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Mostrando postagens com marcador clima. Mostrar todas as postagens
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30 agosto 2020

Cisne Verde e a questão do clima na contabilidade

 


Um documento oriundo da Austrália chama a atenção para o cisne verde. (Green swans: Why climate change is unlike any other financial risk). Ao contrário do cisne negro de Taleb, que aponta para eventos raros e que só pode ser entendido depois que ocorreu, o cisne verde tem características específicas. 

Sobre isto, o BIS aponta três características relevantes do cisne verde: 1) há uma incerteza contínua sobre a força e eficácia das políticas públicas sobre a questão do clima; 2) as catástrofes climáticas são potencialmente mais graves do que as crises financeiras sistêmicas, pois representam uma ameaça existencial para as economias e a humanidade 3) a complexidade é de uma ordem muito mais elevada. 

05 julho 2020

Covid ajuda ou piora o aquecimento global?

Um argumento bem difundido é que a pandemia tem ajudado o ambiente. Basicamente o argumento é o seguinte:

Covid-19 => redução da atividade econômica => redução da emissão de CO2 => redução do aquecimento global.

Mas o clima é bem mais complexo. Alguns pesquisadores estão indagando se o Covid não estaria provocando um AUMENTO no aquecimento global. Recentemente notou-se que ocorreu um aumento na temperatura do mar Ártico. Uma possível justificativa estaria no aerossol de sulfato. Este produto cria uma nuvem e mascara o aquecimento global, reduzindo o impacto nas regiões mais geladas. Assim, a lógica acima talvez seja a seguinte:

Covid-19 => redução da atividade econômica => redução dos aerossóis de sulfato => aumento do aquecimento global.


26 fevereiro 2020

Contadores do mundo, uni-vos - 1

Diversos líderes da profissão contábil resolveram se unir, pedindo que os profissionais ajudem as empresas a combater as mudanças do clima. Foram 14 entidades das mais importantes entidades. Veja a lista:

Association of Accounting Technicians (AAT).
Association of Chartered Certified Accountants (ACCA).
Association of International Certified Professional Accountants (AICPA e CIMA)
Chartered Accountants Australia and New Zealand (CAANZ).
Chartered Accountants Ireland (CAI).
Consiglio Nazionale dei Dottori commercialistie degli Esperti Contabili (CNDCEC).
CPA Australia.
CPA Canada.
Institut der Wirtschaftsprüfer in Deutschland e.V. (IDW).
Institute of Chartered Accountants in England and Wales (ICAEW).
Institute of Chartered Accountants of Scotland (ICAS).
International Federation of Accountants.
Japanese Institute of Certified Public Accountants (JICPA).
Regnskap Norge/Accounting Norway

Os líderes pedem:

Integre o risco de mudanças climáticas na estratégia organizacional, finanças, operações e comunicações.
Apoiar a tomada de decisão sustentável.

Fornecer bons conselhos e serviços.

Obviamente Iasb e Fasb não são entidades profissionais. Mas poderiam apoiar. O mesmo seria válido para o nosso CFC, não?

02 fevereiro 2020

Clima e Contabilidade

O Fórum Econômico Mundial trouxe um documento com o título Toward Common Metrics and Consistent Reporting of Sustainable Value Creation. Este documento foi escrito em colaboração com as Big Four  (Deloitte, EY, KPMG e PwC) e dividiu as métricas/reporting em quatro grupos

Pilar 1 - Princípios de Governança
Pilar 2 - Planeta
Pilar 3 - Pessoas
Pilar 4 - Prosperidade

O documento possui 48 páginas, sendo 25 de textos e o restante no anexo. Um bom número de métricas já foram consideradas por outras entidades ou relatórios (GRI, por exemplo).

O link do relatório está aqui

11 dezembro 2019

Auditoria de Clima

A questão do reconhecimento dos efeitos do clima nas demonstrações contábeis volta a ser um assunto. Agora, investidores querem que as auditorias tratem isto de forma mais séria:

Investidores europeus que administram ativos no valor de mais de 1 trilhão de libras (1,28 trilhão de dólares) estão pressionando os principais auditores a tomarem medidas urgentes com relação aos riscos relacionados ao clima, alertando que o não cumprimento dessas medidas pode causar mais danos do que a crise financeira.

O argumento para uma auditoria mais rigorosa foi reforçado por declarações públicas de órgãos reguladores e vigilantes contábeis, destacando os riscos potencialmente sistêmicos que as mudanças climáticas podem representar.

Em uma carta enviada em janeiro às chamadas Big Four - EY, Deloitte, KPMG e PwC - os investidores disseram estar preocupados com o fato de as mudanças climáticas estarem sendo "ignoradas" em contabilidade e auditorias. A carta foi vista pela Reuters e seu conteúdo está sendo divulgado pela primeira vez.

"O principal é que não queremos outra crise financeira, e isso pode ser muito pior", disse Natasha Landell-Mills, chefe de administração da Sarasin & Partners, gerente de ativos, que está liderando a campanha por 29 investidores.

(...)Eles querem que os auditores contestem as premissas sobre preços de petróleo e gás a longo prazo, que sustentam os retornos dos acionistas.

"Desta vez, precisamos que nossos auditores estejam atentos e dêem alarme quando os executivos falharem em refletir perdas ou responsabilidades previsíveis", disse Landell-Mills à Reuters.

O International Accounting Standards Board (IASB) disse (...) que seus padrões IFRS tratam de questões relacionadas ao risco de mudanças climáticas, mesmo que não sejam explicitamente abordados.

"Esperamos que a administração relate sobre questões ambientais e sociais na medida necessária para que os usuários principais das demonstrações financeiras formem sua própria avaliação das perspectivas de longo prazo da empresa e da administração dos negócios pela administração", disse Nick Anderson (*), membro do conselho do IASB. (...)


Este membro tem um texto sobre a questão da mudança climática que pode ser acessado aqui

06 setembro 2018

Ar condicionado e mudança climática

A urbanização também está empurrando a demanda por ar condicionado mais alto. (...) Ao mesmo tempo em que o ar-condicionado está resfriando os espaços interiores, está aquecendo o ar externo, o que aumenta o trabalho necessário para o resfriamento interno, o que aumenta as temperaturas do exterior. É um círculo vicioso urbano, para não mencionar seus efeitos na mudança climática.

A tabela a seguir mostra a distribuição desigual do número de aparelhos pelo mundo, para alguns países selecionados:

Isto me faz lembrar um dilema interessante que ocorre na minha instituição de ensino. Em comparação com as universidades do Nordeste, a UnB possui poucos aparelhos de ar condicionado. Mas a demanda por instalar esses aparelhos tem crescido com passar do tempo. Tem existido demanda até em salas onde a simples abertura de janelas resolve o problema na maior parte do ano. A decisão de comprar os aparelhos tem um impacto importante no longo prazo sobre a conta de energia elétrica. Ou seja, aumenta o custeio e reduz a verba para as atividades mais relevantes.

01 outubro 2017

Custo do aquecimento global

Um relatório divulgado pelo National Geographic estimou que nos últimos dez anos a economia dos Estados Unidos teve um custo de 240 bilhões de dólares por ano em razão das mudanças climáticas devido a queima de combustíveis fósseis. Nesta estimativa não está incluso os três últimos furacões e 76 incêndios florestais.

24 março 2016

Clima e Exxon

A Securities and Exchange Commission, entidade que regula o mercado de capitais dos EUA, solicitou que a Exxon Mobil incluísse no seu relato a informação que sua rentabilidade pode ser afetada pela mudança no clima. A empresa era contra a proposta, que foi apresentada em dezembro, por um grupo de investidores.

A empresa tem resistido a reconhecer os problemas do clima, seja nas suas informações contábeis ou nos outros informes.

13 novembro 2015

Má conduta

A justiça de Nova Iorque está investigando a empresa Exxon por fraude. Ao longo dos últimos anos a empresa questionou as mudanças climáticas utilizando, para isto, pesquisas financiadas pela empresa. A justiça está verificando se a empresa está enganando o público com estas pesquisas.

Já se sabe que a empresa contrata pesquisadores para reforçar sua posição ou para criar dúvidas sobre pesquisas científicas. Em algumas empresas as técnicas incluem ataques aos pesquisadores por “má conduta”.

Leia mais aqui

30 outubro 2014

Listas: Os Países que mais estão contribuindo com o clima


4 – Dinamarca
5 - Reino Unido
6 - Portugal
7 - Suécia
8 - Suíça
9 - Malta
10 - França

Fonte: GermanWatch

(Os três primeiros lugares não foram considerados, pois nenhum país merece esta distinção). Agora os piores

61) Arábia Saudita
60) Cazaquistão
59) Irã
58) Canadá !!!
57) Austrália !!!
56) Rússia
55) Estônia
54) Turquia
53) Coréia do Sul !!!
52) Taiwan
51) Malásia

A posição do Brasil é intermediária:



A seguir, o mapa do mundo (de vermelho, os países que não ajudam o clima do mundo):

17 janeiro 2013

Brasil na Antártida


Há 30 anos, em dezembro de 1982, o navio oceanográfico W. Besnard levou a primeira equipe oficial de pesquisadores brasileiros para a Antártida, numa missão de grande significado político e científico para o País. Apesar da relevância inegável desse projeto, a efeméride serve menos para celebrar seus resultados até aqui, muito aquém do desejável, e mais para lembrar que o Brasil, em áreas críticas como educação e ciência, não consegue transformar sua vontade de ombrear-se com as grandes potências em realidade.
Embora aos leigos pareça apenas uma aventura de cientistas num lugar remoto e gelado do planeta, o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é fundamental sob vários aspectos. O principal deles é o estudo do clima, porque é na Antártida que surgem as frentes frias que atingem a agricultura em várias partes do País, além de sua relação com outros fenômenos meteorológicos - alguns especialistas sustentam que a Antártida tem mais importância para o clima no Brasil do que a Amazônia, que, no entanto, recebe muito mais atenção. Ademais, os estudos sobre a cadeia alimentar de peixes e animais marinhos feitos na região têm utilidade imediata para o Brasil. E as pesquisas geológicas são relevantes porque, conforme prevê o Protocolo de Madri, assinado em 1959 por todos os países com reivindicações sobre o continente, o aproveitamento econômico dos recursos naturais da Antártida começará a ser debatido a partir de 2048.
Apesar disso, o Proantar recebe muito menos recursos do que deveria, sem mencionar que a disponibilidade da verba oscila de modo acentuado de ano para ano, dificultando qualquer planejamento. O orçamento era de R$ 2,7 milhões em 2002, passou para R$ 30 milhões em 2009 e caiu para R$ 10,7 milhões em 2012. A previsão para 2013 é de R$ 29 milhões. Para efeito de comparação, a China, que sente muito menos que o Brasil os efeitos climáticos originados na Antártida, investe dez vezes mais e tem três centrais de pesquisa no continente gelado. Já o orçamento dos EUA é mais que o dobro do chinês. Não se pode falar em "competição" observando números como esses.
Ademais, os R$ 29 milhões previstos para 2013 não cobrem os custos da reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, consumida num incêndio em fevereiro. Segundo cálculos de especialistas, seriam necessários R$ 100 milhões, dos quais R$ 34 milhões somente para desmontar a estrutura danificada. O próprio Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação considera insuficiente o aporte de recursos e, em razão disso, projeta uma demora de até 10 anos para concluir o trabalho de reparação da estação.
O incêndio da base Comandante Ferraz foi a nota mais triste desses 30 anos de trabalho na Antártida - nele morreram dois militares e foi consumida parte considerável do trabalho científico lá desenvolvido. Mesmo essas pesquisas, no entanto, eram limitadas pelo fato de que os cientistas trabalhavam apenas na costa do continente, cujo clima é pouco representativo da Antártida em geral. Somente em 2012, os pesquisadores conseguiram instalar um módulo de estudos no interior da Antártida, permitindo a realização de investigações mais aprofundadas sobre geologia, química e astronomia, como já fazem outros países há muito tempo.
Pode-se argumentar que há outras prioridades para o investimento dos recursos públicos - se tiver de escolher entre comprar equipamentos militares para policiar fronteiras e financiar estudos científicos, o governo certamente fará a primeira opção. No entanto, não é incomum observarmos a alocação de polpudas verbas para rubricas de importância duvidosa, ainda que sempre se possa inventar algum "interesse nacional". Ou seja: o problema não é falta de dinheiro, mas de prioridades. A situação do Proantar é, portanto, uma marca da enorme distância que há entre as pretensões do governo, a respeito da capacidade do Brasil de rivalizar com as nações desenvolvidas, e a realidade de um país que investe muito pouco em áreas essenciais para tornar seu desenvolvimento efetivamente sustentável, e não assentado num amontoado de bravatas ufanistas.
Fonte: aqui

18 janeiro 2008

Responsabilidade Social

A The Economist traz uma série de análises sobre a responsabilidade social corporativa (CSR). Em “A stich-in-time” a revista afirma que a CSR representa uma gestão de risco, que envolve limitar o risco de um notícia ruim ou um boicote afetar a marca (e consequentemente o valor) da empresa. Esta questão é tão relevante hoje que existe uma indústria de CSR.

Um problema é que não existe uma receita de bolo. Cada setor possui especificidades.
O gráfico a seguir mostra que a CSR visa essencialmente a reputação (mais da metade das respostas)



As empresas têm descoberto que a CSR é um caminho árduo.

Em “Just good business” aparece a seguinte figura onde se mostra o grau de prioridade da responsabilidade. Há três anos, a CSR era algo moderado. Nos dias de hoje (segunda barra) a prioridade da CSR está entre alta e moderada.



Finalmente, nos próximos três anos a CSR deve oscilar entre muito alta e alta.

Isto não significa, Segundo a The Economist, que a CSR tornou-se subitamente uma grande idéia. Mas a prática hoje nas grandes empresas recomenda não ignorar este conceito. A internet, que multiplica rapidamente uma má notícia, tem sido um complicador.
Isto é bom para as consultorias. E para os consultores. E para os grande autores. Em dezembro de 2006 a Harvard Business Review publicou um artigo de Michael Porter e Mark Kramer sobre o assunto.



No texto “Do it right” analisa-se a relação entre economia e CSR. Particularmente achei este texto um pouco confuso, ao contrário dos textos desta revista.

Outro texto possui o título de “Going Global” Segundo a revista, o que dá certo na Europa pode não ser apropriado para Índia. Estas diferenças podem ser notadas na figura a seguir.



No Brasil o aspecto mais relevante é o meio-ambiente e produtos seguros. Já benefícios para saúde, prioritários para os norte-americanos e alemães, estão em 8º. No nosso país.
O texto cita expressamente o Ethos:

Among the BRICs, Russian companies seem the least interested in the idea of corporate citizenship, but Brazil has a lively CSR scene. Some 1,300 companies are members of Instituto Ethos, a network of businesses committed to social responsibility. “We are developing a unique process in Brazil,” says Ethos's founder, Oded Grajew. Ethos tries to influence public policy and corporate behaviour “to establish a socially responsible market”. A few Brazilian firms—such as Natura, a cosmetics company, and Aracruz, a pulp and paper producer—are widely known for their CSR efforts.



Já o texto “The next question” destaca que pesquisa da The Economist mostrou que somente 4% consideram CSR uma perda de tempo e dinheiro. Ou seja, CSR é uma realidade.

As outras respostas estão na figura a seguir.



Ou seja, CSR é um custo necessário para fazer negócios. Entretanto, uma comparação entre os preços das ações de empresas que buscam a CSR e outras empresas não é muito animadora, conforme pode ser visto na figura.



Dois dos mais conhecidos indices - Dow Jones Sustainability e o FTSE4Good—possuem um desempenho abaixo do Mercado. Isto significa que sustentabilidade não possui relação com desempenho financeiro.


A new, exhaustive academic review of 167 studies over the past 35 years concludes that there is in fact a positive link between companies' social and financial performance—but only a weak one. Firms are not richly rewarded for CSR, it seems, but nor does it typically destroy shareholder value. Might cleverer approaches to CSR in future produce better returns?
“There is no evidence that ESG [environmental, social and corporate governance] or SRI investing on their own add value,” say analysts at Goldman Sachs. But they reckon that by incorporating an ESG perspective into their long-term industry analysis they can beat the market. Their model, called GS SUSTAIN, includes ESG analysis as “a good overall proxy for the management of companies relative to their peers”, hence indicative of their chances of long-term success. But these factors need to be put into the context of companies' financial performance and the circumstances of individual industries. A company's attention to environmental, social and corporate-governance issues is only one factor among others in determining its long-term success.


O texto “The good consumer” lembra uma pesquisa por Michael Hiscox e Nicholas Smyth com produtos com o logotipo de fabricação sob condições humanitárias. O resultado mostrou que não somente as vendas aumentaram, como aumentaram cada vez que o preço aumentou.



Para o varejista britânico M&S, os seus clientes estão divididos em quarto grupos. Dez por cento são apaixonados pelo verde e farão compras conforme esta paixão (vide figura) Ou seja, é uma oportunidade de negócios. Mas, lembra a revista, é um trabalho difícil.
Já o texto “A Change in Climate” destaca a questão da emissão de carbono e outros poluentes. Os exemplos estão centrados nas empresas e seus esforços ambientais.
Finalmente aqui uma breve resumo de algumas questões.

29 agosto 2007

20 julho 2007

Clima e empresas

A auditoria KPMG e a Global Reporting Initiative (GRI), um grupo que analisa os resultados divulgados pelas empresas, estudaram relatórios de sustentabilidade divulgados por 50 grandes corporações de todo o mundo, entre os quais a HSBC Holdings Plc, o maior banco europeu por valor de mercado, a Microsoft Corp., a maior fabricante mundial de software, e a Nomura Holdings Inc., a maior corretora do Japão.

Os pesquisadores detectaram que, embora 90% das empresas tenham informado sobre mudança climática, apenas 20% delas mencionaram quaisquer riscos representados pelo aquecimento planetário a suas operações. (...)

"As empresas discorreram muito mais sobre oportunidades em potencial do que sobre os riscos financeiros ocasionados a serem sofridos pelas suas corporações em decorrência de mudanças climáticas", escreveram os pesquisadores no relatório publicado no último dia 17. "Isso contrasta com recentes novas evidências de que a mudança climática representa graves riscos econômicos se não forem tomadas medidas."

(Risco das mudanças climáticas deve ser considerado, diz KPMG - Gazeta Mercantil - 20/07/2007, p. 4)