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15 abril 2014

Rir é o melhor remédio


Dois milhões

Em 2006 eu estava um pouco cansado de atualizar a página que levava meu nome. Não que fosse difícil usar o programa Dreamweaver, mas o processo realmente não era muito prático. Decidi então blogar, bem mais rápido. Por alguma razão, que já não lembro bem, eu não queria colocar no blog o meu nome. Tentei inicialmente contabilidade, mas este nome já tinha registro. Como naquela época estava coordenando a área de contabilidade financeira da Anpad, decidi aproveitar este nome. O blog nasceu em abril de 2006 e naquele ano teve 638 postagens. No ano seguinte, quase 1.700. E o número de postagens passou de duas mil nos anos seguintes.

E pouco a pouco a insistência em fazer postagens diárias começou a dar resultados. Lembro-me quando o blog tinha 300 visitas diárias. Nesta época eu ficava olhando o marcador. Logo ultrapassavam a mil visitas. Neste tempo eu recebia sugestões de notícias e atualizações frequentemente de duas pessoas em especial. Algumas vezes (muitas vezes), por falta de tempo, eu confesso que infelizmente deixava de olhar estas sugestões. E ficava com a consciência pesada: afinal um leitor estava dando dicas que poderiam ser valiosas. Por acaso eu já os conhecia os entusiastas de sala de aula, como alunos. Daí um dia resolvi acabar com o compromisso de tentar postar estas dicas, aproveitar a diversidade de personalidades e convidá-los para participar como coautores do blog. Sábia decisão. Cada um a seu modo completa o blog. A Isabel faz principalmente o social. Promove os sorteios, gerencia o Facebook (Twitter, Instagram, Pinterest, o que mais?) e sempre sugere novas tecnologias (ufa!), além de ser organizada e eclética. O Pedro trabalha mais a parte econômica e política do blog, também de forma peculiar e que muito nos agrega.

Todo dia tentamos postar novas notícias. É difícil. Passamos por várias decepções que usualmente preferimos nem trazer para cá, mas temos também muitas alegrias. Leitor: parece bobagem, mas quando vocês mandam um singelo e-mail (ou colocam um comentário) dizendo que gostam do blog isto produz muito contentamento aqui no “contabilidade financeira”.

Dois milhões de visitantes*. No momento que estamos fazendo oito anos de blog. Obrigado, muito obrigado mesmo pelo presente.

*que na verdade foram mais, já que o contador surgiu bem mais recente

Otimismo e Fluxo de Caixa

Há muito os pesquisadores decidiram analisar as informações textuais que são apresentadas pelas empresas. E eles descobriram que por trás da linguagem e do conjunto de informações, existe uma mensagem escondida que pode escapar ao usuário da contabilidade.

Uma das informações que chamam a atenção dos pesquisadores é o Relatório de Administração (RA). Isto ocorre pelo fato desta informação ser apresentada pelas empresas sem nenhum padrão pré-definido. Ou seja, cada empresa faz o seu relatório, da forma que acha mais conveniente. Por ter esta liberdade, o RA tem mostrado muitas vezes algo que o gestor não diz claramente no seu texto.

Tivemos diversas pesquisas sobre este assunto já realizadas no Brasil. O número não é expressivo já que este tipo de investigação exige muito mais trabalho do cientista, seja na coleta dos dados ou no seu tratamento. Em algumas delas foram produzidas na Universidade de Brasília, no programa Multi de contabilidade. Os resultados destas pesquisas mostram que o RA fornece algumas informações realmente relevantes sobre a empresa. E que seu texto é bastante otimista da situação real das empresas. (Por este motivo, costumo dizer que se você estiver deprimido, o melhor remédio é ler um RA. Resolve logo seu problema.)

Uma pesquisa recentemente publicada concentrou-se nas empresas que foram premiadas pela Anefac e Fipecafi. Ou seja, são empresas com elevadas práticas de evidenciação das informações contábeis. Seria de esperar que seus RAs fossem isentos. Entretanto, das dez empresas analisadas, todas apresentaram um texto otimista. Os autores foram além: classificaram o otimismo em diferentes níveis. E fizeram uma comparação com os índices obtidos da DFC. O resultado mostrou a princípio pouca correlação.

Numa segunda etapa, os autores classificaram as empresas segundo seu desempenho dos índices e calcularam a correlação de Spearman. Esta pequena mudança na metodologia mostrou que as empresas com pior desempenho são as mais otimistas do grupo. Ou seja, exageram na dose.

Leia mais em:
BACHMANN, Ramon; TONIN, Joyce; COLAUTO, Romualdo; SCHERER, Luciano. Reflexos do desempenho financeiro nas boas notícias. Revista Contemporânea de Contabilidade. UFSC, v. 11, n. 22, p. 49-72, jan/abr 2014

Entrevista com Armínio Fraga

Há poucas semanas, o senador Aécio Neves, candidato dado como certo para disputar a presidência pelo PSDB, oficializou a escolha do economista Armínio Fraga para o posto de coordenador econômico de sua campanha. Nesta série de entrevistas que ouve economistas integrados ao debate político e, não raro, ligados aos partidos, Fraga é o mais engajado. Muitos já o consideram ministro da Fazenda, caso o PSDB ganhe a eleição. Ex-presidente do Banco Central, Fraga diz que ainda não se aprofundou no estudo das propostas, mas o esboço tem pilares claros: fortalecer a política fiscal, ajustar a inflação para o centro da meta, desengavetar a reforma tributária, entre outras medidas que podem exigir ajustes nem sempre populares. Mas ele acredita que o importante é antecipar o que deve ser feito, sem "populismo" eleitoral. "O custo de tomar medidas impopulares é muito menor do que o de não tomar", diz na entrevista que segue.

Como o sr. vê a economia hoje?

Estou vendo um quadro que se quantifica com poucos números. Um crescimento baixo, já entrando pela quarto ano, e a sinalização de que o ano que vem também pode ser difícil por causa dos problemas que estão se acumulando. Ao mesmo tempo, há uma inflação alta, em torno de 6%, já há bastante tempo, mas reprimida. A inflação real anda mais alta. Talvez entre 7% e 8%. Esse não é um quadro bom. Há também o fato de que o déficit em conta corrente do Brasil caminha para 4% do PIB no momento em que os Estados Unidos segue para a normalização da taxa de juros e, eventualmente, a China deve desacelerar. Isso também é uma questão, especialmente porque a taxa de investimento do País não está aumentando. Agora está acontecendo um movimento no mercado - que eu diria ser técnico, com recursos mais de curto prazo, indo para um lado ou para outro, mas isso não deve trazer um grande conforto. O quadro geral ainda não é tranquilo lá fora. Olhando aqui para dentro no Brasil, hoje o governo concede 60% do crédito, que incorpora ainda repasses do BNDES. Há não muitos anos eram 40%. É um modelo testado por nós, testado por vários outros países que tende a não entregar o resultado que se quer - tanto do ponto de vista de produtividade, da qualidade das decisões de crédito e financiamento que são tomadas, quanto do ponto de vista do risco. O exemplo radical são os Estados Unidos com as grandes do mercado de hipotecas, Fannie Mae e Freddie Mac (empresas privadas, mas com propósito público, que eram implicitamente garantidas pelo governo), que tiveram uma participação fundamental na bolha - uma senhora bolha. Mesmo nos países mais maduros, essas lições permanecem válidas. Há outros temas, de caráter mais setorial. Energia está no topo da lista. Estamos correndo um risco muito grande nessa área. Os dados, infelizmente, vêm piorando. É grave a questão. O setor de petróleo é outro bem conhecido. À Petrobrás foi designado o papel de grande locomotiva do setor, mas, ao mesmo tempo, o governo vem asfixiando o fluxo de caixa da empresa. Para não falarmos de outras intervenções, como o mix de política industrial, política setorial também. Enfim, que não vem dando resultado. Talvez fosse até previsível. Em paralelo, estamos vivendo a crise no setor de etanol - o que é uma tristeza. O setor tem tudo para ser um líder global. Esse é um setor menos antipático ao meio ambiente do que o do petróleo, que o dos combustíveis fósseis. Estamos na situação singular de subsidiar o setor de combustíveis fósseis - algo que vai na contra mão da recomendação técnica. A determinação é taxar e não subsidiar, porque esse setor produz um efeito negativo para a sociedade. Esse é o típico caso em que se recomenda fazer o oposto do que estamos fazendo. A infraestrutura também é uma área que apresenta muitos desafios. Nesse caso, a visão é que temos uma moeda com dois lados. Por um lado, a infraestrutura virou um gargalo seriíssimo em praticamente todas as suas dimensões - e, portanto, é uma barreira ao crescimento. Mas ela deveria ser uma fantástica oportunidade. Eu acho que se os futuros governos acertarem a mão nas questões regulatórias e em outras que influenciam esse setor, eu penso que ele pode virar ao nosso favor. Mas, nesse momento, é um problema. O resumo é o seguinte, pensando de uma maneira mais esquemática: a minha leitura é que hoje nós temos uma macroeconomia que está perdendo as âncoras. A área fiscal perde credibilidade, o chamado tripé certamente está bem fragilizado. A microeconomia, que deveria funcionar mais livre, apostando na concorrência, sofre por estar muito amarrada - e amarrada na parte que cabe ao governo. Portanto, temos dificuldades em buscar mais produtividade. Subindo ainda mais um nível nesse esquema, penso que isso tudo espelha uma grande crise no Estado - um Estado que vem continuamente crescendo, mas não tem sucesso em entregar aquilo que se espera dele. A qualidade da educação avança lentamente. A população se queixa muito dos serviços de saúde. Hoje um tema absolutamente vivo e importante é o da segurança. No geral, seria preciso atacar essas questões. Claro que ninguém ainda inventou uma fórmula para fazer transplante de Estado - essa é uma questão de prática. São os governos que vão, aos poucos, melhorando ou piorando as instituições de um país - e o governo precisa cuidar disso melhor. Não há exemplo de país que tenha se desenvolvido sem um Estado bom. Pode ser pequeno ou médio. Eu sou cético em relação a ideia de que um País como nosso pode e se desenvolver com um Estado grande demais. Um país precisa crescer, precisa distribuir também, com certeza, mas eu não vejo o mundo social como um jogo de soma zero. É preciso balancear as coisas. Mas eu vejo o nosso modelo falhando, tanto pelo lado da distribuição, que ainda é muito ruim, como pelo lado do crescimento. Diga-se de passagem, não acho que os dois sejam incompatíveis. Ao contrário. Mas é preciso estruturar o funcionamento do Estado para que ele atinja esses objetivos - e nesse momento, eles não estão sendo atingidos. 


O que, na sua avaliação, pode acontecer por causa dos problemas que descreveu?

Eu vejo várias dimensões, como já mencionei. Algumas delas mais dramáticas, outras menos. Eu colocaria no topo da lista hoje a questão da energia. Na medida que a água atingir um certo nível - e já estamos quase lá - provavelmente será preciso organizar um pouco as regras do setor. A política de subsidiar ou reduzir de maneira artificial o custo da energia aponta na direção de mais escassez lá na frente. Não ajuda. Há que se tomar muito cuidado. Se nós tivermos o azar de as chuvas continuarem fracas, será preciso tomar providências o quanto antes. Isso é delicado porque o tema é facilmente misturado com a política - mas é inevitável que seja assim. Faltou planejamento. Esse setor deveria trabalhar com flexibilidade para aguentar não um ano de seca, mas três. Essa era a regra dos especialistas. A energia é o caso em que poderia haver um problema maior - os outros casos não são tão dramáticos, mas são igualmente sérios. O governo vem esticando a corda em várias áreas da chamada macroeconomia. Chega um ponto em que o cobertor fica curto. Eu penso que chegamos a esse ponto. O caso da Petrobrás é um exemplo. Descapitalizaram a empresa. O governo precisa arrumar recursos de outra maneira. Isso gera subsídios. No setor elétrico, por exemplo, os custos elevados de sustentar esse modelo, as estimativas variam, mas os consumidores já estão sentindo o custo das termoelétricas. É grave. O custo é grande. Então: de um lado a inflação preocupa, do outro lado, o impacto fiscal preocupa. Assim, há uma sensação geral de perda de confiança que vem paralisando bastante o investimento. Esse é um caminho mais lento em direção ao futuro - e lento numa direção ruim. Estamos em um ano de eleição. Tipicamente, em anos de eleição, os governos são mais flexíveis na condução das políticas. Aconteceu em 2010. Só que, neste ano, o governo já entra com dificuldades. O saldo do primário já vem sendo atingido com receitas não recorrentes e alguns artifícios de natureza contábil, mas é preciso dar uma resposta mais clara, até para que, mais adiante, seja possível retomar a trajetória de queda da taxa de juros, que voltou a níveis muito elevados. Essa, ao meu ver, é uma boa forma de se pensar o que precisamos num regime macroeconômico. Eu venho dizendo, já há algum tempo, que o Brasil tinha que ter como objetivo juros de BNDES para todo mundo. O Pérsio Arida (um dos economistas que idealizou o Plano Real), numa palestra recente, sugeriu que o conjunto das políticas macroeconômicas se voltasse para atingir esses objetivos também. Ou seja: ter juros mais normais no Brasil. Esse é um quadro que sugere o esgotamento de um modelo. Já vivemos isso na nossa história. Modelos se esgotam. Isso é percebido por analistas, mas, normalmente, se encontra muita dificuldade na hora de mudar. Os modelos, por piores que sejam, têm sempre ganhadores - e os ganhadores se agarram aos modelos e procuram evitar as mudanças. É uma questão de economia política. Isso aconteceu conosco na década de 70, quando o Brasil procurou esticar o modelo que já não era capaz de entregar resultados. Deu no que deu. Naquela época foram crises de balanço de pagamento, inflação e tudo mais. Não quero dizer que a situação é igual. Mas é fato que o Brasil hoje está vulnerável e precisa mudar. Essa segunda dimensão de crise é mais difusa porque são vários fatores agindo ao mesmo tempo. E ainda temos a possibilidade de 2015 ser ainda um ano com baixo crescimento. Há tensões políticas e sociais. São quadros complexos, mas que tem no fundo essa linha - é preciso mudar.

Levando em conta essas questões de curto prazo, o que o governo precisa fazer na largada em 2015 para resolver os problemas?

Cabe uma resposta bem ampla - talvez mais ampla do que possamos detalhar aqui. Eu começaria com o lado macroeconômico. Começaria com um reforço muito transparente das bases do tripé. Deveríamos ter metas claras e transparentes para a contabilidade do saldo primário. As metas deveriam ser plurianuais. Haveria também um comprometimento com a normalização dessa situação de inflação reprimida e, ao mesmo tempo, a busca de convergência para a meta. Se as duas ações são coerentes, elas se reforçam. Nos últimos anos, o Brasil viveu momentos difíceis em que a política fiscal era expansionista, a política de crédito público - que é muito relevante aqui no Brasil - era também expansionista e o Banco Central tentava, do seu lado, enxugar a demanda e segurar a inflação. Eu penso que esse reforço traria um grau de coerência. Racionalizar a atuação dos bancos públicos faria parte dessa equação. Do lado macro, isso ajudaria a reduzir o prêmio de risco que o Brasil paga. Quando o Brasil paga mais, todas as empresas que estão aqui pagam mais, todas as pessoas que vivem aqui pagam mais também. É algo muito direto. No lado que nós podemos chamar de micro, eu penso que há necessidade de abrir mais frentes. Na infraestrutura, ao meu ver, seria necessário um trabalho detalhado em cada área, repensando o que vem sendo feito, procurando estimular o debate e o entendimento sobre porque as coisas não estão acontecendo. Penso que há dimensões que são de arquitetura - do desenho mesmo. Mas tem também o lado da execução. É preciso repensar o modelo com o setor privado em diferentes áreas. Em vários casos, pode caber privatização. A agenda da infraestrutura é muito ampla - inclui portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, energia, telecomunicações, saneamento. Inclui praticamente tudo da nossa infraestrutura. Mas existem vários outros temas. O Brasil precisa, urgentemente, pensar numa reforma tributária que simplifique o sistema. Isso envolveria, essencialmente num primeiro momento, todo o aparato de tributação indireta. ICMS. IPI. Organizar e simplificar seria muito bom. Cabe mencionar que, ao meu ver, o crescimento da carga tributária precisa ser limitado. Para isso, volto um pouquinho ao lado macro - o Brasil precisa também adotar um limite para relação gasto público e PIB.

Por lei?
Por lei ou por decisão de governo, num primeiro momento. Mas é preciso trabalhar para isso. Hoje, para um País de renda média, nos temos uma carga tributária muito elevada. Isso é contraproducente. Isso está dentro daquela ideia de que a economia precisa continuar trabalhando para melhorar a distribuição de renda desse País - que é terrível ainda - mas, ao mesmo tempo, precisa também criar condições para que a taxa de investimento também aumente, para que o País seja mais produtivo. São muitos os assuntos nesse mundo que chamo de micro. É muito trabalhoso. Mas não creio que seja um bicho de sete cabeças. Dá para fazer se tivermos uma agenda e também pessoas capazes ocupando posições chaves. É um desafio enorme de RH também.

Qual seria o teto de crescimento do gasto público?

Os gastos teriam que crescer igual ou abaixo do PIB. E na trajetória que está os gastos crescem mais que o PIB...
Há muito tempo - e isso é natural. A sociedade tem demandas. Por mais que tenha crescido e melhorado muito nos últimos 20 anos, o Brasil ainda é um País carente. Mas é fato que se você fizer uma pesquisa vai identificar que a sociedade quer tudo. Mas isso é uma grande ilusão. É preciso pensar a coisa de uma forma dinâmica. Instantaneamente, você pode até tentar alocar mais. Mas olhando a trajetória para frente, esse não é o melhor modelo. É um trabalho difícil, mas politicamente importante. Precisa ser feito com transparência. É típico em momentos de eleição a gente ouvir propostas em que a conta não fecha. Dizem: eu quero 10% para cá, outros 10% lá, mais 10% aqui. Você vai fazer a conta e não fecha. E vem: vou ter de aumentar a carga tributária em tantos pontos do PIB. Sinceramente, para um País como o nosso, é difícil imaginar como isso possa acontecer. É um tema difícil. Eu não sou político. Vejo apenas a necessidade de um debate honesto. Não populista.

Qual seria o tamanho do esforço fiscal?

Acho que será preciso fazer um levantamento da situação. Não dá para arriscar um número agora. Mas acho que o Brasil precisa de uma meta positiva para o saldo primário, talvez maior um pouco do que ela é hoje, nem que seja um tempo. E essa meta deve ser plurianual. Essa parte é menos difícil. O tema do crescimento do gasto é complexo. Não podemos nos iludir. Mas esse tem que ser um objetivo a perseguir com rigor e, se for necessário, com a proposição de reformas também. Não tenho um programa pronto aqui para discutir.

Em que campos as reformas?

Eu penso que em todas as dimensões do gasto. Antes de tudo, é preciso mapear para, depois, tomar as decisões. Hoje eu presto uma assessoria ao senador. Estudo e acompanho o que acontece no Brasil, mas continuo dedicando uma parte do meu tempo à minha empresa. Mais adiante, se ocorrer uma mudança, e eu participar, com a eleição do senador Aécio, seria o caso de eu e muitos outros refinarmos essas questões. Mas elas estão na categoria de questões polêmicas que se prestam ao populismo que, ao meu ver, não agregam nada à qualidade da discussão e ao próprio eleitor. Eu estou sendo um pouco cuidadoso porque acho que é impossível negar a importância disso. Mas ir além é perigoso.

O próprio Aécio falou que está disposto a tomar medidas impopulares...

Sim, falou. Mas o que ele não falou - e eu não tenho procuração para falar por ele - é que o custo de tomar as medidas por ventura impopulares é muito menor do que o de não tomar. As pessoas têm de cair na real.

Continua aqui

Listas: Como reduzir a quantidade de evidenciação

1) Reduzir a repetição.
2) Foco na evidenciação.
3) Eliminar informações desatualizadas ou não materiais.

Fonte: Aqui

Curso de Contabilidade Básica: Sport Club Corinthians

O Corinthians divulgou suas demonstrações no final da semana passada. Chamou a atenção para a DMPL (clique na imagem para ver melhor).

O patrimônio social do clube é de mil reais. A reavaliação garante o patrimônio líquido positivo. Em 2013 o déficit acumulado reduziu para 12 milhões.

Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues

14 abril 2014

Sorteio: O Andar do Bêbado

Nós indicamos o livro O Andar do Bêbado na postagem “Como gostar de métodos quantitativos?”. Publicamos, ainda, um bate papo interessante em “Entrevista com Leonard Mlodinow”. Agora trazemos em mais um sorteio relâmpago:


Como nos sorteios relâmpagos, a regra é simples: o encerramento ocorrerá quando chegarmos a 50 inscritos ou 24h da publicação da postagem. Utilizem os campos abaixo para o preenchimento ou cliquem aqui.




Boa sorte!

Em tempo:

Consulte as regras em postagens anteriores (vide aqui).

- Agradecemos ao Rafael por ter notado a falha no link! *.*

Rir é o melhor remédio


Eu tinha escolhido um Rir pra hoje, mas desescolhi.

Muita gente sabe que eu sou fã da Mafalda. Ela é sensacional! Há, em Buenos Aires, um banquinho com uma estátua dessa personagem atemporal. O local foi escolhido por ser a antiga moradia do autor, o Quino, e era lá que ele morava na época em que escrevia toda a Mafalda. Eu consegui ir lá tirar fotos e ganhei de presente uma foto da minha avó, também lá sentada, na ocasião de outra viagem. Mas o Rir de hoje não é para contar causos. É para homenagear a minha primeira irmã caçula, a Renata, que me apresentou a este encanto de menina. (E que, quando nasceu, recebeu da vizinha um bolo de cenoura que marcou a minha memória. Uma belezura! De irmã e de bolo... *.*  )

Minha tirinha preferida já foi postada aqui, que é essa:


Acho fenomenal a simplicidade misturada com o encanto infantil e a maturidade política da personagem.
Eu realmente sinto contade de gargalhar com ela.

Para tentar portar algo novo, seguem mais algumas:





Para melhorar a imagem, clique nas fotos.

Parabéns Rê! Te amo!



História da Contabilidade Os primeiros anos dos anos 80

O início dos anos 80 do século XX foi marcado, em termos da nossa economia, pela crise econômica em razão do choque de petróleo e a elevada inflação. Na política, o regime militar começa a preparar o processo de abertura política.

Área Pública
Em geral os autores de contabilidade pública não se atêm ao período de 1967 até 1985. Em 1967 tivemos o decreto-lei 200 e em 1985 a criação do Siafi. Mas o período intermediário é como se a contabilidade pública não tivesse existido no Brasil. Entretanto, alguns fatos relevantes ocorreram aqui. No ano de 1979 um decreto assinado pelo então presidente Figueiredo, o Decreto 84.362, centralizou no ministério do Planejamento o controle da administração financeira e contábil da área pública federal, incluindo a administração indireta e fundações. A norma também muda as antigas Inspetorias-Gerais de Finanças para as Secretarias de Controle Interno.

Em 1982 é considerada como meta pela Secretaria Central de Controle Interno (Secin) implantar o Sistema de Contabilidade de Custos, que abrangeria tanto a administração direta quanto a indireta. O chefe da Secin, Fernando de Oliveira, imaginava que “a realização da contabilidade de custos, tal como ocorre no setor privado, vai justamente indicar qual o preço econômico real a ser cobrado pelos serviços públicos em geral” (1). Além disto, pretendia-se conhecer os custos das obras públicas. Para tanto, a Secin pretendia montar uma estrutura a nível nacional.

Iudícibus não é escolhido reitor
Na década de 70 a Universidade de São Paulo destaca-se como o grande centro pensador da contabilidade brasileira, posto que mantem até os dias de hoje. À frente, um italiano de Bari, então com 46 anos: Sérgio de Iudícibus. Eis um resumo do então candidato a reitor nas eleições de 1981 (2).


Até então, nenhum membro da Faculdade de Economia e Administração (denominação da época, que incluía a contabilidade) tinha ocupado este posto. A votação era realizada no Conselho Universitário, que indicavam uma lista sêxtupla e o governador procedia a escolha. Iudícibus foi o mais votado, com 54 votos (3). A escolha do governador recaiu, no entanto, sobre o quarto mais votado, o então diretor da Politécnica (4).

Tieppo
A história do Brasil está refleta de escândalos. Isto também ocorreu neste período. Merece destaque o processo contra a corretora Tieppo, de propriedade do corretor do mesmo nome. O valor do escândalo era de 1,5 bilhão de cruzeiros, o que corresponde a 34 milhões de dólares pelo câmbio oficial da época (5). O problema de Tieppo envolvida uma contabilidade paralela, o caixa 2, e remessa de dólares ao exterior.
Outro escândalo do período foi o da “mandioca”. O ex-chefe da contabilidade e supervisor da carteira rural do Banco do Brasil de Floresta, Pernambuco, estava envolvido em empréstimos fictícios para plantação de mandioca (6). O escândalo envolveu a morte de um procurador e agricultores beneficiados com desvios milionários.

Contabilidade Internacional
O Iasc foi criado em 1973, sem a participação do Brasil. Mas logo depois já tínhamos participação nas discussões, conforme mostra este breve comunicado publicado nos jornais da época (7)

Convite
Finalmente, no final de 1982, aparecia nos jornais um singelo convite para a defesa de mestrado em contabilidade. Eis o convite (8)


Referências
(1) Secin também controlará tarifa de serviço público. O Estado de S Paulo, 21 de fevereiro de 1982, ed. 32807, p. 34. É interessante destacar que naqueles anos existiam os “preços administrados” (pão, combustível etc).
(2) AUGELLI, Marielza. Docentes querem mudar a USP. O Estado de S Paulo, 18 de novembro de 1981, ed. 32.727, p. 11
(3) Pronta, vai ao governador a lista da USP. O Estado de S Paulo, 9 de dezembro de 1981, p. 1, ed. 32745.
(4) Tenho dúvida se o governador que fez a escolha foi Paulo Salim Maluf (que governou São Paulo até 14 de maio de 1982) ou José Maria Marin (ele mesmo, o do episódio da medalha embolsada, que governou até 15 de março de 1983).
(5) PF deve indiciar Tieppo em uma semana. O Estado de S Paulo, 6 de fevereiro de 1981, ed. 32.486, p. 25. Este valor é um pouco diferente do que apareceu dias seguintes no mesmo jornal: 21,5 milhões de dólares. Vide O Estado de S Paulo, 28 de fevereiro de 1981, ed. 32505, p. 21. O primeiro valor foi obtido através da divisão pelo câmbio oficial de janeiro de 1980.
(6) Vide, por exemplo, http://pt.wikipedia.org/wiki/Esc%C3%A2ndalo_da_Mandioca
(7) O Estado de S Paulo, 22 de maio de 1980, ed. 32265, p. 32.
(8) O Estado de S Paulo, 11 de novembro de 1982, ed. 33029, p. 44.

Plano Nacional de Educação


[...]

É esse tipo de problema que levou o professor Claudio de Moura Castro, em sua palestra no Senado, a chamar o novo Plano Nacional da Educação 2011-2020 de “equivocado e inócuo”. Acertadamente, ele observa que o PNE é um somatório das idiossincrasias de diversos grupos advogando em causa própria, o que resultou num conjunto de mais de 2 mil propostas para a educação, muitas vezes incompatíveis entre si e quase sempre impossíveis de serem postas em prática. Entre as medidas que considera impossíveis, Moura Castro citou uma das estratégias da Meta 12, que pretende elevar para 90% o porcentual de conclusão dos cursos de graduação do ensino superior, quando se sabe que, mesmo nos Estados Unidos, o índice de evasão nas universidades chega a 50%. Outra meta que considerou irreal é a proposta de erradicação do analfabetismo absoluto até 2020, sobretudo – acrescento eu – porque a própria escola construtivista, regida pela aprovação automática, é uma usina de produção de analfabetos que, com alguma sorte, se tornam analfabetos funcionais quando chegam à universidade.

Parafraseando o delírio de Brás Cubas, do célebre romance de Machado de Assis, pode-se dizer que o Plano Nacional de Educação é “uma figura nebulosa e esquiva, feita de retalhos, um retalho de impalpável, outro de improvável, outro de invisível, cosidos todos a ponto precário, com a agulha da ideologia”. O PNE 2011-2020 já é sintoma de uma das mais graves doenças da era lulo-petista: o conferencismo – versão oficial do assembleísmo que o PT levou para as entranhas do Estado ao chegar ao poder em 2002. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), desde que Getúlio Vargas convocou a primeira conferência nacional no Brasil, sobre saúde, no início da década de 40, já foram realizadas 115 conferências nacionais, das quais 74 (64,3%) ocorreram no governo Lula, envolvendo cerca de 10 milhões de pessoas. E com um diferencial: antes, as conferências quase sempre se restringiam a setores como a saúde; com Lula, passaram a contemplar os mais variados setores, sobretudo as minorias.

O PNE é fruto da I Conferência Nacional de Educação, realizada em 2010 e precedida por conferências municipais e estaduais, contabilizando, no seu sistema de relatoria, 5.300 registros de inserção com propostas dos segmentos participantes. Já o documento-base da II Conferência Nacional de Educação, a ser realizada em novembro deste ano, contabiliza 11.488 registros de inserção, o que significa aproximadamente 30 mil emendas. Como se vê, não é por falta de palpiteiros que a educação brasileira vai mal. Essa segunda conferência estava programada para fevereiro deste ano e já foi precedida de conferências municipais e estaduais, mobilizando a militância de esquerda travestida de movimento social espontâneo. Mas o MEC acabou adiando sua realização para novembro próximo, fato que gerou indignação entre as entidades envolvidas. Segundo elas, o objetivo do adiamento foi esvaziar o poder de pressão da conferência, que iria coincidir com a votação do Plano Na­cional de Educação no Congresso. As entidades defendem o projeto aprovado na Câmara e acusam o governo de apoiar a revisão feita pelo Senado, que excluiu, por exemplo, a polêmica questão de gênero.

O projeto de lei do Plano Nacional de Educação foi enviado pelo então presidente Lula ao Congresso em dezembro de 2010, com a proposta de “ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do PIB” – mas sem data para se concretizar. Em 2012, o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados, que, dominada pelo petismo mais radical, se encarregou de piorar o que já era ruim, estabelecendo um investimento de 7% do PIB em educação até o quinto ano de vigência do plano e, no mínimo, 10% do PIB ao final de dez anos. Com a ressalva: esse investimento seria feito exclusivamente na educação pública, deixando de fora entidades filantrópicas e assistenciais. O Senado manteve esses índices, mas suprimiu a restrição aprovada na Câmara, permitindo o investimento público em entidades assistenciais, entre as quais, é bom lembrar, encontram-se as Apaes, que prestam um relevante serviço para as crianças com deficiência mental.

Ideólogos criam guerras de raça e gênero

Outro ponto polêmico do plano é a questão de gênero, que já constava do projeto original do Executivo, mas de forma menos radical, falando apenas em “implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito e discriminação à orientação sexual ou à identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão”. Na Câmara, acrescentou-se a esse texto a discriminação racial. Como se não bastasse a incitação à guerra de raças, os deputados tornaram o texto mais prolixo, acrescentando novas diretrizes ao plano, entre elas a “superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. Percebem a brutal diferença? Não se trata mais de combater a possível discriminação de um aluno homossexual, mas de promover a “igualdade de gênero”, o que significa igualar ao sexo biológico as mais variadas fantasias de desajustados se­xuais, perseguindo o que os ideólogos chamam pejorativamente de “heteronormatividade”, isto é, o sexo papai-e-mamãe, que deve ser discriminado na escola em nome das relações homem-com-homem, mulher-com-mulher, trans-com-todos etc.

Para se ter uma ideia da importância que a maioria petista da Câmara dá à questão, essa diretriz é a terceira, logo depois da “erradicação do analfabetismo” (primeira) e da “universalização do atendimento escolar” (segunda) e à frente de “melhoria da qualidade da educação” (quarta) e “formação para o trabalho e a cidadania” (quinta). O Senado bem que tentou corrigir essa insanidade e, onde a Câmara falava em preconceito de gênero e raça, os senadores falam em “políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito”. Já no trecho em que a Câmara falava em “promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”, o Senado, agindo com bom senso, sintetizou: “com ênfase na promoção da cidadania”. Agora que o Plano Nacional de Educação voltou à Câmara, o relator do substitutivo oriundo do Senado, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), já recomendou, em seu relatório, que o texto aprovado na Câmara seja restabelecido, com a ênfase na questão de gênero – para gáudio das minorias de estimação do PT e desespero da bancada evangélica, talvez o único setor da sociedade a perceber, até agora, o grande perigo da ditadura gay.

Institutindo a novilíngua orwelliana

O preciosismo ideológico da maioria petista na Câmara é tanto que o projeto do Executivo foi reescrito na novilíngua orwelliana: sempre que apareciam expressões como “os estudantes”, “os alunos”, “os profissionais da educação”, foram acrescentadas as partículas “os/as”, tornando o texto ilegível: “os(as) estudantes”, “os(as) alunos(as)”; “os(as) profissionais de educação”. O Senado, primando pela boa técnica legislativa e pelo bom senso antropológico, suprimiu todos esses penduricalhos feministas do texto, para indignação do deputado Ângelo Vanhoni, que, em seu relatório, já recomendou a recomposição da vulgata feminista da Câmara. Caso o Plano Nacional de Educação seja aprovado, em definitivo, com essa redação sexista (isso mesmo: sexista), a nação brasileira corre o risco de ter sua língua sequestrada pelos ideólogos de esquerda. Não tardam e hão de querer revisar o texto da própria Constituição para adicionar-lhe esses penduricalhos de mau gosto.

Um ideólogo nunca é apenas antiético – é também ilógico. Como dizia Durkheim, um mínimo de lógica exige um mínimo de moral e vice-versa. Não adianta lutar contra a natureza da língua, que, mesmo se realizando nos seus falantes, é muito maior do que eles. De que adianta escrever “alu­no(a)”, achando que assim se evita o suposto machismo da língua portuguesa, sem perceber que o gênero masculino do substantivo (“aluno”) aparece como a palavra principal, da qual o gênero feminino é apenas um apêndice, feito uma Eva linguística retirada da costela masculina do idioma? Qual seria a solução para evitar isso? Escrever “aluna(o)”, “amiga(o), “irmãs(os)? Nem as feministas têm coragem suficiente para fazer essa inversão, tanto que os grupos mais radicais preferem subverter completamente a língua, es­crevendo impronunciáveis “a­lunxs”, “amigxs”, “namoradxs”, muito mais para agradar o sexo cambiante dos gays do que para valorizar, de fato, as mulheres.

Uma opção seria variar o gênero da palavra principal. Mas como decidir os critérios para essa escolha? Contabilizando quantos homens e mulheres há na categoria mencionada e optando pelo gênero que fosse a maioria? Ainda assim, o suposto machismo não iria desaparecer – apenas mudaria de lugar, transferindo-se da língua para a sociologia. As funções e profissões socialmente valorizadas, nas quais os homens são a grande maioria, continuariam sendo escritas primeiramente no masculino: neurocirurgião(ã), engenheiro(a), ministro(a), juiz(a); enquanto para as mulheres sobrariam: “doméstica(o)”, “enfermei­ra(o)”, “educadora(or)”. Isso mostra que a língua é complexa demais para caber na lógica mecanicista da luta de classes ou no ressentimento maniqueísta das minorias de estimação.

Ao querer neutralizar as palavras de suas eventuais cargas negativas, a esquerda revela seu espírito totalitário, pois uma língua que não soubesse exprimir desigualdade, preconceito e ódio não seria uma linguagem humana e mataria seus falantes de angústia. A propósito, os ideólogos que não acreditam nas determinações sociais do sexo biológico e acham que tudo é construção de gênero saberiam me dizer se o masculino de “babá” é “babão”? Como se vê, um Plano Nacional de Educação que, no país do analfabetismo funcional, negligencia o mérito, incita a escola contra a família e, em vez de estimular a leitura, policia as palavras, transformando a língua num instrumento de opressão ideológica, nada tem a ver com ensino – é apenas uma doutrinação totalitária que tenta fazer da escola uma incubadora de subversões.

Fonte: aqui

Midnight Oil: Blue Sky Mine

Nossa queria leitora Flavia Carvalho nos enviou uma música que fala sobre contabilidade! Obrigada Flavia. Adoramos a participação dos amigos e leitores.

A Flávia disse que já foi a um show do Midnight Oil, uma banda crítica e politizada. Era difícil conseguir trazê-los ao Brasil porque eles não aceitavam patrocínios de empresas de cigarro, por exemplo... E quem patrocinava shows sempre era a Hollywood (Souza Cruz). Mas eles vieram! O CDBlue Sky Minning é o que tem a música que vamos apresentar.

O pedaço que fala sobre balanço:

The candy store paupers lie to the shareholders
They're crossing their fingers they pay the truth makers
The balance sheet is breaking up the sky



Abaixo, a letra...

Blue Sky Mine
There'll be food on the table tonight
There'll be pay in your pocket tonight

My gut is wrenched out it is crunched up and broken
My life that is lived is no more than a token
Who'll strike the flint upon the stone and tell me why?

If I yell out at night there's a reply of blue silence
The screen is no comfort I can't speak my sentence
They blew the lights at heaven's gate and I don't know why

Chorus
But if I work all day on the blue sky mine
(There'll be food on the table tonight)
Still I walk up and down on the blue sky mine
(There'll be pay in your pocket tonight)

The candy store paupers lie to the shareholders
They're crossing their fingers they pay the truth makers
The balance sheet is breaking up the sky

So I'm caught at the junction still waiting for medicine
The sweat of my brow keeps on feeding the engine
Hope the crumbs in my pocket can keep me for another night

And if the blue sky mining company won't come to my rescue
If the sugar refining company won't save me

Who's gonna save me?

Chorus
And some have sailed from a distant shore
And the company takes what the company wants
And nothing's as precious
As a hole in the ground

Who's gonna save me?
I pray that sense and reason brings us in
Who's gonna save me?
We've got nothing to fear

In the end the rain comes down
Washes clean the streets of a blue sky town

Mudanças nas especializações

Abrir um curso de especialização, ou MBA, pode ficar mais difícil para as instituições de ensino, porque o Conselho Nacional de Educação (CNE) está preparando um marco regulatório para os cursos lato sensu. O objetivo é dar maior segurança para os estudantes e oferecer um mínimo de qualidade.

Uma comissão trabalha há cerca de oito meses no novo marco regulatório, que ainda passará por audiência pública antes de ser aprovado pelo MEC. Entre as mudanças, a especialização poderá ser oferecida por instituições de esino superior e pós-graduação, instituições de pesquisa científica e escolas de governo, desde que na mesma área em que as instituições atuam.

“Essa forma de especialização está fora da regulação. Para oferecer o curso, basta ser credenciada para graduação. Isso acabou por provocar uma oferta descontrolada de especialização no país. Tem instituições com um curso de graduação e oferecem 30 especializações fora da área em que atuam”, explica o conselheiro da Câmara de Educação Superior do CNE Erasto Fortes.

Além dessa mudança, no caso das instituições de graduação, elas deverão ter uma nota igual ou maior que 4 nas avaliações do MEC (cujas notas vão de 1 a 5) para abrir uma especialização. Atualmente, é preciso ter uma avaliação igual ou superior a 3. As instituições deverão ter cursos reconhecidos e não apenas autorizados pela pasta. Para serem reconhecidos precisam ter cerca de dois anos de funcionamento.

Também será desenvolvido instrumento próprio de avaliação da especialização. Segundo Fortes, esse instrumento deverá se basear nos instrumentos que já existem.

A expectativa é que o marco entre em vigor no ano que vem. Outra mudança na área, essa já homologada, faltando apenas ser regulamentada pelo ministério, é a criação de um cadastro nacional dos cursos de especialização. Os cursos não registrados no MEC serão considerados cursos livres.

“Os cursos atuais terão que se enquadrar às novas normas. Ou se enquadram, ou serão considerados cursos livres”, diz o conselheiro. Ele acrescenta que o objetivo é dar segurança aos alunos. “Não se pode iludir a boa fé das pessoas que vão procurar esses cursos”.


Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

Prêmio Dilma

Indicadores antecedentes da eleição presidencial, em outubro, sugerem que os investidores da Petrobras estão pessimistas com as chances de mudança no Palácio do Planalto. As ações da Petrobras estão precificando em 75% a probabilidade de a presidente Dilma Rousseff sair vitoriosa para um segundo mandato – caso em que o valor das ações, hoje a R$ 15, cairia a R$ 12. Em compensação, a probabilidade de Dilma perder a eleição está precificada em 25%, prêmio que elevaria a cotação do papel da petroleira a R$ 29, revela o termômetro eleitoral que acaba de ser lançado pela Brasil Plural Corretora.

Fonte: Valor

Eike e Informação Privilegiada

O empresário Eike Batista e os administradores de sua petroleira OGX sabiam da inviabilidade comercial dos campos de petróleo da empresa dez meses antes de declarar essa condição ao mercado.

É o que aponta investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), segundo informações publicações pelo jornal Valor.

Na investigação, a CM aponta que os administradores falharam ao não divulgar ao mercado informações relevantes e que Eike negociou ações de OGX e OSX com informações não públicas e potencialmente negativas para ambas. Ao mesmo tempo, deu declarações otimistas via Twitter.

O ponto central da investigação foi a declaração de inviabilidade econômica dos campos de Tubarão Azul, Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, em 1º de julho de 2013 e que marcou a derrocada da petroleira OGX, culminando com a recuperação judicial.
De acordo com Valor, Eike afirmou à CVM que a venda das ações da OGX entre maio e junho de 2013 fez parte de um "contínuo processo de aperfeiçoamento da estrutura de capital da EBX, com o objetivo de satisfazer determinadas obrigações financeiras".


Ele encaminhou à CVM cartas da EAV LUX S.A. R.L, investidor estrangeiro com o qual Eike tinha dívidas.


No entanto, a CVM observa que na carta constata-se que Eike tinha o compromisso de não vender as ações da OGX e só o fez após permissão expressa da EAV LUX.

(Fonte: Aqui)

Posteriormente a empresa divulgou nota esclarecendo a acusação

A nota diz que "explicações cabíveis serão dadas à CVM com a apresentação da defesa e a instrução do processo administrativo. O termo de acusação ainda será julgado pelo Colegiado da CVM".

A EBX destaca que, "embora não estivesse obrigado a tanto", Eike Batista se manteve no controle da OGX, com mais de 50% do capital total e votante, por acreditar no potencial da companhia. "Se tivesse acesso a informação privilegiada na época questionada e intenção de se valer disso, Eike Batista poderia ter vendido toda sua participação na OGX", diz a nota.
O grupo alega que a venda de ações questionada pela área técnica da CVM ocorreu porque as ações estavam comprometidas por dívidas vencidas junto a credores da holding EBX. E afirma que "os recursos obtidos na venda foram destinados ao pagamento dessas dívidas".

"Eike Batista foi o maior investidor individual na OGX, com o maior o volume de capital investido, e o acionista que mais restou prejudicado em função do insucesso do plano de negócios da companhia. A acusação formulada não resiste a uma análise criteriosa dos fatos e isso será provado no processo", acrescenta o advogado Darwin Corrêa, sócio do escritório PCPC - Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, encarregado da defesa do empresário no processo da CVM.

Na última sexta-feira, 11, a CVM informou que além da acusação contra Eike por "insider trading" na OGX há outros oito processos administrativos sancionadores envolvendo as companhias do grupo EBX em andamento. Eles podem levar o empresário e pelo menos outros 12 executivos e conselheiros do grupo a julgamento. A Superintendência de Relações com Empresas (SEP) do órgão regulador toca ainda outras 13 investigações que, após concluídas, poderão levar à abertura de mais processos sancionadores.

Reduzindo das informações

Os reguladores (Iasb, CPC e Fasb/SEC) estão preocupados com a grande quantidade de informações colocados à disposição para os investidores. Particularmente esta preocupação está focada no tamanho das demonstrações contábeis e suas notas explicativas.

Uma palestra de Higgins, da SEC, indicou esta entidade está focado nesta finalidade, eliminando a duplicação de informação e reduzindo os custos para as empresas.

Recentemente tratamos deste assunto aqui no blog.

13 abril 2014

Rir é o melhor remédio

Você não vai gargalhar, mas acredito que irá sorrir. Um belo show com dançarinos japoneses.



Enviado por Karina Henriques, a quem agradecemos.

Profissão pesquisador

Já que andamos falando sobre pesquisa, achei oportuno publicar um texto excelente da "neurocientista de plantão, Suzana Herculano-Houzel. Este texto não tem a intenção de desencorajar quem pensa em se tornar pesquisador, mas sim esclarecer vários pontos que parecemos nunca conseguir tratar com a pontualidade aqui observada:

Escrevi anteriormente aqui sobre o problema da "carreira" de cientista no Brasil, quase inexistente porque postos de "pesquisador" são raros (aliás, pequena curiosidade: tentem preencher um formulário online com a profissão "cientista". Em geral ela não existe!). O resumo da situação, em minha opinião, é que o trabalho de um pesquisador não é considerado trabalho enquanto ele não for contratado como... professor universitário, em geral, o que dificilmente acontece antes de uns 10 anos de formado.

Pensei um bocado sobre o assunto, e eis aqui minha proposta para uma reforma prática, imediatamente implementável se o governo assim quiser - e, mais importante, SEM tocar na estrutura dos empregos públicos já existentes (fazer isso seria pisar em calos demais, o que poderia inviabilizar a implementação da nova estrutura, e de qualquer forma não é essa minha bandeira aqui).

A constatação de origem é a seguinte: é o trabalho de estagiários de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e pós-docs que de fato move a ciência. Quem acha que não é, por favor dê uma olhada no currículo de nossos cientistas mais produtivos em termos de publicações - Wanderley de Souza e Iván Izquierdo, por exemplo, só para citar os dois que primeiro me vêm à cabeça -, e veja quantos de seus artigos recentes (sem ser artigos de revisão da literatura) são publicados apenas por eles, sem vários "bolsistas" como primeiros autores ou co-autores. Pois é. Na prática, no Brasil e no mundo, quem faz a ciência, quem está na bancada gerando dados, é o "bolsista" que está supostamente "estudando", e não trabalhando.

Mas trabalho é o que isso é, e minha bandeira é que ele deve ser reconhecido como tal. O empecilho para isso é que as instituições públicas, onde se faz a melhor ciência no Brasil, só contratam por concursos, e com aquela faca de dois gumes que é o emprego garantido (mais sobre isso adiante). Fundações, contudo, têm autonomia para contratar e demitir; podem receber fundos tanto públicos quanto privados para pagar seus funcionários; e estão livres da necessidade de lucro que atrapalha a pesquisa básica.

Eis a primeira parte da minha proposta, então: que as instituições públicas onde se faz ciência criem Fundações, com gestão LOCAL, ágil, para contratar seus pesquisadores - e que esses pesquisadores, contratados e assim reconhecidos como trabalhadores que de fato são, sejam os hoje "bolsistas" de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Assim o cargo de "cientista" passa a existir de fato, em seus vários níveis de progressão na carreira, reconhecendo e recompensando o mérito e a produtividade de cada um: estagiário (atual bolsista de iniciação científica), assistente de pesquisa (atual recém-formado), pesquisador assistente, pesquisador júnior, pesquisador associado, pesquisador pleno, pesquisador sênior, diretor de pesquisa (chefe de laboratório).

De onde viria o dinheiro? De onde já vem: MCT, CNPq, FAPs estaduais - e, agora que são instituições "privadas", quem sabe até de fontes privadas, como em tantos outros países. Para deixar bem claro: proponho ACABAR COM TODAS AS BOLSAS NO PAÍS, e usar esses fundos para contratar os jovens como trabalhadores que são, com todos seus direitos e deveres trabalhistas. Quantos pesquisadores cada laboratório poderia contratar dependeria de produtividade e captação de recursos para seus projetos, com possibilidade de avaliação e reavaliação constante.

Contratados como trabalhadores, valeria assim a meritocracia e a agilidade que são a norma em qualquer empresa: quem faz um bom trabalho permanece; quem não está de fato produzindo corre o risco de ser demitido. Claro, com comissões de avaliação para garantir que ninguém seja demitido por mera picuinha ou por não fazer parte das panelas da vez. Proponho ainda que os cargos dos pesquisadores sênior e diretores de pesquisa, responsáveis pela continuidade dos projetos em andamento, tenham duração assegurada de cinco anos, renováveis indefinidamente, durante os quais o pesquisador, como o professor universitário, não precisará se preocupar com seu emprego.

O que fazer com a pós-graduação? Proponho que ela seja valorizada como algo realmente reservado àqueles jovens pesquisadores que demonstrarem capacidade de inovação e liderança, ao invés de ser usada como a boia de salvação atualmente necessária para quem quer seguir carreira na ciência, na falta de empregos de verdade como pesquisador. Cursos de atualização e formação continuada seriam oferecidos continuamente para pesquisadores contratados de TODOS os níveis, sem custo (mas também sem "bolsa" adicional), pois são fundamentais para todos (e não, na minha opinião, um "investimento opcional"). Mas, no esquema de cargos proposto acima, o pesquisador que demonstrar essas capacidades de pensamento original e independente ganharia acesso ao doutorado (chega de mestrado!), como qualificação adicional para um dia vir a ser líder de seu próprio grupo, no cargo de diretor de pesquisa (chefe de laboratório, na prática). Sendo um processo rigoroso de qualificação (também sem "bolsa" adicional!), onde originalidade e relevância são exigidos de fato, o doutorado prepararia o pesquisador para passar ao cargo de pesquisador pleno, sênior, e eventualmente diretor de pesquisa.

Como implantar esse esquema na estrutura atual de professores universitários? Proponho que seja oferecida a alternativa de acúmulo de cargo de professor universitário (sem dedicação exclusiva, claro) e diretor de pesquisa (para que já é chefe de laboratório) ou pesquisador pleno ou sênior (para quem já é professor com doutorado) para quem já é concursado (e deixo claro desde já que eu abraçaria a opção), mas claro que quem já é funcionário público não seria jamais obrigado a deixar seu cargo. O importante aqui é criar a possibilidade de contratação com perspectiva de carreira, e mudar como a ciência é feita daqui para a frente.

Notem que uma das consequências dessa proposta é que ser professor universitário pode passar a ser reservado a quem realmente SABE e QUER ensinar, ao invés de ser o "preço" a pagar para poder fazer pesquisa por aqueles que não curtem ensinar. Não é vergonha alguma não querer dar aula, assim como não é vergonha não querer fazer pesquisa; portanto, nada melhor do que as duas atividades serem dissociáveis.

A outra consequência desta proposta é a MOBILIDADE e AGILIDADE para contratação por Fundações locais associadas às Universidades (ou, melhor ainda, aos Institutos). Precisamos disso para atrair cientistas de outras cidades, estados, e países. Precisamos disso para ajudar a escolher outro caminho (eufemismo para "demitir", isso mesmo) aqueles que não se encontram na carreira de cientista ou professor, mas continuam nas universidades porque são, bem, funcionários públicos indemissíveis.

Minha irmã, economista, observa há anos, ao me ouvir descrever o funcionamento de laboratórios, universidades e instituições de pesquisa públicas, que o que falta à pesquisa é ser gerenciada como qualquer empresa. Quer saber? Acho que ela está com toda a razão. Um pouco de estabilidade, em geral não assegurada nas empresas, é necessária - mas ela não precisa ser eterna, e pode vir em pacotes de uns 5 anos de cada vez. E meritocracia é fundamental. Mas, sobretudo, ter seu trabalho reconhecido como "trabalho" é o que está faltando aos pesquisadores.

O que ele ganha em troca?

Eu sou uma manteiga derretida e me emocionei. Um bocado.

Um ótimo fim de semana a todos!



A empresa tailandesa de seguros de vida Thai Life Insurance criou o vídeo Unsung Hero, que mostra um homem realizando várias açoes altruístas ao longo do seu dia. O narrador questiona – “O que ele ganha em troca?” – e eis que vem a resposta – “Ele nao ganha nada. Nao vai ser rico, nao vai aparecer na TV, vai continuar anônimo e nem um pouco mais famoso. Mas o que ele recebe em troca sao emoçoes. Ele testemunha felicidade, atinge maior consciência. Sente o amor. Recebe o que o dinheiro nao pode comprar. Um mundo mais bonito”. Diga que assistiu e nao se emocionou ;) Via Hypeness.

Fonte: BlueBus

12 abril 2014

Entrevista: O desafio das restrições orçamentárias

Nós não entrevistamos o professor César, mas achamos mais que válido publicar aqui a realizada pelo pessoal da Secretaria de Comunicação da Universidade de Brasília. Esperamos que gostem!


O desafio das restrições orçamentárias
Hugo Costa - Da Secretaria de Comunicação da UnB

As cifras para manter uma instituição do tamanho da Universidade de Brasília impressionam. A Lei Orçamentária Anual, elaborada pelo Poder Executivo, prevê R$ 1,55 bilhão para o funcionamento da UnB em 2014. O número expressivo se apequena quando as contas vêm pela frente. Descontadas as despesas com pagamento de pessoal, encargos e gastos correntes, sobram cerca de R$ 90 milhões. Esses recursos são insuficientes para honrar compromissos e garantir os investimentos necessários nos campi. A estimativa de gestores é de que o déficit deste ano alcance R$ 120 milhões.

Para gerir orçamento tão complexo, a universidade conta com a experiência do professor e administrador César Augusto Tibúrcio. Decano de Planejamento e Orçamento há três meses, o docente dirigiu a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, coordenou programa de pós-graduação e criou curso de especialização em Gestão Universitária. O novo compromisso profissional é avaliado por Tibúrcio como “um desafio enorme, aliado pelo sentimento de poder contribuir com a universidade”.

Em entrevista à Secretaria de Comunicação, o decano ressalta a necessidade de economizar, respeitar acordos e manter bom relacionamento com o governo federal. César Tibúrcio explica os esforços para fechar as contas e fala sobre receitas produzidas na UnB, universidade federal que mais dispõe de recursos próprios.

O orçamento federal demorou a ser aprovado em 2013. A universidade e muitos órgãos tiveram que trabalhar com receitas fracionadas e estimadas, os chamados duodécimos. Este ano a situação está melhor?
Em alguns pontos sim. Não tivemos os duodécimos, o que facilitou. Mas temos problemas decorrentes das finanças públicas do país. A dificuldade do governo em conseguir alcançar metas tem de alguma forma refletido em nosso orçamento. Isso de certa forma já era esperado. Ano passado o governo teve uma série de receitas que não vão se repetir este ano, como o caso dos leilões realizado. Este ano, pelo contrário, o governo tem os gastos que naturalmente vão acontecer pela Copa do Mundo e é ano eleitoral, quando tradicionalmente há elevação de despesas.

Quanto as receitas próprias representam no orçamento da universidade?
O orçamento da universidade para este ano é de R$ 1,55 bilhão, o segundo maior entre as instituições de ensino federais. É um valor substancial. De receita própria, temos cerca de R$ 400 milhões. Ou seja, 25 % do total do orçamento. A maior proporção entre todas as universidades.

O que constitui essa receita?
Sobretudo arrecadações do Cespe, do CDT e alugueis. Essa receita própria não significa que temos todo esse recurso para a universidade. Parte dela já tem despesa comprometida. O Cespe, por exemplo, utiliza dessa receita para a estrutura necessária para a realização de concursos e seleções. Não se trata de uma receita livre.

Como tem ocorrido o repasse dos recursos?
O Ministério da Educação tem liberado as receitas pouco a pouco, principalmente as de custeio. Temos que solicitar regularmente as cotas necessárias para os gastos da universidade. Há um montante definido, mas que não está totalmente disponível. Em março, por exemplo, foram repassadas três parcelas.

Qual o tamanho do déficit da universidade?
Ano passado havia uma projeção de déficit de R$120 milhões para 2014. Mas essa estimativa já sofre alterações. Há gastos que não esperávamos, mas também percebemos receitas subestimadas. Ainda não sabemos precisamente o tamanho do déficit.

O que fazer para equacionar essa conta?
Precisamos pedir recursos ao MEC para cobrir essa diferença, como fizemos no ano passado, e buscar fontes de financiamento que pudermos lançar mão. E, na medida do possível, reduzir gastos.

O Projeto Esplanada Sustentável (PES) foi concebido pelo governo para auxiliar na redução de gastos. Como está a implantação dessa iniciativa na UnB?
Ele está implantado em termos de acompanhamento de informação. Há uma perspectiva de revisar e aprimorar o projeto em nível nacional.

O que mais a gestão pode fazer para economizar?
A redução de certos tipos de pagamento tem auxiliado. Há também a repactuação de contratos de terceirizados. Iniciativas importantes têm sido feitas e precisam ser estimuladas. A prefeitura, por exemplo, tem conseguido economias substâncias com gastos de telefonia.

As receitas destinadas a investimentos se concentram em que áreas?
Em edificações, reformas, compras de equipamentos, aquisição de softwares. Mas o mais relevante são as novas construções.

O senhor gostaria de fazer alguma consideração sobre o início do trabalho no decanato?
Assumi o cargo depois de mais de um ano de gestão do professor Carlos Alberto Torres. Encontrei uma situação mais estabilizada. É importante destacar o trabalho realizado pelo professor. Ele recuperou atividades que daremos prosseguimento. Entre elas a publicação de anuários estatísticos e a apuração de custos nas unidades. Estamos também refazendo o planejamento estratégico, com a ajuda de especialistas, e vamos adotar nova gestão de processos, o que pode ter um impacto muito positivo na universidade. E também seguimos com as atividades de rotina. Entregamos agora no final de março dois relatórios complexos que começaram a ser elaborados em janeiro.

Como tem sido a transição das atividades acadêmicas para as administrativas?
São áreas bem diferentes. É um desafio enorme, aliado pelo sentimento de poder contribuir com a universidade. Isso é o mais importante.

Rir é o melhor remédio