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01 maio 2008

Estupidez


"assim, puxar o número 33 mil milhões de barris a partir de um chapéu é simplesmente estúpido, estúpido e, especialmente, para os grandes analistas de Nova York que recomendaram a compra PBR com tais provas contestáveis." Fonte: aqui

18 abril 2008

O Petróleo Brasileiro segundo a The Economist


A revista The Economist faz um resumo bem interessante sobre a história recente do nosso país. Mas não considera a descoberta de petróleo uma boa notícia. A revista considera que a descoberta pode tornar evidente as fraquezas da economia.
Aqui, aqui e aqui

07 abril 2008

Investindo em Terror

Uma carteira com 10 maiores empresas "terror-free" (inclui Vodafone, Gazprom, Novartis, Telefonica, E.ON, Daimler, Anglo American, Suez, China Mobile e Petrobras) perdeu 5% desde o começo de 2007. Uma carteira com 10 ações S.E.C.-flagged companies (ABN Ambro, Banco Bilbao, BP, ConocoPhillips, Eni SpA, HSBC, Mitsubishi UFJ, Nokia, Royal Dutch Shell, Siemens e Total) ganhou 10%. Fonte: Aqui

22 fevereiro 2008

O Caso Petrobrás, segundo a The Economist

Parece estranho que informações comercialmente sensíveis sejam transportados da mesma forma que os grãos de soja

Clique aqui para ler toda a matéria

26 dezembro 2007

Recomendação de Compra do Citi faz subir ação da Petrobrás




O gráfico mostra que a recomendação de compra da Citibank para a Petrobrás, na quinta-feira, afetou sua cotação. Mas os analistas ainda têm medo do risco político e da taxa de câmbio.

23 dezembro 2007

Conselho da Fortune

A revista Fortune fez uma lista das recomendações de ações para 2008 (THE BEST STOCKS FOR 2008, Jon Birger e Katie Benner, 24/12/2007, Volume 156; Issue 13).

Uma das ações recomendadas é a Petrobrás:

PETROBRAS ENERGIA PZE, $11

We're on record as saying that $95 a barrel is not a sustainable price for oil. Yet The Hottest Fund Manager in America--a.k.a. CGM's Ken Heebner--now has us hedging our bets.

For those unfamiliar with Heebner, understand that his stock picking over the past eight years has been genius (as it has been for much of his 30-year career). He made a bundle short-selling tech and telecom stocks in 2000 He bet big on homebuilders in 2001 only to get out just before they crashed. He plowed his homebuilder profits into energy stocks in 2005 and eventually doubled down on commodities with a big bet on copper. The result: His CGM Focus fund was up 66% through early December--while juicing his returns with short positions on Indymac and Countrywide Financial, mortgage lenders whose stocks have been circling the drain.

With that kind of track record, we listened when Heebner laid out an argument that $100 oil is not only coming but will be here to stay. "There is still strong growth in Latin America, China, India, and a host of smaller countries like Poland and Thailand," he says. That means a need for some 1.5 million more barrels of oil a day. The problem, Heebner explains, isn't just finding another 1.5 million barrels; it's finding them even as some of the most productive oil fields in the world are declining.

Heebner, who is a fanatical researcher, questions the conventional view that OPEC has enough spare capacity to fill much of that void. Heebner cites one Saudi Arabian source whom he declines to name who asserts that output at Ghawar--a legendary Saudi field that produces about 6% of the world's oil--is declining at 9% a year. (The Saudi authorities vociferously dispute this.) "So I'm connecting all the dots," Heebner says. "It's a tight situation to start with, but add to that a loss of a million barrels a day for the Saudis, and suddenly it gets very interesting on the upside for the price of oil."

That brings us to Petrobras, Brazil's largest oil company and the stock Heebner thinks is the best way to play oil right now. With petroleum prices so high, a big risk for oil companies is that host countries will demand a bigger and bigger share of the profits in the form of taxes or royalties. "One way you can avoid this," says Heebner, "is if the government owns half the company you've invested in. That's Petrobras."

What we like about Petrobras is that it's cheap enough that it can be a winning investment even if Heebner is proven wrong about $100 oil: The stock trades at eight times 2008 earnings (which are expected to rise 32%). And to top it all off, the company just announced a huge find offshore from Rio de Janeiro, a field with up to eight billion barrels of recoverable oil.


No mesmo número, a revista faz uma rápida análise do mercado brasileiro e a continuação do boom (HARVESTING THE TOP FOREIGN STOCKS, Yuval Rosenberg, 24/12/2007)

Para a revista, a redução na taxa de juros e a manutenção da inflação deverá manter o crescimento do mercado:

"In fact, says Arjun Divecha, manager of the GMO Emerging Markets III fund, there are plenty of reasons the bull market should continue into 2008 and beyond. For one thing, the country's high interest rates are likely to drop. While inflation has been running at around 4%, benchmark interest rates stand at 11.25%. "Those rates are going to come down," Divecha says. "It's almost inevitable." That should help Brazilian stocks in a couple of ways. Lower rates would stimulate spending and consumption, further fueling the country's $1.7 trillion economy. At the same time, lower rates would mean that investors who can currently find attractive returns elsewhere would increasingly put their money into stocks."

26 novembro 2007

Petrobrás e Suzano

Uma reportagem do Estado de S. Paulo de 23 de novembro revela que a Petrobrás terá uma redução no preço final da Suzano de 1%. Entretanto, o texto deixa algumas informações nas entrelinhas sobre o fato do valor final estar superestimado. Um dos aspectos foi a ausência de due dilingece, comum em qualquer negócio de compra de empresas. A seguir, trechos da reportagens, com grifo meu:

Petrobrás terá 1% de desconto na compra da Suzano Petroquímica
Preço final da compra, que criou polêmica, deve ser anunciado na próxima sexta-feira
Agnaldo Brito
O Estado de São Paulo - 23/11/2007

O valor final de compra da Suzano Petroquímica ficará 1% abaixo do preço de R$ 2,7 bilhões anunciado pelo Petrobrás no dia 3 de agosto, revela uma fonte ouvida pelo Estado. O desconto final ficará em R$ 27 milhões e se refere, basicamente, a uma reavaliação de quanto vale a participação da Suzano na Petroflex, que tem ainda como sócios a Braskem e a Unipar.

Depois do primeiro anúncio do negócio, em agosto, a Petrobrás começou a fazer uma avaliação detalhada do valor da Suzano. Pelo acordo entre as duas empresas, a diferença de preço entre o valor anunciado e o pagamento final não poderia ser maior do que R$ 80 milhões. Essa era a margem para mudar o valor do cheque, para mais ou para menos. Ficou em R$ 27 milhões para menos.

Quando o negócio foi anunciado, o preço foi considerado alto por investidores e analistas de mercado. Uma dia antes de anúncio da compra, o valor de mercado da Suzano Petroquímica - se consideradas as ações preferenciais negociadas no mercado - era de R$ 1,3 bilhão, preço R$ 1,4 bilhão abaixo do valor oferecido.

A Petrobrás alegou, na ocasião, que a qualidade dos ativos da Suzano e os ganhos de produtividade que poderiam ser obtidos quando a empresa fosse incorporada justificavam o preço. O Estado apurou que os cálculos feitos pelas duas empresas indicam ganhos superiores a R$ 2,5 bilhões com o aumento da eficiência das operações com a união das operações.

A Petrobrás só iniciou uma avaliação interna na Suzano Petroquímica depois de feita a oferta de compra. Ao contrário do procedimento tradicional em aquisições deste porte, a Petrobrás não fez qualquer avaliação dos ativos da divisão petroquímica da Suzano antes de dar um lance. "Não houve due diligence", confirmou a fonte.

21 novembro 2007

A maldição dos recursos naturais

A recente descoberta de petróleo no Brasil torna o texto Resource Abundance and Corporate Transparency, de Art Durnev e Sergei Guriev, interessante (aqui link).

Tradicionalmente a abundância de recursos naturais pode comprometer o desenvolvimento econômico de uma país no longo prazo. A riqueza fácil pode reduzir os incentivos para o crescimento de outros setores, inclusive o industrial. A pesquisa de Durnev e Guriev é inovadora, na minha opinião, por mostrar um outro lado negativo desta questão: a redução da transparência corporativa.

Durnev e Guriev lembra a Primeira Lei da Petropolítica: o preço elevado do barril inibe a democracia, a liberdade econômica e a liberdade política nos países ricos em petróleo. Com efeito, nos últimos anos os países ricos em petróleo aumentaram o controle sobre a imprensa (vide o exemplo da Rússia e Venezuela). Isto já foi provado por outros trabalhos. Usando dados microeconômicos, Durnev e Guriev mostraram o efeito dos recursos naturais no direito de propriedade e na transparência das empresas!

O argumento dos autores é o seguinte: Durante os períodos de preços altos, o lucro das empresas obtido com recursos naturais são fáceis de serem confiscados pelo governo. Estas empresas possuem o seguinte dilema: precisam atrair capital externo (e com isto serem transparentes), mas por outro lado a transparência atrai a cobiça dos políticos para o confisco (seja sob a forma de suborno, impostos ou tomada de ativos). Ou seja, a transparência torna a indústria mais vulnerável para a confisco, principalmente em países onde o direito de propriedade é fraco.

Um exemplo citado pelos autores é o caso da Yukos, mas podemos também analisar os acontecimentos da Bolívia e Petrobrás recentemente sob esta ótica.

Os efeitos podem ser percebidos no setor de petróleo, onde a transparência é menor, o que afeta a alocação de capital.

Clique aqui para Download da pesquisa dos autores

19 novembro 2007

Petrobrás e lucratividade

Reportagem fez uma comparação de lucratividade e concluiu que a Petrobrás é pouco lucrativa. Entretanto, a empresa argumenta que deveria ser comparado com outras empresas do setor. A seguir, trechos da reportagem:

Petrobrás é lucrativa, mas pouco rentável
Empresa lidera lista dos lucros na AL, mas é penúltima em rentabilidade
Vera Dantas
O Estado de São Paulo - 17/11/2007 - p. b12

A Petrobrás é a companhia mais lucrativa da América Latina no acumulado de janeiro a setembro, mas apresenta rentabilidade baixa em relação a outras empresas, de acordo com um estudo da consultoria Economática. Segundo o levantamento, a Petrobrás, com lucro líquido de US$ 8,9 bilhões até setembro, fica em primeiro lugar em uma lista de 17 empresas de capital aberto da América Latina. A Vale do Rio Doce vem em segundo lugar, com US$ 8,4 bilhões. O ranking considera apenas empresas com lucro acima de US$ 1 bilhão. Já na análise da rentabilidade sobre o patrimônio, a estatal ocupa o penúltimo lugar. Com uma rentabilidade de 16,91%, está à frente apenas da mexicana Cemex. "Além da lucratividade, o estudo mostra o quanto a empresa lucra em relação ao seu patrimônio. No caso da Petrobrás, isso significa que, para cada US$ 100 de patrimônio, a empresa apresenta um lucro próximo a US$ 17" , diz Einar Rivero, gerente de Relacionamento Institucional e Comercial da Economática.

Ele observa que, no mesmo período, a Vale do Rio Doce tem um retorno sobre o patrimônio duas vezes superior ao da Petrobrás. Sua rentabilidade é de 34,13%. A empresa com maior destaque nessa lista é a peruana Southern Copper, de mineração. Ela registra 66,37% de rentabilidade sobre o patrimônio. A cada US$ 100 de patrimônio da companhia, seu lucro é em torno de US$ 66. Mas a Southern Copper fica na lanterninha da lista das empresas mais lucrativas. Está na 17º posição com lucro líquido de US$ 1,1 bilhão.

"Mesmo que a Petrobrás esteja em primeiro lugar em lucratividade, o que interessa é o porcentual que está remunerando o capital investido - nesse caso, o patrimônio líquido médio no período de nove meses," diz Rivero. (...)

Para o economista Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, porém, o estudo deveria comparar empresas da mesma atividade. "Companhias que atuam em setores diversos têm estruturas de custos diferentes ."


Empresa questiona critérios do ranking
Kelly Lima RIO
17/11/2007 p. b12
O Estado de São Paulo

O diretor-financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, criticou o critério utilizado pela Economática para posicionar a Petrobrás como uma empresa pouco rentável. Barbassa lembrou que a estatal foi comparada na lista a empresas de diferentes categorias e atuação em outros ramos. "Não dá para comparar uma empresa petroleira com uma mineradora ou com um banco. São atividades diferenciadas, com problemas, características, enfim, uma série de distinções que podem levar a uma interpretação dos dados completamente distorcida", disse. (...)

15 novembro 2007

Petrobrás e Tupi

Aqui, o impacto da descoberta para Petrobrás.
Aqui, a conferência com investidores, com perguntas sobre este assunto

12 novembro 2007

Petrobrás

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - o xerife do mercado de capitais brasileiro - tem pela frente uma de suas mais difíceis tarefas, a de investigar a possibilidade de vazamento e uso de informação privilegiada (o "insider information") no caso do campo de Tupi, da Petrobras. Não apenas por ser uma estatal e a maior empresa da bolsa brasileira, mas também pelo fato de envolver nada menos que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo publicou o jornal "Folha de S. Paulo" na sexta-feira, o presidente teria contado aos governadores que o acompanharam na viagem para o anúncio da Copa de 2014, em 30 de outubro, que a Petrobras anunciaria descobertas que aumentariam em 50% as reservas de petróleo do país.

Petrobras coloca a CVM em saia justa
12/11/2007 - Valor Econômico - Daniele Camba

31 outubro 2007

Acredite, se quiser

O assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, confirmou ontem que o Brasil está negociando com o governo boliviano a retomada de investimentos da Petrobras para exploração de gás naquele país, apesar dos seguidos ataques do presidente Evo Morales contra a estatal brasileira.

A intenção é que o pacote seja fechado nas próximas semanas, para ser publicamente anunciado durante viagem do presidente Lula a La Paz, ainda em novembro.


Fonte: Aqui

09 outubro 2007

Tecnologia de Petróleo na Venezuela

Uma reportagem do Wall Street Journal (Oil Giants Leave More Than Oil Behind in Venezuela --- Firms' Technology, Expertise May Fall Into Hands of Rivals, Isabel Ordonez, The Wall Street Journal - 09/10/2007 - A11) mostra que a saída da Exxon e da ConocoPhillips da Venezuela pode representar mais do que o abandono de direitos na produção de petróleo. Estas empresas estariam deixando tecnologia e know-how nas mãos de competidores, em especial a forma para maximizar a produção de óleo pesado. Este tipo de petróleo é mais difícil e mais caro de processar e refinar. Entretanto, o aumento nos preços tornou este tipo de petróleo valioso e viável.

The two Western companies' technical legacy in Venezuela could offer competitors a chance to acquire expertise in drilling sophisticated wells, upgrading crude-oil quality and preventing costly accidents, analysts say. Access to this knowledge could prove to be a boon for national oil companies, which control the world's largest deposits yet often depend on technology developed by the private-sector Western companies to access their oil.


As empresas que podem ocupar o lugar da Exxon e da Conoco são a Petropars (Irã), Oil & Natural Gas (Índia), Lukoil (Rússia), National Petroleum (China) e Petrobrás.

A tecnologia que a Exxon e a Conoco usaram no Orinoco está disponível no mercado se as empresas pagarem um preço elevado. Mas o controle operacional será da PDVSA.

One of the most valuable pieces of expensive technology used in the Orinoco Belt is ConocoPhillips's delayed coking process, which converts viscous oil into lighter crude.

20 setembro 2007

Expansão da Petrobrás

Petrobras namora Esso da Argentina
Marina Guimarães e Kelly Lima
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 20/09/2007

A Petrobras é vista pelo mercado como a principal interessada em comprar os ativos da norte-americana Esso na Argentina. Apesar de a estatal se negar a comentar o assunto, são fortes os rumores de que estaria negociando com a companhia norte-americana, transação que pode ser anunciada até a próxima segunda-feira, quando expira o prazo estipulado pela Esso para avançar em seu plano de deixar a Argentina até o final do ano. A companhia americana estipulou o valor de seus ativos em US$ 200 milhões.

(...) A Petrobras possui hoje uma produção total de 107 mil barris de óleo equivalente por dia na Argentina, dos quais processa apenas 30 mil em suas unidades de refino. A refinaria da Esso tem capacidade para algo em torno de 100 mil barris por dia. "Mesmo que tenha que importar, pode importar de sua produção brasileira", disse outro analista de instituição financeira, lembrando que seria uma maneira de a estatal agregar maior valor ao seu óleo pesado hoje exportado por um preço menor do que o mercado internacional por sua qualidade inferior.

Com relação à aquisição de postos de serviço da Esso, os analistas estimam que haveria certamente um bom ganho de market share, mas não consideram que este poderia representar algum impacto expressivo nos negócios da empresa. "Muitos dos postos teriam que ser vendidos por estarem no mesmo raio de atuação da própria Petrobras", avaliou o consultor de um banco no Rio.

Segundo levantamento realizado pela Consultoria Investigações Econômicas Setoriais, no primeiro semestre de 2007, a Petrobras obteve 14% do mercado de vendas de óleo diesel, seguido pela Shell com 13%, e Esso com 12,6%. Se a Petrobras adquirir a Esso, passaria a ter 27% desse mercado, metade da fatia pertencente à líder Repsol YPF.(...)

06 setembro 2007

Empresas inocentes

A presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, afirmou ontem que, nos casos de vazamento de informações que estão sendo investigados, não há indícios que as empresas tenham sido negligentes. Ela se referiu tanto à compra da Suzano Petroquímica pela Petrobrás quanto à compra da Ipiranga pelo consórcio formado por Petrobrás, Braskem e Grupo Ultra.

"Elas (as empresas) não foram negligentes. Pessoas traíram a confiança ao estar de posse de informações e usá-las de forma ilegal", disse Maria Helena durante audiência pública promovida pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para discutir os casos. (...)



Empresas são inocentes, diz CVM, Leonardo Goy, Estado de S. Paulo, 06/09/2007

É difícil acreditar nisto. Quem são as "pessoas" que traíram a confiança? Como as empresas deixaram que estas pessoas tivessem esta informação?

03 setembro 2007

Petrobrás perde dinheiro na Argentina

A partir do momento que a Petrobrás decide aumentar suas operações internacionais, o risco de fracasso de algumas destas decisões passa a ser maior. O que ocorreu na Bolívia pode acontecer novamente em outros países.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo (Petrobras perde R$ 708 mi em operação na Argentina, 01/09/2007, por Pedro Soares), as medidas impostas pelo governo argentino causaram perdas de 708 milhões de reais no período de 2005 a julho de 2007. Estas perdas decorrem do subsídio ao diesel.

Somente no primeiro semestre deste ano a Petrobras Energia, controlada pela estatal com sede na Argentina e negócios na Venezuela, Peru, Equador e Bolívia, registrou resultado operacional negativo em R$ 125 milhões na área de refino e distribuição de combustíveis.

(...) Segundo o diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, a companhia registra prejuízo nas vendas de diesel na Argentina já há dois anos. A perda, diz o diretor, é pontual, pois a Petrobras Energia é lucrativa no conjunto de suas atividades.

(...) Cerveró ressaltou que as atividades da Petrobras na Argentina são "muito diversificadas" (incluem também geração e venda de energia elétrica, petroquímica e fertilizantes) e "todas são lucrativas, com exceção do diesel". A Argentina é o segundo principal mercado da Petrobras.


O fato de ser uma empresa estatal impede que algumas medidas sejam tomadas pela empresa. A reportagem chama isto de "Problema diplomático" e cita o caso ocorrido em março de 2007:

Em resposta às declarações do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, sobre o congelamento, a Argentina ameaçou reavaliar concessões da companhia por entender que as afirmações representavam interferência num assunto soberano do país. O mal-entendido, porém, foi desfeito.

Para evitar a disparada da inflação, o governo argentino lança mão da Lei do Abastecimento, que prevê multas e outras sanções às companhias que deixarem de vender os produtos no mercado interno.

No final de 2006, a Shell foi multada em R$ 16,3 milhões por ter supostamente deixado de abastecer seus postos com diesel. A Petrobras já recebeu sanção de R$ 630 mil.


Em outros países da América Latina a empresa teve prejuízo.

30 agosto 2007

Petrobrás e PDVSA

Duas reportagens distintas mostram como estas duas empresas são diferentes. Na Gazeta Mercantil destaca-se o uso da empresa de petróleo da Venezuela para fins políticos. Basicamente a empresa está deixando de alocar recursos na área produtiva e destinando dinheiro para uma parte da população venezuelana (políticas sociais do governo Chavez) e de outros países.

Já o Wall Street Journal (Beyond 'Petrosaurus': How a Sleepy Oil Giant Became a World Player --- Petrobras Taps Well Of Brazilian Talent; Inspired by Tadpoles, de Matt Moffett, 30/08/2007), numa extensa reportagem, faz uma análise da Petrobrás, no passado conhecida como Petrosaurus. O texto não deixa de fazer comparações, inclusive com a PDVSA.

O artigo é bastante positivo para a empresa e encontra-se, em português, a seguir:


Petrobras passa de gigante adormecida a potência mundial
August 30, 2007 4:05 a.m.

Por Matt Moffett
The Wall Street Journal

Há dez anos, a Petrobras era tão lenta em comparação com as concorrentes que ganhou um apelido: Petrossauro.

Seus funcionários eram 25% menos produtivos que a média do setor, e o Brasil dependia de importações para quase metade do petróleo que consumia. O conselho de administração da Petrobras só tinha veteranos da própria empresa.

Atualmente, a Petróleo Brasileiro SA tem mais reservas do que a Chevron Corp., custos menores para encontrar petróleo que a Exxon Mobil Corp. e está listada na Bolsa de Nova York — com um valor de mercado de cerca de US$ 130 bilhões.

É uma história de sucesso rara entre as petrolíferas estatais, que cumprem um papel cada vez mais importante num mundo faminto por energia. Três quartos das reservas mundiais estão nas mãos de petrolíferas estatais, segundo a Agência Internacional de Energia. James Mulva, o presidente do conselho da americana ConocoPhillips, disse recentemente que as grandes multinacionais petrolíferas de capital aberto têm acesso direto a apenas 5% das reservas mundiais, com outros 30% teoricamente disponíveis através de joint ventures.

A maioria das petrolíferas estatais é muito menos eficiente no desenvolvimento de suas reservas do que a Petrobras. A produção da gigante Petróleos de Venezuela SA, a PDVSA, caiu um quarto desde que Hugo Chávez assumiu a presidência do país, em 1999, e começou a sugar os cofres da empresa para financiar programas sociais. A Indonésia, cuja petrolífera estatal tem um histórico de corrupção e clientelismo, recentemente passou de exportadora para importadora líquida de petróleo.

"Se pelo menos nossos amigos na Opep fossem mais como a Petrobras, estaríamos muito mais felizes, porque haveria muito mais petróleo", diz Leo Drollas, economista-chefe do Centro para Estudos Globais de Energia, de Londres.

Uma das chaves para o sucesso da Petrobras é a tecnologia. A mais de 100 km para dentro do Oceano Atlântico, uma plataforma flutuante do tamanho de um prédio de dez andares, a P-37, é uma amostra do avanço tecnológico da empresa em águas profundas. Cerca de um em cada três poços novos perfurados pela Petrobras nessa área, a Bacia de Campos, resultou em descobertas viáveis, uma porcentagem extraordinária para os padrões da indústria.

Desde a sua fundação, nos anos 50, a Petrobras tem atraído brasileiros talentosos, muitos motivados pelo patriotismo de trabalhar numa empresa que simboliza o nacionalismo brasileiro. O que mudou desde os anos 90 é a estrutura corporativa. Para incentivar a Petrobras a ser mais aberta e transparente, o governo formou um conselho independente e passou a negociar as ações da empresa em Nova York. Ele também aboliu o monopólio da Petrobras na perfuração de petróleo em território brasileiro.

A entrada de empresas estrangeiras aumentou as pressões por competitividade e ajudou a acelerar uma revolução de produtividade dentro da Petrobras. Nos últimos dez anos, a empresa dobrou a produção de petróleo, aumentou suas reservas em cerca de 50% e expandiu-se internacionalmente, da Argentina à Índia. Os sucessos da Petrobras, além do programa nacional de uso do álcool combustível, ajudaram o Brasil a se tornar auto-suficiente em petróleo.

A Petrobras "aprendeu nos últimos dez anos a pensar por si mesma como uma empresa internacional de petróleo, mas ainda reteve a força e as vantagens de uma empresa nacional", diz Richard D. Taylor, presidente das operações brasileiras da petrolífera britânica BP PLC.

Outros países produtores de petróleo estão prestando atenção. Delegações de vários países, como México, Nigéria e Peru, foram ao Rio de Janeiro para estudar o modelo do setor petrolífero brasileiro, diz Haroldo Lima, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Algumas petrolíferas vêm buscando criar joint ventures com a Petrobras, atraídas pelo acesso às reservas brasileiras e pela tecnologia da Petrobras. Entre elas está a estatal norueguesa Statoil ASA, que também é conhecida por sua eficiência. A Statoil está estudando as técnicas da Petrobras para instalar cabeças de poço no fundo do mar, ao mesmo tempo em que fornece à Petrobras conhecimentos técnicos sobre a extensão da vida útil de campos já maduros. O rei Harald V da Noruega visitou o Rio em 2003 para formalizar um acordo com o Brasil.

Enquanto isso, a Petrobras se expandiu no exterior e hoje atua em 27 países, mais do que o dobro do número onde atuava dez anos atrás. Recentemente, ela se tornou a primeira petrolífera a obter aprovação das autoridades americanas para instalar uma plataforma flutuante no Golfo do México. Se um furacão surgir na área, os operários podem desconectar a plataforma do poço, permitindo que ela saia do caminho da tormenta.

Mesmo com todo o sucesso da empresa, alguns analistas brasileiros reclamam que os políticos estão interferindo na fórmula vitoriosa da Petrobras. Boa parte da base para a transformação da empresa foi estabelecida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, que deixou a presidência no início de 2003. Seu sucessor e rival de longa data, Luiz Inácio Lula da Silva, enfrentou críticas por injetar um pouco de política na administração da empresa. Sob o comando de Lula, a Petrobras às vezes perdeu receita quando não repassou imediatamente aos consumidores finais os aumentos internacionais em produtos essenciais e politicamente sensíveis como gasolina, gás de cozinha e óleo diesel.

Mais controversa ainda é a medida tomada por Lula de fazer com que a Petrobras compre mais equipamentos fabricados no Brasil, que segundo ele estimulará a indústria nacional. Depois que algumas plataformas feitas no Brasil estouraram o orçamento, alguns analistas criticaram essa política.

José Sérgio Gabrielli, que é presidente da Petrobras desde julho de 2005, diz que as críticas não procedem. Ele diz que os custos extras das plataformas resultaram do aumento do preço do aço e da valorização do real em relação ao dólar. Em relação à política de preços, a Petrobras diz que está somente tentando suavizar flutuações dramáticas. Gabrielli diz que os críticos deviam se concentrar nos lucros recordes da empresa, no forte desempenho de sua ação, e no melhor histórico ambiental da empresa.

Funcionários da Petrobras argumentam que a dupla identidade da empresa — parte a personalização do nacionalismo brasileiro, parte uma empresa de crescimento aos olhos de Wall Street — é um patrimônio. "Nos vemos como tendo o melhor dos dois mundos", diz o diretor financeiro, Almir Guilherme Barbassa.

A empresa consegue atrair algumas das melhores cabeças do país, tanto em seus vastos laboratórios de pesquisa quanto em suas parcerias com universidades brasileiras.

Nos últimos anos, a Petrobras vem fechando parcerias com universidades num ritmo de uma por dia útil. Um projeto de parceria custeado pelos royalties da Petrobras é uma gigantesca caixa d'água na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A caixa, ligeiramente maior que um campo de tênis, e com profundidade de 15 metros, faz a simulação de ventos e ondas encontradas em mar aberto, e ajuda a projetar plataformas mais seguras.

Ney Robinson Salvi dos Reis, um engenheiro do laboratório da própria Petrobras, tem várias patentes de robótica creditadas a ele. Um robô cilíndrico que ele projetou limpa o lodo de oleodutos marítimos. Ele se inspirou para fazê-lo estudando o movimento do nado dos girinos.

A última invenção de Reis se parece com algo saído de "Guerra nas Estrelas": um cockpit de vidro montado num bugue com grandes rodas de fibra de vidro. Esse "robô ambiental", com uma câmara montada no cockpit, consegue rodar sobre a terra e flutuar nos rios para monitorar o impacto de um gasoduto da Petrobras na Amazônia.

Com mais de 80% do petróleo brasileiro em áreas marítimas, a Petrobras começou a adaptar plataformas terrestres para condições marítimas e a utilizar equipes de mergulhadores para fazer o perigoso trabalho de mantê-las. Quando atingiu profundidades abaixo dos 300 metros, a Petrobras construiu robôs para fazer a manutenção submarina.

A Petrobras foi criada em 1953 em meio à campanha nacionalista "O petróleo é nosso!", um slogan um tanto retórico, já que à época o Brasil produzia somente 2.700 barris por dia. Ao contrário de muitas estatais, que nasceram sem reservas ou as nacionalizaram, "nosso objetivo era descobrir reservas", diz Gabrielli.

Apesar da competência técnica da empresa, sua administração era provinciana e algumas vezes enfraquecida por indicações políticas. Seu conselho tinha executivos do alto escalão da Petrobras, e o monopólio da empresa em território brasileiro a liberava da necessidade da aumentar a eficiência. Sua divisão de trading internacional se ocupava com a venda de sapatos e lagostas.

Nos anos 80 e em parte dos 90, o governo artificialmente conteve os preços da gasolina e de outros produtos da Petrobras para tentar conter a inflação galopante que assolava o Brasil. A política acabou com o capital de investimentos da empresa. Enquanto outras petrolíferas enchiam os cofres durante a alta do petróleo em meio à Guerra do Golfo em 1991, a Petrobras entrou no vermelho porque vendia petróleo importado e caro abaixo do preço de custo.

Quando assumiu a presidência em 1995, Fernando Henrique diz que a Petrobras estava num estado de "confusão total". Sabendo que ele queria mudar completamente a empresa, o poderoso sindicato dos petroleiros o desafiou com uma greve nacional em 1995. Mas o tiro saiu pela culatra. Com a escassez de gás de cozinha e longas filas nos postos de gasolina, a opinião pública ficou contra a movimento.

Fernando Henrique chamou sua política para a Petrobras de "flexibilização". Ele não queria privatizá-la totalmente, mas usou a força do mercado, como a venda de mais ações ao público e a concorrência estrangeira, para fazer com que a Petrobras se comportasse mais como uma empresa privada.

Em 1999, o governo começou a permitir que petrolíferas estrangeiras competissem com a Petrobras nos leilões de blocos marítimos. Para preparar a empresa para a concorrência, Fernando Henrique indicou o banqueiro de investimentos Henri Philippe Reichstul para ocupar a sua presidência. Ele acabou com os acordos que favoreciam os fornecedores, iniciou um sistema de bônus por desempenho para os diretores e limpou a contabilidade ao reconhecer bilhões de dólares em gastos com aposentadoria e plano de saúde dos funcionários.

No ano seguinte, o governo vendeu 16% da Petrobras por US$ 4 bilhões na Bovespa e na Bolsa de Nova York. Embora as ações da Petrobras já fossem negociadas em nível local, a listagem em Nova York "teve um grande impacto na governança", diz Gabrielli. "Ela força a transparência. Ela força a divulgação de dados".

A Petrobras adotou padrões americanos de contabilidade e passou a viver sob a vigilância de 50 analistas de Wall Street que acompanham as ações da empresa, que estão entre as ADRs mais negociadas na Bolsa de Nova York. O governo federal mantém a maioria do capital votante, mas cerca de 60% das ações agora estão nas mãos de acionistas privados.

O governo FHC também criou o primeiro conselho de administração independente na história da empresa. Até mesmo os críticos de Lula o elogiam por incrementar o conselho da petrolífera com quatro executivos peso pesado do mundo empresarial brasileiro. Entre eles está Roger Agnelli, diretor-presidente da Companhia Vale do Rio Doce, e Jorge Gerdau, que comanda o Grupo Gerdau SA.

A chegada da concorrência estrangeira teve um impacto psicológico enorme na Petrobras. Mas as petrolíferas internacionais encontraram grandes dificuldades para operar com as rígidas leis trabalhistas e ambientais brasileiras. Em vez de concorrer com a Petrobras em exploração e produção, muitas empresas internacionais, como a Royal Dutch Shell PLC e a Repsol YPF da Espanha, criaram joint ventures com ela. A americana Devon Energy tornou-se recentemente a primeira estrangeira a produzir petróleo no Brasil sem a ajuda da Petrobras.