terão um tratamento claro na legislação fiscal. "Por isso, a insegurança das empresas em relação ao RTT", diz.

Na prática, em relação ao arrendamento mercantil, as empresas que optarem pelo RTT poderão continuar a lançar, para fins fiscais, o valor do pagamento parcelado no arrendamento como se fossem despesas, e assim, fazer a dedução desses valores. Já as empresas que não aderirem, terão de optar pelas regras da Nova lei Contábil. Nesse caso, o bem arrendado deve constar como ativo - como se o bem já pertencesse à empresa - e como passivo - , amortizando essas parcelas a medida que forem sendo pagas. Neste sentido, não haverá mais dedução de imposto de renda sobre essas parcelas que não são mais lançadas como despesas. Há apenas uma dedução com relação à depreciação do bem arrematado, segundo o consultor tributário Luciano Nutti, da ASPR Consultoria Empresarial. Para Nutti, neste caso, se for analisada isoladamente a operação de arrendamento mercantil, tende a ser benéfico para as empresas aderirem ao RTT. Assim, afirma, pagarão menos imposto de renda com relação a essa operação no regime.

Apesar de muitas empresas ainda analisarem qual seria a melhor opção de regime a se aderir, já que o prazo só vence no fim do primeiro semestre, os dois tributaristas afirmam que as consultas em geral têm sido para aderir-se ao regime de transição.

Prisão do Contador

Sobre a prisão do Contador de Madoff:

Contador de Madoff é preso
Da agência Bloomberg
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 19/3/2009

David Friehling, o contador de Bernard Madoff, foi preso e acusado de fraude com valores mobiliários, tornando-se o primeiro cúmplice acusado a ser nominalmente citado pelas autoridades norte-americanas em conexão com o esquema piramidal de US$ 65 bilhões desenvolvido pelo gestor de recursos.

Friehling era o único proprietário da empresa de contabilidade Friehling & Horowitz. A companhia ocupava um espaço de 51 metros quadrados na New City, um bairro periférico de Nova York no condado de Rockland, e atuava como auditor da Bernard L. Madoff Investment Securities desde 1991, segundo a Justiça norte-americana.

Friehling, de 49 anos, não é acusado de ter conhecimento do esquema piramidal. Em vez disso, ele teria, supostamente, enganado os investidores ao certificar mentirosamente que tinha auditado os informes de resultados financeiros da empresa de Madoff.

“Friehling não realizou as auditorias de acordo com os princípios e padrões de auditoria geralmente aceitos”, disse o procurador-geral do Ministério Público federal, Lev Dassin, num comunicado. “Ele não fez testes, ou fez poucos, não fez a verificação dos ‘fatos’ que certificou. Sua tarefa não era simplesmente assinar balanços cuja veracidade não confirmou.”

O advogado de defesa Andrew Lankler preferiu não comentar. Friehling, que se defronta com um máximo de 105 anos de prisão, se entregou às autoridades na manhã de ontem.

Keith Kelly, agente do Federal Bureau of Investigation (FBI), disse, em queixa-crime, que não há indícios de que Friehling tenha realizado uma auditoria significativa da Madoff Securities. Ele não examinava as fontes relevantes de receita da empresa, as contas bancárias pelas quais passavam bilhões de dólares de recursos dos clientes nem os ativos, compromissos financeiros ou supostas compras de ações, disse Kelly.

Acusan de fraude a contador de Madoff
Por LARRY NEUMEISTER
AP Spanish Worldstream - 18/3/2009

NUEVA YORK (AP) - El contador de Bernard Madoff fue detenido el miércoles y acusado de ayudar al financiero que ha reconocido haber estafado a miles de inversionistas por millones de dólares durante 20 años.

Las autoridades acusan al contador por no haber realizado las auditorías más básicas que podrían haber descubierto el enorme fraude.

David Friehling es la primera persona que detenida en el escándalo desde que Madoff se entregó, y su acusación señala que el gobierno tiene la intención de llevar ante la justicia a otros socios de Madoff a medida que descubra quién más le ayudó a realizar el fraude.

Los fiscales indicaron que Friehling, de 49 años, simplemente se limitó a dar el visto bueno a los libros contables de Madoff a lo largo de 17 años, mientras trabajaba como su auditor de 1991 al 2008 en un pequeño edificio de los suburbios de Nueva York.

Las autoridades indicaron que si Friehling hubiese hecho su trabajo, los estados financieros de Madoff habrían mostrado que su compañía le debía millones de dólares a sus clientes y que no tenía capital.

"El engaño del señor Friehling ayudó a crear la ilusión de que el señor Madoff había invertido legalmente el dinero de sus clientes", señaló el fiscal federal Lev L. Dassin.

La relación entre ellos era tan buena que Friehling y su familia retiraron 5,5 millones de dólares de cuentas con Madoff desde el 2000, y tenían un total de más de 14 millones de dólares hasta noviembre. Pero tener tanto dinero invertido con sus clientes representa un conflicto de interés para los contadores, según indicaron los fiscales.

Friehling no hizo ningún comentario al salir de la corte después de que fue liberado bajo fianza. Su abogado Andrew Lankler también se negó a hacer comentarios.

Los fiscales creen que Madoff contó con la ayuda de Friehling para realizar su fraude, pero el contador no está acusado de conocer el ardid de pirámide que creó su cliente.El gobierno lo acusa de auditar erróneamente los negocios de Madoff y de no confirmar que las acciones que supuestamente invertía a nombre de sus clientes existieran en verdad.

La Comisión de Valores y Cambio indicó que Friehling simulaba realizar un mínimo de auditoría en algunas cuentas, con lo que aparentaba una verdadera revisión, además de que no documentó sus resultados y conclusiones como es requerido. Incluso omitió la revisión de una cuenta bancaria por la que pasaban miles de millones de dólares.

Expertos en contabilidad consideran absurdo que una firma tan pequeña como la de Friehling pudiera llevar las cuentas de una operación de semejante magnitud.

Pero el contador cobraba por ello una buena suma: entre 144.000 y 174.000 dólares al año del 2004 al 2007.

De ser culpable, podría ser condenado a 105 años de prisión. Se le acusa de fraude con valores, complicidad en fraude y la presentación de auditorías fraudulentas a la Comisión de Valores y Cambio.

Madoff se declaró culpable de fraude financiero el jueves. En sus declaraciones dijo que comenzó el esquema piramidal en la década de 1990 tras una recesión, aproximadamente al mismo tiempo que Friehling comenzó a hacerse cargo de sus cuentas. Madoff señaló que nunca logró recuperar el dinero y que sabía que la cárcel sería su destino.

Contador de Madoff se entrega e pode pegar até 105 anos de prisão
Agencia EFE - Serviço em português - 18/3/2009

Nova York, 18 mar (EFE).- O contador de Bernard Madoff, David Friehling, entregou-se hoje às autoridades americanas, que o acusam de ter cometido vários crimes de fraude e pedem para ele uma condenação de até 105 anos de prisão, anunciou a Procuradoria de Nova York.

Além do próprio investidor americano, que já está preso, esta é a primeira detenção de outra pessoa vinculada à fraude comandada por Madoff durante as duas últimas décadas, que poderia chegar a US$ 50 bilhões e ser a maior na história de Wall Street.

Friehling, de 49 anos, tem uma companhia de contabilidade em Nova York chamada Friehling & Horowitz, e supostamente era a responsável por auditar os estados financeiros da Bernard L. Madoff Investment Securities, incluindo suas folhas de balanço e contas de resultados.

"Friehling certificou de forma falsa que tinha ajustado esses estados financeiros aos stardards de auditoria geralmente aceitos (GAAS) e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos (GAAP)", que são as normas contábeis que regem nos EUA, explicou a Procuradoria, em comunicado.

Acrescentou que "esses estados financeiros foram enviados à SEC (comissão da bolsa de valores dos EUA) e a clientes da Bernard L. Madoff Investment Securities".

Madoff, que está há quase uma semana preso, pagou a Friehling entre US$ 12 mil e US$ 14,5 mil ao mês pelos serviços prestados entre 2004 e 2007.

"Embora Friehling não seja acusado de estar a par do esquema ponzi de Madoff, é acusado de enganar os investidores com certificações falsas que ele mesmo auditou dos estados financeiros dos negócios de Madoff", disse o procurador federal interino do Distrito Sul de Nova York, Lev Dassin.

Além disso, disse que "o engano de Friehling alimentou a ilusão de que Madoff investia legitimamente o dinheiro de seus clientes", quando, na realidade, pagava com esses fundos os juros que prometia a outros investidores, sem que houvesse um verdadeiro negócio que respaldasse suas atividades.

O responsável do caso no FBI, Joseph Demarest, indicou em comunicado à imprensa que, "como suposto auditor independente, Friehling tinha uma responsabilidade fiduciária com os investidores e uma obrigação com os reguladores de informar sobre a verdade".

"As acusações apresentadas hoje deixam claro que Friehling não cumpriu essas obrigações: fez pouco ou nada para comprovar e verificar os 'fatos' que certificou. Seu trabalho não era só colocar um selo no que verificava. Para dizer de forma simplificada, falhou em seu trabalho e mentiu a investidores e reguladores", acrescentou. EFE

Contador de Madoff é preso por fraude
Gazeta Mercantil - 19/3/2009

Nova York, 19 de Março de 2009 - O contador que ofereceu serviços de auditoria à companhia de Bernard L. Madoff por mais de uma década, operando a partir de um minúsculo escritório em Rockland County, foi acusado ontem de fraudes - envolvendo valores mobiliários e consultoria para investimentos - relacionadas ao gigantesco esquema de pirâmide financeira de Madoff.

O contador, David G. Friehling, que tornou-se o principal auditor de Madoff no início da década de 1990, quando seu sogro se aposentou e ele assumiu a empresa Friehling & Horowitz que contava com apenas dois sócios, entregou-se às autoridades federais e à promotoria pública na manhã desta quarta-feira.

Estas foram as primeiras queixas registradas publicamente desde que Madoff, 70, confessou ser culpado das acusações de fraude financeira na última quinta-feira e deverá aguardar em um presídio federal a sua condenação, que poderá ser o equivalente à prisão perpétua. Fontes familiarizadas com o andamento do processo acreditam que outros casos devem vir à tona uma vez que os promotores públicos e agentes de FBI estão investigando membros da família de Madoff e seus funcionários, embora ele tenha afirmado que agiu sozinho na fraude de pirâmide financeira.

A prisão de Friehling aconteceu alguns dias após a morte de seu sogro e ex-sócio, Jeremy Horowitz, que tinha 80 anos de idade e sofria de câncer. A morte de Horowitz aconteceu no estado da Flórida na mesma manhã em que Madoff admitiu sua culpa na corte distrital de Lower Manhattan, mesmo tribunal onde, ontem, Friehling foi levado à juízo. Horowitz havia sido interrogado recentemente por investigadores federais que buscavam juntar informações acerca do esquema fraudulento de Madoff, informou uma fonte. Se Friehling for considerado culpado, ele poderá ser condenado a até 105 anos de detenção. O advogado de Friehling, Andrew M. Lankler, recusou-se a comentar o assunto. O pequeno escritório de Friehling agora está fechado e há uma placa de "aluga-se" na janela.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(The New York Times)

Valor justo

As propostas dos Estados Unidos para relaxar as normas contábeis do valor justo dos ativos poderão alterar as práticas no mundo, depois que o órgão que define os padrões internacionais disse que também discutirá as mudanças.

A contabilidade pelo valor justo exige que as empresas divulguem a maior parte das posições financeiras pelos preços de mercado. Os críticos dizem que a queda dos preços reduziu o lucro dos bancos e minou as reservas de capital.

O Financial Accounting Standards Board dos EUA preparava anteontem a divulgação de um documento que dará a bancos e outras empresas mais liberdade na avaliação dos ativos financeiros.

Mais títulos serão avaliados por modelos de computador, em vez e por preços de mercado, e muitos deverão aumentar de valor. Uma mudança de regra poderá ser implementada já no mês que vem.

O International Accounting Standards Board (Iasb) concordou ontem em submeter os documentos aqueles que seguem suas regras - mais de cem países. Tanto o Iasb como seu congênere americano vinham resistindo às mudanças. Mas as pressões políticas nos EUA levaram às alterações, enquanto o Iasb foi forçado pela Comissão Europeia a amenizar as próprias regras no fim de 2008.

A mudança de regra iminente está atraindo críticas e elogios. "Vinha me perguntando há cerca de dois anos por que eles ainda não haviam feito isso", disse Ed Yardeni, da consultoria Yardeni Research. "A marcação a mercado implica que existe um mercado que fornece informações precisas, mas essa suposição foi por água abaixo."

Mas Shyam Sunder, professor da Universidade de Yale e crítico do valor justo, acha que a decisão foi mal avaliada. "Quando se olha o mercado para decidir as regras, é a mesma coisa que não ter regra nenhuma."

Lynn Turner, ex-diretora da comissão de valores mobiliários americana (SEC), disse: "Eles estão fazendo os padrões contábeis regredir quatro décadas".

Europa também avalia mudança no valor justo
Valor Econômico - 19/3/2009

Psicologia do desconto do Caixa

Considere isto. Você caminha para uma loja e compra guloseimas. Quando você tira o seu cartão de crédito, o caixa informa a você que terá um desconto de 2% se você pagar em dinheiro. O que você faz? Se você é um típico consumidor, você ainda usará o seu cartão de crédito. Por que?

(…) 2% é muito pouco para pagar a conveniencia de usar o cartão de crédito. Então você usa o “plástico”.

Mas em lugar de oferecer um desconto em dinheiro, se o caixa falar para você que você irá ter que pagar 2% a mais no valor como uma despesa adicional pelo uso do cartão de crédito? Você deve então escolher pagar em dinheiro. Por que?
A razão é por causa do que os psicólogos comportamentais chamam de framing bias. (...)


B. Venkatesh - Psychology of cash discount - 15/3/2009 - Business Line (The Hindu) - 14

Oposição a Marcação a Mercado

Segundo Tracy Alloway (A mark-to-market history lesson, 13/3/2009), os membros do partido Republicano dos EUA são contrários a marcação a mercado e afirmam que:

Marcação a mercado (valor justo) é a maior causa do desastre financeiro atual. Ele acelerou o declínio do valor do ativo. (...) Ironicamente, a marcação a mercado não é nova. Desde 1930, contadores e reguladores bancários reconheceram a fraqueza inerente da contabilidade marcada a mercado. Datando de 1938, o Federal Reserve recomendou que os princípios contábeis fossem revistos. Presidente Franklin Delano Roosevelt (FDR) usou este conselho e rapidamente repeliu a marcação a mercado.

(...) O Financial Accounting Standards Board (FASB) reintroduziu caprichosamente a marcação a Mercado em 2007 no esforço de crier mais transparencia.


Aqui um hiperlink sobre a marcação durante o governo FDR.

Fonte: aqui

Previsão pela multidão

Sobre o uso do mercado para o processo de previsão, a revista The Economist, em An uncertain future (28/2/2009) discute alguns dos problemas de sua utilização.

No livro O Poder das Multidões, Howe faz uma defesa deste uso. O mesmo ocorre na obra Sabedoria das Multidões, de Surowiecki).

A constatação da revista é que o método não é mainstream dentro das ferramentas gerenciais, apesar das notícias de acurácia. Alguns acreditam que a técnica é complementar a outras existentes na previsão, mas não substitutos. Outras questões estão vinculadas a implantação da metodologia, como a inexistência de pessoas suficientes para “negociar” os contratos, inclusive por desinteresse das pessoas. Algumas empresas encorajam as rivalidades internas e outras oferecem pequenos prêmios. Outra razão apontada para os problemas de uso refere-se a dificuldade que o participante tem em ver os resultados e, por isto, a perda de interesse.

Já a dificuldade dos chefes em aceitar que não especialistas façam palpites sobre assuntos de sua responsabilidade também pode ser considerada. O texto conclui que talvez a maneira de saber como encontrar as soluções para os problemas de uso da técnica seja perguntar aos empregados, usando a previsão de mercado.

Salário do segundo homem mais rico do mundo

Warren E. Buffett, o Segundo homem mais rico do mudo, recebeu 175 mil dólares no ultimo ano pela sua empresa, Berkshire Hathaway. O salário anual do Sr. Buffett permanece em 100 mil dólares, o mesmo valor de 25 anos. (...)

Fonte: Aqui

Promovendo a Universidade através do Blog

A Universidade George Mason parece ter desenvolvido uma vantagem comparativa em blogar. A The Economist e a American Spectator fazem a constatação:

THE ECONOMIST -- Compared to other economics departments, George Mason appears to have developed a comparative advantage in blogging. Lots of top departments produce good research and competition for talent (both new professors and graduate students) is fierce. Anecdotally, it sounds as if George Mason may actually be attracting more quality students and faculty because of the higher profile it gained from blogging.

AMERICAN SPECTATOR -- What is clear, though, is that not only does George Mason have a comparative advantage in blogging, but also that it's to everyone's advantage to have these economists sharing their thoughts in an approachable format. In fact, I'm almost tempted to say that I've learned more reading Marginal Revolution, Econlog, Cafe Hayek, and Overcoming Bias than I did getting a degree in economics from a top-20 university. By maintaining these blogs GMU economists have raised the level of discourse with non-economists from basically zero.


Fonte: Aqui

Sinalização

A certificação da Apimec (CNPI - Certificado Nacional do Profissional de Investimento) atingiu em fevereiro de 2009 a quantidade de 1043 profissionais certificados, sendo que 902 já estão registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e aptos a exercer a atividade de analista de valores mobiliários. A Instrução CVM 388 permitiu um período de transição em que o profissional era certificado por experiência, para não travar o mercado. Essa fase foi chamada de "certificação do estoque" e requeria que todos os profissionais já certificados fizessem o enquadramento em conformidade com a instrução, por meio da manutenção de seu cadastro e reafirmando sua adesão ao código de ética. Muitos deles acabaram perdendo sua certificação por não atentarem para a necessidade do enquadramento ou da renovação do cadastro, cuja perda foi considerada irreversível.

Posteriormente, a certificação passou apenas a ser concedida através de exames. De início, a Apimec optou por importar os exames aplicados na Suíça para o programa de certificação do analista internacional, da ACIIA (Association of Certified International Investment Analysts), associação da qual a Apimec é sócia-fundadora.
Como o rigor das provas e do conteúdo programático ser muito amplo, acima dos requerimentos da profissão de analista, a Apimec solicitou e obteve da CVM autorização para flexibilizar a certificação nacional. Para completar o processo, a Apimec fez parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) para a aplicação de exames on-line que podem ser feitos em diversos locais espalhados pelo Brasil. Essa é uma prática também adotada por outras instituições certificadoras, podendo-se destacar a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), que já atingiu o status de autorregulador na certificação, uma vez que além de certificar, também exerce a supervisão. A Apimec é membro do Conselho de autorregulação da certificação Anbid, o que além de contribuir para a governança da certificação Anbid, é importante para a harmonização das atividades das certificadores, além de trazer a experiência de um processo mais avançado.

O avanço na certificação de analistas
16/3/2009 - Gazeta Mercantil
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Lucy Sousa - Presidente da Apimec Nacional (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais))


Será que a forma como está sendo conduzida a certificação dá segurança ao mercado? Certificação on-line pode criar problemas futuros?

18 março 2009

Rir é o melhor remédio

Sua Excelência o Cliente!

No aeroporto o pessoal estava na sala de espera aguardando a chamada para embarcar. Nisso aparece o co-piloto, todo uniformizado, de óculos escuros e de bengala branca, tateando pelo caminho. A atendente da companhia o encaminha até o avião e assim que volta, explica que, apesar dele ser cego, é o melhor co-piloto da companhia.

Alguns minutos depois, chega outro funcionário também uniformizado, de óculos escuros, de bengala branca e amparado por duas aeromoças. A atendente mais uma vez informa que, apesar dele ser cego, é o melhor piloto da empresa e, tanto ele quanto o co-piloto fazem a melhor dupla da companhia.

Todos os passageiros embarcam no avião, preocupados com os pilotos. O comandante avisa que o avião vai levantar vôo e começa a correr pela pista, cada vez com mais velocidade.

Todos os passageiros se olham, suando, com muito medo da situação. O avião vai aumentando a velocidade e nada de levantar vôo. A pista está quase acabando e nada do avião sair do chão. Todos começam ficar cada vez mais preocupados.

O avião correndo e a pista acabando. O desespero toma conta de todo mundo.

Começa uma gritaria histérica no avião. Nesse exato momento o avião decola, ganhando o céu e subindo suavemente.

O piloto vira para o co-piloto e diz:

-Se algum dia o pessoal não gritar, a gente tá ferrado !

MORAL DA HISTÓRIA:

OUVIR OS CLIENTES É FUNDAMENTAL!!!


Enviado por Matias

Links

Explicação sobre a crise de crédito

Como escrever um artigo

Por que os testes não paramétricos não são populares?]

Liquidez: diferentes significados

EBITDA Lucro Antes de Juros, Depreciação e Enrolação: Caso GE

Sobre a validade das Normas Internacionais para as PME

CVM coloca em audiência pública minuta de instrução sobre a obrigatoriedade de envio pelas companhias abertas das suas escriturações mercantis ao Sistema Público de Escrituração Digital – SPED


O seguro do patrimônio da Petrobras

Celular contribuiu para redução do consumo de cigarros

Você é bom em geografia? Então faça este teste

Pesquisa

Na última pesquisa foi perguntado se o leitor do blog olha as demonstrações contábeis da empresa quando compra um automóvel. Sendo um investimento de elevado valor, com vida útil prolongada, seria de esperar que a decisão fosse tomada com cuidado, após muita pesquisa. Para um público leitor do blog, de Contabilidade Financeira, também seria razoável que o mesmo olhasse qual a situação financeira da empresa. Em especial numa situação atual, onde a possibilidade de continuidade é questionável. Entretanto, a grande maioria disse não (18 respostas) ou afirmou que “acompanha as notícias” (12 respostas), o que é um termo, propositalmente muito vago. (Dois leitores afirmaram que olham as demonstrações)

Isto é interessante já que queremos sempre destacar a relevância da contabilidade para o usuário. Além disto, tem sido continuamente defendido no Brasil a necessidade de que as grandes empresas fechadas, incluindo aqui as multinacionais montadoras de automóveis, publiquem suas demonstrações. Mas será mesmo relevante?

Uso de Probabilidade

Uma leitora pergunta : “Oi, gostaria que o sr. citacesse duas situações dentro da contabilidade em que a probabilidade seja considerada indispensável, aguardo sua resposta,”

Pensei em duas situações realmente relevantes.

A primeira, a estimativa da provisão para devedores duvidosos, onde se faz necessário ter uma estimativa da probabilidade default por parte dos clientes.

Uma outra situação é a estimativa do passivo atuarial da empresa. É necessário estimar, por exemplo, qual a probabilidade da estimativa de vida do funcionário/aposentado para determinar o tamanho do passivo.

Destino do Lucro

Questão interessante feita pelo Alvaro Caldas: “como fica a área de “utilização (destinação) do lucro líquido” (SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração Financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997, p. 17) como sendo uma das problemáticas da Administração Financeira? Este problema ainda persiste ou é agora seguido com as possibilidades da Lei 11.638, que alterou a Lei das S/A”

A Lei 11.638 acabou com a conta de Lucros Acumulados. Em minha opinião o problema ainda continua por duas razões. Em primeiro lugar, ainda existem dúvidas sobre a aplicabilidade da Lei para todos os tipos de entidade, em especial as PME, que representam a maioria das entidades. Mas este talvez não seja o melhor ponto da questão. Destaco que apesar do fim da conta de Lucros Acumulados, (1) nada impede que a empresa “acumule” lucros durante o exercício e somente decida sua destinação no final do exercício social. Ou seja, a conta de lucros acumulados poderia continuar existindo ao longo do exercício, para fins internos; (2) a empresa ainda tem que decidir se os lucros irão compor o capital, as reservas ou serão distribuídos. A questão da utilização do lucro líquido, apontada por Sanvicente, está mais próxima de uma das três decisões financeiras: distribuição de dividendos. Esta decisão ainda continua existindo

Espírito Animal

Num artigo recente (A failure to control the animal spirits, Financial Times, 9/3/2009), Robert Shiller, autor famoso da Exuberancia Irracional, faz comentários sobre seu livro mais recente, escrito em parceria com o Nobel de Economia George Akerlof (comprei o livro, mas ainda não terminei de ler).

A idéia é expandir o conceito de Keynes para literatura econômica, em especial a psicologia e economia comportamental.

For example, social psychologists, notably Roger Schank and Robert Abelson, have shown how much stories and storytelling, especially human-interest stories, motivate much of human behaviour. These stories can count for much more than abstract calculation. People's economic moods are largely based on the stories that people tell themselves and tell each other that are related to the economy. (…)

Outro argumento na discussão IFRS x US GAAP

Tenho acompanhado de perto do blog de David Albrecht, que apresenta sempre uma visão crítica da adoção da IFRS nos EUA. Numa postagem recente, Albrecht, em minha opinião, apresentou um argumento pouco convincente.

Para David, para montar um sistema financeiro global é necessário a livre circulação de capitais e, como conseqüência, regras entre os países que sejam razoavelmente equivalentes. Isto inclui a adoção de uma norma contábil única, a IFRS. Entretanto, para David Albrecht, o capital de uma nação deveria ser considerado um recurso estratégico, como um mineral precioso ou as armas do exército. Finalizando seu raciocínio, Albrecht argumenta que:

A minha conclusão é que se você acredita que o capital pode ser considerado um recurso nacional, então você deve apoiar a manutenção do US GAAP. Se você acredita no fluxo livre de capital, então você apóia a IFRS para os EUA.

Lições de Madoff


Uma lição que as pessoas e fundações provavelmente irão tomar com o escândalo Madoff é que em adição a diversificação das suas carteirs entre muitos investimentos (ações, bônus, títulos e caixa) eles também devem diversificar seus investimento entre muitos conselheiros. [mas] isto torna a tarefa de administrar carteiras muito mais difícil e muito menos eficiente. (...)

Outra lição que eu pensão que nós iremos adotar é começar a pesquisar com mais vigor as maçãs podres. (...)

Em nossa pesquisa sobre desonestidade, nos encontramos que quando nós damos as pessoas oportunidade para trambicar, muitas delas trambicam um pouquinho e algumas poucas pessoas fazem muito trambique.


3 irrational lessons from the Bernie Madoff scandal – 13/3/2009

Conselhos

(...) Essa é uma das principais indicações de um estudo preparado pelo pesquisador Wesley Mendes, da Universidade Mackenzie. O levantamento, que valeu ao especialista o prêmio de revelação em finanças do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), considerava inicialmente a composição dos conselhos de 90 empresas que estavam listadas no Novo Mercado, em 2007. E, mais recentemente, incorporou a composição dos conselhos de administração de 403 empresas de capital aberto listadas na BM&F Bovespa.

Um dos pontos que mais que mais chama a atenção no mapeamento, obtido com exclusividade pela Gazeta Mercantil, é a grande concentração de cargos em um número limitado de conselheiros. Trata-se de um grupo de 19 executivos. Geralmente com passagens de destaque na administração federal, ocupam diversos assentos em companhias distintas. Isso, mesmo em um mercado no qual mais de 83% dos conselheiros têm presença em apenas uma empresa de capital aberto.

A lista dos mais influentes conselheiros de administração do País é puxada por Mailson da Nóbrega. O ex-ministro da Fazenda compunha em 2007 o conselho de oito companhias listadas: Abyara, Rodobens, Portobello, Grendene, Arteb, TIM, CSU CardSystem e Banco Pine. "Uma das funções dos conselheiros independentes é a de emprestar seu status para que as companhias acessem recursos do mercado. Isso é muito considerado em empresas que têm em seus conselhos figuras de grande prestígio e trânsito no mercado financeiro e no meio político", diz o pesquisador.

Para Mendes, o fato de um grupo de conselheiros ocupar diversos assentos em diferentes empresas simultaneamente não é um problema em si. Pode significar riscos e vantagens. "A situação traz implícita uma relação de confiança entre as empresas que partilham conselheiros. Há a crença na capacidade que eles têm de transitar no mercado e agregar valor. Pelo lado ruim, há o fato de que coesão demais traz pouca variedade de ideias e pensamentos."

Para Alexandre de Micelli, coordenador do Centro de estudos em Governança Corporativa da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), ter conselheiros em comum pode significar a transferência não apenas de status, mas de problemas. "O conselheiro pode trazer os vícios da estrutura de governança corporativa de uma companhia para outra", critica.

Outra questão que deve ganhar espaço na agenda local de governança é a forma como é composta a remuneração dos administradores das empresas. O objetivo é saber se os valores recebidos são fixos ou têm componentes variáveis. "O relevante da questão é entender que os conselheiros não devem condicionar seu trabalho a questões de curto prazo", diz a coordenadora do núcleo de governança corporativa da Dom Cabral, Elismar Álvares.

Para além da geração de possíveis sinergias, é possível que haja o tráfego de informações entre conselheiros que estão em diversas companhias. "Há uma linha estreita, o que pode significar o uso de informações sigilosas", alerta César Amendolara, sócio do Velloza, Girotto e Lindenbojm. "Esse assunto pode ser estudado na revisão do Novo Mercado."

Grupo de notáveis concentra conselhos
Gazeta Mercantil – 13/3/2009
Finanças & Mercados - Pág. 1)(Luciano Feltrin)


O mistério é a presença do PIOR ministro da fazendo que o país já teve nos conselhos. Qual a razão?

Provisão para tempos ruins 2

A ideia é eliminar o caráter pró-cíclico da atual regulação bancária. Isso faz com que, nos momentos de grande crescimento do crédito, os lucros também cresçam e a alavancagem aumente. Quando é o contrário, os bancos quase deixam de emprestar, como atualmente.

Assim, uma questão em discussão pelos principais bancos centrais é levar os bancos a criar provisões nos períodos de expansão para utilizá-las nos períodos de contração.
(...) Outra questão em debate tem sido a definição do valor de risco de cada operação. A ideia é ter o ciclo econômico completo para avaliar o risco, não apenas pelo período em que ele é menor.

A padronização maior da contabilidade e fiscalização das operações internacionais estão na ordem do dia. Um exemplo são as operações de derivativos de subsidiárias de empresas brasileiras com bancos no exterior que não eram registradas no Brasil. (AM)

Comitê alega momento de estresse e retarda a elevação de capital mínimo
13/3/2009
Valor Econômico

Como avaliar em períodos de crise?

Sabemos que a forma mais adequada para fazer uma avaliação de uma empresa é estimar o fluxo de caixa futuro e trazer a valor presente a partir de uma taxa de desconto que reflita de forma apropriada o risco. Mas o que acontece com o modelo em tempos de crise?

Em primeiro lugar, provavelmente a estimativa do fluxo de caixa futuro tende a ser mais conservadora, seja pelo comportamento previsto da empresa e da economia, seja por aspectos pessoais dos avaliadores. Ou seja, a crise deveria fazer com que os pareceres de avaliação fossem revistos e adequados as novas projeções.

O segundo aspecto é mais curioso e ocorre com a taxa de desconto. Aparentemente o risco está mais elevado. Mas os modelos usados conseguem captar este fato? Considere o modelo do CAPM, que apesar de muito criticado serve como base para muito laudo de avaliação. Por este modelo, a taxa de desconto do fluxo de caixa dos acionistas depende da taxa de juros sem risco, do retorno do mercado e do risco do investimento, mensurado pelo Beta. Como uma das medidas dos governos é a redução na taxa de juros dos seus títulos (que são usadas para medir o retorno do título sem risco), a medida de política econômica tende, a princípio, reduzir a taxa de desconto. E reduzindo a taxa de desconto temos um aumento no valor da empresa. Além disto, o período de euforia terminou e com ele a projeção de crescimento continuado do mercado. A segunda variável – o retorno do mercado – tende a reduzir, o que pode diminuir da taxa de desconto e, novamente, aumentar o valor da empresa. Finalmente sobra a terceira variável do modelo, o risco do investimento ou beta. Entretanto, o modelo do CAPM tem como premissa que a soma dos betas é igual a unidade. Ou seja, a princípio uma crise financeira não afeta o risco.

Mas a análise não é tão simples. Propositalmente falamos do fluxo de caixa dos acionistas. Em situações de crise existe uma tendência a aumentar o custo do financiamento. Aqui podemos ter um efeito, decorrente do aumento do custo do capital de terceiros.

Em resumo temos que a avaliação de uma empresa depende de duas variáveis: o fluxo de caixa e a taxa de desconto. Na crise, o fluxo de caixa previsto tende a reduzir, mas pode ser que o efeito na taxa de desconto seja uma redução. Com isto, não necessariamente os modelos de avaliação consigam traduzir os efeitos da crise sobre os números dos analistas.

Existe outro fator relevante que é o aumento considerável na probabilidade de falência ou concordata, o que afeta muito os valores. (Mas o modelo do CAPM novamente não é bom em captar isto, pois geralmente são construídos a partir de uma amostra de empresas sobreviventes. Isto é chamado de viés de sobrevivência, já que não considera a possibilidade de problemas com as empresas).

Uma alternativa possível é usar o modelo de forma geral e considerar ao final uma probabilidade de sobrevivência. Seria algo parecido com o que Gitman denomina de equivalente certeza. Murphy, em How do you value British banks? (9/3/2009) usa este modelo para os bancos britânicos. Talvez seja uma alternative. Talvez.

Aversão a Perda e Trânsito

É interessante notar que alguns conceitos de finanças comportamentais estão sendo usados em engenharia de transito. Se duas pessoas fazem um determinado trajeto em 30 minutos, o sentimento de ganho ou perda de tempo no trânsito estará associado a sua referência. Se uma das pessoas tem como parâmetro um trajeto de 20 minutos, haverá um sentimento de perda. Se o outro estiver acostumado com um tempo de 40 minutos, acontecerá o sentimento de ganho. Veja mais aqui

Reapresentação das demonstrações

O número de empresas nos EUA que apresentaram novamente as demonstrações contábeis caiu nos EUA no ano de 2008, informa a revista CFO (The State of Restatements: Sharply Falling, Stephen Taub, 10/3/2009). Baseado na pesquisa da Audit Analytics, o número foi de 869 em 2008 versus 1235 em 2007. Este é o menor número desde 2003, um ano após a Sarbox. Além da redução do número, também diminuiu o valor médio envolvido (6,1 milhões de dólares, versus 22,5 milhões em 2006, por exemplo).

Frases sobre Crise e contabilidade

“Se o investidor conhecesse aqueles ativos [instrumentos fora de balanço] (e sua riqueza declinante) eles poderiam avaliar os bancos diferentemente. E talvez a bolha não tivesse ocorrido”

Wayne Landsman, professor de Contabilidade, University of North Carolina.

Segundo Landsman, para mitigar os efeitos ciclicos não é necessário mudar os padrões contábeis mas melhorar os regulamentos bancários.

Fonte: Fair value accounting could have helped avert financial crisis: Prof - Teh Hooi Ling – 9/3/2009 - Business Times Singapore

Particularmente não conheço o professor, mas no mesmo dia uma carta direcionada ao Wall Street Journal, assinada por Harry Wolk (este sim, autor de Accounting Theory, Sage, 7a. edição), Drake University, afirma:

Entretanto, o problema, como Mr. Wallison observa, é que o valor justo não significa uma liquidação imediata. A teoria do valor justo não foi desenvolvida com esta finalidade.

Letters to the Editor - Economy Slides as We Argue Over Asset Valuation – 9/3/2009 - The Wall Street Journal
- A18

Já que a postagem é sobre frases, mas uma, de Ben Bernanke:

"Eu não apoiarei nenhuma suspensão de marcação a mercado", disse Bernanke ao Conselho de Relações Exteriores após ter feito um discurso sobre regulação financeira.
Bernanke: marcação a mercado não deve ser suspensa – 10/3/2009 - Reuters Focus - Alister Bull

17 março 2009

Rir é o melhor remédio



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Enviado por André, grato

Teste #38

Grau de Dificuldade: **
Um guru foi consultado por um administrador que estava em apuros. Usando sua sapiência, o guru enviou o seguinte torpedo (SMS) pelo seu celular:

6 22492 3´ 6 734.

Resposta do Anterior: 1. Sim, Lay, executivo envolvido no escândalo da Enron, nasceu em 1942 e o handebal foi inventado na Alemanha em 1915; 2. Sim. Dennis, executivo vinculado ao escândalo contábil da Tyco, nasceu em 1946 e o autorama foi inventado em 1912; 3. Não. Tanzi, ex-executivo da Parmalat nasceu em 1938 e Valentino, ator, sex-simbol e italiano de nascimento, morreu em 1926.

Convite


Gostaríamos de convidá-los a participar do 1st South American Congress on Social and Environmental Accounting Research – CSEAR 2009 que está sendo organizado pelo Mestrado em Ciências Contábeis da UFRJ em associação com o CSEAR – Centre of Social and Environmental Accounting da University of St. Andrews da Escócia e que se realizará nos dias 27 e 28 de julho de 2009.

O CSEAR – Centre for Social and Environmental Accounting Research é um centro de pesquisas que congrega cerca de 600 pesquisadores de 30 países para o desenvolvimento de pesquisas em contabilidade social e ambiental. Seu objetivo é dar suporte a estudantes, profissionais, professores em todos os aspectos da educação, da pesquisa e da prática sobre a contabilidade social, e ambiental o que inclui a contabilidade da sustentabilidade, relatórios e divulgação, a auditoria ambiental, as finanças e os impostos relacionados. Criado em 1991 é hoje o mais importante centro mundial de pesquisas de Contabilidade Socioambiental e está ligado à Escola de Gestão da University of St. Andrews. Seu fundador, Rob Gray é autor do primeiro livro publicado no mundo sobre Contabilidade Ambiental e até hoje é líder nas pesquisas dessa área.

Com a realização desse congresso pela primeira vez na América do Sul pretendemos que ele seja um espaço para a discussão acadêmica de alto nível, para a troca de conhecimento entre pesquisadores de vários países e que contribua para o desenvolvimento da contabilidade socioambiental e, claro, para o desenvolvimento sustentável.

Mais informações, incluindo instruções para submissão de trabalhos, você poderá encontrar no site https://srvfacc.facc.ufrj.br/exchweb/bin/redir.asp?URL=http://www.facc.ufrj.br/csear2009 ou através de nosso e-mail csear2009rio@facc.ufrj.br.


Fonte da Imagem: Aqui

Madoff

Mais de US 100 milhões em imóveis, dinheiro, bônus, bônus, obras de arte, automóveis, barcos e outros bens de propriedade de Bernard Madoff e sua esposa, Ruth Madoff, estão sujeitos a arresto, disse a Justiça dos Estados Unidos.

O governo norte-americano disse em documentos juntados aos autos que pretende arrestar ativos como o apartamento de Madoff no Upper East Side, em Manhattan, no valor de US$ 7 milhões, e casas em Montauk, no Estado norte-americano de Nova York, em Palm Beach, na Flórida, e na França.

A Justiça também tentará confiscar US$ 17 milhões em dinheiro e US$ 45 milhões em bônus depositados em contas em nome de Ruth Madoff, disse o procurador-chefe federal interino de Manhattan, Lev Dassin.

(...) Advogados da família Madoff disseram que Ruth é a única proprietária do dinheiro, dos bônus e do apartamento de Manhattan, que, segundo eles, "nada têm a ver" com a fraude praticada por seu marido, informou um juiz no início deste mês.

Os Madoff informaram em 31 de dezembro que tinham um patrimônio líquido de US 826 milhões, segundo documentos anexados aos autos a 13 de março. Desse montante, US 700 milhões correspondiam ao valor líquido do capital de Madoff na Bernard L. Madoff Investment Securities LLC. A empresa foi, desde então, considerada por agentes externos como não valendo mais do que US$ 10 milhões. Ruth Madoff era funcionária da Madoff Securities.

US$ 100 milhões de Madoff podem ser confiscados
Valor Econômico - 17/3/2009


Aqui e aqui, duas postagens anteriores sobre Ruth, que é co-autora de um livro de culinária, sem ter escrito uma linha.

Remuneração

Aumentou a pressão sobre a American International Group Inc. e seus responsáveis no governo americano, depois de vir à tona o plano da seguradora de pagar US$ 450 milhões em bônus para empregados da mesma divisão que gerou prejuízo de US$ 40,8 bilhões em 2008.

A ira em Washington e no resto do país era dirigida, em parte, à AIG, que começou a ser socorrida do colapso em setembro e já recebeu um total de US$ 173,3 bilhões. O presidente da AIG, Edward Liddy, disse ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, que a empresa está com as "mãos atadas" em relação ao pagamento de US$ 165 milhões em bônus para os empregados da divisão, chamada de AIG Financial Products e que realizou uma série de apostas malsucedidas nos mercados financeiros.

"'Há alguma coisa totalmente errada com isso, e esse comportamento irresponsável da AIG deve parar imediatamente", disse o deputado Elijah Cummings, que também exigiu que Liddy pedisse demissão. Uma porta-voz da AIG respondeu a pedidos de comentários com uma carta de Liddy em que ele disse ter considerado o pagamento dos bônus "de mau gosto".

Mas a frustração também foi dirigida para o governo americano, que conta com ampla influência sobre a AIG, já que controla quase 80% da combalida seguradora. "Depende agora do governo tomar uma atitude mais agressiva" para evitar o pagamento dos bônus de fim de ano, disse Tom Ikeler, investidor de Berwyn, no Estado da Pensilvânia. "Acho que temos o poder para fazê-lo."

As reações à questão mostram o campo minado que o governo Obama deve atravessar enquanto tenta manter o apoio político para sua abordagem à crise financeira, que envolve intervenções profundas no setor privado.

Em nenhum lugar a tensão é maior do que na AIG, onde o papel dos EUA evoluiu de um credor nervoso para um aliado paciente. Isso ocorre em boa parte porque um plano anterior para vender os ativos da AIG e pagar os empréstimos do governo foi por água abaixo. Em resposta a isso, o governo deve assumir participações diretas nos negócios internacionais da AIG, complicando ainda mais o papel do Estado, ao mesmo tempo credor e dono do negócio.

Os pagamentos para a divisão de produtos financeiros da AIG se somam a US$ 121,6 milhões em bônus de incentivo em 2008 que a AIG deve começar a pagar este mês para cerca de 6.400 de seus 116.000 funcionários. A AIG também pagará separadamente US$ 619 milhões a 4.200 funcionários a título de bônus de retenção na empresa.

Juntos, os três pagamentos podem chegar a US$ 1,2 bilhão em incentivos de retenção e bônus para alguns empregados da seguradora. Pelo menos alguns empregados devem receber milhões de dólares — na divisão de produtos financeiros, por exemplo, sete empregados receberão mais de US$ 3 milhões em 2008, segundo um documento da AIG.

A divisão em questão, com uns 370 empregados, foi a principal causadora do quase colapso da empresa no fim do ano passado. As apólices vendidas por ela para proteger outras empresas de perdas em títulos ligados a empréstimos imobiliários de alto risco forçaram a seguradora a reservar bilhões de dólares em garantias, em boa medida com dinheiro recebido dos contribuintes. Os problemas foram os principais responsáveis por quase levar a empresa à falência antes de o governo intervir na situação.

Desde que recebeu o socorro governamental, a AIG contratou um diretor-presidente para a divisão de produtos financeiros, que agora está tentando liquidá-la. Mas no início de 2008 — antes de Liddy entrar para a seguradora — foi criado um programa de retenção para os funcionários da divisão, segundo a carta de Liddy.

Na carta, Liddy escreveu que "consultores externos" tinham aconselhado que os pagamentos a empregados da divisão de produtos financeiros, acertados desde antes, "são obrigações judiciais para a AIG". Ele escreveu que há "graves consequências judiciais, assim como empresariais, para o não pagamento".

"Eu não gosto desse acordo e o considero de mau gosto, e tenho dificuldade em recomendar a vocês que sigamos adiante com ele", escreveu Liddy, ressaltando que "honrar compromissos contratuais está no coração do que fazemos no setor de seguros".

Lawrence Summers, o principal assessor econômico da Casa Branca, pareceu corroborar ontem o argumento de Libby. Embora existam muitos aspectos problemáticos na crise financeira, "o que aconteceu na AIG é o mais revoltante", disse ele. Mas Summers disse também que "somos um país onde há lei", acrescentando que o governo não pode simplesmente abolir os contratos com gerentes e executivos da AIG.

Se a seguradora quisesse evitar esses pagamentos, poderia informar aos empregados que se optarem por não recebê-los, podem continuar com seus empregos, sugeriu Mark Reilly, sócio da 3C Compensation Consulting Consortium, uma consultoria de Chicago.

"Há uma porção de gente procurando emprego em Wall Street", disse Reilly.

Funcionários do governo estão cientes dos pagamentos pendentes desde o fim do ano, quando a AIG revelou em seus informes financeiros que tinha esses programas de retenção de empregados e quanto devia.

Autoridades vêm trabalhando com a empresa e seus advogados desde então para encontrar um meio de remanejá-los de acordo com leis americanas e europeias. Alguns pagamentos de retenção foram cancelados em novembro.

Pagamento milionário de bônus na AIG causa revolta em Washington
Liam Pleven, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 16/3/2009 - 1
(Colaboraram John D. McKinnon e Sara Schaefer Muñoz)

Remuneração

Quanto custam os planos de opções
Valor Econômico - 17/3/2009

A estreia da nova contabilidade nos balanços anuais de 2008 trouxe uma mensagem talvez inesperada para o mercado brasileiro. Conhecer os planos de opção de ações dos executivos não é apenas importante do ponto de vista da remuneração dos administradores: é também um fator importante de custo para a empresa.

Antes da mudança na contabilidade brasileira, com a Lei 11.638, esses planos dos executivos não entravam no balanço. Agora, com as alterações e o processo de convergência às normas internacionais contábeis do IFRS, devem ser considerados como despesa. São, portanto, redutores de lucro.

Os planos de opções oferecem o direito dos executivos comprarem ações da companhia no futuro, por um preço previamente estabelecido. Se a gestão do administrador levar à alta das ações da companhia na bolsa, ele ganhará com a venda de seus papéis no mercado.

A análise de 11 balanços de companhias que adotam esses planos mostra que boa parte do impacto negativo da adoção da nova lei - na comparação com a contabilidade antiga - veio dessa novidade nas contas. Caso não houvesse o efeito da desvalorização cambial sobre instrumentos financeiros, essa despesa ficaria ainda mais em evidência na comparação entre as duas práticas contábeis, a nova e a antiga.

No caso da GVT, o plano com opções representou custo de R$ 21,9 milhões, no ano passado, e o efeito total da aplicação das novas regras contábeis foi negativo em R$ 27,2 milhões. Na construtora Tenda, o benefício representou despesa de R$ 19,7 milhões, para um impacto de R$ 45,3 milhões no prejuízo da empresa.

A tendência é que quanto maior a quantidade de opções de ações outorgadas - e ainda não exercidas - maior o custo para a companhia e para o acionista.

Eliseu Martins, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), explica que esses pacotes somente não devem ser lançados no resultado quando os executivos, ou parte deles, tiverem perdido tal benefício por alguma razão, como desligamento da empresa.

O argumento para os planos irem para o balanço é por representarem um custo à empresa, ainda que não sejam um desembolso de caixa, como os salários e os bônus em dinheiro. O lançamento contra resultados está de acordo com os princípios das normas contábeis internacionais do IFRS, padrão para o qual o Brasil irá convergir até 2010.

Martins afirma que os planos devem ser considerados um custo, pois são, na maioria das vezes, uma emissão de ações que não traz dinheiro novo à empresa e que traz diluição para os investidores, ainda que pequena.

"Faz parte do que o executivo ganha para trabalhar na empresa. Logo, é uma despesa de remuneração", completa Paul Suttcliffe, sócio da Ernst & Young.

Edison Garcia, superintendente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), destaca que a regra contábil joga luz nos planos, que precisam ser de conhecimento dos acionistas. Além de um mecanismo relevante de incentivo do administrador que precisa ser divulgado, há chance de representar sim uma saída de caixa da empresa.

Ele lembrou que as companhias podem utilizar ações recompradas em mercado e que estejam em tesouraria para serem entregues aos executivos, no âmbito dos planos. Nessa hipótese, o benefício não traz diluição com a emissão de ações, mas representa saída de dinheiro com a aquisição das ações no mercado. Portanto, quanto maior a transparência para o assunto, melhor.

Também na contabilidade internacional, o lançamento de despesas com opções é uma prática recente, posterior aos escândalos de exercício com data retroativa, para ampliar irregularmente o lucro de alguns executivos.

A regra contábil, porém, não equivale simplesmente ao que a companhia deixaria de arrecadar na data do balanço caso emitisse a quantidade de ações correspondente ao plano pelo valor de mercado. Essa era a intenção, segundo Martins, quando se pensou na criação da norma. No entanto, o valor registrado em balanço reflete a aplicação de uma fórmula matemática sobre as opções abertas e não exercidas.

As companhias não queriam lançar no balanço pelo preço de mercado dos papéis, pois sabiam que isso ampliaria as despesas sensivelmente, na comparação com os modelos matemáticos.

No caso da AmBev, o plano de opções trouxe uma despesa de R$ 47,5 milhões ao balanço de 2008. No total, a nova lei contábil produziu um efeito negativo de R$ 400 milhões no resultado da AmBev do ano passado. O lucro líquido foi de R$ 3,4 bilhões na contabilidade antiga e de R$ 3,0 bilhões na nova.

"Todo mundo sabe que a remuneração variável da AmBev, para os líderes, está ligada a planos de opções", afirmou Michael Findlay , gerente de relações com investidores da AmBev. Os primeiros planos foram usados ainda pela Brahma, antes da fusão, em 1991. Conforme explicou o gerente, o executivo ganha o direito de, dentro de cinco anos, comprar ações da empresa. Por conta da duração, o plano é lançado anualmente em fatias de 20% do total.

Os balanços de 2008 mostram ainda que o custo do plano de opções pode aparecer em contas diferentes do balanço. As companhias trataram o plano ora como despesa de pessoal, dentro das gerais e administrativas, ora como participação nos resultados. No primeiro caso, o gasto afeta o lucro operacional. No segundo, é uma das últimas linhas do balanço, afetando apenas o lucro líquido.

"Se a outorga das opções estiver única e exclusivamente vinculadas à geração de lucros, seu custo deve ser lançado como participações de empregados e administradores. Se, por outro lado, estiver vinculada a outras métricas de desempenho, não somente geração de resultados, deve ser lançada como despesa de pessoal e administrativa", explicou Francisco Papellas, sócio da Deloitte. Portanto, a própria forma de contabilizar o benefício já é um indicativo da política de concessão das opções.

A partir deste ano, com a nova lei contábil, o estoque das opções do plano todo será acumulada numa conta do balanço patrimonial passivo, até o seu exercício. Depois de exercida, sai do passivo e vai para a conta de patrimônio, já que funciona - de forma simplificada - como a transformação de um compromisso em capital, embora não tenha existido a entrada de dinheiro novo.

Qual o valor?

Os contadores escutam muitas críticas sobre os problemas de mensuração nas demonstrações contábeis. Mas isto não é muito diferente do que ocorre em outras situações. Andrew Gelman, em What is Russia's GDP per capita?, mostra o caso do PIB per capita da Rússia. A listagem é curiosa e engraçada (Valores em doláres):

$7,600 (Banco Mundial, 2007)

$9,100 (Banco Mundial, 2007)

$14,700 (Ajustado pelo Poder de compra, Banco Mundial, 2007)

$4,500 (Banco Mundial, 2006)

$7600 ou $14,400 ("Atlas method" ou "Paridade do Poder de Compra" Banco Mundial 2007)

$12,600 (FMI, 2008), $9,100 (Banco Mundial, 2007) ou $12,500 (CIA 2008)

$2,637 em doláres de 2000 dos EUA (Banco Mundial, 2007)

$2,621 (Banco Mundial, 2006) ou $8,600 (FMI)

Veja as fontes na postagem de Gelman

Carros estranhos


Veja mais aqui

(Dica de Ludmila, grato)

A imagem da crise


Uma imagem vale mais do que mil palavras. Fonte: Aqui

Marcação a mercado

Discute-se a possibilidade de suspensão da regra contábil da marcação a mercado. Isto tem contribuído para a atual euforia das ações financeira. (...) Qualquer mudança na marcação a mercado será somente outra forma do governo ajudar a estabilizar o paciente, no caso o nosso sistema financeiro. Isto não irá sanar o problema

Doug Roberts, aqui


Aqui, aqui, aqui, aqui e aqui sobre a proposta de alteração

16 março 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste #37

Grau de Dificuldade: **

Responda as afirmativas abaixo:

1. Kenneth Lee Lay poderia ter jogado handebol quando era estudante do primário?
2. Dennis Leo Kozlowski poderia ter ganho um autorama quando criança?
3. Calisto Tanzi poderia ter encontrado com Rudolph Valentino?

Resposta do Anterior: Auditoria

O Custo Elevado dos Animais

Quer enriquecer? Uma sugestão: não tenha animais de estimação. São caros.

Não conheço nenhum dado sobre o custo no Brasil (taí um bom trabalho de pesquisa para alunos de contabilidade!!), mas as informações de outros países são interessantes.

Segundo um blog de conselhos para enriquecer devagar (Get Rich Slowly), em situações normais o custom de gatos é de 750 doláres ao ano.

A American Pet Products Manufacturers Association fez uma pesquisa entre 580 donos de cachorros e 402 de gatos: o custom de um cachorro é de 2 mil dólares e de um ganho é de 1200.

Em 2001 existia a seguinte estimativa:
• Cachorro = $730 ao ano
• Gatos = $355
• Peixe = 200
• Pássaros = 770
• Cobras = 520

BRICs

Dois gráficos comparativos mostram o desempenho do mercado nos países emergentes (BRICs). De 1999 até hoje o mercado brasileiro cresceu 314%, perdendo para Rússia (mais de 600%), mas ganhando da China, Índia e SP500



O segundo gráfico mostra a evolução recente. Entre os mercados do gráfico, o Brasil teve a menor redução (-36%).

Caixa como indicador

O Caixa (e equivalente) tem sido considerado um indicador de saúde das empresas. No passado, a revista Business Week usou a quantidade de caixa disponível pelas maiores montadoras do mundo para fazer uma projeção de consolidação (e fusão) do setor. A revista cometeu erros ao afirmar que sobrariam somente seis montadoras globais, entre elas pelo menos duas dos EUA. A afirmação era baseada no volume de caixa existente então nas empresas.

Apesar do termo consagrado “Caixa é o Rei”, devemos olhar com desconfiança para este indicador. Em primeiro lugar, nem sempre o volume atual de caixa é sintoma de caixa futuro. Este é o caso das montadoras, que possuíam um grande volume de caixa, mas com problemas graves.

Uma outra situação interessante é que nem sempre o caixa que consta do balanço de uma empresa é de propriedade da empresa. Este é o caso dos bancos.
Outro ponto interessante é que nem sempre o caixa significa um custo zero. Este é um ponto interessante destacado em Cash on The Balance Sheet: Not Always as Good as It Seems. O texto lembra o caso em que a empresa pode ter um custo elevado para usar o caixa disponível.

O exemplo interessante apresentado pelo texto é das empresas farmacêuticas dos EUA que possuem 115 bilhões em caixa. A J&J tem 13 bilhões, por exemplo. A questão é que uma parte deste valor está no mercado externo e sua utilização nos EUA irá gerar um imposto de 30%. Ou seja, os 115 bilhões talvez não sejam 115 bilhões.

[Existia uma piada dizendo que as duas coisas verdadeiras num balanço eram o caixa e o CNPJ. Bem, talveze não seja assim.]

Seis meses de crise

São Paulo, 16 de Março de 2009 - Ontem completou seis meses que o mercado mundial acordou atônito com o pedido de concordata do centenário Lehman Brothers. (...)

De lá para cá, o mundo mudou sensivelmente para um patamar bem abaixo que, no entanto, poucos arriscam a quantificar. Os prejuízos e baixas contábeis dos bancos já beiram os US$ 2,2 trilhões, conforme números do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estão sendo sempre revistos. Em abril de 2008, o FMI estimava em pouco mais de US$ 900 bilhões. Muitos dizem que boa parte do que existe de títulos "podres ou tóxicos", como são denominados informalmente os papéis que possibilitaram a grande alavancagem das instituições, ainda não veio a público. Na ponta do lápis, sabe-se que apenas US$ 1 trilhão, dos US$ 3 trilhões do mercado imobiliário de alto risco dos Estados Unidos, que lastreava a maioria dos títulos, já foi baixado como perdas. Relatório recente do Banco de Desenvolvimento da Ásia mostra que o valor dos ativos financeiros mundiais (incluindo ações, bônus e moedas) pode ter sido reduzido em mais de US$ 50 trilhões em 2008, equivalente a um Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Na América Latina caiu cerca de US$ 2,1 trilhões. As bolsas globais perderam cerca de US$ 28,7 trilhões.

O socorro dos governos também se avolumou. Os EUA, envoltos em recessão, não quiseram arriscar a piorar a situação deixando mais um naufragar, seguindo o exemplo do Reino Unido, um dos primeiros a injetar capital nos bancos, nacionalizando instituições como o Northern Rock e Bradford & Bingley (que teve parte comprada pelo Santander), entre outras. O exemplo de Gordon Brown, primeiro-ministro do Reino Unido, foi seguido por outros governos europeus e também pelos EUA, que nacionalizaram a Fannie Mae e a Freddie Mac, as duas maiores financiadoras de hipotecas do país e já injetou bilhões de dólares no Citi, arrematando uma boa fatia do banco, e no Bank of America.

Em curso, os EUA têm dois planos de salvamento do setor: um de US$ 700 bilhões proposto no governo anterior e o atual, de Barak Obama, de US$ 1,5 trilhão, que pode chegar a US$ 2 trilhões. E o mundo está à espera de que esses planos deem certo e que um dia se saiba onde está o fundo do poço.

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1 - Iolanda Nascimento - Total dos prejuízos após quebra do Lehman ainda é um mistério - 16/3/2009

AIG e o dinheiro do contribuinte

A AIG, que recebeu US$ 170 bilhões do governo norte-americano para não quebrar no ano passado, deverá pagar bônus e incentivos para seus funcionários de US$ 165 milhões, informou neste final de semana o The New York Times. O total é apenas uma parcela do plano de cerca de US$ 1 bilhão em pagamentos de incentivos para a retenção de talentos e bônus negociados pela empresa antes da ajuda do governo, para um período de sete anos. O valor foi considerado por Lawrence Summers, principal conselheiro do presidente Barack Obama, como "ultrajante".

A empresa recuou de sua posição inicial diante das pressões do Tesouro americano, principal acionista da empresa com 79,9% de participação. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, criticou, inclusive os US$ 165 milhões. Ele teria telefonado à empresa quarta-feira passada exigindo mudanças no plano de premiações da seguradora, que amargou um prejuízo de US$ 99 bilhões no ano passado.

Carta ao governo

Em resposta, o presidente da AIG, Edward Liddy, ele próprio indicado pelo governo norte-americano para administrar a seguradora, escreveu uma carta ao governo argumentando que também não gostava do acordo da empresa com os funcionários mas, por mais desagradável que fosse , via-se obrigado a cumpri-lo, uma vez que datava de contratos assinados antes de sua chegada à companhia. "Francamente, as mãos da AIG encontram-se amarradas", resumiu o executivo em sua carta. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 13)(Redação - Com agências internacionais)
Governo dos EUA se irrita com pagamento de bônus pela AIG - 16/3/2009


Aqui um texto do NY Times mostrando o destino dos 170 bilhões recebidos pela AIG do contribuinte dos EUA. Entre os beneficiados: Goldman Sachs ($12.9 bilhões), Merrill Lynch ($6.8 bilhões), Bank of America ($5.2 bilhões), Citigroup ($2.3 bilhões) e Wachovia ($1.5 bilhoes). E alguns bancos estrangeiros como Société Générale, o Deutsche Bank, o Barclays ($8.5 bilhões) e UBS ($5 bilhões).

[É interessante notar a coincidência do UBS. Recentemente este banco fez um acordo com o governo dos EUA, abrindo suas contas secretas de clientes e contrariando a tradição suiça. Tudo tem seu preço]

Auditoria e Crise

As empresas do Reino Unido registradas na Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) foram proibidas de fazer acordos para limitar a responsabilidade legal de seus auditores.

Normalmente, a responsabilidade dos auditores é ilimitada. No caso de quebra de uma companhia, podem ser processados por todas as perdas de valores, independentemente do tamanho de seu papel efetivo no caso.

Regras introduzidas em 2008 no Reino Unido permitiram que auditores e clientes chegassem a acordos para limitar o risco a um valor proporcional a seu papel. A SEC, no entanto, agora indicou ao governo britânico que não aceitará acordos de limitação da responsabilidade por empresas britânicas que também estejam registradas na instituição americana.

A decisão afeta muitas das maiores companhias do Reino Unido. As empresas normalmente precisam registrar-se na SEC para listar suas ações nos EUA ou para ter números significativos de acionistas no país, embora atualmente existam exceções generalizadas a esta exigência. Alguns auditores disseram que sem aprovação dos EUA nenhum acordo deverá ser assinado, já que as empresas menores estavam esperando uma decisão para seguir o caminho das maiores.

"Isto é uma porta sendo batida na cara da realidade", afirmou Peter Wyman, sócio na PricewaterhouseCoopers (PwC).

As empresas de auditoria do Reino Unido pretendem fazer lobby para legalizar sua limitação de responsabilidade judicial. Caso a limitação fosse obrigatória, é improvável que a SEC a vetasse.

Tanto a SEC como o Departamento de Empresas e Reforma Reguladora do Reino Unido informaram que pretendem continuar discutindo a questão. A oposição da SEC centrou-se na negociação que seria necessária entre auditores e diretores das empresas para concordar sobre os limites.

As autoridades temem que isso poderia comprometer a independência dos auditores - o que não seria o caso se os acordos fossem obrigatórios.

Apesar de que qualquer limitação futura não abrangeria os trabalhos de auditoria já feitos, John Griffith-Jones, diretor da KPMG Europe, observou que os acordos são uma "tarefa de casa essencial" para limitar o risco de uma das quatro grandes firmas do setor quebrar de forma desnecessária.

"Aqui há um risco que foi identificado claramente. A questão é, vamos ficar sentados até que ocorra e então procurar alguém para culpar? Para variar, não seremos nós", afirmou.

Muitas autoridades reguladoras vêm inclinando-se a concordar com alguma forma de limitação por preocupações quanto aos riscos inerentes ao domínio das quatro grandes empresas de auditoria - PwC, Deloitte, KPMG e Ernst & Young - na contabilidade das maiores companhias do mundo.

EUA proíbem acordos para limitar deveres dos auditores
Valor Econômico - 16/3/2009

Efeitos da crise

Segundo uma pesquisa divulgada em janeiro realizada pelo grupo setorial Meeting Professionals International e a American Express, 7% das reuniões de negócios marcadas para 2009 foram canceladas. E a participação deverá se reduzir em cerca de 5% nos encontros que ainda serão realizados, conclui o estudo.

Um grande número de eventos cancelados parece ser das indústrias mais atingidas pela recessão: bancos, empréstimos hipotecários, cartões de crédito e construção civil.

Os motivos dos cancelamentos variam. Em alguns casos, o motivo é a imagem -as empresas não querem aparecer gastando muito durante uma recessão.

(...) Mas com maior frequência um evento profissional é cancelado porque o número de participantes diminuiu, enquanto as empresas demitem funcionários e cortam os orçamentos de viagens e cursos profissionalizantes. (...)


Eventos corporativos perdem público e dinheiro
Folha de São Paulo - 16/3/2009 - MARTHA C. WHITE

15 março 2009

Rir é o melhor remédio





Fonte: aqui, aqui e aqui

Metaforas

O texto a seguir foi originalmente publicado no Financial Times e traduzido e publicado no Valor Econômico. Como o texto está muito interesse, optei por postar integralmente.

As inesgotáveis metáforas do mundo corporativo
Valor Econômico - 6/3/2009

Os criadores de metáforas gerenciais vêm trocando golpes há mais de uma década, mas agora puseram-se a todo vapor. Há uma nova metáfora no ringue gerencial, e caso o leitor esteja atordoado demais- após tanta algaravia- para adivinhar qual é a bola da vez, aqui vai o golpe de nocaute: trata-se do boxe.

A mais recente edição da revista "Harvard Business Review" (HBR) nos diz que a melhor maneira de sobreviver ao colapso do sistema financeiro e à recessão mundial é ser como Muhammad Ali, quando enfrentou George Foreman em sua luta "Rumble in the Jungle" (briga na selva), em Kinshasa, no Zaire.

O que o desempenho do renomado lutador de boxe nos ensina sobre como progredir em mercados turbulentos é que precisamos, todos nós, ser ágeis e capazes de absorver golpes. Esse aspecto é proveitosamente resumido em diversas tabelas, diagramas e em uma matriz dois por dois com agilidade de um lado e absorção de outro.

Curiosamente, a HBR não menciona nenhuma das coisas sobre o boxe que imediatamente me vêm à mente quando penso nele. No boxe, você é reduzido a um trapo- o que pode ser um paralelo com quem atualmente opera no front econômico. No boxe, você tem grandes probabilidades de acabar ganhando algum dano cerebral, se você o continuar praticando por muito tempo- e, se as coisas piorarem substancialmente na economia, isso também pode dar margem a metáforas.

Li, há pouco, que esse esporte sanguinário tornou-se, mais recentemente, moda como atividade oferecida pelas autoridades a jovens delinquentes, para afastá-los das drogas e de crimes com armas brancas. Entretanto, descobrir que o boxe é agora a última moda entre os teóricos da administração é ainda mais surpreendente.

O artigo na HBR põe fim a 15 anos de paz, amor e "politicamente correto" entre os fornecedores de metáforas gerenciais. É a primeira evidência que detecto, na bibliografia administrativa, de que o "soft" finalmente está deixando a cena- e o "hard" está subido ao palco.

Desde que comecei a acompanhar esse mundo, no início da década de 90, três tipos de metáforas foram apresentadas pelos gurus para ajudar a explicar e receitar comportamentos empresariais, todos benignos. No primeiro, as metáforas eram musicais. Havia a ideia de que uma companhia é uma orquestra, e seu maestro é o executivo-chefe. Cada trabalhador do setor de conhecimento arranhava seu violino ou soprava seu trompete, e o regente brandia uma vareta para organizá-los em perfeitos tempo e harmonia.

Essa metáfora foi popular durante algum tempo, mas à medida que a internet foi crescendo, os gurus modernizaram seus gostos e resolveram que o clássico já era- e a hora era de jazz. O grande líder não deveria dizer a seus músicos como tocar, mas deixá-los improvisar, ser criativos e deixá-los todos bem à vontade. Chegou o momento em que até mesmo isso pareceu demasiado quadrado, e em 2002 um autor sueco disse que o CEO deveria ser como um DJ, mixando gravações para manter-se sintonizado com o clima na pista de danças.

Mas, como metáfora, os esportes são mais populares do que a música. A maioria dessas metáforas tem se baseado na ideia de que a atividade empresarial é um esforço de equipe (o que, sabemos, na realidade não é). Futebol, rúgbi, remo, críquete e beisebol- todos já tiveram seus momentos de glória como metáfora da vez entre os teóricos da administração.

O único esporte de equipe que nunca vi associado a uma teoria gerencial é nado sincronizado e lacrosse, mas atrevo-me a afirmar que mesmo tais teorias, em algum lugar, de fato existem. Esportes sem equipes também têm um lugar ao sol no mercado de metáforas, em especial o golfe, e uma estranha corrida de trenós puxados por huskies que esteve na moda alguns anos atrás.

A terceira, e mais tola, linha de metáforas gerenciais vem do terreno da ciência. A ideia de uma empresa como um filamento de DNA sempre me me pareceu idiota. É fato que o DNA de uma pessoa não muda. E é também fato que companhias e condições de mercado mudam. Pode ser mais plausível, para os gurus, falar na linguagem da evolução natural e descrever empresas como sistemas adaptativos complexos - ou poderia ser proveitoso se eu pudesse compreender o que eles estão tentando dizer. Presume-se que uma metáfora sirva para simplificar, e não para confundir.

Por fim, mencionemos alguns pontos fora da curva, por não se encaixarem em nenhuma das três categorias anteriores: o administrador é como um grande chef numa grande cozinha, e a função gerencial é comparada ao comportamento animal. Já vimos teorias baseadas em macacos, gansos e até rãs. A mais soft- e mais famosa- envolveu o desgraçado ratinho com seu desgraçado de queijo na parábola, "Quem Mexeu no Meu Queijo?".

Todas essas metáforas têm algo em comum: são perfeitamente inúteis. Desafio qualquer pessoa a mostrar como qualquer dessas metáforas nos tenha ajudado a compreender como as empresas comportam-se ou a aperfeiçoarmos as maneiras de as dirigirmos.

Metáforas podem ser úteis para compreendermos algo quando o tema em questão é terrivelmente complexo. Assim, quando Einstein explicava sua teoria da relatividade, valia-se de um trem e um relógio para ajudar-nos a compreender algo que, do contrário, ficaria além da compreensão da maioria de nós.

Em comparação, a empresa - ou a teoria das empresas- é terrivelmente simples. Nós sabemos que precisamos sobreviver em tempos difíceis, e não necessitamos que 11 páginas de paralelos com o boxe venham nos dizer isso. Precisamos reduzir custos. Precisamos assumir menos riscos. Precisamos poupar dinheiro. Precisamos sair de mercados nos quais não somos bem-sucedidos. Precisamos voar em classe econômica - ou deixar de viajar de avião. E há duas coisas que não precisamos, mesmo, fazer: flutuar como uma borboleta ou picar como uma abelha.

Lucy Kellaway é colunista do "Financial Times". Sua coluna é publicada quinzenalmente na editoria de Carreiras.