Translate

Mostrando postagens com marcador Deloitte. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Deloitte. Mostrar todas as postagens

22 junho 2013

Fato da Semana

Fato: A condenaçãoda Deloitte

Qual a relevância disto? – As autoridades estão apertando o cerco às empresas de auditoria e consultoria. Em geral conseguem escapar alegando que foram enganadas, que seu trabalho não é investigativo, que não opinaram sobre o assunto, entre outros argumentos. Entretanto, parece que as autoridades estão cada vez mais céticas a estas situações. Nesta semana um relatório do Reino Unido fez críticas aos trabalhos das empresas. E em semanas anteriores divulgamos outros casos.
A condenação da Deloitte implicou numa multa de 10 milhões de dólares e a necessidade de não prestar serviços aos bancos no estado de Nova Iorque por um ano. Em 2004 a empresa retirou uma recomendação que ajudaria a prevenir a lavagem de dinheiro.

Positivo ou Negativo? – Negativo para a reputação da empresa e do setor. Escândalos como estes trazem uma associação entre contabilidade e má reputação. Além disto, abrem precedentes na possibilidade de processar as empresas por má conduta.


Desdobramentos – As empresas de auditoria conseguiram sobreviver antes a vários problemas. Assim, o fato não irá afetar de imediato a forma como elas trabalham. Mas a condenação pode ser um sinal de que as autoridades reguladoras querem fazer algo para evitar as falhas.

20 junho 2013

Deloitte

Investigada num escândalo de lavagem de dinheiro, a firma de consultoria Deloitte concordou em pagar uma multa de US$ 10 milhões e deixar de prestar serviços a instituições financeiras do estado de Nova York pelo período de um ano, informou nesta terça-feira o “Wall Street Journal”.

A Deloitte foi acusada de conduzir mal um trabalho sobre prevenção a fraudes em 2004, quando contratada pelo banco Standard Chartered. Na ocasião, a Deloitte retirou de seu relatório final uma recomendação que auxiliaria a prevenção de lavagem de dinheiro, apontou o Departamento de Serviços Financeiros (DFS, na sigla em inglês) do estado. Além disso, violou leis de confidencialidade ao abrir dados do Standard Chartered para outros clientes.

A ação faz parte de um movimento mais amplo para “limpar” a indústria de consultoria, que foi “infectada por uma cultura de reciprocidade - eu coço as suas costas se você coçar as minhas - e assustadora falta de independência”, disse Benjamin Lawsky, chefe do DFS.

Além da multa e da ausência no mercado local, a Deloitte também aceitou ajustar seus controles internos e criar novos padrões para ampliar a independência de sua atuação, segundo o DFS. A consultoria não quis se manifestar sobre o assunto, conforme o “Journal”.

Por sua vez, o Standard Chartered pagou centenas de milhões de dólares, num acordo com o governo americano no ano passado, por conta de violação das normas de prevenção de lavagem de dinheiro. Além disso, pagou US$ 340 milhões, em setembro, ao DFS por ajudar a ocultar 60 mil transações, totalizando US$ 250 bilhões, com clientes iranianos.

Fonte: O Globo

26 janeiro 2013

2012: Fatos - Auditoria


Continuando a licença temporal brasileira para o início do ano, que ocorre apenas após o carnaval, mais uma retrospectiva: Fatos da Semana do Ano - Auditoria.


1º Trimestre
KPMG: nova empresa de auditoria do Banco do Brasil:
Deloitte: maior empregadora da geração Y:
BDO vai ao CADE contra as Big Four:
Mercado de auditores carece de profissionais:
Ernst & Young Terco faz lobby para empresas em que faz auditoria:

2º Trimestre
Big Four gastaram quase 10 milhões de dólares em lobby:
Balanço do Cruzeiro do Sul recebe ressalva da auditoria:
Empresas de auditoria indicam como suas auditadas devem contabilizar receita de ativos virtuais:
Para resolver os problemas espanhóis, o governo aceita auditoria:
Grandes empresas ainda não fazem auditoria:

3º Trimestre
Começa o atrito entre China e EUA por conta das empresas de auditoria:
Deloitte rejeita a acusação de ter ajudado o Standard Chartered a lavar dinheiro:
Ernst & Young Terco pede para Bacen e CVM desconsiderarem parecer de auditoria do Banco Cruzeiro do Sul:
Ernst & Young Terco deixa de ser a empresa de auditoria do Banco Real. No lugar: Fernando Motta e Associados:
Na disputa presidencial dos EUA, o candidato republicano não paga impostos e usa uma carta da PWC para defendê-lo:
A proposta de rodízio das auditorias sofre derrota na comunidade europeia: o responsável pela reforma sugere rodízio a cada 25 anos:

4º Trimestre
Entre as empresas com melhores programas de estágio, duas auditorias:
PCAOB afirma que rodízio é bom:
Aumenta a terceirização na auditoria:
Uma pesquisa mostra que 67% discordam que não exista diferença entre um balanço auditado ou não:
Um sócio de uma grande empresa de auditoria aceitou uma classificação errada de uma dívida de 2,1 bilhões de dólares :
Para incentivar que PME entrem na bolsa, demonstrações por meio eletrônico e auditoria a cada seis meses: 
China e EUA continuam não se entendendo na questão das auditorias:

09 dezembro 2012

HP novamente

Eis o que diz a The Economist

A Deloitte tem motivo para estar nervosa. Com a Autonomy a auditoria obteve US $ 6,7 milhões em serviços não vinculados a auditorias por mais de sete anos, o que levou os críticos a questionar sobre os conflitos entre os deveres contábeis de auditoria e de seu trabalho de consultoria. A Deloitte aconselhou Autonomy na remuneração de executivos, por exemplo, algo que seria proibido pela lei estadunidense Sarbanes-Oxley, mas foi permitido na Grã-Bretanha. 


A saga HP-Autonomy mostra outra característica do modelo de negócio das Big Four. O quarteto pode comercializar como empresas globais, mas na verdade elas são uma seqüência juridicamente independentes com parcerias locais. É por isso que a Deloitte LLP da Grã-Bretanha pode fazer coisas que seriam proibidas para Deloitte LLP nos Estados Unidos, apesar de pertencer a rede Deloitte Touche Tohmatsu.



09 agosto 2012

Deloitte e o Irã 2

Sobre a notícia, divulgada neste blog, referente a investigação de lavagem de dinheiro do banco Standard Chartered e a participação da empresa de auditoria Deloitte, o dia de ontem foi de reação às notícias. A Deloitte rejeitou a acusação de ter ajudado o banco a descumprir a lei.

As acusações realizadas pelo estado de Nova Iorque pegaram de surpresa o banco central dos EUA (Fed) e o Departamento de Justiça. Acredita-se  que a quantia seja muito menor (em termos de milhões, não bilhões) do que o anunciado anteriormente. O banco central tem dúvidas sobre a extensão do problema e por este motivo não tinha tomado nenhuma decisão até então. O Fed estava investigando o Standard desde 2010. Mas a ação do estado de Nova Iorque pode estabelecer uma nova forma de tratar os bancos estrangeiros.

08 agosto 2012

Deloitte e o Irã

Todos nós sabemos que os Estados Unidos não gostam do governo iraniano. Existe uma série de restrições às transações com aquele país, acusado de ajudar o terrorismo internacional.

Uma investigação conduzida pelo Departamento do Estado de Nova Iorque de Serviços Financeiros no Standard Chartered PLC, um banco britânico muito conhecido por ser o patrocinador do Liverpool encontrou algumas evidências de transações financeiras envolvendo o Irã. O banco foi ameaçado de perder a autorização para funcionamento no estado caso não se defenda das acusações de acobertar 250 bilhões de dólares que seriam usados para financiar grupos terroristas.

Anteriormente, em 2004, o banco tinha sido obrigado a contratar um consultor independente para ajudá-lo nos problemas relacionados com as práticas de lavagem de dinheiro. A Deloitte foi escolhida como consultor independente para ajudar a colocar a instituição no eixo.

Mas uma investigação do departamento mostrou que a Deloitte tornou-se um “service provider” (prestador de serviços). Segundo a investigação, a Deloitte ajudou com que o banco continuasse com as atividades ilegais. A Deloitte passou, de maneira ilegal, para o Standard Chartered Bank relatos que tinha preparado para outros dois grandes bancos estrangeiros e que estavam sendo investigados.

Um grande fator que impede que empresas de auditoria assumam risco de estarem envolvidos nestas atividades é a reputação (vide capítulo 1, Teoria da Contabilidade, Niyama e Silva). Mas Francis McKena, da Forbes, acha que isto não é um impeditivo suficientemente forte para as grandes empresas de auditoria. Conforme declara a articulista da Forbes, as big four continuam se envolvendo com atividades que deveriam ser punidas pelas autoridades.

No mês passado a Reuters tinha divulgado que o HSBC estava sendo investigado por lavagem de dinheiro. A Deloitte também está envolvida.

Um aspecto irônico é que a Deloitte é também auditor do Federal Reserve Bank: supostamente a empresa de auditoria ajudou um cliente, o Standard, a mentir para outro cliente, o Fed, conforme destaca McKenna. A Deloitte vêm enfrentando problemas em diversos países, incluindo Afeganistão, China, entre outros.

A empresa nega que tenha ajudado o Standard a violar a lei dos EUA.

18 fevereiro 2012

Jersey, o paraíso sem medo


Excelente reportagem do Le Monde Diplomatique sobre a ilha de Jersey.


A quantia total dos fundos depositados na ilha, até hoje vinculada à Coroa britânica, seria superior a R$ 1,7 trilhão. O montante ainda é pequeno, mas em um contexto de concorrência desenfreada entre os 70 paraísos fiscais recenseados no mundo, Jersey está consolidando sua participação no mercado


– “Eliminar os paraísos fiscais? Sim, ouvi falar a respeito na BBC. Dizem que o presidente do seu país está muito invocado. Pois então, se você encontrar uma única pessoa por aqui que leve suas ameaças a sério, faça-me a gentileza, apresente-a para mim!”

Soltando gargalhadas em ritmo irregular, o homem de colarinho branco apaga o cigarro e entra apressadamente no edifício. Sobre o mármore da entrada, cerca de 50 placas douradas identificam os ocupantes desse prédio de escritórios: firmas de contabilidade, agentes de câmbio, advogados de negócios, administradores de sociedades de fachada…

A engenharia da evasão fiscal invadiu todo o litoral de Saint Helier. A capital de Jersey é um amontoado de concreto plantado em alto-mar e protegido por falésias que desaparecem em meio à névoa. Dos 90 mil habitantes da pequena ilha anglo-normanda, mais de 12 mil trabalham no setor das finanças, ou seja, um quarto da população ativa.

(...) Situados a apenas 20 quilômetros da orla francesa, os Estados de Jersey – a denominação oficial desse território é de “formalmente independente”, ainda que vinculado à Coroa britânica – gozam de um produto nacional bruto que, quando cotejado com o número de habitantes, faz deles o terceiro país mais rico do mundo, depois do Luxemburgo e das Bermudas. Segundo o analista americano Martin Sullivan, a quantia total dos fundos depositados na ilha seria superior, em 2006, a 500 bilhões de libras (cerca de R$ 1,7 trilhão) [1].

Vale reconhecer que esse montante é um pouco magro se comparado aos US$ 11,5 trilhões (R$ 26,2 trilhões) que possuem os homens mais ricos do planeta na totalidade dos paraísos fiscais (conhecidos como centros offshore) [2]. Mas Jersey tem tudo para ver a sua parte do bolo crescer: em meio a um contexto de concorrência desenfreada entre os cerca de 70 paraísos fiscais recenseados no mundo [3], está decidida a consolidar sua participação no mercado. Até o ano passado, cobrava das companhias estrangeiras uma taxa magnânima de 10% sobre os montantes depositados ali. Mas quando a ilha de Man, uma de suas rivais mais implacáveis, deu mostras de maior ousadia, suprimindo todo imposto sobre riquezas, Jersey decidiu fazer o mesmo. Dessa forma, abriu mão de exigir impostos das multinacionais, cobrando apenas das sociedades locais de serviços financeiros os encargos de 10%.

(...)“O centro de promoção do turismo dos bilionários”, como é chamado, vangloria-se de ter registrado a fundação de 24 shell companies entre fevereiro e outubro de 2008. Por mais que o desmoronamento das bolsas tenha manchado sua reputação e alterado seus rendimentos, os hedge funds parecem gostar de operar em Jersey.

(...)Em 2002, o FMI publicou um relatório felicitando Jersey pelo seu respeito “praticamente” irrepreensível pelas “normas internacionais em matéria de regulamentação financeira e de luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo”

Geoff Cook, um antigo diretor financeiro no banco HSBC, que se tornou recentemente o diretor-geral da Jersey Finance Limited, é conhecido por não ter papas na língua. Em 16 de setembro, em entrevista ao Jersey Evening Post, ele comemorou a falência do banco norte-americano Lehmann Brothers, à qual todas as bolsas mundiais estavam reagindo, no mesmo momento, com gritos de horror: “Sob muitos aspectos, foi uma coisa boa. Os jogadores fracos demais vão ter de abandonar a mesa e é precisamente disso que o sistema precisa para se libertar”.

Libertar-se, o sistema financeiro? “Está havendo um mal-entendido”, responde Cook, o chefão das relações públicas da ilha. “Em primeiro lugar, Jersey não é um paraíso fiscal, mas sim um território fiscalmente neutro, o que é muito diferente. Nós já assinamos acordos relativos a intercâmbios de informações com os Estados Unidos, a Alemanha e a Holanda, e estamos nos preparando para fazer o mesmo com os países nórdicos e a França. Isso significa que, caso um dos nossos parceiros suspeitar de que um cidadão esteja aplicando seu dinheiro em Jersey para fraudar o fisco, ele pode nos solicitar informações a respeito daquele caso específico. É claro, o pedido deve ser justificado. Todo cidadão tem direito a ter a sua intimidade preservada, tanto os nossos clientes como os outros. Mas, se nós consideramos que o caso é sério, então cooperamos sem problema”. Afinal, conforme nos disse Neil McMurray, “em Jersey, as finanças e a política pertencem a uma mesma profissão, a uma mesma carreira”.

Aliás, a comunidade internacional já estabeleceu essa distinção. Em 2002, a OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico) retirou Jersey – além de 26 outras virtuosas localidades de veraneio, tais como as Bahamas, as ilhas Cook, Gibraltar ou o Panamá – da sua lista de paraísos fiscais, que desde então não comporta mais do que cinco países.

No mesmo ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório felicitando Jersey pelo seu respeito “praticamente” irrepreensível pelas “normas internacionais em matéria de regulamentação financeira e de luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo”.

“Apesar disso”, prossegue Geoff Cook, contrariado, “alguns continuam afirmando que, em nossa ilha, as finanças não estão regulamentadas. Ora, isso é absolutamente falso. Nós temos a nossa própria instância de regulamentação, a Jersey Financial Services Commission, que trabalha de maneira plenamente independente. Permitam-me ser absolutamente categórico: Jersey não encobre nem incentiva as práticas ilegais de evasão fiscal e de lavagem de dinheiro, nem nunca procedeu dessa forma”, salienta.

Com orgulho, o responsável pelo marketing de Jersey se vangloria da simplicidade do imposto sobre a renda: 20% para todo mundo, exceto para os mais ricos, que se beneficiam de descontos proporcionais à sua fortuna

Até mesmo quando os prestadores de serviços da ilha não são franceses, eles não raro cultivam relações frutuosas com Paris. Esse é o caso da Pricewaterhouse Coopers e da Deloitte, dois gigantes multinacionais da auditoria e da contabilidade. Onipresentes na ilha graças ao seu alto grau de perícia em matéria de evasão fiscal, ambas têm como cliente o Estado francês, que lhes confiou os principais mercados de auditoria da Revisão Geral das Políticas Públicas (RGPP).

Além do mais, não se deve julgar apressadamente um sistema fiscal que é de fato pitoresco, mas incentiva o voluntariado. “É verdade”, admite Geoff Cook, “em Jersey, os ricos pagam menos impostos do que os pobres. Mas essa é uma diferença de cultura. No seu país, muitos pensam que os ricos são úteis apenas por causa dos impostos que pagam. Aqui, eles dispõem de outros meios para prestar serviços à coletividade, por exemplo, contribuindo com obras de caridade”.(...)

12 novembro 2011

Olympus, ainda

Hoje os dois principais colunistas internacionais que tratam de contabilidade criticaram pesadamente o que está sendo produzido. Inicialmente o texto do Jonatham Weil (Financial Scandal Fans Never Had It So Good), que trata do mais recente escândalo contábil, da Olympus.

Em linhas gerais, a empresa escondia perdas, considerando-as como ativos, desde a década de noventa. Tudo ficaria escondido se um executivo externo, recentemente contratado, não insistisse em questionar algumas operações estranhas. Woodford, o executivo, foi demitido, mas falou que algo de estranho estava ocorrendo na empresa.

No seu texto Weil pergunta pelos auditores. A empresa era auditada na década de noventa por uma filial da finada Arthur Andersen. Com a falência da Andersen, a KPMG assumiu a auditoria da empresa e ficou lá até 2009, quando a Ernst & Young assumiu. Recentemente foi informado que a KPMG teria feito a sua parte (veja aqui a postagem do blog), mas as divergências só tornaram públicas após o escândalo.

No último parecer, assinado em 29 de junho pela E&Y foi sem ressalva, mas destacando que os anos de 2009 foram auditados por outra empresa, "sem ressalva", informa Weil.

Weil lembra que recentemente a Price cometeu falhas com a MF Global (veja aqui postagem sobre o assunto) e que a Dexia, auditada pela Deloitte, também teve problemas.

Segundo Weil, "muitas pessoas consideram letras auditor opinião como uma brincadeira. E o cliente paga o auditor, depois de tudo." Assim, Weil lembra da possibilidade de tornar a auditoria opcional para empresas com ações negociadas no mercado de capitais. Uma medida drástica, mas talvez necessária num mercado farto das falhas das auditorias.

07 novembro 2011

Deloitte





Está dura a vida da Delloite & Touche, uma das quatro maiores empresas de auditorias do mundo. Na última semana de outubro, as práticas da firma foram reprovadas pelo Public Company Accounting Board, dos Estados Unidos, que investigou suas atividades ao longo de 2007.

O relatório do órgão também sugere que a Delloite não monitora adequadamente suas representações ao redor do mundo. No Brasil, não faltam exemplos para confirmar essa suspeita. Na semana passada, por exemplo, a empresa teve de fazer um acordo com a CVM, no valor de R$ 1 milhão, para se livrar de uma investigação por falhas na auditoria feita na antiga Aracruz (atual Fíbria), relacionada para uma superexposição da fabricante de celulose com derivativos cambiais, em 2008.

O maior frango, porém, envolveu o banco PanAmericano: o rombo de R$ 4,3 bilhões passou tranquilamente pelo meio das pernas dos auditores da Delloite, cujas responsabilidades estão sendo apuradas pelo Banco Central.

Fonte: Clayton Netz, Istoé Dinheiro

03 novembro 2011

Panamericano e auditoria


A Polícia Federal não encontrou provas suficientes que justificassem o indiciamento dos dois sócios da Deloitte -José Barbosa da Silva Junior e Osmar Aurélio Lujan- responsáveis pela auditoria do PanAmericano


Para incriminá-los, a PF precisaria ter localizado indícios de que os dois participaram ou, ao menos, souberam das fraudes que levaram ao rombo de R$ 4,3 bilhões.


Para a PF, é possível que os auditores tenham se omitido ou cometido falha técnica. Mas essa investigação cabe ao Banco Central.


A Deloitte pode ser responsabilizada por não ter feito ressalvas no balanço do PanAmericano quando teve dificuldades para atestar transações envolvendo carteiras de crédito do banco vendidas a outras instituições -principal foco das fraudes.

(Fonte: Folha de São Paulo)

02 novembro 2011

Deloitte e sócio fecham acordo para arquivar acusação



As acusações resultantes da investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no caso Aracruz, que geraram perdas de R$ 4,2 bilhões à companhia por conta de exposição a derivativos cambiais de alto risco em 2008, alcançaram a auditoria da empresa na época, a Deloitte Touche Tohmatsu, e seu sócio responsável pela empresa, José Carlos Monteiro. Ontem, a autarquia informou que fechou um termo de compromisso com ambos, no valor total de R$ 1 milhão.

Eles foram acusados porque as notas explicativas do balanço de 30 de junho de 2008 da Aracruz não evidenciaram os riscos específicos de “ganhos limitados e perdas ilimitadas” dos instrumentos financeiros detidos pela companhia, denominados “sell target forward”. Além disso, as notas não continham o valor de mercado das operações.

No relatório do Comitê de Termo de Compromissos, consta ainda que a nota da empresa divulgou incorretamente que os valores nocionais atualizados dos contratos somavam R$ 573 milhões, quando a exposição chegava a US$ 2,4 bilhões.

Com tudo isso, a Deloitte e Monteiro teriam deixado de seguir regras da CVM para o tema, além de recomendações do Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (Ibracon). Na visão do regulador, caberia uma ressalva sobre as informações da Aracruz de junho de 2008.

Procurados, Deloitte e Monteiro não comentaram o assunto.

Com a assinatura do termo de compromisso, é extinta a discussão sobre culpa ou inocência dos acusados, já que o caso é arquivado e não vai a julgamento.

Durante o processo na CVM, a Deloitte havia apresentado argumentos de defesa alegando, entre outros pontos, que o entendimento das operações detidas pela Aracruz foi emitido com base nas circunstâncias econômicas existentes à época. A variação cambial que disparou as perdas da Aracruz – bem como as da Sadia e outras empresas que fizeram apostas semelhantes – teve início com a quebra do banco americano Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, justamente o término da temporada dos balanços do segundo trimestre.

Antes de alcançarem um acordo no valor de R$ 1 milhão, a Deloitte havia proposto, em 2010, o pagamento de R$ 200 mil pela firma de auditoria e mais R$ 100 mil pelo sócio. A sugestão, contudo, foi recusada pelo Comitê de Termo de Compromisso da autarquia.

A auditoria chegou a sugerir a ampliação dos valores para R$ 300 mil e R$ 150 mil, respectivamente. Mais uma vez, a proposta não foi aceita.

O comitê da autarquia, ao avaliar o contexto das infrações, a gravidade das condutas e o histórico de ocorrências da empresa de auditoria (termo de compromisso do processo da Parmalat de 2005), recomendou que as propostas para o acordo deveriam ser aprimoradas e sugeriu a obrigação de R$ 1,7 milhão pela Deloitte e de R$ 800 mil pelo sócio.

No relatório, o comitê em questão também destaca que o colegiado deveria avaliar se o encerramento do caso por meio de um termo de compromisso seria oportuno, dada a possibilidade de emissão de parecer norteador ao mercado com o julgamento.

Tal discussão ocorreu em novembro de 2010. O termo foi alcançado somente em 13 de setembro passado e divulgado ontem ao mercado.
Fonte: Graziella Valenti e Juliana Ennes, Valor Economico

14 setembro 2011

Reguladores X Deloitte

A firma afiliada à Deloitte na China disse ter colaborado com a comissão de valores mobiliários americana (SEC) tanto quanto possível sob as leis chinesas com relação ao caso de seu ex-cliente de auditoria Longtop Financial Technologies.

A lei impede que a Deloitte libere documentos para um regulador estrangeiro sem a aprovação das autoridades chinesas, informou um porta-voz da auditoria na sexta-feira.

Um dia antes, a SEC entrou com uma ação de execução contra a Deloitte Touche Tohmatsu CPA, de Xangai, por não ter liberado documentos relacionados a uma investigação da Longtop depois de intimações feitas em maio.

A Longtop informou naquele mês que a Deloitte renunciou por causa de erros nos registros financeiros da companhia.

Em julho, a SEC e o Conselho de Supervisão de Companhias de Capital Aberto (PCAOB) reuniram-se com seus colegas na China para discutir fiscalização internacional.

“Passamos os pedidos da SEC para os reguladores na China, como é previsto, mas até agora os reguladores não nos deram permissão para entregar os papéis de trabalho para a SEC”, diz o comunicado da Deloitte. “Esperamos que um mecanismo possa ser encontrado o mais breve possível para que haja uma solução que respeite as leis em ambas jurisdições.”

“O assunto é essencialmente uma questão entre reguladores na China e nos Estados Unidos; a Deloitte China ficará contente em seguir qualquer determinação que esteja de acordo com os dois”, diz o comunicado.

Em um comunicado divulgado na quinta-feira, a SEC diz que não pôde ter acesso a informações “cruciais” na investigação de uma possível fraude na Longtop.

A iniciativa da SEC seria “essencialmente uma disputa entre a SEC e os reguladores chineses que força a Deloitte a se apoiar na lei chinesa para justificar a não entrega dos documentos”, disse Jacob Frenkel, um ex-advogado da SEC que agora trabalha com o escritório Shulman Rogers Gandal Pordy & Ecker em Potomac, Maryland.

“Firmas de auditoria sabem que a SEC tem o direito de pedir e revisar os papéis de trabalho. A questão é a disputa sobre o acesso a documentos relacionados a auditoria de companhias chinesas.”

“Cumprir uma intimação da SEC não é uma opção, é uma obrigação”, disse Robert Khuzami, chefe da área de fiscalização da SEC no comunicado. (Colaboraram Dune Lawrence, em Nova York, e Joshua Gallu, em Washington.)

Fonte: Debra Mao, Bloomberg, Valor Economico

19 janeiro 2011

Deloitte, CVM, Aracruz e o acordo

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu levar a julgamento a empresa de auditoria Deloitte Touche Tohmatsu e seu sócio e responsável técnico José Carlos Monteiro no caso ligado à perda de cerca de R$ 2 bilhões sofrida pela Aracruz Celulose em 2008, por causa de operações com derivativos cambiais.

O caso discute a responsabilidade dos envolvidos sobre o negócio que pôs em risco a própria sobrevivência da empresa e gerou prejuízo a seus acionistas. As operações escolhidas pela empresa eram mais baratas do que outras opções no mercado, mas dependia de estabilidade cambial. Com a crise de 2008 e a valorização súbita do dólar em relação ao real, a empresa teve perdas bilionárias.

Monteiro e a Deloitte, responsáveis pela auditoria das contas, tentaram um acordo com a autarquia para encerrar processo, sem presunção de culpa, mas tiveram sua proposta negada pelo comitê da CVM responsável por avaliar a questão. Ontem, a Deloitte esclareceu ter desistido da negociação por achar excessivo e desproporcional o valor sugerido pela autarquia. Disse ainda acreditar que seus procedimentos foram adequados e que levou em consideração exclusivamente o tempo e os custos advocatícios envolvidos na defesa para formular uma proposta. Monteiro e a Deloitte chegaram a oferecer R$ 150 mil e R$ 300 mil, respectivamente.

Mas o comitê inicialmente considerou os valores baixos, dado o "contexto em que se verificaram as infrações imputadas aos proponentes, a especial gravidade das condutas consideradas ilícitas e o histórico de ocorrências da empresa de auditoria". O comitê propôs então elevar os valores para R$ 800 mil a Monteiro e R$ 1,7 milhão à Deloitte. "A contraproposta financeira feita pela CVM foi considerada excessiva e desproporcional ao questionamento em si, razão pela qual decidimos não aceitá-la", disse a Deloitte em nota. A CVM então sorteou um relator para o caso, o que significa que a discussão segue para julgamento, ainda sem data marcada.

Deloitte vai a julgamento na CVM pelo caso Aracruz - Por Agência Estado

A CVM já sinalizou que irá endurecer com os problemas do mercado. A Deloitte, diante dos seguidos problemas, sabe que capitular agora poderá indicar que estaria disposta a aceitar multas maiores no outros casos que estava envolvida. Apesar da melhoria no papel da CVM, ainda é longo o tempo em que um processo leva para ser finalizado.

14 dezembro 2010

Links

O fracasso do carro barato da Tata

A escolha da profissão

Uma campanha publicitária: camisinhas custam menos que bebês

CVM multa KPMG por conta do balanço da PErdigão

Governo do Timor Leste melhora a evidenciação das suas contas públicas

O clube de futebol do Barcelona possui o melhor contrato de publicidade do mundo do futebol

A língua mais controversa mundo: pirahã

A reação da Deloitte ao Wikileaks

O ano da Deloitte

Carrefour e Panamericano revelaram problemas contábeis de cerca de 4 bilhões de reais. Na Brasil Telecom, o provisionamento adicional de 1,45 bilhão de reais em dívidas judiciais teve de ser realizado neste ano. Todas as inconsistências escaparam à investigação da Delloite

Auditar vem do latim audire, que significa ouvir. Já o dicionário Houaiss explica que auditar é o “exame comprobatório relativo às atividades contábeis e financeiras de uma empresa”, que deve ser feito tanto com base em números como em uma verdadeira investigação sobre a realidade da companhia em questão. No caso da Deloitte, cuja sede fica em Londres, tanto a escuta quanto a investigação estão sendo contestadas. Neste ano, a consultoria teve seu nome envolvido em três escandalosos problemas contábeis: Carrefour, Panamericano e Brasil Telecom.

Os dois primeiros casos estão frescos na memória, pois vieram à tona nos últimos dois meses e representam perdas totais próximas de 4 bilhões de reais para as companhias. Já o terceiro caso, menos difundido, cavou um buraco de cerca de 1,45 bilhão de reais no balanço de 2009 da Brasil Telecom – e os acionistas tiveram de arcar com o passivo. Sobre esse fato, a Deloitte jamais se pronunciou – e justamente ele deu início ao inferno astral que paira sobre a empresa em 2010.

Provisão mal feita – No caso da Brasil Telecom, os problemas transcorreram de forma discreta. Por meio de fato relevante, a operadora informou aos acionistas que teria de fazer uma provisão adicional de 1,45 bilhão de reais para o pagamento de dívidas judiciais. Tais débitos corriam em função do aumento de capital relacionado ao plano de expansão da companhia no início dos anos 1990.

Provisionar perdas com dívidas judiciais é fato comum nas empresas. De acordo com as normas contábeis, devem ser provisionadas no balanço as perdas prováveis – que se referem às ações que, provavelmente, a empresa perderá. Já as possíveis podem não acontecer e devem ser apenas mencionadas em notas explicativas. Por fim, as perdas remotas não precisam ser discriminadas. Quando, em 2009, a fusão entre Oi e Brasil Telecom foi aprovada e a integração contábil começou, instantaneamente muitos dos passivos avaliados como possíveis transformaram-se em prováveis, gerando a provisão bilionária.

A Deloitte, que auditava a empresa desde 2007, não verificou os problemas. Desta forma, a auditoria BDO foi chamada a levantar quais eram, exatamente, as perdas. “Houve o erro no reconhecimento das ações judiciais já transitadas em julgado, e que deveriam constar como despesas, mas que não estavam sequer provisionadas”, afirma uma fonte ligada à Brasil Telecom.

Explicação à francesa – O varejista francês Carrefour, que anunciou perdas de 1,23 bilhão de reais no Brasil no último dia 30, também terá de explicar a seus acionistas o que, de fato, aconteceu. O peculiar mercado varejista brasileiro permite que as redes recebam descontos de seus fornecedores na compra de produtos – o que no jargão do varejo leva o nome de ‘verba promocional’ ou ‘bonificação’. Tais quantias não estavam sendo discriminadas de forma correta nos demonstrativos financeiros há cerca de cinco anos, gerando parte do rombo.

O site de VEJA apurou que outra parte do passivo pode estar relacionada a problemas com a provisão de despesas judiciais, tal como no caso da Brasil Telecom. A KPMG, que assumiu a auditoria da rede no último trimestre, teria colocado as despesas possíveis e remotas contidas nos demonstrativos elaborados pela Deloitte como provisão de despesas prováveis. Desta forma, se o Carrefour vencer as ações judiciais em questão, talvez, no próximo ano, o que era rombo poderá se transformar em caixa.

Em comunicado, a auditoria se exime de qualquer culpa. “Esses ajustes foram definidos pela administração da matriz do Grupo Carrefour e não foram submetidos à auditoria da Deloitte no Brasil. Portanto, não temos como nos posicionar a respeito e entendemos que estes em nada modificam as demonstrações financeiras de anos anteriores, auditadas pela Deloitte”, afirma o documento. Os ajustes, de fato, foram levantados neste trimestre por outra auditoria. No entanto, a Deloitte não quis explicar como não reparou nos problemas contidos nos demonstrativos. O grupo Carrefour trabalha em auditoria conjunta com as duas empresas – tanto na matriz como em todas as filiais. Em 2009, pagou 5,7 milhões de euros à Deloitte e 6,1 milhões de euros à KPMG para realizarem seus trabalhos.

Baú de surpresas – Vale ressaltar que, no caso do banco Panamericano, os problemas contábeis eram mais graves e geraram rombo maior – de 2,5 bilhões de reais (até o momento), além de colocarem em xeque a eficácia da elogiada regulação do sistema financeiro nacional. Apesar de não ter percebido as inconsistências nas carteiras de crédito, na provisão em relação a inadimplentes, e nem as irregularidades das operações com cartões, a Deloitte afirmou em entrevistas à imprensa que não é culpada pelo que ocorreu e que vai 'restaurar sua reputação'.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) não acredita que a imagem das empresas do setor (incluindo a própria Deloitte) será punida pelo mercado. Além disso, garantiu que, tanto em relação ao Panamericano, quanto ao Carrefour, medidas serão tomadas. “Estamos investigando ambos os casos e solicitamos informações para a auditoria para que possamos formar um juízo”, afirma o vice-presidente do conselho, Enory Spinelli.

Enquanto os verdadeiros culpados pelos problemas não forem desmascarados, as atenções se voltarão para os que não perceberam as fraudes, e eram pagos para fazê-lo. A Deloitte é a bola da vez. Suas concorrentes, Ernst&Young, Pricewaterhouse Coopers e KPMG, também já vivenciaram problemas parecidos no Brasil e no mundo. As auditorias costumam entoar em coro que acreditam na idoneidade das empresas no momento em que elas fornecem informações classificadas como verdadeiras. Talvez seja a hora de mudar esse conceito e transformar-se em xerife. Ou então, que se crie um xerife para monitorar as auditorias.


O ano que a Deloitte queria esquecer - Veja - Ana Clara Costa

20 novembro 2010

Deloitte responde


A Deloitte, auditoria responsável pelas contas do Banco Panamericano, divulgou uma nota nesta quarta-feira (17) para negar que tenha maquiado as contas da instituição financeira de Silvio Santos. O comunicado da Deloitte afirma que foram veiculadas “inúmeras inverdades” e que está “indignada” com a imprensa.

Nesta quarta-feira, jornais e portais noticiaram que a empresa enviou o balanço do terceiro trimestre do banco para o Banco Central e para o próprio Panamericano. Esse relatório, supostamente, não trazia o rombo de R$ 2,5 bilhões – R$ 2,1 bilhões do próprio banco e outros R$ 400 milhões da área de cartões de crédito.

Segundo a nota da Deloitte, “uma empresa de auditoria não prepara demonstrações financeiras [balanços], as quais são de responsabilidade da Administração da empresa conforme estabelecido em lei”.

Após negar a confecção do relatório do terceiro trimestre, a auditoria concluiu que, “pela sua inexistência [do balanço], seria impossível que um suposto relatório tivesse sido enviado ao Banco PanAmericano e ao Banco Central”.

Por causa do rombo de R$ 2,5 bilhões, o Grupo Silvio Santos – controlador do Panamericano – teve que levantar esse valor com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para cobrir o prejuízo causado por uma suposta fraude na contabilidade da instituição.

Leia a nota da Deloitte na íntegra

"Deloitte comunica

Com relação à reportagem publicada hoje por jornal de grande circulação e que traz inúmeras inverdades, a Deloitte, indignada, tem a esclarecer o seguinte:
A inverdade começa já na manchete da primeira página de um de seus cadernos. Uma empresa de auditoria não prepara demonstrações financeiras (balanços), as quais são de responsabilidade da Administração da empresa conforme estabelecido em lei.
Conforme resposta enviada formalmente ao repórter, a Deloitte não preparou e não emitiu qualquer relatório sobre o balanço do terceiro trimestre de 2010 do Banco PanAmericano. Portanto, pela sua inexistência, seria impossível que um suposto relatório tivesse sido enviado ao Banco PanAmericano e ao Banco Central.
Não é possível que terceiros auditores, que teriam sido ouvidos pelo repórter, concluíssem sobre a suficiência de nossos procedimentos de auditoria sem ter tido acesso aos nossos trabalhos e sobre estes emitissem julgamento e afirmativas de forma irresponsável.
Surpreendeu-nos, ainda, o fato de o repórter ter apurado que a Deloitte não disporia de seguro para cobrir “eventuais erros de omissão de executivos” e ter publicado a informação, sem termos nos manifestado a respeito.
O repórter mencionou na matéria que a “unidade”, supostamente referindo-se à firma brasileira da Deloitte, “possa ser descredenciada pela matriz”. Trata-se de um absurdo sem igual, sem qualquer vínculo com a verdade. Denota total desconhecimento sobre a realidade e a estrutura de nossa organização.
A referida matéria menciona ainda outros casos de maneira incorreta. A empresa Bausch & Lomb nem sequer foi nossa cliente de auditoria.
Informamos que continuamos impedidos de nos pronunciar sobre o caso do Banco por questões de ética e normas profissionais.

Reiteramos que nosso compromisso é com a verdade dos fatos."


Auditoria nega maquiagem em rombo do Banco Panamericano
Empresa se diz “indignada” e afirma que foram veiculadas “inúmeras inverdades”

Fonte: Portal de Notícias R7, via blog do Alexandre Alcantara

18 novembro 2010

Panamericano: Deloitte II

A Deloitte, que audita os balanços do banco PanAmericano desde 2004, diz que não faz sentido a ideia de que auditores tenham maquiado números da instituição financeira de Silvio Santos.

Maurício Pires Resende, sócio da auditoria, afirma que esse tipo de interpretação equivocada decorre de uma incompreensão do papel das auditorias.

"Auditor não fecha balanço nem prepara demonstração financeira. A responsabilidade por isso é da empresa. O nosso trabalho é verificar se o dado está correto. Se alguém maquia, não é o auditor", afirma Resende, responsável por assuntos regulatórios na Deloitte.

Silvio Santos afirma que pretende processar a auditoria por não ter apontado o rombo de R$ 2,5 bilhões, descoberto em agosto pela fiscalização do Banco Central.

Segundo o sócio da Deloitte, o próprio presidente do BC, Henrique Meirelles, endossa a noção de que a empresa de auditoria não tem culpa sobre os problemas ao apontar que os responsáveis pelo rombo do PanAmericano são os diretores e o controlador da instituição.

Resende diz que não procede a informação publicada ontem pela Folha de que a Deloitte enviou uma demonstração financeira ao BC, em que o rombo aparecia apenas numa nota.

Bancos, afirma o auditor, enviam balancetes mensais ao Banco Central e a cada trimestre remetem um documento chamado IFT (Informação Financeira Trimestral), o qual é acompanhado de um relatório de revisão de auditores.

No caso do PanAmericano, a Deloitte não enviou o relatório do trimestre, segundo Resende. "Se alguém fez isso, não foi a Deloitte."

ILAÇÃO IRRESPONSÁVEL

Ele classificou de "ilação absolutamente irresponsável" a avaliação de auditores ouvidos pela Folha de que a auditoria do PanAmericano cometeu erros básicos.

"Para alguém dizer isso, teria de ter acesso ao nosso trabalho. Falar isso sem analisar tudo o que fizemos é uma ilação irresponsável."

Também não tem nenhum fundamento, segundo ele, o rumor de que a matriz inglesa tem planos de descredenciar a Deloitte brasileira da rede. Segundo ele, a Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes é uma empresa brasileira, que participa de uma rede mundial.

"O descredenciamento não foi cogitado pela firma internacional. Não há nenhuma ameaça", diz.

Os problemas com o banco PanAmericano foram expostos na rede internacional da Deloitte e a resposta foi de solidariedade, afirma Resende. A empresa brasileira "está recebendo todo o apoio necessário de toda a rede".

Resende afirma que também não tem nenhum fundamento a informação de que a empresa brasileira não tem seguro para eventuais indenizações.

O auditor diz que a Deloitte não pode se manifestar sobre o rombo do PanAmericano por restrições éticas da profissão. "Pretendemos esclarecer todas as dúvidas. Vamos nos manifestar no momento adequado."


Auditoria nega erro em banco de Silvio - 18 Nov 2010 - Folha de São Paulo

01 fevereiro 2009

Bom para Trabalhar

A KPMG, empresa de auditoria com sede em Nova Iorque, está na lista da Fortune das 100 melhores empresas para se trabalhar. Ocupa a 56ª. posição (era 71ª. no ano anterior). A Deloitte está logo após, em 61º. Lugar (95º. No ano anterior)

FEATURES; 100 BEST COMPANIES TO WORK FOR THE RANKINGS - And the Winners Are... - ROBERT LEVERING; MILTON MOSKOWITZ - 2 February 2009 – Fortune – 67 - Volume 159; Issue 2; ISSN: 00158259