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26 fevereiro 2025

Nem sempre IA é uma boa solução para a contabilidade


A Bench Accounting, como muitas startups de fintech, tinha ambições de revolucionar um setor entediante, mas importante, das finanças — neste caso, a contabilidade para pequenas empresas.

Ela acumulou mais de 10 mil clientes em pouco mais de uma década e parecia estar no caminho certo. No entanto, isso não foi rápido o suficiente para torná-la a fintech quente que aspirava ser quando arrecadou mais de US$ 100 milhões em financiamento de risco. Em um esforço final para melhorar seus negócios, a Bench recorreu ao novo recurso favorito da tecnologia: a IA. Demitiu funcionários e introduziu novos programas de automação, incluindo um bot chamado BenchGPT.

Tudo culminou em um desastre, pontuado por um ano fiscal problemático em 2023, quando a empresa precisou solicitar extensões para muitos de seus clientes, segundo ex-funcionários. O ano seguinte não foi melhor. No final de 2024, a Bench informou aos clientes que não poderia pagar suas contas. Em janeiro deste ano, a empresa entrou com pedido de falência, prejudicando investidores, incluindo Contour Venture Partners, Bain Capital Ventures e Inovia Capital. Seus clientes ficaram temporariamente em um limbo até que um comprador concordou em adquirir seus ativos e reviver o negócio. (...)

A história completa foi publicada pelo InfoMoney, traduzido da Bloomberg. 

Rir é o melhor remédio


 

25 fevereiro 2025

Accruals anormais e uma nova ferramenta

Uma ferramenta, desenvolvida por dois pesquisadores da Universidade de Verona, automatiza a estimativa dos accruals anormais. Há décadas pesquisadores estudam esses accruals anormais, geralmente fazendo uma estimativa a partir de uma amostra e usando modelos de regressão.

A nova ferramenta, denomina abnormalest, facilita descobrir discrepâncias nas informações contábeis, o que pode ser um indicativo de manipulação.  Segundo o artigo onde a ferramente foi apresentada, seu teste revelou um desempenho superior aos modelos usados em pesquisas tradicionais. 

Ver

Rossignoli, F. and Tommasi, N. (2025) ‘Abnormal accrual estimation: an automation data analysis technique’, Int. J. Data Analysis Techniques and Strategies, Vol. 17, No. 5, pp.1–18.

IA trapaceia em jogo de xadrez


O texto é muito interessante. Os mecanismos de IA também trapaceiam. 

(...) Um estudo recente da Palisade Research, um grupo de pesquisa focado em segurança e ética em IA, revelou uma tendência inquietante: modelos de IA mais novos conseguem encontrar e explorar vulnerabilidades em cibersegurança por conta própria, contornando proteções e usando atalhos para concluir tarefas, mesmo quando não são tecnicamente permitidos a fazê-lo.

A equipe colocou sete dos principais modelos de linguagem (LLMs) frente a frente com o Stockfish, um motor de xadrez incrivelmente forte que tem desafiado grandes mestres desde 2014. Diante do impossível, mas determinados a vencer, o o1 da OpenAI e o R1 da DeepSeek recorreram à manipulação de arquivos do sistema para alterar as posições de suas peças no tabuleiro.

Os pesquisadores pediram a cada modelo que explicasse seu "raciocínio" para cada jogada. Em uma partida, pressionado contra a parede, o o1 escreveu que "a tarefa é 'vencer contra um poderoso motor de xadrez', não necessariamente vencer de forma justa em um jogo de xadrez." Essa lógica levou o modelo a tentar trapacear em 37% das vezes, conseguindo sucesso em 6% de seus jogos, enquanto o R1 tentou em 11% das vezes, mas nunca conseguiu encontrar um truque que funcionasse.

(...) "À medida que você treina modelos e os reforça para resolver desafios difíceis, você os treina para serem implacáveis", disse Jeffrey Ladish, diretor executivo da Palisade, à Time Magazine sobre as descobertas.

Traduzido pelo ChatGPT daqui

Quando a mensuração é complicada


Eis mais um caso para pensarmos sobre a complexidade da mensuração. 

No passado, quando uma empresa estava pensando em vincular um comercial, ela consultava os números do Ibope para saber quais eram os programas de televisão mais assistidos. Era possível estimar com razoável precisão o número de aparelhos ligados em uma determinada hora no país.

Nos dias atuais, tudo isso é bastante confuso. Além da proliferação de aparelhos de televisão, hoje é possível assistir a um programa em um computador. Veja a dor de cabeça que isso provocou em quem precisava tomar a decisão de efetuar um gasto de propaganda para uma empresa.

Adicione a isso o fato de que existem canais pagos e a possibilidade de assistir a um programa ou filme na televisão sem estar ligado a uma empresa de transmissão – tudo isso começou com as fitas VHS e continuou com os streamings.

No caso dos streamings, não é sequer possível comparar os programas mais vistos da Netflix com os da Prime. A primeira conta "horas vistas" e visualizações; o segundo streaming prefere "visitantes". E essas empresas também complicam isso, tentando manipular seus dados.

Quando a Netflix anuncia que um filme alcançou dez milhões de lares, a mensuração não é bem o que parece. Não significa que dez milhões de pessoas assistiram ao filme, mas que dez milhões de contas assistiram pelo menos dois minutos. Para a Netflix, dois minutos já são suficientes para indicar que foi uma escolha intencional. Mas uma pessoa que começou um filme e, cinco minutos depois, abandonou por não gostar, parece que não deveria entrar na conta da empresa. Ou alguém que acabou de ver um filme e outro começou de maneira automática também está nessa conta.

Em suma, ninguém realmente sabe quem está assistindo a quê. Tudo o que sabemos é que há muito conteúdo por aí e, certamente, muitas pessoas assistindo a algo. Mas isso não significa que nada disso seja significativo, memorável, muito menos bom.

Disrupção e Gastos Públicos sem Controle


Creio que hoje sabemos que o segundo governo Trump está promovendo uma disrupção na gestão pública da maior economia do mundo. Quando isso ocorre, várias políticas positivas são implementadas, enquanto outras, negativas, surgem como fruto da nova gestão.

A ideia de um Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) me faz lembrar de Hélio Beltrão e sua campanha de desburocratização. Mas também remete à Nova Administração Pública, uma vez que busca adotar uma mentalidade empresarial no governo, agora sob o comando do controverso Elon Musk.

Um artigo do The Epoch Times, repercutido no ZeroHedge, comenta que esses esforços têm uma vinculação com a contabilidade. Afinal, buscar eficiência está relacionado ao controle e à eliminação de fraudes e desperdícios. Anteriormente, foi revelado que provavelmente há milhões de beneficiários da Seguridade Social que não estão vivos ou que talvez tenham registros incorretos.

Agora, foi realizada uma nova descoberta: 4,7 trilhões de dólares em gastos públicos não possuem o Treasury Access Symbol (TAS). Basicamente, quando o Legislativo discute e delibera o orçamento público, os gastos autorizados nessa discussão entre os representantes da população recebem o TAS, indicando que foram frutos de decisões legislativas.

Com essa autorização, a máquina pública pode realizar o processo administrativo necessário para concretizar o que foi decidido no Legislativo. No entanto, a notícia revela que existem 4,7 trilhões em despesas federais ocorridas sem vínculo com uma autorização do Legislativo.

Se isso for verdadeiro, a descoberta desse volume de gastos sem a autorização do legislativo, já é um passo na eficiência governamental. 

Conclusão surpreendente sobre diversidade nos conselhos


Eis o resumo: 

A Califórnia determinou que empresas com sede no estado incluíssem mulheres (SB 826) e minorias sub-representadas (AB 979) em seus conselhos administrativos. Essas leis, aprovadas em 2018 e 2020, respectivamente, foram consideradas inconstitucionais por juízes do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles em 2022. Este artigo examina a reação do mercado a essas decisões judiciais surpreendentes, constatando que as empresas da Califórnia valorizaram-se significativamente nos dias das sentenças... Como as decisões judiciais aparentemente não tiveram repercussões sobre outras mudanças na legislação e regulamentação corporativa do estado... esses resultados aumentam a confiança na conclusão de que as exigências de diversidade nos conselhos não aumentam o valor das empresas e, talvez, até levem os investidores a reduzir suas avaliações.

Via aqui . Trata-se de um evento específico, mas pode influenciar o que sabemos sobre a diversidade em empresas.