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28 abril 2020

Restrição Orçamentária do Governo é Real e Implacável

Resumo:

This paper describes interactions between monetary and fiscal policies that affect equilibrium price levels and interest rates by critically surveying theories about (a) optimal anticipated inflation, (b) optimal unanticipated inflation, and (c) conditions that secure a “nominal anchor” in the sense of a unique price level path. We contrast incomplete theories whose inputs are budget-feasible sequences of government issued bonds and money with complete theories whose inputs are bond-money strategies described as sequences of functions that map time t histories into time t government actions. We cite historical episodes that confirm the theoretical insight that lines of authority between a Treasury and a Central Bank can be ambiguous, obscure, and fragile.

Marco Bassetto & Thomas J. Sargent, . "Shotgun Wedding: Fiscal and Monetary Policy," Staff Report, Federal Reserve Bank of Minneapolis.

Government plans debt waiver for 'small distressed borrowers ...

Lucro Social - Parte 2

No ano passado questionamos o conceito de "lucro social" usado pela Embrapa. Divulgou-se que a entidade tinha gerado um "lucro social" de 45 bilhões de reais. A notícia se repete. A empresa divulgou o Balanço Social e dentro dele o chamado "lucro social". Esta informação pode ser encontrada aqui.

Mas que diabos é o lucro social? No documento de 66 páginas temos:

impactos econômicos de 160 tecnologias e cerca de 220 cultivares incluídas no Balanço Social


Isto não ajuda muito. Como isto foi mensurado? Outro trecho:

A relação do lucro social pela Receita Operacional Líquida, em 2019, é de 12,29. Isso indica que, considerando apenas a receita da Embrapa em 2019 e o lucro social obtido, o retorno anual foi superior a 12 vezes o investimento.


Perceberam que o texto diz que "receita = investimento". Isto é muito grave. Mais um trecho:

a soma dos benefícios econômicos gerados anualmente por uma amostra de tecnologias em comparação com o orçamento anual da Empresa no mesmo período.

Veja que se o valor é comparativo, não se pode valor em unidades monetárias, mas em percentagem ou algo do gênero.Note também que os três conceitos não são similares. E a entidade não fornece pista sobre isto. O número 12 é tão absurdamente elevado que não é possível acreditar em uma entidade onde você investe $1 para obter de retorno $12 em apenas um ano. Ou será que não é isto?

P.S. A Embrapa deveria pedir desculpas por gastar tempo e dinheiro com isto. 

Regulação e Corrupção

Há um ditado que diz: criando as dificuldades, para vender as facilidades. Aparentemente isto parece ser verdade, segundo demonstrou uma pesquisa realizada em 131 países, entre 2006 a 2018, envolvendo mais de vinte mil empresas.

Geralmente o nível de corrupção tem sido medido através de uma "percepção". Este é o caso do índice mais conhecido, da Transparência Internacional. A partir de pesquisa realizada pelo Banco Mundial, World Bank´s Enterprise Surveys, Mohammad Amin e Yew Chong Soh, também do Banco Mundial, relacionaram a existência de regulação e sua ligação com a corrupção. Mas ao contrário da percepção do índice da Transparência Internacional, os autores investigaram se as empresas tiveram experiências com suborno e com carga regulatória. O resultado dos autores mostra que realmente o ditado está certo: maior carga regulatório significa mais corrupção. Mais especificamente, para cada ponto percentual de carga regulatória, a taxa de suborno é mais elevada em 0,03 ponto percentual.

Os resultados dos autores incluem não somente uma medida de corrupção geral, mas também a corrupção pequena, que inclui pagar para ligar a eletricidade ou a permissão de construção.

Título do Trabalho: Does Greater Regulatory Burden Lead to More Corruption?

Imagens da Crise

A Revista Piaui fez uma série de figuras sobre os efeitos do Covid-19 na economia.









Rir é o melhor remédio

Previsões

27 abril 2020

Reduziu o custo?

Muitas universidades transformaram as aulas presenciais em on-line por conta do Covid-19. O aluno que estava pagando por um curso presencial teria agora direito a um desconto? Questão interessante.

Já existe um movimento para tentar conseguir descontos nas mensalidades. Mas as instituições dizem que não ocorreu redução nos custos; na verdade, as aulas on-line aumentaram os custos. A grande questão é saber se os custos do ensino presencial são evitáveis ou não. Segundo as instituições, o maior custo é pessoal. Parte deste custo é evitável, ou seja, pode existir uma economia com a aula on-line. Resta saber o montante disto. Além disto, estas instituições devem estar pagando um conta de luz menor. Da mesma forma, devem ter dispensado o funcionário terceirizado da limpeza. Tudo isto poderia ser somado para chegar ao custo evitável. Além disto, em razão das medidas adotadas no país, há sempre a possibilidade de redução de salários e benefícios neste período. Mas o valor total talvez seja bem menor do que se poderia pensar, já que provavelmente a instituição deve continuar pagando o professor pela aula on-line. 

Outro aspecto é verificar se a mudança representou algum custo adicional (equipamento, contratação de software etc). Acho pouco provável.

Multiplan e o retorno

Quando a OMS declarou o Covid uma pandemia, algumas empresas começaram a tomar posição para o que poderia acontecer. Quase uma semana depois, no dia 17 de março, a empresa Multiplan algumas medidas que estava tomando, incluindo a redução do horário de funcionamento dos shoppings centers gerenciados pela empresa. Naquela ocasião, a Multiplan indicava que a medida “foi tomada com o intuito de resguardar a saúde e o bem-estar dos nossos consumidores, colaboradores, lojistas e de toda a população e será reavaliada constantemente pela Companhia de acordo com o desdobramento dos fatos, determinações e orientações das autoridades competentes”. A política da empresa era do tipo “entregar os anéis para não perder os dedos”. A empresa chamava a atenção para as medidas de prevenção e conscientização. Nos termos da empresa, “a Companhia tem trabalhado junto às autoridades, buscando atenuar os impactos causados pela situação atual e tem, também, se colocado à disposição para auxiliar em iniciativas que possam ajudar a sociedade”.

Mas isto não foi suficiente, já que os governos estaduais e municipais tomaram medidas de suspender as operações de alguns dos shoppings da empresa. No dia seguinte ao comunicado, a empresa teve que fechar os shoppings do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Ao dar a notícia, a empresa novamente enfatizou que estava trabalhando junto com as autoridades para “atenuar os impactos causados pela situação atual e tem, também, se colocado à disposição para auxiliar em iniciativas que possam ajudar a sociedade”. Um dia depois as unidades de São Paulo e Brasília foram suspensas e, logo a seguir, em Belo Horizonte, Canoas, Jundiaí e Ribeirão Preto. O comunicado encerrava com as mesmas palavras de apoio às autoridades.

Quase um mês depois, a mesma empresa publica um anúncio de página inteira nos jornais intitulado “O Coronavírus e a Saúde no Brasil”. O anúncio começa afirmando que se trata de uma epidemia (sic) de proporções mundiais e que “atinge o Brasil num momento extremamente delicado da nossa economia”. A seguir, a empresa afirma que está seguindo as orientações das autoridades internacionais de saúde para reduzir o risco de contaminação. E depois disto, uma estratégia de reduzir a gravidade da doença e a necessidade de levar em consideração os aspectos econômicos. O comunicado encerra com as seguintes frases:

Para vencermos essa pandemia [esta é a primeira vez que o termo é usado], o Brasil e o Governo contam com o trabalho indispensável de nossos agricultores, comerciários, industriários, prestadores de serviços, profissionais liberais e empresários que, através dos impostos pagos, sustentam a Nação [não é bem isto; o melhor seria “sustentam o governo”]. O desemprego e a fome podem gerar consequências tão ou mais letais que o coronavírus. Juntos vamos lutar pela saúde do Brasil!”

O texto encerra com a assinatura do CEO da empresa.

O conteúdo vai no sentido de que o isolamento social pode causar mais prejuízo do que as mortes. O desemprego e a fome podem ser tão ou mais prejudiciais que as mortes pelo Covid. É um argumento. O problema é que o anúncio força nos dados. Não irei falar do fato de que o anúncio superestima a população brasileira (indica 212 milhões de habitantes, versus o dado do Ibge de 211 para abril de 2020). Ou que o número de óbitos reportados pela OMS corresponde somente aos casos comprovados de mortes relacionadas com a doença; ou seja, as mortes pelo Covid-19 estão subestimadas. Também não é razoável comparar Brasil com Itália, onde a curva da doença está em momentos distintos.

Mas o texto usa o seguinte argumento: doenças respiratórias matam 150 mil pessoas por ano no Brasil e o coronavírus “contabiliza” [termo usado pela empresa] até o presente momento 3.313 mortes. Há uma comparação inadequada aqui: as mortes por outras doenças é contada em termos anuais, enquanto da pandemia é feita a contagem acumulada de alguns dias. Faz sentido? Não.

Veja que o argumento da Multiplan tem sua validade, mas forçar na tortura dos dados termina por comprometer o restante do texto.

Rir é o melhor remédio

Lucro operacional ou Ebitda?

26 abril 2020

Assembleias

Mais de trinta assembleias de acionistas já foram convocadas desde que a CVM regularizou a possibilidade do evento ser também digital. Eis um panorama interessante.

As seguintes empresas (total de 16) fizeram a convocação de forma exclusivamente digital:
Light - Anima - Usiminas - Paranapanema - Log-In - International Meal - Brasil Brokers - Sinqia - Alupar - Sabesp - Vale - Tupy - TLSA - Alpargatas - Arezzo - Vivara - Telebras

As empresas (12 até agora) a seguir estão chamando a assembleia de forma híbrida:

BRF - Emae - Banco da Amazonia - Bombril - Guararapes - Ideias Net - Coteminas - Santanense - Hering - Bahema - Ser - Copasa

Quanto ao sistema de comunicação, 13 empresas não indicaram, na convocação, o sistema que será usado ou indicaram que irão usar um sistema próprio ou um sistema a ser disponibilizado (BRF - EMAE - Bombril - Telebras - Guararapes - Brasil Brokers - Springs - Coteminas - Santanense - Bahema - Tupy - TLSA - Copasa - Springs). A demais indicaram o sistema, com uma predominância pelo Zoom (Light - Anima Holding - Paranapanema - Log-in - International Meal - Ideias Net - Alpargatas - Sabesp - Arezzo ou seja 9 empresas). Mas também foram citados Teams (4 empresas ou Usiminas - Banco da Amazonia - Mitre - Hering), Webex (Sinqia - Alupar - Vale), Webecast (Vivara) e Net Globe (Ser Educacional).

O leitor poderá notar que das nove empresas que irão usar o Zoom, oito fizeram a opção pela assembleia exclusivamente digital.

Medallion: o rei do mercado financeiro

Resumo:

The performance of Renaissance Technologies’ Medallion fund provides the ultimate counterexample to the hypothesis of market efficiency. Over the period from the start of trading in 1988 to 2018, $100 invested in Medallion would have grown to $398.7 million, representing a compound return of 63.3%. Returns of this magnitude over such an extended period far outstrip anything reported in the academic literature. Furthermore, during the entire 31-year period, Medallion never had a negative return despite the dot.com crash and the financial crisis. Despite this remarkable performance, the fund’s market beta and factor loadings were all negative, so Medallion’s performance cannot be interpreted as a premium for risk bearing. To date, there is no adequate rational market explanation for this performance.


Medallion Fund: The Ultimate Counterexample?Bradford Cornel The Journal of Portfolio Management March 2020, 46 (4) 156-159; DOI: https://doi.org/10.3905/jpm.2020.1.128


Medallion Fund - Posts | Facebook

Divórcio Embraer Boeing

O Covid fez mais uma vítima: o acordo entre as fabricantes de aviões Embraer e Boeing está desfeito. Este acordo surgiu depois que a Airbus adquiriu a fabricante canadense Bombadier. Nos últimos meses, a Boeing enfrentava problemas sérios de reputação (queda de aviões), atrasos e cancelamento de encomendas. A crise das cias aéreas parece que foi o ponto final.

A Boeing acusou a Embraer de não cumprir o combinado para fechar o acordo. A empresa brasileira julga que a Boeing cancelou o acordo de forma indevida, arrumando justificativas.

Fontes da indústria dizem que a Boeing estava interessada na Embraer principalmente pelo acesso a engenheiros de baixo custo e novas opções de fabricação, mas agora está pensando em cortar 10% de sua força de trabalho enquanto também procura ajuda federal dos EUA para o setor aeroespacial.


Segundo a Reuters, há uma multa de 100 milhões de dólares, mas parece que a Embraer quer mais, alegando que foi prejudicada nas vendas dos jatos E2. A agência Estado afirma que

A Embraer, que informou acreditar estar em conformidade com suas obrigações no acordo e ter cumprido com todas as condições necessárias até a data de ontem (prazo final para conclusão), disse que buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos.

Concurso CAF de ensaios universitários: ideias para o futuro


O CAF — banco de desenvolvimento da América Latina — abriu as inscrições para o concurso de ensaios universitários "Ideias para o futuro", que tem como objetivo reunir a visão dos jovens universitários sobre os desafios para o desenvolvimento da América Latina e o Caribe.

O concurso premiará o melhor ensaio em âmbito nacional para, posteriormente, escolher os três melhores ensaios ao nível ibero-americano. Os ganhadores ao nível ibero-americano apresentarão seus ensaios na Conferência CAF, que será realizada na Cidade do México em novembro de 2020, e poderão receber os seguintes prêmios:

Prêmio Guillermo Perry: USD 3.000 (três mil dólares dos Estados Unidos).
Segundo colocado: USD 2.000 (dois mil dólares dos Estados Unidos).
Terceiro colocado: USD 1.000 (mil dólares dos Estados Unidos).

Temática:
A temática dos ensaios deve ser centrada nos desafios de desenvolvimento enfrentados pela América Latina e o Caribe. Seguem algumas perguntas que servem de orientação para elaborar os ensaios:
  • Como podemos preparar nossos países para combater e recuperar-se, com maior rapidez, diante de crises sociais, econômicas ou de saúde?
  • Como os países da América Latina e do Caribe podem evitar cair na armadilha da renda média?
  • Como equilibrar a agenda social com a estabilidade econômica?
  • Como estabelecer mecanismos adequados para a expressão do descontentamento social?
  • Quais são as áreas mais urgentes para acelerar o desenvolvimento da América Latina?
  • Como conseguir que as PME latino-americanas sejam mais competitivas e ofereçam emprego de melhor qualidade?
Critérios para participação:
  • Idade entre os 18 e 29 anos (nascidos estritamente entre 31 de dezembro de 1990 e 1º de janeiro de 2002).
  • Jovens estudantes universitários de graduação e pós-graduação de qualquer disciplina, inscritos em uma universidade de qualquer dos 19 países da CAF, com comprovante de matrícula (comprovante de aluno regular ou equivalente).
  • Não poderão participar desta convocação funcionários, estagiários, consultores, ex-funcionários e ex-consultores, seja da CAF ou dos Bancos Centrais, nem familiares de até segundo grau de consanguinidade dos funcionários da CAF e dos Bancos Centrais.
  • Os autores deverão apresentar, no máximo, um ensaio. A participação é estritamente individual.
  • Os participantes deverão enviar seus ensaios pela página caf.com/pt, preenchendo todos os campos expressamente declarados obrigatórios.
Fonte: http://ideasparaelfuturo.caf.com/pt, enviado por Jaqueline Sales, a quem agradecemos.

Rir é o melhor remédio

Recentemente postamos sobre casamento on-line.

25 abril 2020

Irreprodutibilidade da Pesquisa Contábil

Resumo:

We have little knowledge about the prevalence of irreproducibility in the accounting literature. To narrow this gap, we conducted a survey among the participants of the 2019 JAR Conference on their perceptions of the frequency, causes and consequences of irreproducible research published in accounting journals. A majority of respondents believe that irreproducibility is common in the literature, constitutes a major problem and receives too little attention. Most have encountered irreproducibility in the work of others (although not in their own work) but chose not to pursue their failed reproduction attempts to publication. Respondents believe irreproducibility results chiefly from career or publication incentives as well as from selective reporting of results. They also believe that practices like sharing code and data combined with stronger incentives to replicate the work of others would enhance reproducibility. The views of accounting researchers are remarkably similar to those expressed in a survey by the scientific journal Nature. We conclude by discussing the implications of our findings and provide several potential paths forward for the accounting research
community.

Hail, Luzi and Lang, Mark H. and Leuz, Christian, Reproducibility in Accounting Research: Views of the Research Community (March 15, 2020). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3554020 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3554020


2 Scientific Methods and Knowledge | Reproducibility and ...

OMS lança iniciativa global para tratamentos da covid-19

Desde que os primeiros casos de covid-19 surgiram na China no final de 2019, o ritmo da inovação médica foi de tirar o fôlego. Os esforços dos cientistas do mundo já estão começando a dar frutos. Em menos de quatro meses, vários ensaios para novas vacinas e tratamentos promissores começaram. Isso pode oferecer uma saída para a crise do covid-19.

No entanto, com a corrida global para desenvolver novos tratamentos, diagnósticos e vacinas, uma pergunta não foi respondida: como essas inovações essenciais podem ser entregues globalmente e de maneira justa, onde são mais necessárias? Uma iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciada em 24 de abril, busca fornecer uma resposta.

Existe urgência nessa questão, porque o impacto global da covid-19, tanto na saúde das pessoas quanto em seus meios de subsistência, significa que uma solução global seria superior a muitas nacionais individuais, nas quais cada país tenta encontrar uma vacina ou uma cura para seus próprios cidadãos isoladamente, e cada país tenta manter suprimentos vitais, mas escassos. O vírus se espalha através das fronteiras, por isso é melhor controlado globalmente. Um esforço comum será menos oneroso, tanto quanto a vidas quanto a dinheiro, do que a busca apenas pelos interesses nacionais.

Os Estados Unidos e a União Européia já restringiram as exportações de equipamentos de proteção individual. Há receios de que isso se estenda às vacinas. Durante a pandemia da gripe suína de 2009, a exportação de vacinas para o exterior tornou-se uma questão política sensível nos Estados Unidos. Como as vacinas são a estratégia de saída de longo prazo do mundo para a crise, uma abordagem global é especialmente valiosa.

Por vários meses, nos bastidores, autoridades de saúde, ONGs, financiadores e pesquisadores de todo o mundo vêm buscando uma solução. Desde fevereiro, ficou claro que havia uma necessidade urgente de um plano para financiar, desenvolver e distribuir vacinas globalmente. Mesmo que meios bem-sucedidos de imunização possam ser encontrados, o mundo nunca produziu uma vacina na velocidade prevista (talvez na primeira metade de 2021) ou na escala - eventualmente e idealmente, mundial.

E mesmo quando as vacinas estão sendo produzidas em massa, os suprimentos serão limitados. Uma estratégia para usá-los precisa ser elaborada com antecedência. Pode ser, por exemplo, dar prioridade aos profissionais de saúde, países com surtos ativos ou pontos de acesso da infecção. Existem muitas permutações possíveis de distribuição. Idealmente, cada um precisa ser considerado e comparado - e rapidamente.

Em 24 de abril, um grupo de "atores globais da saúde" se juntou à OMS para iniciar uma parceria para acelerar o desenvolvimento e o acesso global às tecnologias da saúde, incluindo vacinas, para combater a covid-19 em todo o mundo. Entre os envolvidos estão o Wellcome Trust, uma grande instituição de caridade médica britânica, bem como o Banco Mundial e governos, incluindo os da França, Noruega e África do Sul. Os Estados Unidos estão notavelmente ausentes.

O ACT Accelerator, como é chamado, irá acelerar e ampliar as ferramentas necessárias para acabar com a pandemia. Muitos de seus parceiros, como a Fundação Gates e a GAVI, um grupo de financiamento de vacinas, e o Fundo Global, que financia a batalha contra a Aids, malária e tuberculose, têm décadas de experiência no combate às crises globais da saúde, na ampliação de soluções e na entrega delas. Mesmo sem o poder de fogo do governo americano, este é um grupo poderoso.

Embora o ACT Accelerator não esteja com falta de ambição, está com pouco dinheiro. Serão necessários US $ 8 bilhões em financiamento inicial, de uma só vez. Isso foi identificado como necessário há dois meses atrás, diz Alex Harris, chefe de política global do Wellcome Trust. (O valor é baseado em uma avaliação do Conselho Global de Monitoramento da Preparação, um órgão independente de monitoramento e prestação de contas.) Espera-se que governos, agências da ONU e outros desembolsem o dinheiro em uma conferência de compromisso em 4 de maio. O ministro das Finanças da Arábia Saudita disse que já foram prometidos US $ 2 bilhões. Dos US $ 8 bilhões, US $ 3 bilhões serão para pesquisa e desenvolvimento de vacinas e US $ 2,25 bilhões para medicamentos.

Muitos detalhes precisarão ser elaborados, e o trabalho futuro provavelmente será difícil. O chefe do programa de vacinas será Sir Andrew Witty, presidente do UnitedHealth Group, um gigante americano da saúde (ele está suspendendo temporariamente esse papel). Sir Andrew, que costumava administrar a GlaxoSmithKline, fabricante de vacinas, traz uma riqueza de experiência nos negócios.

Ele precisará formular um plano para ajudar a identificar os melhores candidatos a vacina, financiar seu desenvolvimento e concordar em como compartilhá-las. Essa abordagem cooperativa também significa que nenhum país perderá com se falhar durante o desenvolvimento de uma vacina ou com a impossibilidade de se conseguir vacinas fabricadas em outros lugares. Medicamentos e equipamentos de proteção também precisarão do mesmo tipo de planejamento. É apenas um começo. Mas é um sinal de que os adultos estão chegando à mesa.

Fonte: Adaptado daqui.

Censura na pesquisa sobre Covid

Denúncia do blog LSE mostra que pesquisas sobre o Covid-19 estão sendo censuradas na China. Isto inclui um sistema de verificação prévia dos artigos, onde funcionários do governo determinam se a pesquisa tem valor acadêmico e se o momento da publicação é adequado. Isto não é uma prática nova na China, que já tinha feito uma triagem em artigos sobre assuntos sensíveis, como os três Ts (Tiananmem, Tibete e Taiwan).  

Issues of censorship surrounding the publication of scholarly research in China have been prominent since a series of press reports and publisher statements revealed that works had been removed from circulation that were deemed sensitive by Chinese buyers. As George Cooper observes, evidence that Chinese authorities are conducting pre-publication vetting of COVID-19 related research, raises new challenges for publishers seeking to distribute open access research papers on this subject, as there is little ground for publishers to remove these papers from their platforms. As publisher commitments to openness collide with their obligations to operate within the legal frameworks of the countries they operate in, it is argued that COVID-19 presages an overdue discussion on the limits of openness in publishing.

Caixa

No momento da crise, o volume de caixa é muito importante. Eis um levantamento da posição de liquidez de algumas empresas dos EUA