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20 julho 2025

Perfil dos conselheiros das empresas


Uma pesquisa, feita com 133 conselheiros entre março e abril de 2025, revela que os boards no Brasil são majoritariamente compostos por homens (77,4 %) e profissionais entre 51 e 60 anos (51,5 %), com formação predominante em finanças e economia (36,1 %), seguidos por negócios e marketing (17,3 %).

Geograficamente, os conselheiros atuam principalmente nas regiões Sudeste (65,4 %) e Sul (53,4 %), com menor presença no Nordeste (13,5 %) e Centro-Oeste (10,5 %). Esta distribuição segue, aproximadamente, o perfil das grandes empresas brasileiras. 

A remuneração varia conforme porte, setor e localização da empresa. Embora detalhes exatos não tenham sido divulgados no artigo, é mencionado que existe um honorário fixo anual, complementado por componentes variáveis. 

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Aversão a algoritmos


Existe e um artigo mostra uma estratégia para reduzir, através do conceito de perda.  O resumo 

Conforme as ferramentas de inteligência artificial (IA) se tornam onipresentes nas aplicações empresariais, também aumentam as interações entre IA e humanos nos processos de negócios e na tomada de decisão. Uma área crescente de pesquisa tem se concentrado na delegação de tarefas e decisões humanas para assistentes de IA. Paralelamente, estudos extensivos sobre a aversão a algoritmos — a resistência humana a ferramentas de decisão baseadas em algoritmos — têm demonstrado potenciais barreiras e problemas para o uso da IA nos negócios. Neste artigo, testamos uma estratégia simples para mitigar a aversão a algoritmos no contexto da delegação de tarefas para IA. Mostramos que apenas mudar a forma de enquadrar (framing) as tarefas de decisão pode reduzir essa aversão. Em vários estudos, observamos que os participantes preferiam fortemente assistência humana à IA quando eram recompensados pelo desempenho (ganhando dinheiro por bom desempenho), mesmo quando a IA se mostrava superior. Por outro lado, quando reformulamos a tarefa em termos de perdas (dinheiro era retirado do saldo por mau desempenho), o viés de preferência por humanos desapareceu. Nessa condição, os participantes delegaram a tarefa a humanos e IA em taxas semelhantes. Demonstramos esse resultado em tarefas com diferentes níveis de complexidade e valores de incentivo e fornecemos evidências de que o enquadramento por perdas aumenta a consciência situacional, explicando os efeitos observados. Nossos resultados oferecem insights úteis para reduzir a aversão a algoritmos, ampliando a literatura e trazendo sugestões práticas para gestores.


Dois executivos e um câmero indiscreta

Eis a notícia: 


O CEO aparentemente tendo um caso com a chefe de RH de sua empresa em um show do Coldplay é um vídeo viral para ficar na história, mas também é, infelizmente, um símbolo do atual cenário de vigilância privada [1] e do inferno [2] das redes sociais.

O vídeo (...) mostra Andy Byron, CEO da empresa Astronomer, abraçado com Kristen Cabot, chefe de RH da Astronomer. O telão corta de um fã para o que parecia ser um casal feliz. Ambos “morrem por dentro” simultaneamente; “Olhem só para este casal feliz”, diz Chris Martin, vocalista do Coldplay. A mulher cobre o rosto e se vira, enquanto o homem se abaixa para sair do foco da câmera. “Ou eles estão tendo um caso ou são muito tímidos”, brinca Martin. (...)

É difícil descrever o quão viral isso está, em um mundo onde tantas coisas horríveis acontecem, nada prende a atenção por muito tempo [3] e todos vivem em suas bolhas. “Andy Byron” [4] é, no momento, o termo mais buscado no Google nos Estados Unidos, com mais que o dobro de pesquisas em relação ao segundo colocado. 

Não sei se concordo com a análise, mas se a contabilidade pessoal tivesse teste de impairment, a de Byron teria que ser feita de imediato, com o reconhecimento de um bocado de receita futura. O promissor executivo provavelmente não terá mais condições de ser aceito em outro emprego - já pediu demissão. Mas terá também despesas futuras, talvez o advogado e do divórcio. 

A imagem aqui

[1] não sei se a questão da vigilância privada é da nossa época. Sempre existiu. Quem assistiu Notting Hill, o filme, deve lembrar que a personagem Anna Scott (com Julia Roberts) é pega pela imprensa na casa de William Thacker (Hugh Grant) e reage, dizendo para William que as fotos sempre estarão disponíveis e aquilo será lembrado. Uma pesquisa nos escritos encontrados em Pompeia revela "fofocas" como essa, com uma outra "tecnologia". 

[2] Não acredito que o caso seja suficiente para condenar as redes - na verdade mídias - sociais. 

[3] é a economia da atenção. 

[4] Veja que o foco esteve na figura hierárquica superior. Mas seria somente isso? 

Baixo custo

Quando o custo é uma característica tão importante que aparece até no nome: 


Uma versão americana dos drones de ataque unidirecional Shahed, de design iraniano e usados pela Rússia em ataques diários contra cidades ucranianas, apareceu no Pentágono esta semana.

Fotos mostram o drone, identificado em materiais promocionais como um Sistema de Ataque de Combate Não Tripulado de Baixo Custo, ou LUCAS (Low-Cost Uncrewed Combat Attack System), fabricado pela empresa americana de engenharia SpektreWorks, em exibição no pátio ao lado de vários outros protótipos de drones.

O surgimento dessa arma ocorre enquanto o Exército dos EUA busca aumentar drasticamente a produção de drones baratos usando componentes disponíveis no mercado, para acompanhar a rápida evolução da guerra, que está se tornando cada vez mais robótica e autônoma.

Bitcoin é caixa?


Em "To Bitcoin or Not To Bitcoin? A Corporate Cash Question!", Damodaran analisa a onda de empresas que consideram aplicar parte do caixa em Bitcoin. Esse ativo (1) não deve ser confundido com o caixa em razão da volatilidade e não cumprir as funções que o caixa faz. 

Relembrando a teoria, há três funções clássicas do caixa: transação, precaução e especulação. Apesar de existirem alguns setores específicos onde é possível comprar e vender bens e serviços, as criptomoedas ainda não são usadas para isso de maneira corrente. Já li alguns autores defendendo que as cripto poderiam ser usadas como precaução, em substituição ao ouro e a própria moeda corrente, diante das crises futuras que ameaçam o sistema. Mas acredito que falta ainda experiências maiores para imaginar que isso seja real. Sobrou a especulação, e o Bitcoin pode ter essa função. 

Mas será que os investidores acreditam também nisso? Ou não seria melhor a empresa distribuir dividendos e deixar essa decisão para os investidores? 

Respondendo a pergunta do título da postagem: Bitcoin não pode ser considerado como caixa. Pelo menos por enquanto.  

Como a IA pode afetar a pesquisa contábil

Eis o resumo:

Desenvolvimentos recentes em inteligência artificial levantam questões fundamentais sobre o futuro da pesquisa acadêmica em contabilidade. Utilizando insights da teoria institucional, estruturas institucionais existentes e entrevistas com editores seniores e coordenadores de programas de doutorado, examinamos como os avanços da IA podem transformar a pesquisa contábil e suas instituições de apoio. Nossa análise destaca quatro conclusões principais. Primeiro, identificamos duas dimensões em que os humanos podem manter vantagens sobre a IA: habilidades de raciocínio de ordem superior e controle sobre o acesso a dados. A IA pode remodelar métodos e tópicos de pesquisa com base nessas vantagens, tornando particularmente vulneráveis à concorrência os estudos quantitativos em que nenhuma das dimensões oferece forte proteção contra a IA. Segundo, a IA pode desafiar os processos tradicionais de publicação, uma vez que longos prazos de revisão correm o risco de tornar a pesquisa obsoleta em um campo em rápida evolução. Terceiro, a IA pode transformar a formação doutoral ao enfatizar a seleção e o treinamento de estudantes com base nas duas dimensões em que os humanos mantêm vantagens sobre a IA. Quarto e último, essas mudanças podem ser moldadas por forças institucionais mais amplas, como grandes editoras cujas plataformas e políticas padronizadas podem não atender plenamente às necessidades da pesquisa contábil. Embora nossa análise presuma um progresso gradual da IA, permitindo tempo para adaptação, também consideramos cenários de avanços mais rápidos que poderiam gerar uma disrupção mais dramática. Nossas conclusões sugerem que as instituições de pesquisa contábil parecem notavelmente despreparadas para essas mudanças. 

Keloharju, Matti and Keloharju, Roope, Accounting Research in the Age of AI (July 04, 2025). IFN Working Paper No. 1528, Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=5345050 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.5345050
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