Translate

27 setembro 2017

SEC e os hackers

O presidente da SEC, Jay Clayton, esteve no Senado dos Estados Unidos. Originalmente estava programado para falar sobre a reforma do mercado de capitais, mas o assunto foi outro. Clayton falou e foi questionado pelos senadores sobre a invasão de hackers no sistema de divulgação de informações da entidade que regula o mercado de capitais daquele país. Clayton, que foi nomeado pelo atual presidente dos Estados Unidos no início do ano, somente tomou conhecimento do fato em agosto, quando o assunto surgiu numa outra investigação. Segundo Clayton, quando soube do assunto, determinou uma investigação. A partir daí, ainda segundo o presidente da SEC, ficou claro que a invasão pode ter gerado lucro para os hackers. Clayton também declarou não saber se o ex-presidente da SEC, Mary Jo White, sabia do caso.

No final de semana, a SEC divulgou o problema de forma pouco detalhada. A investigação ainda prossegue na SEC para determinar a extensão da invasão e o quanto o problema foi explorado pelos hackers. Esta não seria a primeira vez que hackers invadem o sistema EDGAR: em 2015 foram publicadas informações falsas sobre uma possível aquisição da Avon. E no ano anterior, comprovou-se que alguns usuários tinham acesso a informações 30 segundos antes de estarem disponíveis.

O presidente da SEC também foi questionado sobre a recente invasão numa empresa de crédito dos Estados Unidos, a Equifax. Quando questionado sobre uma possível utilização de executivos de informação confidencial para vender suas ações, o regulador não quis comentar o assunto. O fato de ter acontecido uma invasão na SEC pode ser uma desculpa para as empresas que também sofreram com o mesmo problema, como é o caso da Equifax. E pode fazer com que a SEC seja mais complacente com os problemas de segurança que irão ocorrer nas empresas. Mais ainda, talvez seja necessário rever as normas de insider trading para estas situações.

Ah, Clayton aproveitou para pedir mais dinheiro para SEC.

Contabilidade da Federação Espanhola de Futebol foi maquiada

Um dos mais proeminentes dirigentes do futebol na Europa, Ángel María Villar, presidente da federação de futebol da Espanha, vive dias complicados. Preso junto com seu filho, Gorka Villar, desde julho por diversas irregularidades, entre elas pagamentos irregulares e desvio de dinheiro da Federação Espanhola (RFEF), a história ganhou mais um capítulo nefasto nesta semana. Em uma ligação gravada, Gorka admite que a contabilidade da federação foi maquiada para esconder prejuízos.

Segundo o jornal El País, as contas foram maquiadas para mostrar lucro de € 2 milhões, quando na verdade deveriam mostrar um saldo negativo de seis ou sete milhões de euros. O filho do dirigente ajuda a organizar um esquema de pagamentos para compra de apoio a Ángel Maria Villar, que tinha inclusive o cargo de um dos vice-presidentes da Uefa.

Villar foi suspenso por um ano do cargo de presidente da Federação Espanhola de Futebol, mas se recusa a abdicar do cargo, mesmo tendo passado alguns dias preso, antes de pagar fiança para responder ao processo em liberdade. As acusações que pesam sobre o dirigente são parecidas com o que se faz na CBF, no Brasil: distribuição de dinheiro para dirigentes regionais para garantir o apoio, que fez Ángel María Villar estar no cargo por 29 anos.

Além da compra do apoio, o filho do dirigente, Gorka Villar, também era responsável por articular contratos com fornecedores que, sem nenhuma surpresa, geravam dinheiro que não ia para a federação. Basicamente, pagamento de propina. A polícia espanhola está desmantelando a operação que é feita dentro da entidade que dirige o futebol espanhol.

Por lá, o presidente da federação de futebol acabou na cadeia por uma investigação interna – ainda que ele se recuse deixar o cargo. Aqui, temos Marco Pólo Del Nero, presidente da CBF, que não sai do Brasil com medo de ser preso pelo FBI. Como já mostramos por aqui, ele está citado nos documentos do Fifagate.


Fonte: Aqui

Resposta da Deloitte

"Em resposta a um incidente cibernético, a Deloitte implementou seu protocolo de segurança abrangente e iniciou uma análise intensiva e completa, incluindo a mobilização de uma equipe de especialistas em segurança e confidencialidade dentro e fora da Deloitte. Como parte da revisão, a Deloitte esteve em contato com os poucos clientes afetados e notificou autoridades governamentais e reguladores ".

Fonte: Aqui. Leia mais aqui e aqui. Imagem: da Deloitte Holandesa

Aprendendo um idioma

A tecnologia moderna tem feito incrivelmente fácil para as pessoas conectarem e comunicarem uma com as outras. (...) Esses avanços tornam mais próximos o tradutor universal de Star Trek, onde podemos entender o que outra pessoa (ou aliem) está dizendo (...). Nós podemos pensar que aprender uma língua como nós conhecemos pode se tornar obsoleto. No Reino Unido, por exemplo, o número de estudantes que estão fazendo uma língua moderna caiu. Pesquisadores acreditam que é por causa do aumento de ferramentas como o Google Translate.

No entanto, ao mesmo tempo que os adolescentes estão virando as costas para línguas europeias tradicionalmente apreciadas, como alemão, francês e espanhol, na Grã-Bretanha está ocorrendo uma forte onda de interesse pelos idiomas locais. Houve uma aceitação de crianças aprendendo línguas como gaélico irlandês e escocês nos últimos cinco anos (...)

No entanto, esses fenômenos aparentemente contraditórios estão realmente relacionados: são simplesmente reações diferentes à automação e à globalização (...) À medida que nos tornamos mais conscientes do mundo que nos rodeia, também queremos voltar para as raízes locais (...)

Uma pesquisa recente de 15 países mostrou que uma linguagem comum é o fator mais importante na definição da identidade de uma nação. (...) Esta noção atrai muitas culturas, particularmente aquelas que foram oprimidas por serem negadas o acesso à sua língua


Continue lendo aqui

Links

Uma discussão sobre o candidato ideal a um PhD na área de artes e humanidades

A presença dos humanos no mercado acionário 

Maior banco francês e o genocídio de 1994 em Ruanda

O efeito da liberalização do trabalho sexual: experimento acidental

Taylor Swift está inovando na venda de ingressos e os economistas estão observando: é um tipo de leilão

Microsoft está associando Excel com AI

Rir é o melhor remédio

Gostei desta citação, pois lembrou o dilema do pesquisador, ao fazer um referencial teórico de um trabalho.

26 setembro 2017

Novas normas de contabilidade do setor público

O CFC informa que foram aprovadas cinco normas de contabilidade aplicada ao setor público:

NBC TSP 06 – Propriedade para Investimento - Esta norma define conceitos que abrangem terrenos e edifícios mantidos pelas entidades do setor público como forma de investimento, seja para fins de locação ou arrendamento. No conteúdo, são detalhados aspectos relacionados à mensuração, ao reconhecimento desse tipo de ativo e como o imóvel deve ser contabilizado como propriedade para investimento no balanço patrimonial da entidade pública.

NBC TSP 07 – Ativo Imobilizado - Trata dos ativos imobilizados, que são bens tangíveis e utilizados pela entidade com algum propósito. Exemplos de ativos imobilizados: terrenos, estradas, maquinário, pontes, viadutos, obras de arte e de engenharia, entre outros. Esses ativos englobam itens ligados à infraestrutura e abrangem também equipamentos militares especializados e ativos de contratos de concessão. A norma abrange, além das definições de ativos imobilizados, os critérios de reconhecimento, as formas e os modelos de mensuração e o que deve ser divulgado nas demonstrações contábeis.

NBC TSP 08 – Ativo Intangível - A norma trata do reconhecimento, mensuração e evidenciação de itens como softwares, direitos autorais, patentes, marcas, sistemas de licenças, propriedade intelectual e até itens do patrimônio cultural intangível. O conteúdo fornece subsídios aos profissionais da contabilidade no que tange ao correto reconhecimento e evidenciação do patrimônio público, ainda que esse patrimônio não tenha substância física.

NBC TSP 09 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não Gerador de Caixa - Esta NBC determina como contabilizar ativos que não geram ingressos, ou seja, que não têm por finalidade gerar remuneração por sua utilização. Estabelece os procedimentos que devem ser aplicados para determinar se ocorreu perda por redução ao valor recuperável de um ativo não gerador de caixa, determinar seu valor, os critérios para reconhecer tal perda e revertê-la nas demonstrações contábeis.

NBC TSP 10 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo Gerador de Caixa - Os ativos geradores de caixa são aqueles mantidos pela entidade pública com a finalidade principal, mas não única, de gerar retorno comercial. A norma define como mensurar a perda dos benefícios econômicos dos ativos, também chamada de redução ao valor recuperável, por meio do reconhecimento dos valores que excederem aos registros sistemáticos da depreciação, amortização ou exaustão do bem.

Resenha: Design para quem não é designer

Este livro de Robin Williams, da editora Callis, é surpreendente pelo capricho da editora e pela qualidade do texto. Vamos começar comentando a qualidade gráfica do livro. Na sua quarta edição, a obra é colorida, com papel de boa qualidade e um design caprichado feito por Williams no InDesign da Abode. É um livro que o leitor tem que comprar a edição impressa. A tradução, de Bárbara Menezes, opta por colocar em português somente os textos relevantes, deixando alguns exemplos no seu original. No final, o preço do livro, em torno de R$50 reais, é muito barato.

Com respeito ao seu conteúdo, é uma obra ideal para quem deseja aprender um pouco sobre letras, formatação de texto, distribuição do texto numa página e até fazer um cartão de apresentação decente. A autora traz seus conceitos com uma grande quantidade de exemplos e situações: um cartaz de uma peça de teatro é usado para mostrar a distribuição do texto e como fazer com que uma peça de propaganda seja mais atrativa, chamando a atenção para os principais elementos. E ao longo do texto lança desafios para o leitor tentar aplicar os conceitos apresentados. A imagem apresentada aqui (fotografa a partir do livro impresso pelo autor da postagem) mostra uma aplicação de um mantra da autora: não seja covarde. Usando uma série de letras, Williams recomenda fugir do Times e do Arial, arriscando em novas formas. Indica que não se deve ter medo de usar uma letra tamanho 18 ou 8; tudo depende da finalidade.

Vale a pena? Se você deseja comunicar melhor, este livro é ponto de partida para tentar entender a razão de não escolher a Arial num texto longo ou o motivo para dar um espaço entre parágrafos. Mesmo que você não aplique e se torne um especialista na área, conhecer alguns segredos da área é realmente importante. Sim, vale a pena.

Constrangimentos

Na semana passada e nesta semana tivemos a divulgação de dois ataques de hackers. O primeiro foi contra o regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, a SEC. O segundo teve como alvo a Deloitte.

SEC - O ataque contra os computadores da SEC ocorreu em 2016. O atual presidente da SEC só empossado em maio e ficou sabendo do ataque em agosto. Deverá explicar o que ocorreu com a entidade. Segundo a Reuters, o ataque ocorreu no sistema onde as empresas postam suas informações financeiras, o EDGAR. Parece que as empresas “testam” o EDGAR, antes de colocar as informações; muitas empresas fazem os testes com dados fictícios, mas algumas usam os dados que serão divulgados logo após. Tudo leva a crer que o hackers tiveram acesso a estes dados de “testes”. Também existe a desconfiança que os hackers agiram a partir da Ucrânia.

Deloitte - A empresa de auditoria descobriu o ataque em março deste ano, mas o ataque pode ter ocorrido no final do ano passado. A empresa afirmou que muitos poucos clientes foram afetados. O ataque ocorreu no e-mail da empresa, na conta de administrador, o que permitiria, em tese, acesso a todas as áreas da empresa. Nesta conta existia um senha somente e não ocorria verificação em duas etapas. A empresa não sabe a origem e a autoria do ataque, mas provavelmente ocorreu a partir dos Estados Unidos. O Going Concern não descarta uma vingança contra a empresa: no ano passado foi acusada de manter uma equipe de espionagem para saber o que os concorrentes estavam fazendo.

🔻Constrangimento - Os dois casos causaram constrangimentos. A SEC tem investido contra empresas que possuem falhas de segurança nos sistemas de informação. A Deloitte vende soluções contra os ataques de harckers. Você adotaria uma solução de segurança de uma empresa onde o administrador do sistema não possui um requisito básico de segurança, como é a verificação em duas etapas? E o presidente da SEC, que só foi informado do problema meses depois?

Rir é o melhor remédio

Aqui o original