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15 janeiro 2020

Carlsen alcança outra marca no xadrez: 111 partidas sem perder

Está sendo realizado na Holanda o tradicional torneio Tata de xadrez. Nas quatro primeiras rodadas, o grande campeão mundial, Magnus Carlsen, saiu com quatro empates. Parece muito ruim para quem é o maior jogador da atualidade; com estes empates, Carlsen perdeu 8,4 pontos no rating, caindo para 2863,6, menos de 26 pontos da maior pontuação da história (de Carlsen, obviamente). Mas Carlsen acaba de bater uma marca incrível: 111 jogos sem perder. Entre 2004 a 2005, o enxadrista Tiviakov ficou 110 partidas sem sofrer derrota, embora jogando com adversários mais fracos: o rating médio dos adversários de Carlsen foi de 2700 (menos de quarenta jogadores possuem hoje uma marca maior que esta), enquanto de Tiviakov foi de 2.476.

Se vencer o torneio, seria a oitava vez que Carlsen faz isto. Recentemente, o norueguês venceu os títulos mundiais de Rápido e Blitz. Com isto, ele é o campeão mundial no jogo clássico e nos dois estilos rápidos. E em dezembro, Magnus tornou-se o melhor do mundo no Fantasy Football Premier League, na frente de 7,3 milhões de pessoas.

Enquanto joga o torneio da Holanda, Carlsen começa a estudar os potenciais adversários na disputa do título de xadrez. Em abril, oito classificados irão disputar um torneio cujo vencedor irá enfrentar Carlsen no final de 2020: um americano (Caruana, italiano de nascença, e último desafiante), dois chineses, três russos, um Azerbaidjão e um holandês.

Dos atuais jogadores, talvez um deles possa, no futuro, derrotar Carlsen. Trata-se do iraniano Alireza Firouzja. Nascido em 2003, Firouzja já tem 2723 pontos de rating, o que garante estar entre os melhores do mundo. Por uma questão política, os jogadores do Irã deixam de participar de torneios com a presença de israelenses. No final de 2019, Firouzja deixou de competir pelo Irã e passou a disputar torneios com a bandeira da federação internacional de xadrez, a Fide. Ele foi considerado por Nakamura como um dos três melhores jogadores de xadrez com tempo reduzido, ao lado de Carlsen e Nakamura. No campeonato mundial de xadrez rápido e blitz Firouzja chegou a estar em vantagem contra Carlsen, mas perdeu o jogo por uma questão de regulamento. E ele tem 16 anos, somente. No torneiro da Holanda, que Carlsen está jogando, Firouzja venceu duas, empatou uma e perdeu uma. Seu rating aumentou 9,7 pontos com este resultado.

Doação para o terceiro setor

As entidades do terceiro setor tem como uma das principais fontes de renda as doações. A questão contábil já foi discutida bastante, mas agora surgiu algo novo: como lidar com as doações inadequadas? Eis um caso interessante. Jeffrey Epstein faleceu recentemente, mas ficou com a fama de ser um predador sexual. Entre 2002 a 2017, Epstein fez diversas doações para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts ou MIT. Além disto, ele visitou a universidade pelo menos nove vezes.

Depois que a vida de Epstein começou a ser questionada, o MIT ficou preocupado com os efeitos destas doações e das visitas. A entidade contratou um escritório de advocacia, que fez um relatório sobre a relação de Epstein com o MIT. Desde 2008, Epstein já tinha uma ficha criminal não recomendável: tinha declarado culpado de duas acusações criminais por solicitar prostituição com menores. Depois disto, passou um ano na cadeia.

Depois da pena, Epstein visitou o MIT pelo menos nove vezes. O relatório conclui que a administração central não sabia que estas visitas aconteciam. O relatório absolveu a administração do MIT por estas visitas, mas afirmou que ocorreram erros em aceitar as doações de Epstein após a sua condenação. E grande parte das doações financeiras foram após suas condenação na Flórida, em 2008. Mas a investigação mostrou que as doações foram realizadas para dois pesquisadores de um laboratório, o MIT Media Lab: o ex-diretor, Joi Ito e o professor Seth Lloyd. O relatório aponta o dedo para ambos, por não terem "informado adequadamente o MIT sobre as doações". Isto soa estranho, pois uma doação deveria ter passada pela contabilidade do MIT.

Também soa estranho, ou cínico, a atitude do MIT, condenando agora as doações. Se uma pessoa é condenada e cumpre sua pena, será que as pessoas que estão recebendo uma doação necessitam recusar a doação?

Sobre o caso, leia Nidhi Subbaraman. MIT review of Epstein donations finds “significant mistakes of judgment”. Nature. doi: 10.1038/d41586-020-00072-x

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14 janeiro 2020

Ministro da economia da Sérvia

O ministro da economia da Sérvia obteve seu doutorado na Faculdade de Ciências Organizacionais (FOS) da Universidade de Belgrado em 2013. O trabalho era sobre criação de valor nas situações de reestruturação e privatização. Na mesma época da defesa, Mali tinha também submetido uma tese na Faculdade de Economia, mas não está claro se tratava do mesmo trabalho ou de outro, original.

Em 2014, um site afirmou que pelo menos um terço da tese tinha sido plagiado, inclusive usando textos da Wikipedia. No mesmo ano, uma editora informou que um artigo de Mali tinha parágrafos não citados de outro autor. Em 2015, Mali tem um trabalho retirado da revista "Organization and Management", que depois republicou o texto, com a correção.

No final de 2016, uma comissão de ética da FOS concluiu que pela não contestação da contribuição científica do trabalho. Mas um acadêmico contestou e afirmou que o trabalho é um plágio, solicitando a anulação do doutorado.

Já em 2017, o relato da comissão de ética foi rejeitado e outra comissão foi formada. Mali não foi a única figura pública que teve problemas com plágio. Mas o seu caso prosseguiu com uma série de investigações e relatórios. Para encurtar, em dezembro de 2019, a Universidade de Belgrado cassou o doutorado de Mali por plágio.

Agenda 2020

Eis uma possível agenda do Iasb para o ano (com nome do projeto, o tipo de documento e data esperada):

Goodwill and impairment - Discussion paper - Q1 2020
Comprehensive review of the IFRS for SMEs - Request for information - Q1 2020
Business combinations under common control - Discussion paper - Q2 2020
IBOR reform and its effects on financial reporting — Phase 2 - Exposure draft -  Q2 2020
Rate-regulated activities - Exposure draft -  Q2 2020
Post-implementation review of IFRS 10, IFRS 11, and IFRS 12 - Request for information - Q2 2020 Disclosure initiative — Targeted standards-level review of disclosures - Exposure draft - H2 2020 Management commentary (wider corporate reporting) - Exposure draft - H2 2020 2020
Agenda consultation - Request for information -  H2 2020

Mudança no Oscar

A Netflix teve a sua primeira indicação ao prêmio Oscar em 2014. Em 2018 foram 8, número que aumentou para 15 em 2019 e aumentou para 24, para este ano, segundo o anúncio feito ontem. Se no ano passado foi Roma, este ano é o filme Irishman, com 10 indicações.

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13 janeiro 2020

Oligopólio x Censura

In my latest Locus column, Inaction is a Form of Action, I discuss how the US government's unwillingness to enforce its own anti-monopoly laws has resulted in the dominance of a handful of giant tech companies who get to decide what kind of speech is and isn't allowed -- that is, how the USG's complicity in the creation of monopolies allows for a kind of government censorship that somehow does not violate the First Amendment. 


We're often told that "it's not censorship when a private actor tells you to shut up on their own private platform" -- but when the government decides not to create any public spaces (say, by declining to create publicly owned internet infrastructure) and then allows a handful of private companies to dominate the privately owned world of online communications, then those companies' decisions about who may speak and what they may say become a form of government speech regulation -- albeit one at arm's length.

I don't think that the solution to this is regulating the tech platforms so they have better speech rules -- I think it's breaking them up and forcing them to allow interoperability, so that their speech rules no longer dictate what kind of discourse we're allowed to have. 

(via aqui)

Sobre a importância do Oriente Médio

Even beyond Iran, the region scarcely registers on multinationals’ profit-and-loss statements. The Middle East and Africa accounted for 2.4% of listed American firms’ revenues in 2019, according to Morgan Stanley, a bank. For European and Japanese companies it was 4.9% and 1.8%, respectively. Middle Easterners still buy comparatively few of the world’s cars (2.3m out of 86m sold globally in 2018). Peddlers of luxury goods like Prada, an Italian fashion house, and L’Oréal, a French beauty giant, book 3% of sales in the Middle East (not counting sheikhs’ shopping trips to Milan or Paris).

The overall regional footprint of Western finance appears equally slight. At the end of 2018 big American banks had $18.5bn-worth of credit and trading activity in the region, equivalent to 0.2% of their assets. This includes JPMorgan Chase’s $5.3bn business in Saudi Arabia and Citigroup’s $9.6bn exposure to the United Arab Emirates (UAE). European banks have, if anything, been retreating. BNP Paribas of France sold its Egyptian business seven years ago and earned a footling €121m ($143m) in the Middle East in 2018. HSBC reports a substantial $58.5bn in Middle Eastern assets, though that is still a rounding error in the British lender’s $2.7trn balance-sheet.


Fonte: The Economist. Via aqui, que destaca a ausência do setor de energia. 

Velocidade na estrada

Um mapa mostrando os limites de velocidade no mundo:

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12 janeiro 2020

Decisões Financeiras de um Casal Real

O príncipe Harry e sua esposa, a ex-atriz Meghan Markle, anunciaram que estão se afastando das suas obrigações reais. Há uma suspeita de que o racismo poderia ser uma razão para a decisão (vide aqui).

A notícia pode ser interessante para quem gosta de finanças pessoais, avaliação de marca e gerenciamento patrimonial. Assim como o Brexit, a decisão, chamada de Megxit, a decisão parece estar ocorrendo de forma caótica. Em termos financeiros e sob a ótica do casal, a decisão criou um problema: como manter o estilo de vida sem a receita real? Outra outra decisão (vão mudar o estilo de vida) parece que foi tomada, já que o casal pretende passar mais tempo na América do Norte

O caso torna interessante pois permite diferenciar balanço de DRE. Em termos de balanço, o casal parece ter um patrimônio avaliado em 30 milhões de dólares, sendo 5 milhões de Meghan - da época que era atriz, e o restante de Harry, resultado da herança da mãe. Mas isto é diferente da DRE, que apresenta as receitas e despesas do casal.

Hoje 95% das despesas do casal tem origem nos recursos do pai, o príncipe Charles, e o restante do Fundo Soberano, originário do governo britânico, que paga à Família Real para realizar certas tarefas e cuidar dos palácios reais. Isto não conta os custos de segurança, que são pagos pelos súditos, à parte. Esta conta deve ter um valor de 100 mil libras esterlinas por ano. Com a decisão, o casal deixa de receber o dinheiro do Fundo Soberano ou 5% da renda. A segurança deve continuar e os valores deverão aumentar, já que o casal pretende viver mais na América do Norte.

O fluxo de caixa futuro poderá ser reforçado com receita de livros e salário de televisão. O casal Obama, por exemplo, receberam 60 milhões de dólares de adiantamento sobre livros de memória. Ou seja, há um grande potencial aqui, já que a conta de ambos no Instagram tem mais de 10 milhões de seguidores e Meghan foi a pessoa mais procurado no Google do Reino Unido.

Além disto, o casal pode cortar despesas. As roupas durante a maternidade de Meghan tiveram um custo de 500 mil dólares e a acupuntura e numerologia custaram 11 mil.

Olhando sob a ótica financeira, parece que a decisão do casal pode ter sido interessante, já que tem o potencial de liberar seu tempo para ganhar dinheiro de forma menos convencional para a família real

Ver mais aqui e aqui