11 março 2021
CVM revisa regras de ofertas públicas de ações
10 março 2021
Custo de entrada, Queima de Caixa e Remuneração dos Acionistas
Os carros elétricos tornaram-se o "futuro" da indústria automobilística. Há controvérsias se são adequados para um ambiente mais sustentável, mas o certo que a batalha entre os elétricos e os modelos tradicionais parece estar pendendo para os primeiros.
Quando comparamos os novos fabricantes - liderados pela Tesla - e os fabricantes atuais, a questão da competição entre estes dois grupos deve levar em consideração o custo de entrada, a queima de caixa e a remuneração dos acionistas.
A indústria tradicional (GM, Volks, Toyota e outros) estão sob a ameaça de uma mudança tecnológica que poderá tornar obsoleto o carro movido a derivado do petróleo. O dilema destes fabricantes é que para entrar na briga eles precisam de dinheiro para "queimar". Isto inclui fazer investimento em novos modelos e novos processos de produção. Mas este grupo precisa também de distribuir dividendos para seus acionistas. E não sobra recurso para ambos.
Os novos concorrentes conseguiram obter recursos via financiamento e a captação via mercado acionário. Alguns deles possuem uma grande reserva de caixa para queimar, podendo ter fluxo operacional negativo e grande saídas com investimento. Além disto, o acionista sabe que este é um jogo arriscado e não espera dividendos neste momento. E isto dispostas a destruir a indústria tradicional.
Neste ambiente, os fabricantes de carros elétricos estão reduzindo cada vez mais o preço dos modelos. E estão fazendo isto em razão da elevada concorrência, que não se resume somente a Tesla.
As empresas tradicionais resolveram investir. GM e Ford deverão gastar mais de 20 bilhões cada. A Volks disse que seu investimento na linha de carros elétricos será de quase 90 bilhões nos próximos cinco anos.
As montadoras tradicionais podem enfrentar um outro problema: os fabricantes novos planejam entrar no mercado de picapes. Este é o produto mais rentável. Mais concorrentes neste segmento significa redução no preço e nas margens. E menos dinheiro para as tradicionais empresas. Entre as montadoras tradicionais, quem estiver mais atrasada ou depender mais de captação de recursos, talvez não sobreviva.
Imagem: Tokyo EV
Crise? Na contabilidade?
O crescimento anual da receita de 100 maiores empresas de contabilidade está plotado no gráfico. E olha a surpresa aí: 2020, o ano da pandemia, a receita destas empresas cresceu. É bem verdade que a taxa foi menor que nos anos anteriores, quando o crescimento anual estava entre 6 a 9%. Mas foi o ano da crise para muitas pessoas.
A Era de Ouro da Ignorância
Não concordo, mas Tim Hadford é provocativo ao afirmar que estamos na era de ouro da ignorância:
(...) Como chegamos a isso? A explicação mais simples - para reaproveitar uma frase do ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers - é: “Existem idiotas. Olhe em volta." Mas embora haja uma certa satisfação visceral nessa explicação, há muito mais coisas acontecendo.
Robert Proctor, um historiador, cunhou o termo “agnotologia” [vide aqui] para descrever o estudo acadêmico da ignorância. Ele se interessou pelo fenômeno depois de estudar o esforço bem-sucedido da Big Tobacco para semear dúvidas sobre as evidências científicas sobre os riscos dos cigarros.
Três elementos [ajudam a explicar isto e] vale a pena destacar - nenhum deles [é] inteiramente novo.
Primeiro, distração. É possível que as pessoas gastem horas todos os dias consumindo o que é descrito como “notícias”, sem nunca se envolver com nada significativo. Algumas distrações são óbvias: fazer o sudoku não ajudará você a entender as implicações do acordo comercial pós-Brexit, assim como olhar para fotos de celebridades.
(...) Em segundo lugar, tribalismo político. Em um ambiente polarizado, toda afirmação factual se torna uma arma em um argumento. (...)
As distrações nos impedem de prestar atenção ao que importa, e o tribalismo político nos faz rejeitar evidências que colocam nossa tribo em uma posição ruim. Combine os dois, adicione esteróides e você terá o terceiro elemento da era da ignorância: o pensamento conspiratório.
Os pensadores da conspiração dedicam enorme energia mental para extrair significado de trivialidades. Evidências esmagadoras podem ser descartadas como notícias falsas fabricadas pela conspiração. Então, a ignorância pode ser banida? Não é fácil. David McRaney, criador do livro e podcast You Are Not So Smart , e Adam Grant, autor de Think Again , oferecem conselhos semelhantes: não comece com os fatos.
Em vez disso, estabeleça um relacionamento, faça perguntas e ouça as respostas. (Desnecessário dizer que isso é muito mais fácil em uma conversa na vida real do que nas redes sociais.)
(...) Em vez de tentar esclarecer outra pessoa, sugiro que cada um de nós comece com seus próprios pontos cegos. Estamos todos distraídos. Todos nós também temos tribos: sociais, senão políticas. Somos todos vulneráveis, então, a acreditar em coisas que não são verdadeiras. E somos igualmente vulneráveis a negar ou ignorar verdades importantes. Devemos todos desacelerar, nos acalmar, fazer perguntas e imaginar que podemos estar errados. É um conselho simples, mas muito melhor do que nada. É também um conselho muito fácil de ignorar.
Minha opinião é que a ignorância sempre existiu. Talvez agora seja mais fácil de mapear.
Imagem: aqui
09 março 2021
Clima e relatório para instituições financeiras
Duas semanas depois da eleição do presidente Joe Biden, o Partnership for Carbon Accounting Financials (PCAF) lançou o primeiro Global Greenhouse Gas Emissions Accounting and Reporting Standard for the Financial Industry.
Com estes padrões, as instituições financeiras podem medir e divulgar suas emissões em razão dos empréstimos e financiamentos (e investimentos) que fizeram.
Aqui um relatório de um funcionário das Nações Unidas sobre a questão do clima e as instituições financeiras.
A Febraban, uma entidade que reuni as instituições financeiras brasileiras, está apoiando este esforço e foi citada em um relatório de um Força-Tarefa sobre Divulgações Relacionadas com o Clima (TCFD).
Mudança na definição de Estimativas Contábeis
O Iasb (via aqui), entidade que emite normas contábeis de contabilidade financeira, está propondo uma alteração em um antiga norma, o IAS 8. Esta norma trata da questão de políticas contábeis e estimativas contábeis. A proposta é que a norma entre em vigor em 2023.
A distinção é importante, pois mudanças de políticas contábeis tem um efeito retroativo. Já as mudanças nas estimativas contábeis são registradas em termos prospectivo. Ou seja, é um assunto com impacto nas demonstrações contábeis de muitas empresas.
Achei interessante a proposta de definição de estimativa contábil. Segundo a proposta as estimativas são “valores monetários nas demonstrações financeiras que estão sujeitos à incerteza de mensuração”. Bastante abrangente, não?
Imagem: aqui
Auditoria de ESG
Os relatórios que combinam as questões sociais, ambientais e de governança estão na moda. Uma novidade é que os auditores podem contar com uma espécie de manual para o trabalho na área.
Uma parceria entre o AICPA e o CAQ, o relatório pretende ajudar os auditores na questão relacionada com a ESG, sigla para os três termos (ambiente, social e governança). O documento pode ser obtido no link acima.
08 março 2021
Confiança é Confiável
E já está no ar o Episódio #21 – A Confiança é Confiável? – da Série Ciência Aberta!
Neste episódio, conversamos sobre a pesquisa de dissertação de mestrado do PPGCont/UnB - A Confiança é Confiável? – da Pesquisadora Thais Mota Crabbi (UnB), orientado pelo Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva (PPGCont/UnB) e com apresentação do discente de graduação em Ciências Contábeis, Anderson Oliveira Menezes (UnB).
Malásia, Fundo Soberano e Deloitte
Já fizemos várias postagens sobre o assunto: um fundo soberano foi criado pelo governo da Malásia. Sua gestão sofreu a influência de um bon-vivant (foto), que aparentemente gastou parte dos recursos com festas, presentes caros para namorada (a atriz Miranda Kerr) e outros mimos. Além disto, um ex-presidente estava envolvido e foi preso pelo escândalo.
O fundo, 1MDB, foi auditado pela Big Four Deloitte, que não viu alguns problemas da gestão. Para resolver as pendências com o governo da Malásia, a Deloitte concordou em pagar 80 milhões de dólares. Entre 2011 a 2014, a Deloitte atuou no fundo. Nada mal: em 2019 o governo da Malásia anunciou uma multa de 584 milhões.
SEC cria uma força tarefa para o clima
A SEC, entidade que fiscaliza o mercado de capitais dos Estados Unidos, criou uma força tarefa, liderada pela vice-diretora de fiscalização da entidade, para tratar das questões de clima. A equipe irá verificar questões de má conduta relacionada não somente com o clima, mas também governança e questões sociais. Isto abrange a sigla ESG - ambiente, social e governança.
A equipe foi criada pela presidente interina da SEC, Allison Lee, mas provavelmente deverá persistir após a aprovação do novo presidente da SEC e sua nomeação. Afinal, o atual presidente, Joe Biden, prometeu em campanha fortalecer as políticas governamentais para o clima.
O trabalho da força tarefa deverá incluir a análise das divulgações relacionadas com o clima, o que inclui distorções naquilo que é divulgado. Com isto, a SEC coloca o clima como uma das prioridades.
Recentemente um estudo mostrou que empresas dos Estados Unidos estavam atrás das similares europeias na questão relacionadas com o clima, a questão social e a governança.
07 março 2021
Quando encerrar uma conversa...
Um estudo publicado em 1º de março na revista Proceedings of the National Academy of Sciences USA relata o que os pesquisadores descobriram quando subiram na cabeça dos locutores para avaliar seus sentimentos sobre quanto tempo uma determinada conversa deveria durar. A equipe descobriu que as conversas quase nunca terminam quando ambas as partes querem - e que as pessoas julgam muito mal quando seu parceiro deseja encerrar. Em alguns casos, porém, os interlocutores ficavam insatisfeitos não porque a conversa durasse muito, mas porque era muito curta. (...)
Razão para ESG
Hoje, mais de $ 40,5 trilhões globalmente são investidos de acordo com princípios ambientais, sociais e de governança. Mas quem define o que constitui um investimento ESG e até que ponto podemos confiar nas declarações ESG emitidas por empresas? Precisamos de um conjunto de normas ESG genuinamente globais - e a Europa pode, e deve, desempenhar um papel de liderança na sua formulação e implementação.
Longe de ser uma questão puramente técnica, avaliar o desempenho não financeiro das empresas é uma questão profundamente política. O primeiro passo é a escolha de indicadores para medir o desempenho ambiental ou social de uma empresa. Depois, há a questão de estabelecer padrões ESG básicos que a Europa, os Estados Unidos ou a China exigirão de todas as empresas que desejam fazer negócios em seus mercados, bem como um quadro de referência que influenciará diretamente os fluxos financeiros e de investimento.
06 março 2021
Locais de filmagens no mundo
Um infográfico com os principais locais de filmagens em cada país aqui. Na América Latina, a natureza:
(Esperava que fosse o Cristo no caso do Brasil ou as Cataratas)