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20 julho 2025

Mudança no PCAOB

Erica Williams, presidente da Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), anunciou que deixará o cargo em 22 de julho, após ter sido pressionada a renunciar pelo novo presidente da SEC, Paul Atkins. Nomeada em janeiro de 2022 e reconduzida em 2024, Williams liderou com mão firme, implementando reformas agressivas em auditoria e impondo penalidades recorde — cerca de US$ 84 milhões em multas — mais que o triplo do total anterior da PCAOB.


Sua saída ocorre em meio a tentativas políticas de dissolver a PCAOB e transferir suas funções para a SEC, mas os esforços foram barrados pelo Senado. Williams defendeu sua estratégia como crucial para dissuadir infrações futuras e alertou para os riscos de reduzir os padrões de auditoria, destacando que investigações podem se estender por anos, independentemente da mudança de governantes. Sob sua liderança, a PCAOB também intensificou a fiscalização de firmas chinesas, modernizou padrões e aprimorou a transparência das inspeções.

O fato dela ter participado do governo Obama certamente não ajudou.  

Sage promete eliminar o processo de fehcamento contábil no futuro próximo


A gigante dos softwares contábeis Sage está agora mirando não apenas a redução do tempo gasto pelos contadores no fechamento contábil, mas a eliminação de todo o processo – uma ambição que ganhou força com a evolução da inteligência artificial (IA), especialmente da IA generativa e da IA agente. (Tom Herbert)

Durante sua conferência Sage Future 2025, a empresa apresentou robustos agentes de IA capazes de automatizar tarefas complexas em fluxos contábeis, desde fechamento até previsão de fluxo de caixa e detecção de riscos. 

Essa abordagem evoluiu em três fases: inicialmente, tarefas pontuais como classificação de transações; depois, IA generativa via Sage Copilot para relatórios e interações via linguagem natural; e agora, IA agentic para execução autônoma de workflows. A promessa é transformar processos que levavam dias em operações instantâneas, ou até eliminar etapas inteiras. Para ganhar confiança dos usuários, a Sage implementou trilhas de auditoria (audit trails) e um “AI Trust Label” para explicar decisões da IA. A previsão é que esses recursos estejam disponíveis entre 12 e 36 meses, com preços baseados no valor agregado a cada empresa. 

Bom, essa é a promessa. Mas há um bocado de julgamento que precisa ser feito. Será que as empresas deixarão tudo exclusivamente por conta da IA? Tive a impressão que isso parece com a estratégia de prometer algo grandioso, as empresas não farão nenhum investimento em software de concorrente, esperando a promessa da Sage, que não virá.  

 

Perfil dos conselheiros das empresas


Uma pesquisa, feita com 133 conselheiros entre março e abril de 2025, revela que os boards no Brasil são majoritariamente compostos por homens (77,4 %) e profissionais entre 51 e 60 anos (51,5 %), com formação predominante em finanças e economia (36,1 %), seguidos por negócios e marketing (17,3 %).

Geograficamente, os conselheiros atuam principalmente nas regiões Sudeste (65,4 %) e Sul (53,4 %), com menor presença no Nordeste (13,5 %) e Centro-Oeste (10,5 %). Esta distribuição segue, aproximadamente, o perfil das grandes empresas brasileiras. 

A remuneração varia conforme porte, setor e localização da empresa. Embora detalhes exatos não tenham sido divulgados no artigo, é mencionado que existe um honorário fixo anual, complementado por componentes variáveis. 

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Rir é o melhor remédio


 Desafio da reforma tributária

Aversão a algoritmos


Existe e um artigo mostra uma estratégia para reduzir, através do conceito de perda.  O resumo 

Conforme as ferramentas de inteligência artificial (IA) se tornam onipresentes nas aplicações empresariais, também aumentam as interações entre IA e humanos nos processos de negócios e na tomada de decisão. Uma área crescente de pesquisa tem se concentrado na delegação de tarefas e decisões humanas para assistentes de IA. Paralelamente, estudos extensivos sobre a aversão a algoritmos — a resistência humana a ferramentas de decisão baseadas em algoritmos — têm demonstrado potenciais barreiras e problemas para o uso da IA nos negócios. Neste artigo, testamos uma estratégia simples para mitigar a aversão a algoritmos no contexto da delegação de tarefas para IA. Mostramos que apenas mudar a forma de enquadrar (framing) as tarefas de decisão pode reduzir essa aversão. Em vários estudos, observamos que os participantes preferiam fortemente assistência humana à IA quando eram recompensados pelo desempenho (ganhando dinheiro por bom desempenho), mesmo quando a IA se mostrava superior. Por outro lado, quando reformulamos a tarefa em termos de perdas (dinheiro era retirado do saldo por mau desempenho), o viés de preferência por humanos desapareceu. Nessa condição, os participantes delegaram a tarefa a humanos e IA em taxas semelhantes. Demonstramos esse resultado em tarefas com diferentes níveis de complexidade e valores de incentivo e fornecemos evidências de que o enquadramento por perdas aumenta a consciência situacional, explicando os efeitos observados. Nossos resultados oferecem insights úteis para reduzir a aversão a algoritmos, ampliando a literatura e trazendo sugestões práticas para gestores.


Dois executivos e um câmero indiscreta

Eis a notícia: 


O CEO aparentemente tendo um caso com a chefe de RH de sua empresa em um show do Coldplay é um vídeo viral para ficar na história, mas também é, infelizmente, um símbolo do atual cenário de vigilância privada [1] e do inferno [2] das redes sociais.

O vídeo (...) mostra Andy Byron, CEO da empresa Astronomer, abraçado com Kristen Cabot, chefe de RH da Astronomer. O telão corta de um fã para o que parecia ser um casal feliz. Ambos “morrem por dentro” simultaneamente; “Olhem só para este casal feliz”, diz Chris Martin, vocalista do Coldplay. A mulher cobre o rosto e se vira, enquanto o homem se abaixa para sair do foco da câmera. “Ou eles estão tendo um caso ou são muito tímidos”, brinca Martin. (...)

É difícil descrever o quão viral isso está, em um mundo onde tantas coisas horríveis acontecem, nada prende a atenção por muito tempo [3] e todos vivem em suas bolhas. “Andy Byron” [4] é, no momento, o termo mais buscado no Google nos Estados Unidos, com mais que o dobro de pesquisas em relação ao segundo colocado. 

Não sei se concordo com a análise, mas se a contabilidade pessoal tivesse teste de impairment, a de Byron teria que ser feita de imediato, com o reconhecimento de um bocado de receita futura. O promissor executivo provavelmente não terá mais condições de ser aceito em outro emprego - já pediu demissão. Mas terá também despesas futuras, talvez o advogado e do divórcio. 

A imagem aqui

[1] não sei se a questão da vigilância privada é da nossa época. Sempre existiu. Quem assistiu Notting Hill, o filme, deve lembrar que a personagem Anna Scott (com Julia Roberts) é pega pela imprensa na casa de William Thacker (Hugh Grant) e reage, dizendo para William que as fotos sempre estarão disponíveis e aquilo será lembrado. Uma pesquisa nos escritos encontrados em Pompeia revela "fofocas" como essa, com uma outra "tecnologia". 

[2] Não acredito que o caso seja suficiente para condenar as redes - na verdade mídias - sociais. 

[3] é a economia da atenção. 

[4] Veja que o foco esteve na figura hierárquica superior. Mas seria somente isso? 

Baixo custo

Quando o custo é uma característica tão importante que aparece até no nome: 


Uma versão americana dos drones de ataque unidirecional Shahed, de design iraniano e usados pela Rússia em ataques diários contra cidades ucranianas, apareceu no Pentágono esta semana.

Fotos mostram o drone, identificado em materiais promocionais como um Sistema de Ataque de Combate Não Tripulado de Baixo Custo, ou LUCAS (Low-Cost Uncrewed Combat Attack System), fabricado pela empresa americana de engenharia SpektreWorks, em exibição no pátio ao lado de vários outros protótipos de drones.

O surgimento dessa arma ocorre enquanto o Exército dos EUA busca aumentar drasticamente a produção de drones baratos usando componentes disponíveis no mercado, para acompanhar a rápida evolução da guerra, que está se tornando cada vez mais robótica e autônoma.