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08 novembro 2019

História da Contabilidade em 20 imagens

O texto a seguir é uma adaptação da seção "Ilustração" do livro de Jacob Soll, The Reckoning. São vinte imagens. Boa Leitura.

Jan Provost, A Morte e o Avarento, no início do século dezesseis. Groeningemuseum, Bruges, Bélgica. Mestres holandeses e flamengos pintaram imagens de aviso, celebrando a proeza de seus cidadãos na contabilidade e alertando que os humanos nunca poderiam equilibrar completamente seus livros. O homem teria que prestar contas a Deus, que sempre faria o acerto de contas final.

Hendrick ter Brugghen, O Chamado de São Mateus, 1621. Museu Central em Utrecht, Holanda. Santo padroeiro dos contadores, banqueiros e perfumistas, São Mateus transmitiu mensagens conflitantes sobre finanças, deixando a cristandade com um grande enigma moral: era ou não imoral administrar e ganhar dinheiro? Mateus insistia que a riqueza tinha que ser tratada com competência e honestidade, mas, ao mesmo tempo, era terrena e pecaminosa. Essa ambiguidade moral ainda hoje está conosco.

Hans Memling, Último julgamento, painel central, c. 1467-1471. Pomorskie Museum, Gdansk, Polônia. O diretor da agência de Bruges do Banco Médici, Tomasso Portinari, encomendou a pintura de Hans Memling, O Último Julgamento, (pintado entre 1547-1461). Nele, o arcanjo São Miguel mantém uma escala de acerto de contas final, na qual pesa almas e decide quem vai para o inferno. A vida imitou a arte quando, em 1477, Portinari arruinou o Banco Medici com investimentos arriscados e foi lançado na pobreza e desgraça.
Francesco Sassetti, Libro Segreto (Archivio di Stato di Firenze, Itália). As páginas do livro contábil secreto do chefe de contabilidade para o Banco Medici, Francesco Sassetti, revel suas falhas como contador. Quando essas contas foram feitas no início dos anos 1470, Sassetti havia se tornado descuidado com as auditorias e os lançamentos, e o banco estava à beira do colapso financeiro.
Domenico Ghirlandaio, Confirmação da Regra Franciscana pelo Papa Honorius III, c 1485. Detalhe da nave da capela Sassetti, Santa Trindade, Florença, Itália. Mais do que focar na disciplina contábil e na administração bancária, Sassetti foi consumido por seu patrocínio à Capela Sassetti de Ghirlandaio na Igreja de Santa Trindade, em Florença, uma obra prima da arte neoplatonista. Já não se via como contador, mas como patrício piedoso e instruído, Sassetti foi pintado ao lado de seu empregador e do governante de Florença, Lorenço "O Magnífico" de Medici.
Domenico Ghirlandaio - Francesco Sassetti e seu filho Teodoro, c. 1488. The Metropolitan Museum of Art. O retrato Francesco Sassetti e seu filho Teodoro (1488) é notável por sua falta de semelhança com o retratado. Ele foi pintado na sua ausência porque Sassetti partiu para Lyon para assumir a responsabilidade pelo colapso da filial e deixou a pintura como uma lembrança de si mesmo para seus filhos. Antes um contador habilidoso e respeitado, o homem que ajudou a derrubar o Banco Medici retornaria a Florença como um homem em ruínas.
Jacopo de Barbari, Retrato de Frei Luca Pacioli, c. 1500, Museo di Capodimonte, Nápoles, Itália. Retrato famoso de Jacopo de Barbari do Frei Luca Pacioli, autor do primeiro manual impresso de contabilidade de partidas dobradas. A estatura de Pacioli como professor de matemática e contabilidade era tal que ele foi pintado em primeiro plano, com seu aluno e patrão, Guidobaldo de Montefeltro, Duque de Urbino, estando atrás dele. Um contador nunca mais seria pintado em superioridade a um homem da nobreza.
Jan Gossaert, Retrato de um Mercador, c. 1530. National Gallery of Art, Washington. No início dos anos 1500, Antuérpia e cidades vizinhas tinha tornardo o centro do comércio mundial e expertise contábil. A famosa pintura de Jan Gossaert celebra a riqueza e as ferramentas contábeis correspondentes de um mercado de sucesso, Jan Snouck Jacobs (1510-1585)
Quentin Metsys, O lavador de dinheiro e sua esposa, 1514. Museu do Louvre, Paris, França. A pintura de Quentin Metsys é um estudo de como os comerciantes podiam levar uma vida piedosa administrando bem seu dinheiro e também sendo cristãos devotos. Observe que a esposa segura um Livro de Horas iluminado com um retrato da Virgem Maria e que contas e letras de câmbio estão na prateleira ao fundo.
Marinus van Reymerswaele, O Cambista e sua esposa, 1539. Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha. Em uma versão posterior do quadro de Metsys, Marinus van Reymerswaele remove o aspecto religioso, substituindo o livro do salmo por um livro contábil, celebrando, assim, tanto a proeza flamenga na contabilidade quanto a virtude da boa irmandade.
Quentin Metsys, Os cambistas, c. 1549, Musei Bellas Artes de Bilbao, Espanha. Em 1540s, entretanto, artistas como Quentin Metsys e Marinus van Reymerswaele começam a retratar contabilidade como uma atividade possivelmente fraudulenta e imoral. Tanto Metsys e van Reymerwaele pintaram um número de versões desta imagem de "cambistas" ou "coletores de impostos" não confiáveis e possivelmente judeus.
Marinus van Reymerswaele, Dois coletores de impostos, c. 1540. National Gallery, Londres. Nesta pintura de coletores de impostos mantendo as contas, van Reymerswaele descreve vividamente as ferramentas usadas pelos contadores: livros, letras de câmbio, selos e arquivos. No entanto, ele associa a gestão financeira com figuras distorcidas e toucas satíricas, possivelmente apontamento para a loucura humana da ganância e a arrogância na gestão de fortunas. Em lugar de celebrar a contabilidade e o comércio, estes quadros alertam para o perigo de confiar demais nas ferramentas financeiras do cálculo e da gestão.
Jan de Baen, Os corpos dos irmãos De Witt, c. 1672-1675, Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda.
Apesar da sofisticação e dedicação financeira e contábil de Jan de Witt ao modelo republicano holandês de política, e este constitui um exemplo para a experiência política moderna, em 1672 ele e seu irmão Cornelis foram depostos pelo poderoso príncipe de Orange. Sob as ordens do princípe, uma multidão estripou e linchou os dois, cortando os dedos das mãos e dos pés e comendo seus órgãos internos.
William Hogarth, Casamento à la Mode: no.2, tête à tête, c. 1743, National Gallery Londres. A pintura de Hogarth Brevemente depois do casamento ou Tête à Tête (1743-1745) é um retrato vívido da relação ambivalente na elite britânica sobre a contabilidade na época de Robert Walpole. Ela mostra um visconde de ressaca esparramado na cadeira depois de um noite foram em um bordel ou com sua amante, enquanto sua esposa começa a acordar depois de uma longa festa com jogos de cartas em casa. O camareiro deles caminha para longe com horror, levando recibos e um razão, que não é de interesse deles.
Josiah Wedgwood e Filhos, Dark Blue Jasper Dip Medallion de Jacques Necker, c. 1770-1800 (Metropolitan Museum of Art, New York). Um exemplo fino da valiosa cerâmica de jaspe, este medalhão é um retrato do ministro francês e autor de Compte rendu, Jacques Necker. Enquanto os amigos dissidentes radicais de Wedgwood lutaram pelos ideais políticos adotados por Necker, Wedgwood se satisfaz vendendo aparições lucrativas de figuras políticas e equilibrando seus livros .
Thomas Hickey, John Mowbray com seu agente de dinheiro, Banian, c. 1790. Biblioteca Britânica. Na metade do século dezoito, industriais e colonialistas britânicos usavam a contabilidade com tal sucesso que eles geraram uma riqueza sem precedente. Ele tinham tal confiança em suas habilidades com gestores financeiras que uma série de retratos de britânicos conduzindo seus negócios foram pintados mostrando pessoas sorrindo sob seus livros contábeis. Essa confiança feliz na contabilidade irá desaparecer no tempo de Dickens, um século mais tarde.
Benjamin Franklin, Instruções para os Chefes dos Correios manterem suas contas, Filadélfia, 1753 (Sociedade Histórica da Filadélfia). Benjamin Franklin era fascinado por contabilidade. Ele manteve livros de partidas dobradas, escreveu sobre contabilidade e até compôs sua autobiografia nas páginas de um livro de contabilidade. Enquanto chefe dos correios britânicos na colônia americana, ele criou este mapa para cada agência dos correios. Não somente explicou para seus chefes de agências, mas também fez um mini manual de contabilidade de partidas dobradas para que qualquer pessoa que viesse aos correios pudesse aprender o básico da contabilidade, que Franklin considerava essencial para a vida cotidiana.
Compte rendu au roi par M Necker, Paris, 1781, Biblioteca da Princeton University. A contagem final do diretor financeiro francês de Louis XVI, Jacques Necker, o revolucionário e bem vendido Compte rendu au roy (1781). Foi a primeira vez que um político reivindicaria de um superávit - neste caso, 10,2 milhões de livres - como uma declaração de sucesso político. Necker começou uma tradição de usar números grandes e muitas vezes imprecisos como propaganda política, uma tradição desgastada que continua até hoje.
Registro do Tesouro dos Estados Unidos, Um visão geral das receitas e gastos do dinheiro público, por autoridade do superintendente de finanças, por tempo de entrada na administração, para 31 de dezembro de 1781. Inspirado no Compte rendu de Necker, o Superintendente de Finanças Americano Robert Morris publicou esta cópia das contas do tesouro do governo dos EUA. Transparência contábil tornou-se central entre os fundadores americanos e foi consagrada no Artigo 1, seção 9, da Constituição.
Henry David Thoreau, Contas para Walden, 1846-1847. Huntington. Um dos líderes do movimento transcendentalismo americano, Henry David Thoreau buscou a volta para natureza e o estado de pura espiritualidade pela rejeição de bens materiais. Esta rara folha de notas do seu trabalho para o clássico Walden, ele voltou para os princípios contábeis calculando o mínimo necessário para subsistência.

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07 novembro 2019

Broedel no Iasb

The IFRS Foundation has announced the appointment of Alexsandro Broedel, Joanna Perry, and Maria Theofilaktidis as Trustees of the IFRS Foundation. Their appointments will begin on 1 January 2020 and will expire on 31 December 2022.

Alexsandro Broedel is Group Executive Finance Director and Investor Relations Head at Itau Unibanco in Brazil.

Joanna Perry holds a variety of senior non-executive positions for both public and private organisations in New Zealand and is serving the last few weeks of her second term as Chair of the IFRS Advisory Council.

Maria Theofilaktidis is Executive Vice-President, Chief Compliance Officer and Head of Enterprise Risk for The Bank of Nova Scotia.

In addition, the current IFRS Foundation Trustees Else Bos, Su-Keun Kwak, and Guangyao Zhu have been reappointed to serve a second three-year term, also beginning on 1 January 2020.


Fonte: Aqui

Frase

Se há alguma lição histórica a ser aprendida aqui, é que as sociedades que conseguiram aproveitar a contabilidade como parte da sua cultura geral, floresceram (Jacob Soll, The Reckoning) 

Esta frase é, de certa forma, o resumo do livro de Soll. Vale a pena sua leitura. Ele mostra que o desenvolvimento está acompanhado da contabilidade.

FCL da Aramco

Um analista da Bloomberg fez uma análise de sensibilidade da Aramco.
O valor meta de 2 trilhões da empresa só seria atingido se a taxa de desconto fosse de 5% e o preço do barril do petróleo estivesse em $80. Os 5% parecem baixo, pois um título de 30 anos da empresa mais um risco de 2% aponta 5,85%. Mesmo o risco de 2% parece reduzido, em razão dos ataques terroristas recentes e dos problemas políticos do país.

Mas a estratégia da empresa parece interessante: iniciar com o mercado de títulos locais. Provavelmente os bilionários locais serão "convidados" para "cumprir seu dever patriótico". Uma análise elevada nesta primeira fase pode conduzir a uma reversão na expectativa do valor da empresa em 1,5 bilhão, como se espera.

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Débito e crédito

06 novembro 2019

Pemex segue caminho da Petrobras

A empresa de petróleo estatal mexicana Pemex tem muitas similaridades com a Petrobras: estatal, dominada por políticos e com problemas de corrupção. A notícia mais recente envolve um escândalo, onde a empresa de aluguel de sondas, Oro Negro, gravou conversas entre gestores da Pemex que falam de corrupção nos contratos.

De acuerdo a las grabaciones, presentadas como parte del proceso de quiebra de Oro Negro ante un tribunal en Estados Unidos – los directivos de Petróleos Mexicanos llegaron a recibir hasta 5 millones de dólares como sobornos por algunos contratos, de acuerdo a una investigación de Univisión.

Para “simplemente por reunirse” con el entonces director de Pemex, Emilio Lozoya, los interesados debían pagar entre 50 mil y 100 mil dólares, según reveló en las grabaciones, realizadas en octubre de 2017, José Carlos Pacheco Ledesma, entonces coordinador ejecutivo de Pemex Perforación y Servicios.


A empresa Oro Negro afirma que a Pemex suspendeu contratos, por não pagar subornos, e isto provocou sua quebra.

Según el diario estadounidense en la grabación el funcionario de Pemex dice que recibir sobornos es una práctica común, pues muchos trabajadores de la petrolera incluso aceptaban el dinero a través de miembros de su familia o de consultorías que son los operadores.

“Hay subdirectores, por ejemplo, con un hijo como el responsable (de aceptar dinero)”, señala el WSJ de acuerdo con la grabación.


A empresa Pemex também está envolvida na corrupção da Odebrecht

Mais problemas em pesquisa na Psicologia

Há alguns anos, um estudo sobre o uso de saltos em mulheres concluiu que tem um efeito sobre os homens. Segundo noticiado, o “salto alto torna as mulheres mais bonitas”.

Agora, a Springer retirou este estudo, por “deficiências metodológicas e erros estatísticos”. Os dados do artigo não seriam confiáveis.

O autor possui diversos livros publicados e até verbete na Wikipedia. (Lá consta os problemas científicos das pesquisas do autor). Ele tem publicado em língua portuguesa Psicologia do Consumidor e Metodologia em Psicologia.

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Harry Porter

05 novembro 2019

Microsoft do Japão testa sistema de trabalho de quatro dias por semana

Já pensou em trabalhar apenas quatro dias por semana? A filial da Microsoft no Japão resolveu testar um experimento em que os funcionários tiveram uma jornada de trabalho de quatro dias por semana. A regra era: todas as sextas-feiras seriam de folga. Os resultados mostram um aumento de 40% na produtividade da equipe, além da redução nos custos operacionais da empresa.

Segundo o CEO da Microsoft no Japão, Takuya Hirano, a ideia da empresa é tentar obter os mesmos resultados com 20% menos tempo de trabalho. "Trabalhe um pouco, descanse bastante, aprenda muito."

O esquema funcionou da seguinte forma: 2.300 funcionários da empresa tiveram 5 sextas-feiras de folga, sem redução nos salários e sem desconto nos dias de folga a que têm direito anualmente. O resultado foi um aumento de produtividade de 40%. Para eliminar o tempo de deslocamento, muitas reuniões foram reduzidas, canceladas ou feitas remotamente. E a aprovação à medida foi positiva: no total, 92,1% dos funcionários gostaram do experimento.

A empresa, agora, pretende repetir o teste em outras épocas do ano.


Fonte: Aqui

Uber

A receita total da Uber aumentou 29%, para US $ 3,81 bilhões no terceiro trimestre em comparação com o ano anterior, informou a empresa nesta tarde. E esse é um crescimento muito bom da receita. Mas, para obter esse crescimento de receita, a empresa lançou tudo o que tinha. Assim, as despesas aumentaram ainda mais rapidamente e a perda operacional aumentou.

Nos três trimestres até agora em 2019, o Uber perdeu US $ 7,4 bilhões. Você realmente precisa se esforçar para perder US $ 7,4 bilhões em US $ 10 bilhões em receita:




O fluxo de caixa das operações foi negativo em US $ 878 milhões no trimestre, elevando o consumo de caixa até agora este ano para US $ 2,52 bilhões.

Mas não se preocupe: ele tem muito dinheiro para investir, graças a inúmeras rodadas de captação de recursos, o dinheiro levantado durante o IPO e algumas dívidas monstruosas. No final do trimestre, ainda havia US $ 12,6 bilhões em dinheiro para queimar.

Grande parte desse dinheiro é emprestada: a Uber possui US $ 5,7 bilhões em dívidas de longo prazo. (...)


É uma visão bastante negativa da empresa. 

Mundo atual





Daniel Garcia. Veja mais aqui

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Bandeiras do mundo

04 novembro 2019

Como a mulher deve se portar - 2

Depois da denúncia que a EY fez um treinamento sobre como a mulher deve se comportar (vide aqui) duas reações distintas e interessantes.

A primeira, de uma ex-partner que afirmou estar familiarizada com os valores machistas.

A reação da empresa foi um vídeo de uma funcionária da EY. Na primeira versão, a EY fazia uma crítica a cobertura da imprensa

O objetivo da imprensa é criar notícias e atrair cliques e não existe dúvida que esta história foi feita com esta finalidade

afirmou a funcionária da EY. O interessante é que inicialmente no vídeo a representante da EY tenta desvincular o treinamento da EY e depois diz que escutou elogios ao treinamento. Tanto a crítica à imprensa quanto o elogio ao programa foram depois excluídos de uma nova versão do vídeo.


Impresso ou digital

Ao comentar sobre uma possível fusão entre duas editoras de livros didáticos, um texto do The Conversation de Naomi Baron trata de uma questão delicada: a transição do material impresso para o digital.

Segundo Baron:

(...) os alunos aprendem melhor usando livros impressos ou digitais. Os alunos dizem que geralmente preferem estudar textos impressos em vez de digitais.

Em dois estudos internacionais com estudantes universitários - incluindo um que eu conduzi e outro liderado por Diane Mizrachi -, os alunos disseram esmagadoramente que aprendem melhor com impressão. Meus colegas e eu recebemos a mesma resposta em um estudo que fizemos com alunos do ensino médio e do ensino médio na Noruega. Nos três estudos, os alunos reclamaram que se distraíam ao ler digitalmente.

Uma análise de vários estudos sobre o tema concluiu que, em geral, os alunos tiveram um melhor desempenho ao responder perguntas sobre uma passagem de leitura, se a liam impressa, não digitalmente. No entanto, essas descobertas às vezes dependem do tipo de perguntas feitas ou da quantidade de tempo que os alunos passam lendo.

As pesquisadores Patricia Alexander e Lauren Singer Trakhman mostraram que os alunos se saem igualmente bem com impressão e digital quando perguntas são feitas sobre a ideia principal de uma passagem. No entanto, se for solicitado aos alunos pontos-chave mais detalhados, eles se sairão melhor na impressão. Ironicamente, se você perguntar a esses mesmos alunos sobre o meio em que eles acham que tiveram notas mais altas, eles dizem que são digitais - mesmo que o oposto seja verdadeiro.

Sobre isto, uma questão que interessa é a apresentação de informações contábeis. Afinal, meio digital ou impresso. Particularmente, eu prefiro impresso. Sou assinante de jornais e geralmente olho os balanços publicados. Mas raramente entro em um site para ler uma versão digital.

Recentemente o governo adotou medidas para reduzir o custo contábil das empresas, que incluía a não obrigatoriedade de publicação em jornais. Uma consequência indireta da medida talvez esteja no texto acima: as pessoas irão ler menos ou com menor atenção as demonstrações.

Sobre este assunto, novamente recomendo a dissertação de José Mauro Soares que mostrou que a tela conduz a piores decisões na contabilidade. Em diferentes situações.

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Evolução

03 novembro 2019

Razões para NÃO investir na Aramco

A Forbes apresenta dez razões para NÃO investir na Saudi Aramco

1. Risco Geopolítico

Um ataque de mísseis no dia 14 de setembro desabilitou duas das maiores joias da Saudi Aramco, a planta de estabilização de petróleo Abqaiq e o campo petrolífero Khurais. Já se foi o tempo em que as ameaças ao fluxo de petróleo na Arábia Saudita seriam o suficiente para aumentar o preço do produto. Depois de saltar 20% com o ataque a Abqaiq, o petróleo bruto caiu para US$ 60, mais baixo do que antes. Em meio a tensões, o presidente norte-americano Donald Trump parece estar cansado de proteger o país, e a batalha do Iêmen mostra que os sauditas não conseguiriam se defender em uma guerra contra o Irã. Amrita Sen, da consultoria Energy Aspects, afirma: “A possibilidade de ataques no futuro é real e afeta o mercado”.


2. Crescimento zero


Na área de commodities, é preciso ter escala para competir. Mas, quando você consegue atingir essa escala, o crescimento fica travado pela lei dos números grandes. Uma empresa pequena pode rapidamente dobrar de tamanho e valor, mas a Aramco não pode. Sua produção está estagnada ao redor dos 10 milhões de barris por dia desde 2014. E, mesmo antes dos ataques a Abqaiq, a empresa era obrigada a usar menos de 90% de sua capacidade para satisfazer um acordo de redução de volumes da Opep, a Organização dos Países Produtores de Petróleo. No primeiro semestre de 2019, a renda líquida e investimento de capital da Aramco caíram 12%, para US$ 47 bilhões e US$ 14,5 bilhões, respectivamente. De acordo com a análise da Bernstein Research, a Aramco não terá fundos suficientes neste ano para pagar dividendos vindos de fluxo de caixa, então, terá de fazer empréstimos para honrar os pagamentos.


3 . Nenhuma autonomia 

A empresa, ativa ou não na Opep, age como uma ferramenta primária da política de petróleo saudita, com o rei, não o conselho, tomando as decisões”, afirma Bill Farren-Price, diretor da RS Energy Group. Na preparação para a abertura de capital, o rei Salman diminuiu os níveis de impostos da Aramco de 80% para 50% em 2017, fazendo com que a companhia tivesse de pagar “apenas” US$ 100 bilhões em tributos ao reinado em 2018. A Aramco promete dividendos de pelo menos US$ 75 bilhões por ano aos acionistas assim que suas ações forem a público, mas, com os problemas orçamentários da Arábia Saudita, esses números podem ser cortados por decreto real.


4. Dúvidas sobre avaliação


O príncipe Mohammad bin Salman regularmente avaliava a Aramco em US$ 2 trilhões. Esse valor sempre foi alto demais. As maiores e mais bem geridas empresas de petróleo do mundo fazem negócios com rendimento de dividendos perto dos 5% (Exxon 5%, Chevron 4%, Shell 6,5%,Total 5,6%, Sinopec 8%). Para gerar um rendimento de 5% nos US$ 75 bilhões de dividendo, a avaliação do valor de mercado deve chegar na ordem do US$ 1,5 trilhão. Em uma base de preço/rendimento, aplicar a mega taxa sobre P/R de 15 ao rendimento líquido de aproximadamente US$ 100 bilhões chega no mesmo valor de US$ 1,5 trilhão.



5. Alternativas em excesso



Até mesmo US$ 1,5 trilhão deve ser um valor muito alto, considerando que o mundo não precisa de mais nenhuma petroleira gigante, controlada pelo Estado e com capital aberto. Por exemplo, a Gazprom, a PetroChina e a Petrobras sofreram com escândalos de corrupção e perderam pelo menos 40% de valor na última década. A Equinor, gigante norueguesa conhecida anteriormente como Statoil, é considerada a gigante petrolífera estatal mais bem administrada. Ela perdeu apenas 20% de valor na última década e fez grandes avanços na redução da intensidade de carbono em suas operações, uma clara vantagem competitiva.


6. Erros no tratamento do capital


No final de 2017, o príncipe prendeu dezenas de bilionários e magnatas sauditas e os instalou em uma prisão extravagante no The Ritz-Carlton, em Riyadh. Dentre os presos, estavam capitalistas famosos, como o príncipe Alwaleed bin Talal, conhecido há tempos por seus investimentos astutos nas últimas décadas. Mohammad bin Salman retirou ativos no valor de US$ 100 bilhões deles sem nenhum precedente legal. Não há mais sauditas na lista de bilionários globais da Forbes. O príncipe Alwaleed declarou que o preço de sua liberdade foi de US$ 6 bilhões. Antes figura conhecida na CNBC, ele pouco tem sido visto. Se esse é o tratamento que empreendedores de sucesso recebem na Arábia Saudita, existe razão para ser um? Capital apenas flui para lugares onde é bem tratado e protegido pela lei. Em 2016, a Arábia Saudita atraiu US$ 7,4 bilhões em investimentos estrangeiros diretos. Em 2017, o FDI afundou para US$ 1,4 bilhão, recuperando-se apenas em 2018 para US$ 3,2 bilhões. O Grupo Banco Mundial coloca a Arábia Saudita como o país 92 entre 190 no quesito facilidade de fazer negócios. Existem muitos outros lugares para investir.

7. Poder dos perfuradores norte-americanos

Se é absolutamente necessário para você possuir ativos de petróleo e gás, não é melhor que estejam em lugares politicamente estáveis ​​como Texas ou Novo México, onde os direitos de propriedade são sacrossantos, contratos são mantidos pelo Estado de Direito e a probabilidade de ataques irreparáveis ​​de mísseis são ironicamente baixos? Perfuradores norte-americanos descobriram enormes reservas na última década que agora estão à venda, com preços 50% ou mais baratos do que no ano passado. A Apache Corp. caiu 50%, a Occidental Petroleum 44%, e a EOG Resources 17%, em relação aos níveis do ano anterior. Todos têm muito mais espaço para crescer do que a Aramco e não são sobrecarregados com a pressão de ser um cofrinho real.


8. Que direitos humanos?



O assassinato do colunista do “Washington Post” Jamal Khashoggi no ano passado ainda ganha manchetes, mas não se pode acreditar por um segundo que ele foi o primeiro dissidente morto e desmembrado por uma equipe de assassinos sauditas. Ao mesmo tempo que o príncipe MbS acha que pode aplacar a liberalização concedendo às mulheres permissão para dirigir, ele aprisiona o ativista Loujain al-Hathloul por mais de um ano. As mulheres continuam sendo cidadãs de segunda classe e devem cobrir a cabeça em público. Não há pluralismo religioso, liberdade de reunião ou expressão. O álcool é proibido. Mas agora você pode obter um visto de turista para ver como essa monarquia absoluta mantém seus 30 milhões de súditos alinhados.


9. Poder absoluto corrompe


Em um país que proíbe toda oposição política, quando a mudança finalmente chegar ao reino, não será ordenada. Em uma conversa no final de 2017, Khashoggi me disse que não era um revolucionário. “Eu não sou contra o sistema. Sem a monarquia, o país inteiro entraria em colapso”, afirmou. O que ele mais queria para a Arábia Saudita eram as liberdades que se tem como garantidas nos Estados Unidos. “Gostaria de ter liberdade de expressão.”


10. Era do petróleo está no fim

O mundo nunca usou mais petróleo. São cerca de 101 milhões de barris por dia. E há muito mais de onde isso veio, graças aos avanços na perfuração direcional e no fraturamento hidráulico. O mundo está cheio de petróleo agora mesmo após o quase total colapso da Venezuela (que tem ainda mais matéria-prima do que a Arábia Saudita) e o bloqueio ao petróleo iraniano. Quando o “pico petrolífero” chegar nos próximos 25 anos, será por conta não de suprimento inadequado, mas de demanda sem brilho, impulsionada pela adoção de veículos elétricos. Isso estripará o preço do petróleo e, com ele, o valor das reservas da Aramco. Considerando que, atualmente, a Aramco bombeia cerca de 4 bilhões de barris por ano, as reivindicações sauditas de há 260 a 300 bilhões de barris em reservas comprovadas de petróleo devem ser vistas com dúvidas. Não há valor em um barril de petróleo de um solo que ninguém conseguirá perfurar por 50 anos.


Fonte: Forbes

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Evolução

02 novembro 2019

Viés da Atribuição

Sobre o viés da atribuição, uma resposta no Quora 

Você por acaso reconhece alguns desses cenários?



  • Quando a Letícia tirou nota 2 na prova, você automaticamente assumiu que foi porque ela era preguiçosa e não se importou em estudar.
    Mas quando você tirou 2 em uma prova, foi porque o professor não te ensinou bem a matéria e as questões da prova eram muito difíceis.
  • Quando a Letícia te cortou na estrada, você automaticamente assumiu que ela era arrogante, desagradável e imprudente.
    Mas quando você cortou a Letícia na estrada, é porque você tinha que ir à algum lugar e estava com pressa.
  • Quando a Letícia chegou atrasada para o encontro, você automaticamente assumiu que ela simplesmente não se importava com a sua companhia ou com o seu tempo.
    Mas quando você chegou atrasado para encontrar com ela na manhã seguinte, é porque o seu carro estava sem gasolina e você teve que parar em um posto para abastecer.
Percebe o padrão?


Quando a Letícia é responsável por algo ruim, você atribuiu aquele evento à personalidade dela.

Ela foi mal na prova?


Ela é preguiçosa e não estuda.

Ela te cortou na estrada?


Ela é arrogante e imprudente.

Ela se atrasou para o combinado?

Ela não respeita o tempo das pessoas.

Mas mal sabia você que ela foi mal no teste porque o seu cachorro morreu.

E que ela te ultrapassou porque a sua filha estava no hospital.


E que ela estava atrasada ao encontro porque o carro dela quebrou.

Ainda sim, quando esses mesmos eventos acontecem com você, você atribui eles a fatores circunstanciais fora do seu controle. Você não atribuiu esses eventos a sua personalidade como quando você fez com a Letícia.

Isso é chamado de Viés de Atribuição.

Você foi mal no teste?

Professor incompetente e questões difíceis!

Você cortou a Letícia na estrada?

Não tinha o que fazer, você estava atrasado para algo importante!

Você estava muito atrasado para o encontro?


Bom, você teve que passar no posto para abastecer!

Leva menos de 10 segundos para ter consciência que esse tipo de pensamento tendencioso existe nas suas decisões, e é na verdade uma armadilha muito fácil de cair.

Reconhecer que o viés de atribuição existe e evitar o seu pensamento preconceituoso é um passo necessário para se desenvolver empatia.

A empatia é muito importante para diminuir a nossa ignorância e preconceito para que possamos nos tornar uma sociedade melhor.

O que eu posso aprender agora em 10 segundos que será útil para o resto da minha vida?
Peter Heinz - estudou em Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2018) - Tradutor ·Traduzido em 21 de outubro
Kevin Luo - BBA, Business Administration, University of Michigan Ross School of Business (2017) - Original author

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Evolução no Twitter

01 novembro 2019

Emissão CO2

O gráfico apresenta a emissão de CO2. Quanto mais escuro, maior a emissão. O Brasil emite pouco, mas o problema é a evolução. Logo após a II Guerra a emissão era de 0,16 t per capita. Em 1970 chegou a 1 tonelada. Vinte anos depois, em 1990, 1,39 t. No início do novo século, 1,87 t. E agora, 2,27. Mas bem abaixo de 16,24 dos EUA. Ou 19,28 t da Arábia Saudita.

A Inglaterra chegou a emitir 11,23 antes da I Guerra. E agora 5,81 t. 

Retratação na Psicologia

O psicologo Hans Jürgen Eysenck, nascido em 1916 e falecido em 1997, possui um extenso trabalho sobre inteligência e personalidade. Quando faleceu, era o psicologo mais citado na literatura.

Nascido na Alemanha, mudou, na década de trinta, para a Inglaterra, por conta da oposição ao regime nazista. Fez doutorado em Londres e depois entrou para o King´s College, onde atuou entre 1955 a 1983. Escreveu 80 livros e mais de 1600 artigos científicos.

Agora muitos trabalhos podem ser “recolhidos” em razão de erros na pesquisa. O foco são as pesquisas em conjunto com Ronald Grossarth-Maticek Desde 2010 já existia uma suspeita de problemas na pesquisa de Eysenck. A instituição de origem já abriu uma investigação e parece que 26 artigos foram considerados “inseguros”. Entretanto, o King´s College não incluiu as pesquisas onde Eysenck é único autor, o que parece sugerir que a investigação deve “acusar” mais o co-autor.

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Absurdo do prêmio Nobel em Ciências

Todo ano, durante a premiação do Nobel, o principal da área acadêmica mundial, volta a discussão sobre a escolha realizada pela Fundação. Além das injustiças, este ano um artigo do The Atlantic destacou um fato importante: a premiação está distorcendo e reescrevendo a história. Além de muitas vezes deixar de fora bons pesquisadores, o processo científico nos dias atuais mudou. Com respeito ao primeiro ponto, não existe dúvida. O texto de Ed Yong (The Absurdity of the Nobel Prizes in Science) aponta vários casos. Eu lembro, na área de economia, o fato de Black e Tversky não terem sido premiados por terem falecido precocemente. Mas Baumol viveu bastante tempo e não foi contemplado.

Em muitos casos, o esquecimento pode representar reescrever a história da ciência. Yong narra o caso de Damadian que foi “esquecido” pelo Nobel, enquanto seus colegas, Paul Lauterbur e Peter Mansfield, foram contemplados. Damadian publicou anúncios em três jornais dos EUA protestando contra o esquecimento. No Nobel de Economia eu me lembro de Roberts (mas Fama, que escreveu depois sobre a eficiência de mercado, foi reconhecido), Milgrom (mas Myerson e Bengt Holmstrom) e Martin Weitzman (mas Nordhaus), sendo que este último “pode”  ter cometido suicídio pelo “esquecimento” do prêmio.

Mas o texto do The Atlantic destaca outro ponto também importante. Atualmente a ciência é um esforço de um grupo de cientistas. Reconhecer um cientista (ou dois ou três) é injusto com o grupo de trabalhou na pesquisa. Isto pode dar a impressão de que a ciência é feita por uma pessoa solitária, sem interação com outras pessoas:

críticos notam que é um absurdo e um anacronismo o reconhecimento do trabalho de cientistas. Em lugar de honrar a ciência, isto distorce sua natureza, reescreve a história e negligencia o papel de importantes pessoas [tradução livre]

Ganhar o prêmio traz vantagens, conforme lembra Yong: mais citações, um tempo de vida médio maior, lucro em palestras e a sensação de grandeza. Ser esquecido pode ser pior.

Rir é o melhor remédio

Quando o professor usa meu nome como um bom exemplo

31 outubro 2019

Planilha Contábil

Parece que existe um documento chamado "planilha contábil". Eis um resumo de uma notícia do TST:

O empregado propôs a ação com o fim de obter a condenação da empresa ao pagamento de direitos trabalhistas que, segundo ele, teriam sido sonegados. O juízo de primeiro grau determinou que ele complementasse o pedido com uma planilha contábil dos valores pleiteados, caso contrário o processo seria extinto. Ele então impetrou mandado de segurança, em que sustentou que a legislação não prevê a juntada de memória de cálculo.

(...) Segundo a relatora, a planilha contábil não pode ser considerada documento indispensável para a propositura da ação, por falta de previsão em lei e, ainda que o documento fosse imprescindível, não há justificativa para exigi-la. Na fase de conhecimento da ação (em que se discute o direito alegado pelo empregado), é suficiente a apresentação da causa de pedir e do pedido, com a indicação dos valores controvertidos.

(...) A Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho considerou ilegal a exigência de que um empregado da Marcelino Construção e Administração Ltda., de Joinville (SC), juntasse à reclamação trabalhista um laudo pericial contábil.

Pirâmide Netflix

A Netflix pode ser um sucesso em termos de prestação de serviço, mas suas demonstrações contábeis são um horror. Veja alguns detalhes (via aqui)

Na semana passada ela informou que tomaria outro empréstimo de 2 bilhões de dólares (via venda de títulos). Em abril já tinha feito uma operação nas mesmas proporções. Os títulos irão vencer em 2030. Estes títulos estão classificados como Ba3 (Moody´s) ou BB- (SP), perto, muito perto, da pior classificação possível. E olhe que as empresas de ratings são ...

A própria Moody´s estimou que o ponto de equilíbrio financeiro somente será obtido em 2023. Como ela foi fundada em 1997, a Netflix parece um filho que ainda depende dos país.

Suas dívidas chegam a 25 bilhões de dólares, sendo 12 bi de “passivo de conteúdo”. O que é isto?

Quando a Netflix adquire o direito de reproduzir um filme ou série, o valor fica no passivo e faz um registro equivalente no ativo, chamado “ativo de conteúdo”. Se o passivo era de 12 bi, o ativo de conteúdo chegava a 23 bi. Mas isto é uma despesa futura. A questão é que o passivo deve ser pago em algum momento. Estima que esta despesa seja de 4 bilhões por ano, próximo ao valor das novas captações.

Esta questão contábil faz com que o fluxo de caixa seja negativo, mas a empresa tenha lucro. Afinal, o dinheiro da compra dos filmes e séries saem do caixa, mas só vão para a DRE a conta gotas. Veja a diferença: de janeiro a setembro de 2019 a empresa teve um lucro de 1,28 bi e um fluxo de caixa livre de menos 1,6 bi. Uma diferença de quase 3 bilhões.

E quando divulga seus balanços, a empresa enfatiza substancialmente o aumento no número de assinantes, como se isto garantisse o seu caixa futuro.

Não parece uma pirâmide?

Rir é o melhor remédio

Como ter uma vida sem stress, segundo Oprah

30 outubro 2019

Aramco é a empresa mais lucrativa do ano

A empresa estatal de petróleo Saudi Aramco informou que seu lucro, nos nove meses do ano, foi de 68 bilhões de dólares. Isto faz da empresa a mais lucrativa do mundo. Recentemente parte das instalações da empresa sofreu um ataque de drones. Parece que as instalações atingidas foram consertadas.

O lucro é importante para viabilizar a tão aguardada oferta pública de ações da empresa.

Celebridades mortas

A Forbes fez um ranking das celebridades mortas mais lucrativas. A divulgação desta notícia agora não parece ser despropositada: perto dos dias dos mortos. Foram 13 celebridades que geraram milhões para os herdeiros. Deste total, nove são músicos. A ordem é a seguinte:

Michael Jackson
Elvis Presley
Charles Schulz

Existem algumas questões contábeis interessantes: de quem é o ativo?; como mensurar o seu valor?; irá diminuir com o passar do tempo ou aumenta com as lembranças? (lembro que a família Cash ganhou muito quando lançaram o filme da sua vida, assim como os herdeiros de Jackson tiveram um grande ganho o ano passado.

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Recibo da compra

29 outubro 2019

A Arte da Escolha

A escolha é um processo demorado e díficil. Em 2010, Sheena Iyengar escreveu um livro bem interessante sobre o assunto. Desde então, cresceram o número de opções disponíveis e as possibilidades de escolha.

Lembrei do livro de Ivengar ao ler uma estatística impressionante, apresentada no Valor (Quando é muito difícil escolher o quer ver, João Luiz Rosa, 27 de ago 2019, A2).

Um estudo de 2016 mostra que, naquele ano, as pessoas gastavam, em média, 17,8 minutos na Netflix para escolher um filme ou programa. Segundo o levantamento (...) isso era o dobro do tempo médio gasto para escolher o que ver na TV paga. Outro levantamento, do mesmo ano, mostra que o espectador médio americano gastava 23 minutos por dia para escolher o que ver na televisão, o equivalente a quase 18% do total de 129 minutos diários de programação vista. No caso do Netflix, a proporação era de 28 minutos de busca para 91 minutos totais, quase 30%, e no Amazon Video, de 27 minutos para 64 mintuos ao todo, ou 42%. (...) ao longo de 80 anos - o tempo de vida médio do consumidor americano - cerca de 1,3 ano é gasto apenas se escolhendo o que ver

O livro de Iyengar tratava de vários tipos de escolha. Há uma frase famosa do Obama, sobre suas roupas, parecidas. O ex-presidente falava que tinha muitas decisões que precisava tomar e não podia ficar muito tempo pensando sobre qual terno vestir.

Thomas Cook e as Big Four

O grupo Thomas Cook era a maior empresa britânica de viagem. Ele foi criado em 2007, mas sua origem é anterior, com a agência de viagem Airtours. A empresa operava em dois segmentos: como agência de turismo e empresa aérea. Até que em setembro a empresa entrou em liquidação, de forma inevitável. Além do ambiente econômico, a gestão também tinha uma parcela de culpa https://www.bbc.co.uk/news/business-50155096, muito embora esteja recebendo um bônus . A crise também trouxe discussões diversas, inclusive sobre a auditoria.

Sobre este assunto, o parlamento do Reino Unido novamente discutiu a questão da Big Four. Segundo o Financial Times (via “PwC e EY são acusadas em colapso de companhia”, Tabby Kinder, 23/10/19,Valor) os representantes criticaram as auditorias realizadas na empresa por aprovarem as demonstrações contábeis. Um parlamentar disse que a PwC deveria ter questionado, de forma mais incisiva, a empresa sobre o tratamento contábil de itens extraordinários e o tratamento dos ativos intangíveis. Este parlamentar, presidente da comissão especial de negócios da Câmara Baixa do parlamento britânico, falou da possibilidade de uma lei para forçar a separação das Big Four.

Quantas novas falências de empresas, quantos novos exemplos graves de auditoria precisamos para que nosso setor abra os olhos e reconheça que vocês são cúmplices nisso e que vocês precisam realizar uma reforma?

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Quando tenho muita coisa para fazer

Finanças do Vaticano

Eis um texto interessante da Forbes sobre as finanças do Vaticano:

O Vaticano rejeitou ontem (22) alegações em um novo livro de que a Santa Sé corre o risco de calote nos próximos anos por causa de queda de doações, má administração financeira e corrupção.

O livro de 350 páginas, “Last Judgement”, é do jornalista italiano Gianluigi Nuzzi e é o mais recente sobre as finanças do Vaticano.

Nuzzi escreve que anos de déficits podem deixar pouca escolha para o Vaticano, a não ser declarar default até 2023.

“Não há ameaça de default aqui. Há apenas a necessidade de uma revisão de gastos. E é isso que estamos fazendo”, disse o arcebispo Nunzio Galantino, chefe da Administração do Patrimônio da Santa Sé, um escritório geral de contabilidade que administra as propriedades imobiliárias em Roma e em outros lugares na Itália, paga salários dos funcionários do Vaticano e atua como um escritório de compras e departamento de recursos humanos.

O arcebispo disse ao jornal católico italiano “Avvenire” que, embora “não haja necessidade de alarmismo”, o Vaticano tem que conter custos.

O menor Estado do mundo não recebe impostos. Suas fontes de renda são investimentos, imóveis, arrecadações de fiéis feitas em todo o mundo, contribuições de dioceses e receitas de seus populares museus.

Nuzzi disse que as contribuições dos fiéis caíram acentuadamente nos últimos anos, principalmente em países como os Estados Unidos, atingidas por escândalos de abuso sexual.

Em uma entrevista coletiva na qual apresentou o livro, Nuzzi afirmou ser um grande admirador do Papa Francisco e queria destacar a suposta má gestão que o impede de aprovar uma reforma duradoura.

27 outubro 2019

Two-Sided Matching no mercado de Auditoria

Resumo:

We estimate a two-sided matching model of IPO firms to auditors. Doing so allows us to separate the effects of sorting and influence in this audit market, and identify the effect that each has on observed audit quality. We find evidence that sorting on inherent quality of the client exists at the time auditors and clients match with each other. However, even after controlling for the effects of sorting, Big 4 auditors exert positive influence on audit quality; the probability of a restatement is significantly lower, all else equal, for clients of Big 4 auditors.

Fonte: Li, Ken and McNichols, Maureen F. and Raghunandan, Aneesh, A Two-Sided Matching Model of the Audit Market for IPO Firms (February 4, 2018). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3117828 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3117828

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