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19 março 2025

Maior prejuízo acumulado da década

Eis algo curioso: qual é a empresa que tem o maior prejuízo acumulado na década? Segundo a Forbes, a resposta é a Boeing. No início do ano, a empresa anunciou um prejuízo líquido de 5,46 bilhões de dólares no quarto trimestre, indicando uma perda de 11,8 bilhões no ano. Assim, pelo sexto ano consecutivo, a empresa registra prejuízo.

E os "concorrentes" estão se saindo melhor: a Uber deve ter lucro, assim como a Carnival. Quando o parâmetro são os últimos 25 anos, a Boeing ocupa a sexta posição. Em primeiro lugar está a American International Group, que teve um prejuízo de US$ 162 bilhões em 2008 e 2009 — um valor bem superior ao acumulado da Boeing (US$ 39,4 bilhões). Em segundo lugar está a General Motors, que perdeu US$ 130 bilhões (R$ 767 bilhões) entre 2005 e 2008.

O resultado da Boeing é impressionante por três fortes motivos. Primeiro, a empresa atua em setores oligopólicos, onde é mais fácil estabelecer o preço de seus produtos. Segundo, a contabilidade de fabricantes de aviões é tão complexa que permite certa flexibilidade na gestão dos resultados. E, por fim, a empresa também é fornecedora de armas para o governo dos Estados Unidos, com contratos de fabricação vantajosos, muitas vezes baseados no custo.



As explicações para esse desempenho incluem má gestão — desde a fusão com a McDonnell Douglas, em 1997 — até os projetos fracassados de novos aviões, especialmente o 737 Max e o 787.

18 março 2025

O sentido das previsões

Esse é um tema que deveria atrair todos os contadores. Mas espera, a contabilidade não lida somente com o passado? Os mais experientes podem sorrir aqui, pois o espaço temporal da contabilidade é o passado, o presente e o futuro. Veja o caso da estimativa dos clientes que não irão pagar a empresa. Ao fechar o balanço, o contador levanta o valor da conta clientes e, baseado no passado e nos seus cabelos brancos, estima qual o percentual de clientes que não irá efetuar o pagamento. 

Mas eis o que diz Tim Harford:

Aqui está o problema com previsões: algumas estão certas, outras estão erradas, e quando finalmente descobrimos quais são quais, já é tarde demais. Isso leva ao que podemos chamar de paradoxo das previsões: o teste de uma previsão útil não é se ela se revela precisa, mas se leva a alguma ação útil antecipadamente. A precisão pode ajudar, mas também pode não ajudar. Ser avisado com antecedência não significa necessariamente estar preparado.

 

Ele cita como exemplo o furacão Ivan. Existia uma previsão de um furacão atingir uma cidade costeira dos Estados Unidos. E apareceu o furacão Ivan, que poderia provocar um grande desastre. Mas no último momento ele desviou sua rota e não aconteceu nada. A previsão deveria alertar as autoridades para um plano caso surgisse um outro furacão. As previsões mostravam que isso era um risco real. Mas não fizeram nada, até que outro furacão, o Katrina, apareceu e causou grandes danos. Esse é um exemplo de previsão que não foi útil, que não ajudou. 

Harford cita o caso do Brigham and Wome's Hospital, que não previu duas bombas em uma maratona. Mas quando isso aconteceu, o hospital tinha feito 78 grandes exercícios de emergência e estava bem preparado.

Gênero importa?

Eu gostei do início do texto: 

É desejável uma maior participação das mulheres nos órgãos de decisão das empresas? Diversos estudos destacam as diferenças de gênero na tomada de decisão, especialmente diante de riscos e padrões éticos. Note-se que, em média, as mulheres são mais versadas em risco (Jianakoplos e Bernasek, 1998; Eckel e Grossman, 20022002), mais sensíveis às considerações éticas (Gerasymenko, 2018) e mais propensas a relatar irregularidades (Brabeck, 1984 , Miethe e Rothschild, 19941994). Além disso, sua presença em cargos seniores parece melhorar o desempenho dos negócios (Adler, 2001; Carter et al., 2003 , Terjesen et al., 2016) e reduzir a má conduta financeira (Wahid, 2019; Arnaboldi et al., 2021).


e a conclusão é que

(...) os regulamentos de cotas de gênero nos conselhos de administração e políticas anti-poster interagem, influenciando a composição de gênero dos conselhos em empresas sancionadas por pertencer a cartéis. Evidências empíricas destacam que sanções e processos por cartéis são ferramentas eficazes para a reestruturação corporativa, enquanto as políticas vinculativas de gênero contribuem para uma maior paridade nos conselhos de administração. Assim, ambas as políticas complementam e promovem uma maior presença feminina nos órgãos de governo. Várias linhas abrem a partir de agora. Vamos tentar responder nos próximos trabalhos de pesquisa.

foto: aqui

Declínio do DEI nos relatórios contábeis


O gráfico mostra que o tema DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) já não faz parte de muitos relatórios contábeis nos Estados Unidos. O governo Trump atacou fortemente a tendência, e as empresas recuaram diante da ameaça de investigação por parte da Justiça. O número de empresas que utilizaram essa linguagem caiu quase 60% em relação ao ano anterior.


Nacionalização do Cobre no Chile na década de 1970 e os lucros excessivos

Eis o resumo:

 Nesta redação, analiso a nacionalização das grandes minas de cobre durante o governo socialista de Salvador Allende no Chile, na década de 1970. Este é um dos primeiros casos de "nacionalização sem compensação". O argumento jurídico do Chile baseou-se na ideia inovadora de que o pagamento "adequado" deveria ser calculado como o valor contábil menos os "lucros excessivos". Por sua vez, os lucros excessivos foram definidos, para cada ano, como os lucros acima de 12% do valor contábil. Analiso os argumentos econômicos que levaram à nacionalização e desconstruo e avalio criticamente a metodologia utilizada para calcular os "lucros excessivos" e a "compensação adequada". Também examino a resposta dos Estados Unidos e das multinacionais às políticas de nacionalização do Chile.

É um artigo de avaliação e histórico. Eis uma tabela:


 

17 março 2025

Rir é o melhor remédio

 

Hagar, o horrível. O melhor viking de todos.

A última decisão de Daniel Kahneman


Daniel Kahneman ficou muito conhecido pelas suas pesquisas sobre decisão. Ganhou um Nobel de Economia, fez sucesso com seu livro sobre o assunto e antes de morrer tomou a decisão final de viajar para Suíça. 

Antes disso, encaminhou uma mensagem aos amigos, comunicando a decisão de acabar com sua própria vida. Na Suíça é permitido ter a ajuda médica para concretizar essa decisão.  Sua mensagem:

“Esta é uma carta de despedida que estou enviando amigos para dizer a eles que estou a caminho da Suíça, onde minha vida terminará em 27 de março.”