30 janeiro 2018
Contabilidade das Cias Aéres 2
Conforme apresentado ontem neste blog, a Qatar Airlines estava sendo pressionada pelo governo dos Estados Unidos por uma competição mais justa. O primeiro passo para resolver o problema foi dado hoje, com a divulgação, por parte do secretário de Estado, Rex Tillerson, que abriram um diálogo. Conforme a Reuters, espera-se que a empresa aérea comece a evidenciar suas demonstrações contábeis anuais, auditadas, no próximo ano. E que no futuro divulgue as transações com o governo do Catar.
Tratamento dos prêmios não retirados
Ganhar na loteria não é fácil. Mas ser premiado e não retirar o valor é mais comum do que pode parecer. Somente em 2017, R$ 326 milhões deixaram de ser resgatados por ganhadores de prêmios de loterias no Brasil, segundo a Caixa Econômica Federal. O valor equivale a cerca de 8% dos mais de R$ 4,2 bilhões ofertados em prêmios pelas Loterias Caixa no ano passado.
A princípio a questão equivale aos vales presentes das librarias, onde uma parte expressiva não é descontado. O prêmio não retirado corresponderia a uma receita. Entretanto,
De acordo com a Caixa, "o dinheiro dos prêmios prescritos (não resgatados no prazo) é repassado integralmente ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).
Assim, este percentual não deve ser uma receita da Caixa. Isto difere do vale presente.
A princípio a questão equivale aos vales presentes das librarias, onde uma parte expressiva não é descontado. O prêmio não retirado corresponderia a uma receita. Entretanto,
De acordo com a Caixa, "o dinheiro dos prêmios prescritos (não resgatados no prazo) é repassado integralmente ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).
Assim, este percentual não deve ser uma receita da Caixa. Isto difere do vale presente.
29 janeiro 2018
Contabilidade de empresas aéreas
Quando um país deseja criar uma ligação aérea com um cidade no exterior, há um acordo de que a linha aérea deve ser explorada por duas empresas, uma de cada país. Assim, uma ligação entre São Paulo e Lisboa feita por uma companhia brasileira também deve ser feita por uma companhia francesa. Esta é uma política conhecida como “open skies”. Mas isto inclui a criação de um ambiente de livre mercado e redução da participação do governo. Como consequência disto, espera-se que os serviços prestados pelas duas empresas sejam razoavelmente equivalentes, uma vez que a estrutura de custo é também equivalente.
Mas isso desaparece quando uma das empresas recebe subsídio de seu governo. Três grandes empresas dos Estados Unidos acusaram empresas da Ásia, como a Emirates, a Etihad e a Qatar Airlines de violarem os termos do “open skies”.
Parece que este aspecto deve mudar com respeito a Qatar. A empresa e o governo do Catar concordaram em melhorar a evidenciação contábil da empresa dentro de um ano ou dois, segundo informou a Reuters. O acordo não se aplica as outras duas empresas, ambas do Emirados Árabes Unidos.
Eis um bom exemplo de como uma informação contábil pode ser útil em uma situação de competição. Neste caso, a divulgação da relação entre empresa e acionista poderá esclarecer a existência ou do subsídio e o tamanho do mesmo.
Mas isso desaparece quando uma das empresas recebe subsídio de seu governo. Três grandes empresas dos Estados Unidos acusaram empresas da Ásia, como a Emirates, a Etihad e a Qatar Airlines de violarem os termos do “open skies”.
Parece que este aspecto deve mudar com respeito a Qatar. A empresa e o governo do Catar concordaram em melhorar a evidenciação contábil da empresa dentro de um ano ou dois, segundo informou a Reuters. O acordo não se aplica as outras duas empresas, ambas do Emirados Árabes Unidos.
Eis um bom exemplo de como uma informação contábil pode ser útil em uma situação de competição. Neste caso, a divulgação da relação entre empresa e acionista poderá esclarecer a existência ou do subsídio e o tamanho do mesmo.
Carillion e Criptomoedas
Atualização de duas notícias recentemente divulgadas no blog. Primeiro, os problemas financeiras da empresa britânica Carillion. A empresa de auditoria responsável pelo parecer, a KPMG, está sendo investigada pelo Financial Reporting Council do Reino Unido. A investigação irá centrar nos exercícios a partir de 2014. Segundo o jornal The Guardian a investigação irá verificar se a KPMG violou alguma norma ética e/ou técnica e a análise abrangerá desde a estimativa e o reconhecimento de receita até o valor do passivo atuarial. Obviamente, a KPMG disse que irá colaborar com os trabalhos do FRC, mas que conduziu os trabalhos de maneira apropriada. Há uma questão trabalhista que incomoda no caso da Carillion, já que a empresa empregava muitas pessoas.
O segundo assunto diz respeito ao furto ocorrido na empresa japonesa Coinchecks de 530 milhões de dólares em dinheiro digital. O regulador japonês solicitou melhoria nas transações da empresa. A empresa declarou, no domingo, que pagaria 90%, embora existam dúvidas se a empresa possui fundos para isto, e os gestores reconheceram que não se usava um sistema de assinatura múltipla. O Japão tinha uma abordagem muito mais liberal com a moeda digital em comparação com a Coréia do Sul e a China, que recentemente adotaram medidas restritivas.
O segundo assunto diz respeito ao furto ocorrido na empresa japonesa Coinchecks de 530 milhões de dólares em dinheiro digital. O regulador japonês solicitou melhoria nas transações da empresa. A empresa declarou, no domingo, que pagaria 90%, embora existam dúvidas se a empresa possui fundos para isto, e os gestores reconheceram que não se usava um sistema de assinatura múltipla. O Japão tinha uma abordagem muito mais liberal com a moeda digital em comparação com a Coréia do Sul e a China, que recentemente adotaram medidas restritivas.
Aprender programar para ser um jurista
Mais um efeito dos tempos modernos sobre as profissões:
Un smart contract es un código o protocolo informático que permite que se ejecute una orden preestablecida cuando se cumplan una serie de supuestos. Esa orden (o contrato) se activa por sí misma, el software funciona sin necesidad de que medien terceros. Puede sonar enrevesado, pero en el fondo se trata de traducir a fórmulas lógicas lo acordado por las partes. Un ejemplo: si y solo si A recibe la cantidad X de B, entonces B adquiere la titularidad del bien Y que hasta ese momento era de A. Cualquier contrato que incluya alguna condición (y todos lo tienen) es susceptible de ser codificado.
Continue lendo aqui
Un smart contract es un código o protocolo informático que permite que se ejecute una orden preestablecida cuando se cumplan una serie de supuestos. Esa orden (o contrato) se activa por sí misma, el software funciona sin necesidad de que medien terceros. Puede sonar enrevesado, pero en el fondo se trata de traducir a fórmulas lógicas lo acordado por las partes. Un ejemplo: si y solo si A recibe la cantidad X de B, entonces B adquiere la titularidad del bien Y que hasta ese momento era de A. Cualquier contrato que incluya alguna condición (y todos lo tienen) es susceptible de ser codificado.
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27 janeiro 2018
PwC apela da expulsão da Índia
Recentemente a empresa de auditoria PwC pegou uma pena de dois anos sem trabalhar na Índia em razão das falhas cometidas com a Satyam. Em 2009 a auditoria não conseguiu captar a manipulação que estava ocorrendo na empresa.
Agora, segundo o Accounting Today, a empresa apelou para a revisão da pena. E parece que a análise será feita de forma bastante ágil, até final de fevereiro.
Agora, segundo o Accounting Today, a empresa apelou para a revisão da pena. E parece que a análise será feita de forma bastante ágil, até final de fevereiro.
Literalmente
Um bar, em Nova Iorque, está expulsando os clientes que ... falarem a palavra "Literally":
Quem dizer a palavra, terá cinco minutos para terminar sua bebida e sair. E se a frase começar com "I literally", o cliente deve sair imediatamente. O texto termina com um "Pare de Kardashianismo Já".
Quem dizer a palavra, terá cinco minutos para terminar sua bebida e sair. E se a frase começar com "I literally", o cliente deve sair imediatamente. O texto termina com um "Pare de Kardashianismo Já".
Furto de Moeda Digital
Um empresa japonesa chamada Coincheck que trabalha com criptomoedas, sofreu um furto de cerca de R$1 bilhão.
A empresa anunciou que ainda não sabe exatamente o que aconteceu para que esses tokens fossem roubados, mas está estudando a possibilidade de ressarcir seus clientes pelo prejuízo.
Entretanto, o roubo fez reduzir a cotação da criptomoeda, em razão dos problemas de segurança enfrentados no setor. Foi o maior roubo já registrado. Mais informação, aqui
A empresa anunciou que ainda não sabe exatamente o que aconteceu para que esses tokens fossem roubados, mas está estudando a possibilidade de ressarcir seus clientes pelo prejuízo.
Entretanto, o roubo fez reduzir a cotação da criptomoeda, em razão dos problemas de segurança enfrentados no setor. Foi o maior roubo já registrado. Mais informação, aqui
Carillion
Os problemas da empresa britânica Carillion novamente respinga na sua auditoria. Sendo uma companhia multinacional na área da construção, com 43 mil funcionários, a empresa teve um liquidação decretada no início de janeiro deste ano. Geralmente quando ocorre um problema com uma empresa de tal porte, a atenção se volta para os auditores.
Na verdade os problemas começaram em julho de 2017, quando a empresa avisou o mercado sobre um despesa de recuperabilidade de 845 milhões de libras. A seguir a empresa divulgou um prejuízo semestral de 1,15 bilhão em razão, segundo a empresa, de projetos não lucrativos fruto de decisões otimistas. Segundo uma informação do The Times, em janeiro de 2018, os problemas já existiam há quatro anos. No final de 2017, a empresa tentou desfazer de alguns negócios.
Os problemas da Carillion despertaram o interesse do regulador britânico que afirmou, há alguns dias, que estava investigando a divulgação das informações por parte da empresa. A tentativa da gerência de fazer acordos para quitar compromissos fracassou logo a seguir, o que resultou na liquidação. Segundo informação da imprensa, a empresa tinha, então, 29 milhões de libras em caixa, insuficiente para a gestão diária. (veja mais detalhes aqui)
Os problemas da empresas estão sendo investigados, inclusive o papel do auditor, a KPMG. No último relatório, a KPMG afirmava que a empresa tinha condições de sobrevivência por mais três anos. Mas os dados mostraram que a gerência da empresa tinha manipulado as demonstrações contábeis.
A Carillion é mais uma empresa onde os problemas não foram percebidos pelo auditor. Talvez não tenha sido tão humilhante quanto o caso da Deloitte, a Abengoa e Pepe Baltá. Quem é Pepe Baltá? Um estudante de 17 anos que notou os problemas da Abengoa num projeto de economia da escola secundária.
(Diante destes problemas com as empresas de auditoria, faleceu recentemente William McDonough, ex-presidente do Banco Central dos EUA e primeiro presidente do regulador das empresas de auditoria, o PCAOB)
Na verdade os problemas começaram em julho de 2017, quando a empresa avisou o mercado sobre um despesa de recuperabilidade de 845 milhões de libras. A seguir a empresa divulgou um prejuízo semestral de 1,15 bilhão em razão, segundo a empresa, de projetos não lucrativos fruto de decisões otimistas. Segundo uma informação do The Times, em janeiro de 2018, os problemas já existiam há quatro anos. No final de 2017, a empresa tentou desfazer de alguns negócios.
Os problemas da Carillion despertaram o interesse do regulador britânico que afirmou, há alguns dias, que estava investigando a divulgação das informações por parte da empresa. A tentativa da gerência de fazer acordos para quitar compromissos fracassou logo a seguir, o que resultou na liquidação. Segundo informação da imprensa, a empresa tinha, então, 29 milhões de libras em caixa, insuficiente para a gestão diária. (veja mais detalhes aqui)
Os problemas da empresas estão sendo investigados, inclusive o papel do auditor, a KPMG. No último relatório, a KPMG afirmava que a empresa tinha condições de sobrevivência por mais três anos. Mas os dados mostraram que a gerência da empresa tinha manipulado as demonstrações contábeis.
A Carillion é mais uma empresa onde os problemas não foram percebidos pelo auditor. Talvez não tenha sido tão humilhante quanto o caso da Deloitte, a Abengoa e Pepe Baltá. Quem é Pepe Baltá? Um estudante de 17 anos que notou os problemas da Abengoa num projeto de economia da escola secundária.
(Diante destes problemas com as empresas de auditoria, faleceu recentemente William McDonough, ex-presidente do Banco Central dos EUA e primeiro presidente do regulador das empresas de auditoria, o PCAOB)
26 janeiro 2018
O Mercado de Trabalho bate vários recordes e isto não é bom
Depois de uma confusão no governo, onde os dados de emprego foram divulgados antes da data agendada, finalmente o Ministério do Trabalho liberou a informação para o mês de dezembro do mercado formal brasileiro. Como tem sido praxe, este blog faz um levantamento do setor contábil. E como previmos, o resultado de dezembro continuou sendo ruim, encerrando um ano em que somente em janeiro o número de admitidos superou os que foram demitidos. Em dezembro foram contratados 5.556 e demitidos 8.042, perfazendo um resultado negativo de 2.486, o pior do ano e o terceiro pior desde que começamos a acompanhar a série, em janeiro de 2014. Em termos acumulados, foram reduzidas 42.683 vagas de trabalho, o que revela o péssimo momento do mercado contábil.
A diferença de salário entre os demitidos e os admitidos subiu para 25%, indicando uma forte economia para as pessoas jurídicas na troca de empregado. Outro recorde negativo foi batido em dezembro: o tempo médio de carteira assinada dos demitidos chegou quase a 40 meses de emprego, indicando que o corte está atingindo inclusive os trabalhadores com mais experiência. E com consonância a este dado, a idade média dos demitidos nunca foi tão elevada: 33,11 anos. O desempenho foi tão ruim, que não poupou gênero, grau de instrução e tipo de emprego: em todas as analises que efetuamos o número de demitidos foi superior.
O consolo é que o desempenho da economia também foi ruim. Mas não é suficiente para ficarmos tranquilos.
A diferença de salário entre os demitidos e os admitidos subiu para 25%, indicando uma forte economia para as pessoas jurídicas na troca de empregado. Outro recorde negativo foi batido em dezembro: o tempo médio de carteira assinada dos demitidos chegou quase a 40 meses de emprego, indicando que o corte está atingindo inclusive os trabalhadores com mais experiência. E com consonância a este dado, a idade média dos demitidos nunca foi tão elevada: 33,11 anos. O desempenho foi tão ruim, que não poupou gênero, grau de instrução e tipo de emprego: em todas as analises que efetuamos o número de demitidos foi superior.
O consolo é que o desempenho da economia também foi ruim. Mas não é suficiente para ficarmos tranquilos.
12 regras para vida
Tyler Cowen, baseado em Petersons, propôs 12 regras para vida. Confesso que as regras de Cowen são bem mais interessantes que o original.
Destaco:
4. Case bem.
7. Aprenda a aprender com aqueles que o ofendem.
8. Cultive mentores e esteja disposto a servir como mentor para outros. Isso nunca perde a sua importância.
Destaco:
4. Case bem.
7. Aprenda a aprender com aqueles que o ofendem.
8. Cultive mentores e esteja disposto a servir como mentor para outros. Isso nunca perde a sua importância.
25 janeiro 2018
Alucinações auditadas na Contabilidade
O título desta postagem parece coisa de jornal sensacionalista. Confesso que fiquei na dúvida se deveria ser um “rir é o melhor remédio” (uma postagem diária que fazemos no blog). Mas a notícia é séria.
A Bloomberg informou que no Canadá a adoção das normas de contabilidade internacional, as IFRS, estão trazendo números, para as empresas produtoras de maconha, estranhos. Em alguns casos, margens brutas de mais de 100%. São 84 empresas produtoras listadas com um valor de mercado perto dos 30 bilhões de dólares.
Em 2011 o Canadá passou a adotar as normas internacionais de contabilidade. Por estas normas deve-se utilizar o valor justo para os chamados ativos biológicos. Isto exige que as empresas estimem o valor das mercadorias plantas quando ainda estão crescendo, mas não produzindo.
Isso é parecido com contar suas galinhas antes de serem incubadas, deixando as empresas abertas para grandes amortizações e investidores tentando entender financeiramente [os números].
Segundo Al Rosen, um crítico mordaz das IFRS, é uma “alucionação auditada”. Ele declarou para a Bloomberg que "as demonstrações financeiras da maconha não têm absolutamente nada a ver com a realidade".
Ocorrendo uma valorização estimada no valor justo das plantas de cannabis com o seu crescimento, o resultado afeta o lucro bruto.
A Canopy Growth Corp. , a maior empresa de cannabis do mundo, com um valor de mercado de mais de C $ 7 bilhões, registrou uma margem bruta de 164% com a IFRS no terceiro trimestre (...) A diferença pode ser dramática. A margem bruta das IFRS da Canopy foi de 186% no terceiro trimestre de 2016, mas 60% após a remoção das métricas de valor justo, de acordo com Rosen.
Segundo a Bloomberg, citando um regulador canadense, parece que o IFRS Discussion Group pretende discutir o assunto da “cannabis accounting” (este foi o termo usado) em uma próxima reunião. Um dos problemas da “cannabis accounting” é a questão da estimativa do valor justo, já que o mercado legal do produto não está estabilizado. Além disto, a norma exige várias estimativas, como custos de crescimento, colheita e venda; rendimentos projetados da planta; e o preço pelo qual a droga será vendida, entre outros aspectos.
Em razão das regras, é possível que uma empresa tenha receita, mesmo não tendo vendido uma única grama do produto.
A Bloomberg informou que no Canadá a adoção das normas de contabilidade internacional, as IFRS, estão trazendo números, para as empresas produtoras de maconha, estranhos. Em alguns casos, margens brutas de mais de 100%. São 84 empresas produtoras listadas com um valor de mercado perto dos 30 bilhões de dólares.
Em 2011 o Canadá passou a adotar as normas internacionais de contabilidade. Por estas normas deve-se utilizar o valor justo para os chamados ativos biológicos. Isto exige que as empresas estimem o valor das
Isso é parecido com contar suas galinhas antes de serem incubadas, deixando as empresas abertas para grandes amortizações e investidores tentando entender financeiramente [os números].
Segundo Al Rosen, um crítico mordaz das IFRS, é uma “alucionação auditada”. Ele declarou para a Bloomberg que "as demonstrações financeiras da maconha não têm absolutamente nada a ver com a realidade".
Ocorrendo uma valorização estimada no valor justo das plantas de cannabis com o seu crescimento, o resultado afeta o lucro bruto.
A Canopy Growth Corp. , a maior empresa de cannabis do mundo, com um valor de mercado de mais de C $ 7 bilhões, registrou uma margem bruta de 164% com a IFRS no terceiro trimestre (...) A diferença pode ser dramática. A margem bruta das IFRS da Canopy foi de 186% no terceiro trimestre de 2016, mas 60% após a remoção das métricas de valor justo, de acordo com Rosen.
Segundo a Bloomberg, citando um regulador canadense, parece que o IFRS Discussion Group pretende discutir o assunto da “cannabis accounting” (este foi o termo usado) em uma próxima reunião. Um dos problemas da “cannabis accounting” é a questão da estimativa do valor justo, já que o mercado legal do produto não está estabilizado. Além disto, a norma exige várias estimativas, como custos de crescimento, colheita e venda; rendimentos projetados da planta; e o preço pelo qual a droga será vendida, entre outros aspectos.
Em razão das regras, é possível que uma empresa tenha receita, mesmo não tendo vendido uma única grama do produto.
Solução simples para as obras da Copa e Olimpíadas (com apoio da contabilidade gerencial)
Um solução simples e barata para os elefantes brancos construídos por diversos países para abrigar os jogos da Copa do Mundo e as Olimpíadas: derrubar. E esta solução é técnica e encontra defesa na contabilidade gerencial. Isto poderia solucionar o caso do estádio Mané Garrincha em Brasília ou as arenas olímpicas do Rio de Janeiro. Atenção: esta é um solução técnica e científica para o problema.
Parece que esta solução está sendo pensada pela Coréia do Sul, segundo informação do Quartz. O Estádio Olímpico de Pyeongchang (fotografia) custou 109 milhões de dólares. Foi construído para as olimpíadas em 1988 - hávinte trinta anos, portanto. Possui uma capacidade de 35 mil lugares e a cidade possui 45 mil habitantes. É bem verdade que irá sediar os jogos de inverno, em 2018, mas certamente o estádio das Olimpíadas não possui nenhuma utilidade neste evento. Além de estar numa cidade com o mesmo número de habitantes da capacidade do estádio (ou quase isso), a obra só foi usada quatro vezes no evento olímpico.
Mas este não é o único caso:
a) Gangneung Speed Skating Center, que custou quase 120 milhões de dólares
b) Gangneung Ice Arena, com custo de 126 milhões
c) Gangneung Hockey Center = 100 milhões
d) Kwandong Hockey Center = 59 milhões
e) Jeongseon Alpine Center = 191 milhões
f) Olympic Sliding Center = 107 milhões
Total de 812 milhões de dólares e os valores está subestimados, já que não consideram as despesas correntes anuais e posteriores à construção e as despesas de manutenção, além do custo de oportunidade do capital. Diversas propostas foram feitas para uso alternativo, mas todas fracassaram. Outros exemplos similares são citados pelo Quartz para mostrar a criação deste problema, incluindo obras em Atlanta, Estados Unidos.
A derrubada das obras já ocorreu antes, como no Estádio Olímpico dos Jogos de Inverno de 1968 realizados em Grenoble ou o Théâtre des Cérémonies de Albertville.
A teoria da contabilidade gerencial que sustenta a solução da derrubada é o custo perdido. Os valores dos estádios já foram gastos; o que importa para o processo decisório são os fluxos futuros de caixa. Assim, o gestor deveria analisar quanto custa derrubar as instalações, somar com potenciais receitas e comparar isto com a saída de caixa futura com manutenção e despesas correntes. O que importa é o fluxo futuro. E isto não é difícil de ser feito.
Parece que esta solução está sendo pensada pela Coréia do Sul, segundo informação do Quartz. O Estádio Olímpico de Pyeongchang (fotografia) custou 109 milhões de dólares. Foi construído para as olimpíadas em 1988 - há
Mas este não é o único caso:
a) Gangneung Speed Skating Center, que custou quase 120 milhões de dólares
b) Gangneung Ice Arena, com custo de 126 milhões
c) Gangneung Hockey Center = 100 milhões
d) Kwandong Hockey Center = 59 milhões
e) Jeongseon Alpine Center = 191 milhões
f) Olympic Sliding Center = 107 milhões
Total de 812 milhões de dólares e os valores está subestimados, já que não consideram as despesas correntes anuais e posteriores à construção e as despesas de manutenção, além do custo de oportunidade do capital. Diversas propostas foram feitas para uso alternativo, mas todas fracassaram. Outros exemplos similares são citados pelo Quartz para mostrar a criação deste problema, incluindo obras em Atlanta, Estados Unidos.
A derrubada das obras já ocorreu antes, como no Estádio Olímpico dos Jogos de Inverno de 1968 realizados em Grenoble ou o Théâtre des Cérémonies de Albertville.
A teoria da contabilidade gerencial que sustenta a solução da derrubada é o custo perdido. Os valores dos estádios já foram gastos; o que importa para o processo decisório são os fluxos futuros de caixa. Assim, o gestor deveria analisar quanto custa derrubar as instalações, somar com potenciais receitas e comparar isto com a saída de caixa futura com manutenção e despesas correntes. O que importa é o fluxo futuro. E isto não é difícil de ser feito.
Ações da Odebrecht na Guatemala
A empresa Odebrecht irá pagar quase 18 milhões de dólares para o governo da Guatemala em razão dos subornos realizados no passado. Este é mais um desdobramento das investigações que começaram no Brasil e resultaram no depoimento de dirigentes da empresa, que confessaram ter um departamento de propina que atuava também no exterior. No caso da Guatemala, o suborno refere-se a pagamentos para obter um contrato de construção de uma rodovia, em 2012, em um contrato de 300 milhões.
O interessante é que a investigação foi resultado de um esforço conjunto de promotores brasileiros e guatemaltecos. O funcionário que recebeu o suborno fugiu.
Além disto, foi revelado que um ex-candidato à presidência, da oposição, recebeu dinheiro.
O interessante é que a investigação foi resultado de um esforço conjunto de promotores brasileiros e guatemaltecos. O funcionário que recebeu o suborno fugiu.
Além disto, foi revelado que um ex-candidato à presidência, da oposição, recebeu dinheiro.
Inovação para sobreviver em uma fábrica de sinos
Um texto muito curioso do Jornal Econômico de Portugalsobre a fábrica Serafim da Silva Jerónimo e Filhos Lta, fundada em 1932 (somente) e com 40 funcionários. A empresa produz de 250 a 280 sinos por ano. O segredo: a inovação. Eis alguns trechos (negritos meus):
Num mercado de nicho, para sobreviver e crescer, a Jerónimo desde cedo procurou apostar na inovação e alargar a sua atuação para além do fabrico, restauro e instalação de sinos. A sua atividade começou com a construção de sinos e carrilhões, mas expandiu-se, logo em 1947, à produção dos relógios de torre. Em 1954, abriu as portas à importação e comercialização de harmónios de pedais. E em 1960, começou a automatizar os toques de sinos por meios eletromecânicos, situação inovadora na época, dedicando-se também, a partir de 1972, ao comércio de órgãos eletrónicos para igrejas, conservatórios e particulares.
Esta diversificação permitiu à Jerónimo impor-se no mercado nacional, ao longo de décadas. E foi acompanhada de um foco na inovação, através de parcerias com universidades.
Arlindo Jerónimo [foto], filho do fundador da empresa, é um dos sócios-gerentes e tem no sangue a construção sineira. Apaixonado desde sempre pela arte, Arlindo Jerónimo lembra que a sua empresa tem, neste momento, “bem mais de 11 mil sinos espalhados por Portugal e também no estrangeiro, a exibir a arte da fundição de sinos”.
“O nosso forte é claramente a fundição de sinos. Até porque somos únicos nessa arte. No entanto, temos apostado em diversos mercados e ramos de ação porque o negócio dos sinos é uma coisa limitada. Temos espalhados por Portugal e em vários países mais de 4.000 relógios de torre, 7.500 mostradores exteriores e 10.500 aparelhos de toque de sinos, para além de mais de 5.000 órgãos vendidos ao longo destes anos”.
“Temos como clientes cerca de 90% das paróquias nacionais, mas isto é sempre um número muito limitado porque os sinos são feitos para durar uma vida. As paróquias não mudam sinos de ano para ano, nem de 10 em 10 anos. Como tal, o nosso mercado nesse campo está limitado. Daí termos apostado desde cedo noutros mercados”, explicou ao Jornal Económico.
Esta atividade construída de raiz em Braga significa um volume de negócio anual que ronda os dois milhões de euros.
Com exemplos da sua arte espalhados por todo o país, a Serafim da Silva Jerónimo forneceu sinos a diversas catedrais, basílicas, santuários, mosteiros e conventos, seminários, igrejas paroquiais, câmaras municipais, centros comerciais, universidades, palácios, entre outros edifícios espalhados pelo território nacional. Está também presente no estrangeiro, com forte implementação nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Brasil, Canadá, Espanha, França, Porto Rico e Venezuela.
Num mercado de nicho, para sobreviver e crescer, a Jerónimo desde cedo procurou apostar na inovação e alargar a sua atuação para além do fabrico, restauro e instalação de sinos. A sua atividade começou com a construção de sinos e carrilhões, mas expandiu-se, logo em 1947, à produção dos relógios de torre. Em 1954, abriu as portas à importação e comercialização de harmónios de pedais. E em 1960, começou a automatizar os toques de sinos por meios eletromecânicos, situação inovadora na época, dedicando-se também, a partir de 1972, ao comércio de órgãos eletrónicos para igrejas, conservatórios e particulares.
Esta diversificação permitiu à Jerónimo impor-se no mercado nacional, ao longo de décadas. E foi acompanhada de um foco na inovação, através de parcerias com universidades.
Arlindo Jerónimo [foto], filho do fundador da empresa, é um dos sócios-gerentes e tem no sangue a construção sineira. Apaixonado desde sempre pela arte, Arlindo Jerónimo lembra que a sua empresa tem, neste momento, “bem mais de 11 mil sinos espalhados por Portugal e também no estrangeiro, a exibir a arte da fundição de sinos”.
“O nosso forte é claramente a fundição de sinos. Até porque somos únicos nessa arte. No entanto, temos apostado em diversos mercados e ramos de ação porque o negócio dos sinos é uma coisa limitada. Temos espalhados por Portugal e em vários países mais de 4.000 relógios de torre, 7.500 mostradores exteriores e 10.500 aparelhos de toque de sinos, para além de mais de 5.000 órgãos vendidos ao longo destes anos”.
“Temos como clientes cerca de 90% das paróquias nacionais, mas isto é sempre um número muito limitado porque os sinos são feitos para durar uma vida. As paróquias não mudam sinos de ano para ano, nem de 10 em 10 anos. Como tal, o nosso mercado nesse campo está limitado. Daí termos apostado desde cedo noutros mercados”, explicou ao Jornal Económico.
Esta atividade construída de raiz em Braga significa um volume de negócio anual que ronda os dois milhões de euros.
Com exemplos da sua arte espalhados por todo o país, a Serafim da Silva Jerónimo forneceu sinos a diversas catedrais, basílicas, santuários, mosteiros e conventos, seminários, igrejas paroquiais, câmaras municipais, centros comerciais, universidades, palácios, entre outros edifícios espalhados pelo território nacional. Está também presente no estrangeiro, com forte implementação nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Brasil, Canadá, Espanha, França, Porto Rico e Venezuela.
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