A OpenAI, responsável pelo ChatGPT, está procurando resolver o que o NY Times chamou de crise existencial. Isso inclui redefinir sua parceria com a Microsoft e ajustar sua forma de atuação. Hoje, a OpenAI é uma entidade sem fins lucrativos, e a solução passa pela mudança desse status. Vários financiamentos, inclusive alguns já contratados, dependem dessa mudança — que também permitiria, no futuro, a abertura de capital.
Quanto à parceria com a Microsoft, as mudanças negociadas alterariam a cláusula do acordo original que tratava do acesso da empresa à tecnologia mais avançada caso a startup atingisse a chamada inteligência geral artificial — uma IA tão capaz quanto o cérebro humano, seja lá o que isso seja. Pelo desenho discutido, a Microsoft ficaria com cerca de 30% da nova OpenAI, enquanto a organização sem fins lucrativos que hoje a controla teria algo acima de 20%.
Para a Microsoft, o acordo pode ajudar a manter a empresa na liderança do desenvolvimento de IA. Há dúvidas se os reguladores aceitarão a conversão e existe, naturalmente, a pressão dos concorrentes.
A OpenAI precisa resolver o problema, pois os custos de IA são enormes. A própria empresa projetou um desembolso de caixa de 115 bilhões de dólares até 2029, o que inclui computação em nuvem e processadores.
Do ponto de vista contábil, essa mudança de natureza jurídica conecta-se ao que Niyama e Silva destacam no capítulo 1 de Teoria Contábil: a forma de estruturação de uma entidade — inclusive se pertence ao segundo ou ao terceiro setor — afeta como ela mensura e evidencia seu desempenho. Uma entidade do terceiro setor privilegia métricas de missão; já uma companhia com fins lucrativos passa a enfatizar geração de resultado, retorno ao investidor e divulgações alinhadas a essa finalidade.

Nenhum comentário:
Postar um comentário