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Mostrando postagens com marcador Doutorado. Mostrar todas as postagens
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21 julho 2012

Mestrado e Doutorado UnB/UFPB/UFRN


Já está disponível o edital de mestrado acadêmico (UnB/UFPB/UFRN) e doutorado do Programa Multi-institucional e Inter-regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis da UnB, UFPB e UFRN.

Inscrições: 20/8/2012 a 21/9/2012.
Teste ANPAD: 16/9/2012
Prova escrita: 4/10/2012
Prova oral: 22 à 26/10/2012
Avaliação do pré-projeto: 5/11/2012
Avaliação de histótico e currículo: 9/11/2012
Data provável para a divulgação do resultado final: 19/11/2012

Deverá ser entregue, ainda, um comprovante de que realizou o Teste ANPAD a partir de 1 de janeiro de 2011 ou de que está inscrito para realizar o Teste na edição de setembro de 2012.

Informações sobre o Programa e(ou) Curso(s) podem ser obtidas na página eletrônica http://www.cca.unb.br ou na Secretaria do Programa.

04 julho 2012

Mestrado e Doutorado - USP

Já estão disponíveis os editais de mestrado e doutorado em contabilidade da Universidade de São Paulo. A primeira etapa ocorrerá em setembro, quando será aplicado o próximo teste da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – ANPAD.

30 novembro 2011

Doutorado e a psicologia do sucesso



Postagem interessante e pertinente do blogueiro Rodolfo Araújo:


Acabo de levar um duro golpe: não fui aceito no processo seletivo para o
Doutorado em Administração da USP. Fiz as difíceis provas da ANPAD - nas quais
fui bem - e as específicas da Universidade - nas quais fui bem mais ou menos. De
qualquer forma, qualifiquei-me para a segunda fase. Elaborei o projeto de tese,
reuni a documentação necessária e fui adiante, sendo classificado para a
terceira fase, de entrevistas. Aí babou...

Dos onze candidatos, fui um dos quatro que não passaram. Não ver o seu nome numa lista de sete futuros Doutores é algo realmente desagradável, dadas as expectativas. Não importa quantas vezes você leia, seu nome não está lá. Então algo extraordinário aconteceu.

* * * * * * * * * *

Durante boa parte da minha vida fui considerado uma pessoa acima da média. Quem me acompanha há mais tempo aqui no Não Posso Evitar... sabe que não dou adepto da falsa modéstia, da humildade exagerada, tampouco do coitadismo.

Mas carregar o rótulo de pessoa inteligente tem seu preço: você não pode errar. Porque quando você erra, põe em dúvida seus títulos, suas conquistas, suas qualidades. Errar significa passar para o outro lado - do qual você definitivamente não quer fazer parte.

Ao menos enquanto você acreditar que a divisão entre os capazes e os
incapazes é fixa, imutável, eterna. E esta é uma mentalidade limitante, é o
mindset fixo.

Quem descreve muito bem esses tipos de pensamento é Carol
Dweck, em seu imprescindível Mindset: The New Psychology of Success (Ballantine Books, 2007). Para ela, ter um mindset fixo significa acreditar que as pessoas têm uma capacidade intelectual finita, determinada, rígida. O que você é hoje, você será para sempre.

Por outro lado, ter um mindset de crescimento envolve acreditar no constante aprendizado, na eterna busca por melhoria, no desenvolvimento diário, em todos os aspectos da sua vida. E isso inclui seus revéses: o erro, a perda e o fracasso. A diferença é que você enxerga tais efeitos colaterais como mais uma etapa - e não como destino final.

Uma das piores consequências do mindset fixo é o medo de errar, porque ele se
transforma em medo de tentar. Em
O Iconoclasta, o psiquiatra americano Gregory Berns escreve que uma das principais características das pessoas que fazem o que os outros diziam ser impossível é a forma como elas lidam com o medo. Quantas vezes você deixou de enfrentar um desafio pelo simples medo de fracassar? Pelo medo de se expôr? Pelo medo de parecer - ou de se sentir - menos apto, menos inteligente?

Só perde o pênalti quem bate o pênalti Pois quando você tem o mindset de crescimento, você vê seu fracasso por outra lente. Ele faz com que você busque as razões do erro, analise em que aspectos precisa melhorar, em que pontos deve evoluir. Tivesse eu num mindset fixo, estaria chorando na cama, que é lugar quente.

Tempos atrás, confesso, é bem provável que fosse este o meu desejo no
momento. Mas aprendi a encarar tais episódios de maneira bem diferente.

Melhor dizendo, escolhi encarar tais episódios de maneira diferente. E
esta transição foi algo bem mais simples do que você pode imaginar.

Não estou feliz por ter fracassado porque, no fim das contas, isso ainda não acabou. Em vez de pensar que não passei, prefiro pensar que não passei ainda. O "ainda" faz toda a diferença. E vida que segue...

(...)

ATUALIZAÇÃO: A leitora Isabel Sales, do blog Contabilidade Financeira, lembrou-me do elemento que falta nessa equação: o esforço. É ele que faz a diferença na performance, independentemente do seu grau de aptidão para qualquer que seja a tarefa. Quem tem o mindset de crescimento reconhece no esforço o caminho para a melhoria. Já quem tem o mindset fixo, vê o esforço como uma comprovação de que você não tem o talento inato - que é um bom começo, mas não é tudo.

10 novembro 2011

Porque você adia a pós-graduação?



Você tem vontade de fazer mestrado ou doutorado, mas sempre adia esse plano? Mande um depoimento para blogcontabilidadefinanceira@gmail.com ! E não precisa ser em contabilidade financeira, ok? Estamos escrevendo uma postagem especialmente para vocês.

22 outubro 2011

Doutorado e pós doutorado na Suécia


A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulga nesta sexta-feira, 21, o primeiro edital firmado entre a Capes e a Swedish Foundation for International Cooperation in Research and Higher Education (STINT) para a cooperação acadêmica e científica entre grupos de pesquisa brasileiros e suecos.

O programa, que é fruto do acordo assinado entre a Capes e a STINT, em 17 de maio de 2011, tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa e a mobilidade de pesquisadores e de estudantes de doutorado e pós-doutorado em todas as áreas do conhecimento.

Os grupos interessados deverão submeter seus projetos conjuntos de pesquisa até o dia 30 de novembro, por meio do site da Capes. Cada proposta deverá planejar suas atividades considerando a duração de dois anos, podendo ser prorrogada por igual período, conforme critérios das agências financiadoras.

O apoio financeiro consistirá no custeio de missões de trabalho, que consistem em viagens de curta duração para o coordenador do projeto; em missões de estudo, que são bolsas de estudo no exterior a fim de desenvolverem atividades letivas e/ou de pesquisa em área de interesse do projeto, além de recursos de custeio.

O início das atividades dos projetos está previsto para maio de 2012.

Fonte: Capes


19 setembro 2011

Correlação entre hidratação dos cabelos e qualidade das pesquisas

Por Isabel Sales

Quando eu entrei no mestrado e contei a novidade para alguns dos meus amigos, duas reações se destacaram. A Tati, que cursava o mestrado em psicologia, respondeu: meus pêsames. Simples. Direto. “Meus pêsames”! Pode parecer inicialmente tensa essa afirmação, mas me rendeu muitos risos em momentos de estresse. (A Tati! Ela sim estava certa!). Outro amigo respondeu: mestrado? Então daqui a pouco vou te encontrar descabelada e com cara de doida por aí. Mas, minhas queridas leitoras, ledo engano! Mal sabe esse meu amigo do arsenal que uma pós graduanda pode contar para que isso não aconteça!

A dica inicial é: cuide de sua alimentação. Ao passar muito tempo estudando você acaba se acomodando e comendo o que houver por perto. Mas se esforce para levar frutas (banana é a mais prática, mas quando dispuser de um pouco mais de tempo invista em variedade) e alimentos saudáveis em sua bolsa. Você economizará (lanche em cantinas acaba ficando mais caro!), continuará com a pele bonita ;) e terá energias para manter o pique. Use e abuse de frutas, sucos naturais, iogurtes, cereais, biscoitos e pães integrais.

Mas o mais legal: a maquiagem. Eu tenho olheiras genéticas. Veja bem, meu sobrinho recentemente completou um ano e já, vez ou outra, apresenta as dele. Imagine eu, quase chegando à minha terceira década, ansiosa ao extremo, praticamente hiperativa e com dificuldades para dormir! Pois bem: eu sou fã de cosméticos e base para olheiras.

Aí fica a minha contribuição: “The Youth As We Know It Eye Cream", um cosmético da Bliss, que é o amor da minha vida! Ajudou-me muito, tem um cheiro agradável e vem numa caixinha fofa. O problema é que comprei na Sephora, que ainda não chegou ao Brasil que no Brasil não é amiga da cliente ;) (leia-se: CARA) e, como você é pós graduanda e não viajará por algum tempo (a não ser que seja curso “sanduíche” ou você já more num país abençoado por uma boa mãe Sephora)*, terá que encomendar a algum amigo ou em um site (dica: aqui). Quanto ao corretivo para olheiras, você já deve ter o de sua preferência. Mas eu ganhei recentemente um da Benefit, o Erase Paste – nome sugestivo (igualmente vendido pela Sephora, ou aqui) que é mágico! O pote é minúsculo e saíram lágrimas dos meus olhos quando o vi, mas uma porção mínima faz milagres! Ou seja: vale a pena! Especialmente após aquele dia em que você fez 24h renderem por 72h, uma mágica digna de uma pós graduanda em necessidade de uma ajudinha para não sair por aí “com cara de doida”.

*A Sephora virtual está no Brasil. Um tanto salgada, mas está.

Por fim o cosmético que chamo, carinhosamente, de “xampu de porquinho”: no dia em que você simplesmente não teve a chance de lavar os cabelos (os professores realmente não entendem que, além de estudar, precisamos de algumas horas de investimento em outras atividades, tal como lavar os cabelos, fazer hidratação, escova e afins e que isso leva tempo), use o xampu de lavagem a seco da Klorane. Esse, dizem por aí, está à venda em algumas drogarias no Brasil. Mas eu nunca o encontrei, então geralmente o adquiro aqui ou aqui. Você já ouviu histórias antigas de pessoas passando talco no cabelo pra tirar a oleosidade e deixar os cabelos soltos de forma prática? Este spray tem essa função, com o pró de não deixar a sua casa ou o seu cabelo esbranquiçado (afinal, o balaiage foi caro!) e cheirando a talco.

Ah! E claro!!! Não nos esqueçamos do blush pra dar aquele look saudável e a dupla rímel & curvex para levantar o olhar. Ninguém precisa saber que embaixo disso tudo existe uma aluna cansada e com noites mal dormidas!!! Escolham o de sua preferência. Eu geralmente utilizo o rímel Phenomen Eyes da Givenchy (aqui e aqui) e o blush Orgasm da Nars (aqui e aqui) – que, para mim, são operadores de milagres.

Para comprar cosméticos e xampus, indico ainda o site http://br.strawberrynet.com/ , tanto por apresentar ótimos preços, quanto por devolver os impostos caso a sua encomenda seja taxada pela Receita Federal! \o/ Basta enviar uma cópia da cobrança por e-mail. Fantástico! = A restituição alfandegária foi suspensa. =(

Ok. Esse não foi um post comum para o blog Contabilidade Financeira. Mas não deixa de ter sua forte ligação com a temática que apresentamos, não é mesmo!? Deve existir correlação positiva entre a qualidade dos nossos cabelos e da nossa pesquisa. Mesmo que seja espúria.

03 setembro 2011

Mestrado e Doutorado - UnB, UFPB e UFRN

O prazo para inscrição no processo seletivo de 2012 para turmas de mestrado e doutorado do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal do Rio Grande do Norte se encerra no dia 6 de setembro, nesta terça-feira. Entre outros requisitos, é necessário estar inscrito no Teste ANPAD, edição de setembro.

Acesse aqui o edital.

A vez dos artigos

Os periódicos científicos, onde pesquisadores publicam seus estudos, têm ganhado em importância. A tal ponto que, no Brasil, seguindo países como Holanda e EUA, alguns programas de pós-graduação já substituem a obrigação de escrever uma tese por artigos científicos.

O aluno pode defender, em banca, três trabalhos publicados ou aceitos para publicação em revistas científicas. Pelo menos dois deles devem estar em periódicos de "alto impacto", ou seja, aqueles que são muito citados por pesquisadores.

A substituição da tese pelos artigos é feita com aval da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que avalia a pós-graduação no país. No Instituto de Biociências da USP, por exemplo, os alunos podem escolher entre a tese "padrão" ou os artigos.

"Ninguém lê tese, [1] a não ser os membros da banca. Se o trabalho não for publicado, vai ficar jogado numa biblioteca", diz a geneticista Mayana Zatz, uma das entusiastas do formato. "Juntar papers já publicados é o melhor que pode ser feito. Na Holanda, eles já fazem isto há muito tempo", afirma.

"A publicação prévia é importante, mas não podemos deixar nas mãos das revistas a titulação dos alunos. A defesa da tese tem de ser mantida", alerta Rogério Meneghini, coordenador científico do Projeto SciELO, que reúne publicações da América Latina com acesso livre.

Além de disseminar as informações acadêmicas mais facilmente, os artigos dão mais visibilidade à produção científica do país. Hoje, o Brasil está em 13º lugar no mundo em quantidade de artigos publicados. [2]

MAIS RANKINGS
Mas os artigos não podem ser publicados em quaisquer revistas. Gestores têm criado rankings de periódicos para classificá-las.

No Brasil, o Qualis, da Capes, cumpre esse papel e classifica, por área de conhecimento, cerca de 17 mil títulos. Quem publicar mais nos melhores periódicos, ganha nota mais alta. E quem tiver as notas mais altas, recebe mais recursos, como bolsas.

A ligação direta entre a publicação de artigos e distribuição do dinheiro público para ciência tem tirado o sono dos pesquisadores, principalmente daqueles cujas revistas correspondentes à sua área não estão no topo.

"No meu campo de estudo, administração de empresas, o ranking não reflete a realidade", diz Ross Thomas, editor do "Journal of Educational Administration" e professor da Universidade de Wollongong, na Austrália.

Naquele país, o governo distribui R$ 2,8 bilhões para pesquisas de acordo com a "qualidade" da revista em que os trabalhos são publicados. Como não ocupa os primeiros lugares no ranking, que reúne 22 mil revistas do país, a área de Thomas fica com uma fatia pequena.

É isso também que acontece com as ciências humanas, cuja produção aparece mais em livros do que nas revistas. "É preciso adequar a metodologia [de avaliação] para essa área", diz Isidro Aguillo, do Laboratório Cybermetrics, do CSIC (Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha).

A distribuição de recursos de acordo com as áreas que mais publicam causa o que a sociologia da ciência chama "efeito Mateus". O nome é uma alusão à passagem bíblica que diz "a quem tudo tem, tudo lhe será dado".

"Quem mais publica artigos continua recebendo mais recursos", diz Maria Conceição da Costa, socióloga da ciência da Unicamp.

Postado por Isabel Sales. Indicado por Glauber Barbosa, a quem agradeço.
Fonte: Folha de São Paulo, 15 de agosto.


1: Leiam a postagem “uma tese é uma tese”: aqui.

2: Quantidade não significa qualidade. Provavelmente o Brasil está entre os que mais publicam frente às exigências da Capes. Mais: aqui.

Em Ciências Contábeis um fator a ser considerado é o tempo que leva desenvolver a pesquisa, enviar para um periódico e o artigo ser publicado. Isso se transforma em um processo que envolve mais que um ano. Talvez não seja viável publicar três ótimos artigos nos quatro anos em que se cursa o doutorado. Talvez não seja desejável. O principal objetivo é a qualidade do ensino e a tese, apesar de ser realmente lida integralmente por poucos, é um processo que desenvolve o aluno até que se torne um bom pesquisador.


20 agosto 2011

Bloqueio de escritor

Por Isabel Sales

Nas últimas semanas conversamos sobre alguns problemas que criam o bloqueio de escritor: depressão, impaciência, perfeccionismo e procrastinação.

Eu terminei recentemente a minha dissertação e, infelizmente ou não, passei por todos os estágios descritos. Tive problemas pessoais, perdi uma pessoa importante, surtei, travei, chorei. Como ajuda de experiências pessoais acrescento aos relatos de Peg Boyle que:

-Se eu não tivesse me pronunciado e falado com alguém que eu estava com problemas, não teria recebido o apoio necessário para superar certas limitações que não caem bem com a pós-graduação.

- Se eu não tivesse marcado de estudar com uma amiga e ela não me desse bronca nos dias em que tentei faltar (é natural ficar cansado, mas a rotina é essencial), não teria produzido tanto. Então acredite no poder do parceiro de estudos, mesmo que o trabalho de vocês seja completamente diferente.

- Se eu não fizesse um relato praticamente diário para um bom amigo, que não entendia nada de contabilidade, mas sabia observar o meu progresso, também teria enrolado outras tantas vezes. Só de pensar em prestar contas eu apertava o passo.

- Se eu não conversasse com o meu orientador para que ele entendesse o que eu estava passando e assim pudesse me ajudar, meu trabalho seria desastroso. Comunicação sem ruídos é fundamental. Inclusive, cheguei até a marcar reunião com ele, de quem me tornei fã indiscutível, sem uma pauta específica, somente por saber que conversar sobre o trabalho iria me reanimar.

- Por fim, em outras circunstâncias eu negaria isso até a morte, mas vou confessar a vocês, meus queridos leitores, que colei frases de incentivo por todo o meu local de estudo (com direito a colagem e glitter). Também peguei o hábito de ir rascunhando os agradecimentos, epígrafe, qualquer pedacinho do trabalho porque às vezes isso me colocava no embalo para escrever as seções. Não deixem a revisão da escrita, das normas ABNT (ou as que se aplicarem à sua instituição) para a última hora. Utilize isso como fuga quando não conseguir escrever o referencial ou analisar os resultados.

Por fim espero que as postagens sobre bloqueio de escritor os ajudem. Tenham uma ótima produção científica!

10 julho 2011

Doutor?

Doutor? Postado por Isabel Sales, escrito pelo jurista, professor e doutor (de verdade) Marco Antônio Ribeiro Tura.

Eu estava procurando um tópico no site JusBrasil e eis que tropecei em um texto muito interessante na lista de mais lidos:

Doutor é quem faz doutorado

No momento em que nós do Ministério Público da União nos preparamos para atuar contra diversas instituições de ensino superior por conta do número mínimo de mestres e doutores, eis que surge (das cinzas) a velha arenga de que o formado em Direito é Doutor.

A história, que, como boa mentira, muda a todo instante seus elementos, volta à moda. Agora não como resultado de ato de Dona Maria, a Pia, mas como consequência do decreto de D. Pedro I.

Fui advogado durante muitos anos antes de ingressar no Ministério Público. Há quase vinte anos sou Professor de Direito. E desde sempre vejo "docentes" e "profissionais" venderem essa balela para os pobres coitados dos alunos.

Quando coordenador de Curso tive o desprazer de chamar a atenção de (in) docentes que mentiam aos alunos dessa maneira. Eu lhes disse, inclusive, que, em vez de espalharem mentiras ouvidas de outros, melhor seria ensinarem seus alunos a escreverem, mas que essa minha esperança não se concretizaria porque nem mesmo eles sabiam escrever.

Pois bem!

Naquela época, a história que se contava era a seguinte: Dona Maria, a Pia, havia "baixado um alvará" pelo qual os advogados portugueses teriam de ser tratados como doutores nas Cortes Brasileiras. Então, por uma "lógica" das mais obtusas, todos os bacharéis do Brasil, magicamente, passaram a ser Doutores. Não é necessária muita inteligência para perceber os erros desse raciocínio. Mas como muita gente pode pensar como um ex-aluno meu, melhor desenvolver o pensamento (dizia meu jovem aluno: "o senhor é Advogado; pra que fazer Doutorado de novo, professor?").

1) Desde já saibamos que Dona Maria, de Pia nada tinha. Era Louca mesmo! E assim era chamada pelo Povo: Dona Maria, a Louca!

2) Em seguida, tenhamos claro que o tão falado alvará jamais existiu. Em 2000, o Senado Federal presenteou-me com mídias digitais contendo a coleção completa dos atos normativos desde a Colônia (mais de quinhentos anos de história normativa). Não se encontra nada sobre advogados, bacharéis, dona Maria, etc. Para quem quiser, a consulta hoje pode ser feita pela Internet.

3) Mas digamos que o tal alvará existisse e que dona Maria não fosse tão louca assim e que o povo fosse simplesmente maledicente. Prestem atenção no que era divulgado: os advogados portugueses deveriam ser tratados como doutores perante as Cortes Brasileiras. Advogados e não quaisquer bacharéis. Portugueses e não quaisquer nacionais. Nas Cortes Brasileiras e só! Se você, portanto, fosse um advogado português em Portugal não seria tratado assim. Se fosse um bacharel (advogado não inscrito no setor competente), ou fosse um juiz ou membro do Ministério Público você não poderia ser tratado assim. E não seria mesmo. Pois os membros da Magistratura e do Ministério Público tinham e têm o tratamento de Excelência (o que muita gente não consegue aprender de jeito nenhum). Os delegados e advogados públicos e privados têm o tratamento de Senhoria. E bacharel, por seu turno, é bacharel; e ponto final!

4) Continuemos. Leiam a Constituição de 1824 e verão que não há "alvará" como ato normativo. E ainda que houvesse, não teria sentido que alguém, com suas capacidades mentais reduzidas (a Pia Senhora), pudesse editar ato jurídico válido. Para piorar: ainda que existisse, com os limites postos ou não, com o advento da República cairiam todos os modos de tratamento em desacordo com o princípio republicano da vedação do privilégio de casta. Na República vale o mérito. E assim ocorreu com muitos tratamentos de natureza nobiliárquica sem qualquer valor a não ser o valor pessoal (como o brasão de nobreza de minha família italiana que guardo por mero capricho porque nada vale além de um cafezinho e isto se somarmos mais dois reais).

A coisa foi tão longe à época que fiz questão de provocar meus adversários insistentemente até que a Ordem dos Advogados do Brasil se pronunciou diversas vezes sobre o tema e encerrou o assunto.

Agora retorna a historieta com ares de renovação, mas com as velhas mentiras de sempre.

Agora o ato é um "decreto". E o "culpado" é Dom Pedro I (IV em Portugal).

Mas o enredo é idêntico. E as palavras se aplicam a ele com perfeição.

Vamos enterrar tudo isso com um só golpe?!

A Lei de 11 de agosto de 1827, responsável pela criação dos cursos jurídicos no Brasil, em seu nono artigo diz com todas as letras: "Os que frequentarem os cinco anos de qualquer dos Cursos, com aprovação, conseguirão o grau de Bachareis formados. Haverá tambem o grau de Doutor, que será conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos que se especificarem nos Estatutos que devem formar-se, e só os que o obtiverem poderão ser escolhidos para Lentes".

Traduzindo o óbvio. A) Conclusão do curso de cinco anos: Bacharel. B) Cumprimento dos requisitos especificados nos Estatutos: Doutor. C) Obtenção do título de Doutor: candidatura a Lente (hoje Livre-Docente, pré-requisito para ser Professor Titular). Entendamos de vez: os Estatutos são das respectivas Faculdades de Direito existentes naqueles tempos (São Paulo, Olinda e Recife). A Ordem dos Advogados do Brasil só veio a existir com seus Estatutos (que não são acadêmicos) nos anos trinta.

Senhores.

Doutor é apenas quem faz Doutorado. E isso vale também para médicos, dentistas, etc, etc.

A tradição faz com que nos chamemos de Doutores. Mas isso não torna Doutor nenhum médico, dentista, veterinário e, mui especialmente, advogados.

Falo com sossego.

Afinal, após o meu mestrado, fui aprovado mais de quatro vezes em concursos no Brasil e na Europa e defendi minha tese de Doutorado em Direito Internacional e Integração Econômica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Aliás, disse eu: tese de Doutorado! Esse nome não se aplica aos trabalhos de graduação, de especialização e de mestrado. E nenhuma peça judicial pode ser chamada de tese, com decência e honestidade.

Escrevi mais de trezentos artigos, pareceres (não simples cotas), ensaios e livros. Uma verificação no sítio eletrônico do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) pode compravar o que digo. Tudo devidamente publicado no Brasil, na Dinamarca, na Alemanha, na Itália, na França, Suécia, México. Não chamo nenhum destes trabalhos de tese, a não ser minha sofrida tese de Doutorado.

Após anos como Advogado, eleito para o Instituto dos Advogados Brasileiros (poucos são), tendo ocupado comissões como a de Reforma do Poder Judiciário e de Direito Comunitário e após presidir a Associação Americana de Juristas, resolvi ingressar no Ministério Público da União para atuar especialmente junto à proteção dos Direitos Fundamentais dos Trabalhadores públicos e privados e na defesa dos interesses de toda a Sociedade. E assim o fiz: passei em quarto lugar nacional, terceiro lugar para a região Sul/Sudeste e em primeiro lugar no Estado de São Paulo. Após rápida passagem por Campinas, insisti com o Procurador-Geral em Brasília e fiz questão de vir para Mogi das Cruzes.

Em nossa Procuradoria, Doutor é só quem tem título acadêmico. Lá está estampado na parede para todos verem.

E não teve ninguém que reclamasse; porque, aliás, como disse linhas acima, foi a própria Ordem dos Advogados do Brasil quem assim determinou, conforme as decisões seguintes do Tribunal de Ética e Disciplina: Processos: E-3.652/2008; E-3.221/2005; E-2.573/02; E-2067/99; E-1.815/98.

Em resumo, dizem as decisões acima: não pode e não deve exigir o tratamento de Doutor ou apresentar-se como tal aquele que não possua titulação acadêmica para tanto.

Como eu costumo matar a cobra e matar bem matada, segue endereço oficial na Internet para consulta sobre a Lei Imperial:

www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_63/Lei_1827.htm

Os profissionais, sejam quais forem, têm de ser respeitados pelo que fazem de bom e não arrogar para si tratamento ao qual não façam jus. Isso vale para todos. Mas para os profissionais do Direito é mais séria a recomendação.

Afinal, cumprir a lei e concretizar o Direito é nossa função. Respeitemos a lei e o Direito, portanto; estudemos e, aí assim, exijamos o tratamento que conquistarmos. Mas só então.

PROF. DR. MARÇO ANTÔNIO RIBEIRO TURA , 41 anos, jurista. Membro vitalício do Ministério Público da União. Doutor em Direito Internacional e Integração Econômica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Direito Público e Ciência Política pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor Visitante da Universidade de São Paulo. Ex-presidente da Associação Americana de Juristas, ex-titular do Instituto dos Advogados Brasileiros e ex-titular da Comissão de Reforma do Poder Judiciário da Ordem dos Advogados do Brasil.

08 julho 2011

Rir é o Melhor Remédio

Um guia ilustrado sobre o doutorado

Imagine um círculo que contêm todo o conhecimento humano:


Quando você termina o ensino fundamental, você sabe um pouquinho:


Ao terminar o ensino médio,, você sabe um pouco mais:


Com um grau de bacharel, você ganha uma especialidade:


Um grau de mestre aprofunda essa especialidade:


Ler pesquisas te leva à extremidade do conhecimento humano:


Uma vez que você está na fronteira, você foca:


Você empurra a fronteira por alguns anos:


Até que um dia a fronteira te dá passagem:


E esse entalhe que você fez é denominado doutorado:


Obviamente agora o mundo se aparenta diferente para você:


Então não se esqueça da visão geral:


Continue sempre a se esforçar! Keep pushing.

Publicado por Isabel Sales. Indicado por Ednilto Tavares Júnior. Grata.
Fonte: aqui.

03 setembro 2010

Teses em Contabilidade


A figura mostra a evolução das teses defendidas na USP na área de contabilidade (por consequência no Brasil). No ano da minha defesa, foram nove novos doutores. O ano passado tivemos um recorde: 49 novos doutores. Fonte: aqui

05 maio 2010

Efeito da titulação

Os pressupostos da teoria do capital humano estabelecem que as pessoas se educam e que o principal efeito da educação é a mudança que ela provoca nas habilidades e conhecimentos de quem estuda. A consequência prevista é uma melhora no nível de renda, na qualidade de vida e nas oportunidades profissionais e sociais. Tendo por base esse arcabouço teórico, o propósito desta pesquisa foi identificar e analisar as avaliações e percepções dos doutores em Ciências Contábeis, titulados pela FEA/USP, sobre as influências do doutorado nos seus desenvolvimentos e nas suas responsabilidades sociais. Os achados da pesquisa confirmaram as expectativas, explicações e previsões da teoria. Na percepção dos egressos, os 19 fatores possíveis de serem alterados que lhes foram apresentados, foram substancialmente influenciados com a titulação. Os resultados evidenciam que o Doutorado em Ciências Contábeis tem encontrado sua principal clientela entre homens casados que desenvolvem suas atividades no mercado. Titulam-se, em média, aos 42 anos e, ao ingressarem, buscavam seguir ou aprimorar a carreira de pesquisador, além da obtenção de melhor nível de renda. E, nesse último ponto, alcançaram pleno êxito. Os efeitos da titulação sobre os rendimentos são bastante acentuados.


Doutores em Ciências Contábeis: Análise sob a Óptica da Teoria do Capital Humano
Jacqueline Veneroso Alves da Cunha - Edgard Bruno Cornachione Junior - Gilberto de Andrade Martins - Art. #8, pp. 532-557

03 dezembro 2008

Seleção do Mestrado e Doutorado

Participei do processo de seleção do mestrado e doutorado do Programa Multiinstitucional. No doutorado, três ex-orientandos do mestrados foram aprovados: Fernanda Fernandes Rodrigues (trabalho sobre textos narrativos das demonstrações contábeis), Josué Lins e Silva (estudo sobre a influência dos incentivos fiscais na avaliação das empresas) e Diogo Henrique de Silva Lima (estudo em finanças comportamentais). Serei orientador, novamente, da Fernanda.

Do mestrado, Ludmila de Melo Souza, ex-orientanda do Programa de Iniciação Científica, foi aprovada. Serei seu orientador.