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23 janeiro 2013

Valor de Nada


Na orelha do livro “O valor de nada”, de Raj Patel (Editora Zahar, 2010), indica que o livro tenta responder a seguinte questão: por que as coisas custam o que custam? Isto realmente atiça a curiosidade do leitor, que pode tentar vencer as 240 páginas do livro para ter uma resposta para a pergunta.

Entretanto, a obra decepciona por dois motivos. O primeiro é a falta de uma estrutura na exposição das ideias. Os assuntos são jogados, um após outro, sem uma construção lógica. Num mesmo tópico, vários aspectos são tratados, com pouca profundidade.

O segundo problema da obra é a qualidade de certas obras que são usadas para apoiar os argumentos. O autor, usando uma técnica muito comum em obras modernas, colocou as referências e notas no final do livro. Mas quando o leitor que verificar uma afirmação baseada numa “pesquisa” ou “relatório” de uma agência, ele encontra citações incompletas ou que não correspondem ao que foi afirmado no texto. Em certo trecho, o autor cita uma conhecida agência de fomento, mas as notas do final estão indicando outra fonte. Assim, o livro perde credibilidade.

Para Patel, o sistema capitalista pune a sociedade, já que não leva em conta no preço dos produtos as externalidades. Assim, o sanduíche que comemos num fast-food deveria ter um preço muito superior ao que é cobrado se for levado em consideração o impacto ambiental, os efeitos sobre a distribuição de renda, entre outros fatores. Para reforçar seu argumento, Patel solta um número mágico, exagerado para ajudar na sua lógica, de pesquisas questionáveis.

Vale a pena? Não. A metralhadora de Patel atira em todos os cantos, sem conseguir atingir nenhum alvo.

Evidenciação: Este blogueiro adquiriu a obra numa livraria, não tendo sido induzido a fazer esta postagem pelas partes interessadas.

Eletrobras

A Eletrobras realizou uma de suas assembleias mais polêmicas no mês passado. No dia 3 de dezembro, os acionistas foram convocados para decidir se a companhia deveria aceitar a proposta do governo federal de renovar os contratos de concessão, nos moldes propostos pela MP 579. Além da peleja que se tornou pública, devido aos prejuízos que decorrerão da mudança nos termos dos contratos, uma outra disputa aconteceu nos bastidores. Duas das mais influentes consultorias de voto emitiram relatórios sobre a assembleia com recomendações totalmente distintas.

A Institutional Shareholder Services (ISS) recomendou que os investidores acompanhassem a proposta da administração da Eletrobras. Aconselhou aos seus clientes rejeitar a eleição de um conselheiro de administração indicado pelos minoritários e aprovar a renovação dos contratos de concessão. Em relatório, a consultoria reconheceu que "os termos da renovação apresentados pelo governo são claramente desvantajosos para a empresa, evidenciando o risco de se investir em empresas controladas pelo Estado, onde o interesse público prevalece sobre o interesse dos acionistas". Mas acabou concluindo que acompanhar a administração seria a alternativa menos pior para os acionistas. O governo não mudaria de ideia, argumentou, até porque a maior parte das companhias aceitaria os termos propostos, e os riscos de enfrentar uma nova licitação seriam maiores do que os de renovar o contrato.

A recomendação da ISS, no entanto, não fez a cabeça dos investidores. No balanço final da assembleia, apenas a própria União, o BNDES e a BNDESPar votaram a favor da renovação — além de alguns fundos estrangeiros que, sem orientação específica de voto, seguem a proposta da administração. [...]

Na direção contrária foi a Glass Lewis, que emitiu relatório apoiando o pleito dos minoritários. Além de ressaltar o quanto as renovações serão prejudiciais aos resultados da Eletrobras, a consultoria assinalou o conflito de interesses presente no conselho de administração da elétrica, composto de membros do governo federal.

Embora vencidos, os minoritários ainda não desistiram da briga. Até o fechamento desta edição, um grupo de acionistas se preparava para recorrer ao Poder Judiciário e pedir a anulação da assembleia. Em sua defesa, eles pretendem ressaltar o fato de que, no último aumento de capital da companhia, no começo de 2011, cada nova ação ordinária foi emitida por R$ 22,61, enquanto as preferenciais saíram por R$ 27,01. Ao fazer a emissão, afirmam, o governo teria sinalizado uma expectativa de valor para a companhia que, pouco menos de dois anos depois, não existiria mais. No dia 19 de dezembro, as ações ordinárias fecharam a R$ 6,45; e as PNB, a R$ 10,01.


Fonte: Aqui

Alugar ou Comprar

Um dos casos mais típicos da análise de investimento é a decisão entre alugar e fabricar. Uma decisão parecida ocorre hoje com as operadoras de telefonia celular, segundo texto do Valor Econômico (Operadoras põem torres à venda para levantar capital, 22 de Janeiro de 2013, Daniele Madureira).

Com a possibilidade de compartilhar a infraestrutura, muitas empresas estão preferindo alugar a torre do que a opção de construir e manter um torre exclusiva. Assim, algumas operadoras estão optando por vender suas torres.

Desde o fim de 2010 até o terceiro trimestre do ano passado, a Vivo vendeu 3.925 torres, o que rendeu R$ 1,1 bilhão ao caixa da operadora.


A decisão de alugar ou manter tem vantagens e desvantagens. Para operadora, o aluguel pode ter um custo inferior ao custo de manutenção.

Uma operadora desembolsa, em média, cerca de R$ 250 mil para construir uma torre metálica no solo e R$ 150 mil por uma torre do tipo "roof top" (instalada no alto de um prédio). Além disso, precisa pagar aluguel pelo uso do espaço para os condomínios ou proprietários do terreno.

Ao vender a infraestrutura e passar a alugá-la, a conta diminui sensivelmente, já que não há gastos de instalação. O aluguel pago às empresas especializadas vai de R$ 2 mil a R$ 5 mil por mês. Quanto mais antenas instaladas por uma operadora na torre, maior o valor pago. É preciso pagar, também, o aluguel do espaço ocupado pela torre. Os preços variam de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês, dependendo do tipo de torre, se está no chão ou no alto do prédio. O valor é rateado entre as operadoras: quanto maior o número delas, menor o custo.

Com isto, surgem empresas especializadas em construir e gerir torres:

a American Tower administra 4,3 mil torres no país (entre próprias e das operadoras). A TorreSur tem 4 mil. A BR Towers, do GP Investimentos, criada em setembro do ano passado, tem 2 mil pontos sob seu controle. A mais nova a entrar nesse mercado é a americana SBA Communications, que comprou 800 torres da Vivo em dezembro.

Apesar de todo esse movimento, há um imenso mercado a desbravar. Estima-se que existam cerca de 60 mil torres de telefonia no país. Dessas, menos de 10 mil estão sob controle de terceiros.

O custo menor não é o único atrativo para as companhias de telecomunicações. Instalar as torres de telefonia costumar ser uma enorme dor de cabeça porque há uma diversidade de leis municipais sobre o assunto, com exigências diferentes entre si. Ao transferir para terceiros essa responsabilidade - incluindo atividades que nada tem a ver com seu negócio central, como pintar e iluminar as torres - as operadoras podem se concentrar melhor em seus serviços centrais.

Lei de Benford e dados econômicos da China

Aplicação da Lei de Benford nas estatísticas econômicas oficiais do governo chinês:

A mathematical tool devised by an American physicist in the 1930s underscores doubts about the quality and reliability of Chinese economic data, according to research by Australia & New Zealand Banking Group Ltd. (ANZ)

The results are based on “Benford’s Law,” which holds that in any series of numbers, certain patterns will be found only if the statistics are naturally generated. The rule, created by former General Electric Co. (GE) engineer Frank Benford, suggests patterns for the first and second digits in a numeric series and can be used to detect phony data, Li-Gang Liu, ANZ’s chief economist for Greater China, and colleague Louis Lam said in a Jan. 8 report.





Benford’s work has already been adapted to show Greece should have been suspected of manipulating its data before the European debt crisis and that now-jailed financier Bernard Madoff was overstating investment returns.

The ANZ economists studied China’s annual nominal gross domestic product data from 1952 to 2011 to measure how frequently numbers from one to nine appeared as the first digit. While the 24 occurrences of “one” is higher than the 18 suggested by the rule, the economists said the statistics largely abide by what Benford’s Law allows. The same is true of industrial production data.


Suspicions emerged when the data was probed more deeply and reported in percentage terms, the ANZ report said, adding that the guilty party was often the second digit. An examination of the quarterly GDP growth rate from December 1991 to September 2012 shows zero occurred as the second digit 21 times, much higher than what Benford would calculate and suggesting a rounding-up to achieve a bigger leading digit. One through four also appeared more regularly than the law reckons, while seven through nine featured less.


Inflation reported on a percentage basis also failed to fit the law. “Non-conformity to the Benford’s law does not always indicate data manipulation, but nevertheless it raises doubts about the quality of Chinese data,” the authors said. “Our statistical analysis seems to have confirmed the long-rooted suspicion on quality and reliability of Chinese data.”


Fonte: aqui

O custo do atraso

Sabemos que os Estados Unidos tem atrasado a decisão de fazer a convergência para normas internacionais de contabilidade. Mas isto pode ter consequências para este país, segundo afirmou Hans Hoogervorst, presidente do International Accounting Standards Board. Para HH, os investidores estão tendo um custo enorme em comparar o desempenho das empresas que usam padrões diferentes. Além disto, com o passar do tempo, o Fasb será somente um entre muitas entidades que estarão tentando fazer a convergência.

A recente proposta do Iasb de criar fóruns consultivos deverá reduzir a importância do Fasb no processo de convergência, segundo a Reuters. E a participação nestes fóruns exige um compromisso com as IFRS, o que deixaria de fora os EUA.

A possibilidade de permitir que empresas dos EUA possam usar voluntariamente as IFRS foi descartada por Seidman.

Big Four e Qualidade

As empresas que possuem como auditor uma das Big Four são mais prováveis de fornecerem informações de melhor qualidade em demonstrações financeiras preparadas em IFRS, encontrou uma investigação independente.

Uma pesquisa da Cass Business School também descobriu que a alta qualidade elaboração de relatórios financeiros são mais propensos a serem observadas nas empresas que operam em países com regimes regulatórios mais fortes.

Fonte: Aqui

Consulta: 25 centavos

Todos os domingos, depois do almoço, o búlgaro Ivailo Dimov sai do Brooklyn em direção à Union Square, em Manhattan, arma sua cadeira de acampamento azul e pelas cinco horas seguintes segura uma placa que diz: “Conselhos. 25 cents.” Dimov não é padre, terapeuta, nem sequer um velho sábio. É um homem de 35 anos, estatura mediana e um sorriso amigável que combina com suas bochechas cheinhas. Trabalha no mercado financeiro em Wall Street, mas nunca é perguntado sobre bolsas e ações. Num domingo recente, entre as dezenas de pessoas que o procuraram, ele atendeu um homem sofrendo de amor, uma mulher endividada, um escritor em crise existencial, dois alunos inseguros sobre a vida escolar e um jovem com o polegar cortado que fugia da namorada.

Era o início da tarde e o furacão Sandy estava previsto para chegar a Nova York no dia seguinte. Mesmo que o vento já quase levasse embora sua peruca black power de Halloween, Dimov decidiu manter o serviço que presta desde setembro, o Advice4Quarter. Três amigos o acompanharam nesse dia na missão de vender conselhos a desconhecidos. Não podiam deixar os nova-iorquinos na mão num momento de crise.

A Union Square é uma espécie de teatro popular ao ar livre, mas nesse dia estava vazia por causa da tormenta iminente. Toda a fauna de obsessivos, loucos, pedintes, performáticos e transeuntes que povoa a praça parecia diluída na multidão no mercado em frente, comprando comida para estocar em casa. Do lado de fora, um jovem se acercou do grupo e perguntou se os conselhos deveriam ser sobre coisas específicas ou gerais. Ele então jogou uma moeda de 25 centsno chapéu e pediu um conselho qualquer. Um dos conselheiros, chamado Will, lhe perguntou se ele já estava preparado para a tormenta, se comprara comida e baterias. Sim, o rapaz já fizera isso. E como iria trabalhar no dia seguinte? O metrô estaria fechado. “Ah, esse foi um bom conselho de verdade. Não tinha pensado nisso”, disse o rapaz, antes de seguir seu caminho.

Brian, um estudante de medicina da Universidade de Nova York, loiro e magricela, passava por ali em direção ao East Village, onde se refugiaria na casa de um amigo. Mas não fugia da tormenta, e sim da namorada. Ela só tem 19 anos – um a menos que ele. Nas palavras do rapaz, ela está sempre depressiva e é muito carente. Na noite anterior, Brian tentara terminar a relação, mas a garota ameaçou se cortar com um estilete caso ele não voltasse atrás. Ao tentar tirar o objeto da mão dela, acabou com o polegar direito cortado. Vendo que a ameaça era séria, decidiu ficar até ela dormir, quando correu para casa. Na manhã seguinte, ela estava na porta do prédio dele aos berros. Ao fugir novamente em direção à casa de um amigo, Brian viu o grupo com os cartazes anunciando conselhos. Ainda com o dedo sangrando, afobado e perturbado, contou a Ivailo Dimov sua história.

Dimov se mudou da Bulgária para os Estados Unidos há dez anos, quando foi estudar física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Boston. Ali ouviu pela primeira vez sobre estudantes que vendiam conselhos na Harvard Square inspirados na personagem Lucy, dos quadrinhos do Charlie Brown, que cobrava nada mais que 5 cents por suas opiniões. Dimov tinha o desejo de comprar um baixo, mas era estudante e com pouco dinheiro. “Paguei os 5 cents a um daqueles conselheiros e me convenci que deveria comprar o baixo”, disse. Ele aprendeu a tocar o instrumento, mas o perdeu na mudança, quando foi estudar na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, onde se formou Ph.D. em física.

Dimov estima que 10% das pessoas que falam com ele só querem saber o propósito do serviço. A maioria quer se divertir e pergunta coisas circunstanciais, eleitas no momento. Naquele dia uma moça quis saber se sua calça jeans nova a deixava bem. Jodi Samsom, uma mulher elegantemente vestida que descobriu o Advice4Quarter pelo Facebook e ajudava Dimov no serviço, respondeu à dúvida, como se fosse uma amiga fofocando no banheiro: “Ah, sabe o quê? Na verdade ela deixa sua bunda um pouco achatada.” Se ouvisse isso de uma amiga, a mulher poderia pensar que a opinião era tendenciosa. Vindo de uma desconhecida, o palpite – ou conselho – não está sujeito a esse tipo de constrangimento.

No domingo seguinte à tormenta, muitas árvores tombadas ainda não haviam sido retiradas das ruas e parte da Union Square estava fechada pela polícia. Dimov montou as cadeiras em uma esquina mais isolada. Com o serviço de metrô restabelecido, oito amigos puderam acompanhá-lo. Nenhum deles era amigo íntimo de Dimov, mas sim gente que fora aconselhada em algum dia e quis voltar, mas para o outro lado do balcão. Para Dimov, dar conselhos é uma habilidade universal.

Num dia movimentado, ele e seus amigos chegam a aconselhar 100 pessoas, o que somou 25 dólares, usados para comprar as cadeiras de acampamento, placas novas, chá e café para os conselheiros. Sua ambição, porém, não é criar um negócio, e sim um movimento como o Free Hugs,que espalhou pelo mundo a ideia de abraçar desconhecidos na rua. “Somos 8 milhões numa pequena ilha e a maioria não tem com quem conversar. Essa é a proposta do Advice4Quarter”, explicou.

Quem não gosta do conselho pode ter sua moeda de volta. Uma vez um homem de passagem lhe disse: “Eu faço a mesma coisa que você para viver, só que cobro 250 dólares por hora e não devolvo o dinheiro se eles não gostarem.”

O caso de Brian bem poderia ser encaminhado a um divã, mas ele se contentou com o que ouviu na rua. Em troca de 25 cents, escutou que naquela situação não era errado ser um pouco egoísta e cuidar primeiro da própria segurança. Ele ficou alguns segundos assentindo com a cabeça. E então disse: “Isso é exatamente o que vou fazer.”

Por Carol Pires, aqui.

22 janeiro 2013

Fórum Econômico Mundial

O fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, apresentou hoje a abertura oficial da edição 2013 cujo tema é Dinamismo Resiliente. “O centro das discussões deve ser a recuperação ainda lenta da economia em países desenvolvidos como os da União Europeia. Ainda será alvo de debates o limite de endividamento do governo americano - questão que ainda está por se resolver e afetará o grau de incentivo que o atual presidente reeleito Barack Obama dará à economia de seu país. [...] Ainda na agenda estarão os números mais fracos de crescimento da economia chinesa e as medidas de incentivo anunciadas nesta terça pelo governo japonês.”

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, são alguns dos chefes de Estado que estarão presentes. O presidente Banco Central, Alexandre Tombini, vai representar a presidente Dilma Rousseff. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o subsecretário do Itamaraty para Assuntos Econômicos e Financeiros, Valdemar Carneiro Leal, o representante permanente do Brasil na Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, e a presidente da Petrobras, Graça Foster, também confirmaram presença.

Fórum Econômico Mundial: Crystal Awards

O Fórum Econômico Mundial iniciou nesta terça-feira o seu encontro anual em Davos com a entrega dos prêmios Cristal para a atriz sul-africana Charlize Theron, para o artista plástico brasileiro Vik Muniz e para a cineasta paquistanesa Sharmeen Obaid Chinoy por seu trabalho social.

Os três premiados usam seu trabalho e seus nomes para dar a palavra aos que não têm voz em seus respectivos países e tentar mudar as coisas, lembraram os organizadores.

"Temos que ter uma visão se quisermos ser líderes", disse o fundador do fórum, o professor Klaus Schwab na abertura desta 43ª edição do evento anual reunindo os principais nomes da economia e da política na estação de inverno suíça, que terminará no domingo.

A atriz sul-africana, visivelmente emocionada com o prêmio, promove um projeto para erradicar a Aids entre os jovens no continente africano, o mais atingido pela pandemia.

"Não é tarde demais para mudar o futuro", lembrou a protagonista do filme "Monster - Desejo Assassino" (2003), que valeu a ela um Oscar de melhor atriz.

O mesmo sentimento move o artista plástico brasileiro. "Como pessoa, muitas vezes me disseram que não podia viver das ideias ou da criatividade e, como artista, me disseram que as ideias artísticas não levam a mudanças sociais", lembrou Vik Muniz com sarcasmo diante da plateia, que tinha entre outros os príncipes herdeiros da Bélgica.


O artista brasileiro Vicente José de Oliveira Muniz, é o autor de um projeto artístico, mostrado no documentário "Lixo extraordinário", realizado durante três anos com catadores de lixo do lixão de Jardim Gramacho.

Com o lixo recolhido, os catadores prepararam instalações artísticas, mudando o conceito que tinham de si mesmos e, consequentemente, suas vidas.

Já a documentarista paquistanesa Sharmeen Obaid Chinoy considera que o cinema dá a oportunidade para que as pessoas tenham as duas vozes ouvidas.

De acordo com um relatório da organização não-governamental Oxfam publicado em ocasião do Fórum, os rendimentos líquidos das 100 pessoas mais ricas do planeta chegavam em 2012 a 240 bilhões de dólares, o que bastaria para erradicar quatro vezes a extrema pobreza.

Com o lema "O custo da desigualdade: como a riqueza e os ganhos extremos prejudicam a todos nós", a organização exorta os líderes mundiais a limitarem os seus ganhos e se comprometerem a reduzir as desigualdades ao nível de 1990.


Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Os livros de Lance Armstrong foram colocados na seção de ficção de uma livraria australiana.

Lucro Abrangente e Volatilidade


Uma das regras mais importantes na teoria contábil é que as receitas e as despesas devem passar pelo resultado. Isto deve incluir desde as operações com mercadorias até os efeitos dos resultados com os títulos e valores mobiliários. Isto irá assegurar que o resultado da empresa reflete todas as operações que foram realizadas num determinado exercício.

Entretanto, existem alguns eventos que podem ter um profundo efeito sobre o resultado de uma empresa, mas que possuem características peculiares das operações típicas. Geralmente eles não dependem da empresa, fugindo do controle da administração. É o caso, por exemplo, dos efeitos da conversão das informações contábeis, que dependem da taxa de câmbio. Assim, o desempenho de uma empresa pode ser afetado pela mudança na conversão de uma moeda estrangeira para o real.

Os reguladores começaram a pensar que estes eventos não deveriam aparecer no resultado da empresa. Isto contraria, é verdade, a regra que os teóricos defendem. Mas os defensores da ideia de expurgar algumas operações da DRE argumentam que o resultado ficaria menos volátil, ou seja, apresentaria menos variação ao longo do tempo.

Assim, os reguladores optaram por excluir algumas operações da demonstração do resultado, mas obrigar as empresas a apresentar em separado a informação com o lucro que abrangesse todas as operações. Em razão disto, esta informação ficou conhecida como demonstração do lucro abrangente.

Se os reguladores estiverem corretos, a diferença entre o lucro líquido e o lucro abrangente deveria ser significativa. Existem várias formas de verificar esta diferença. Três pesquisadores da UFMG, com uma amostra de 21 empresas brasileiras no período de 2003 a 2007, usaram o teste t. A pesquisa encontrou que realmente o lucro abrangente é mais abrangente que o lucro líquido. Mas o teste t não apresentou diferença significativa. Em outras palavras, não podemos dizer que para estas empresas o lucro abrangente é mais volátil.

O artigo somente agora foi publicado e será instigante que outros pesquisadores possam reproduzir a pesquisa, com uma amostra maior, talvez usando o teste prévio de normalidade da amostra e quem sabe um teste de diferença de variância, muito mais adequado que o teste de médias usado.

De qualquer forma, a discussão pode trazer contribuições expressivas sobre o argumento de que devemos censurar certas transações da nossa DRE.

Para ler mais:
PINHEIRO, Laura; MACEDO, Rodney; VILAMAIOR, Adriana. LucroLíquido versus Lucro Abrangente: uma Análise empírica da volatilidade. Revista Universo Contábil.  Furb, v. 8, n. 4, p. 6-18, out/dez, 2012. 

Fonte da Figura: Aqui

Receita Federal

A Receita Federal divulgou que em 2012 foram lançados créditos tributários no valor de 115 bilhões de reais, que corresponde a 2,6% do PIB.
O resultado foi obtido após 17.835 procedimentos de auditoria externa e 280.664 de revisão interna de declarações de pessoas físicas, jurídicas e do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).
O destaque foram os grandes contribuintes, com 87 bilhões de autuações.
De acordo com o subsecretário, a Receita registrou melhora na produtividade. O valor médio do crédito tributário lançado por procedimento de fiscalização externa aumentou 45,4%, para R$ 6,2 milhões. O valor médio para operações de revisão de declaração cresceu 43,3%, para R$ 22,6 mil. E o valor médio de crédito tributário lançado por auditor teve alta de 7,6%, para R$ 30,7 milhões.
Mais adiante:
o Fisco pretende implantar ao logo deste ano o sistema de malha fina para as empresas. O foco do novo sistema estará voltado para as pequenas e médias empresas. As grandes empresas já contam com um acompanhamento diferenciado do Fisco.A expectativa da Receita, segundo o subsecretário, é que, com a malha, o número de revisões das declarações de pessoa jurídicas suba de 3 mil para 20 mil a 30 mil. 
Em outro texto:
Em 27% das fiscalizações encerradas, segundo a Receita, os auditores identificaram a prática de fraude, simulação ou conluio, o que configura em tese crime contra a ordem tributária ou contra a Previdência Social. 
Desenho: Aqui 

ATT

A operadora americana ATT vai registrar uma baixa contábil de US$ 10 bilhões em seu balanço do quarto trimestre por conta de mudanças relacionadas a seus planos de pensão e de benefícios pós-aposentadoria. A informação foi divulgada pela própria companhia.

A gigante de telecomunicações provisionou muitos passivos de aposentadoria relacionados a anos de história da companhia. Essas obrigações tendem a aumentar em um ambiente de taxas de juro mais baixas porque o valor presente desses pagamentos futuros aumenta.

De acordo com um documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), entidade reguladora do mercado de capitais dos Estados Unidos, a ATT reduziu sua taxa de desconto para 4,3%, em relação aos 5,3% do fim de 2011. A mudança acarretou uma perda de US$ 12 bilhões. As taxas de desconto são usadas para calcular o valor atual de um conjunto de dívidas e responsabilidades das empresas no futuro. Taxas mais baixas significam responsabilidades mais elevadas.

Um ganho de US$ 1,9 bilhão sobre a taxa de retorno assumida para os ativos dos planos de benefícios, de 8,25%, ajudou a compensar parte dessa perda. A AT&T acrescentou que diminuirá a taxa de retorno para 7,75%, citando a "contínua incerteza nos mercados de títulos e na economia americana em 2013".

A companhia teve outros ganhos de US $ 100 milhões e informou que o lucro operacional seria cortado em US$ 175 milhões por conta de danos causados por tempestades, incluindo o furacão Sandy. A ATT vai anunciar seus resultados na quinta-feira.

Na semana passada, a Verizon também alertou que poderia ter de registrar baixas de até US$ 10 bilhões no quarto trimestre por razões semelhantes às da ATT. Desse total, entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões estariam relacionados a ajustes em planos de pensão. O restante foi indicado pela companhia como consequência de custos provocados pelo furacão Sandy e de dívidas e itens relacionados.


ATT registra baixa contábil de US$ 10 bi - 21 de Janeiro de 2013 - Thomas Gryta | Dow Jones Newswires (via Valor Econômico)

La Coruña

Um dos clubes mais tradicionais da Espanha, o Deportivo La Coruña, admite estar quebrado e pediu concordata. É o oitavo clube do país a falir desde o início da crise econômica em 2008, escancarando uma realidade radicalmente diferente da que vivem Real Madrid e Barcelona, que nesta semana dominaram a festa de gala da Fifa e mostraram que são a base de uma seleção mundial.

O La Coruña entrou com o pedido de concordata na Justiça quinta-feira à noite, medida que o protege por enquanto de uma falência total e exige que os credores entrem em negociação em relação a uma dívida que o clube tem de mais de US$ 130 milhões - cerca de R$ 263 milhões. Só ao fisco espanhol deve aproximadamente US$ 49 milhões (R$ 99 milhões).

Se um acordo não for alcançado, o clube que já teve Bebeto, Mauro Silva, Djalminha e Rivaldo como astros, poderá ter de suspender suas atividades, reabrir o time com um novo nome e começar da Quarta Divisão.

Em novembro a Justiça confiscou toda a receita de tevê do clube como forma de pagamento por seus impostos atrasados.

A situação financeira expõe a decadência de um clube que até há pouco tempo disputava títulos. O La Coruña foi um dos três times da Espanha a furar o controle total do Barça e Real Madrid entre os vencedores da Liga Espanhola nos últimos 20 anos (os outros foram Atlético de Madrid e Valencia). O título dos galegos veio na temporada 1999/2000.

O clube não conseguiu patrocinadores para bancar o time, realidade que também ameaça outros clubes. Em toda a Espanha, 15 dos 40 clubes das duas primeiras divisões estão em sérias dificuldades financeiras.

Oito deles, entre eles o Zaragoza, admitiram estar quebrados e recorreram à Justiça. O La Coruña é o primeiro caso entre os clubes de elite. E o próximo pode ser o Espanyol, de Barcelona, que já vem atrasando o salário de seus funcionários.

Por anos os clubes conseguiram se manter graças a empréstimos de bancos, patrocínios de empresas e até a ajuda do Estado. Mas com 25% de desemprego no país e uma recessão na economia, a Espanha ainda não vê uma luz no final do túnel para sua crise. O resultado é que o apoio financeiro aos clubes desabou e todo o modelo econômico foi colocado em questão.

Desequilíbrio. Segunda-feira, na festa de Gala da Fifa, a Espanha dominou a premiação. Mas não conseguiu disfarçar o mal-estar diante do fato de todos os craques jogarem para apenas dois clubes. Times menores insistem que enquanto o Real e o Barça mantiverem a maior parte dos recursos da Liga estarão enfraquecendo o campeonato.

A Federação Espanhola foi obrigada a criar um fundo de resgate para ajudar clubes a pagar salários atrasados de jogadores, já que muitos sequer podem pegar empréstimos nos bancos locais por estarem com seus nomes "sujos". Segundo a própria federação, o buraco nas contas dos clubes já chega a 3,5 bilhões (R$ 9,4 bilhões).

Com dívida gigantesca, Deportivo La Coruña vai à falência na Espanha - AMIL CHADE - O Estado de S. Paulo

Namoro nos tempos modernos

"Eu serei sua namorada no Facebook por uma semana. Colocarei seu nome no meu status de relacionamento e deixarei comentários na sua timeline." A proposta, que aparece no site americano Girlfriendhire, é de uma garota que se identifica como Isabell. O preço: US$ 5. Isabell nunca verá a pessoa ao vivo. O que ela vende é apenas a permissão ao usuário da rede social que deseja, por alguma razão, estar "em um relacionamento sério com Isabell".

Esse tipo de serviço, em que pessoas supostamente reais se passam por companheiras falsas, tornou-se a principal bandeira do site brasileiro Namoro Fake, lançado há cerca de 20 dias. Amplamente noticiado nesta semana, no Brasil e em veículos americanos, como o blog de tecnologia Mashable e a TV CNBC, a página vendia pacotes para quem quer simular, via Facebook, algum relacionamento. Os perfis das garotas, porém, eram falsos. "São personagens", dizia o site.(...)

O Namoro Fake exibe quatro planos de aluguel de namorada falsa, cujos preços variam de acordo com o grau de relacionamento e o tempo da simulação. A mais barata é a "ficante" de três dias, que faz três comentários no seu perfil no Facebook por R$ 10. A mais cara, de R$ 100, é a "namorada virtual". Com essa última, o usuário finge ter um relacionamento sério por 30 dias e garante 30 comentários da "namorada". E ele mesmo define o texto que ela vai publicar. (...)


Namoro falso no Facebook vira negócio - 18 de janeiro de 2013 - Nayara Fraga, de O Estado de S. Paulo

Caterpillar

A empresa Caterpillar anunciou que irá amortizar 580 milhões de dólares referente a compra fracassada de uma empresa na China. Depois que fez a aquisição, a Caterpillar descobriu que o inventário real era diferente do inventário existente "nos livros".

Segundo o sítio Quartz os problemas com o capitalismo chinês podem ocorrer por algumas razões. Em primeiro lugar, muitos chineses precisam de obter moeda estrangeira, que o governo restringe fortemente. A segunda razão é a corrida pela riqueza. Terceiro, a China não está muito disposta a ajudar os reguladores de outros países.

21 janeiro 2013

Rir é o melhor remédio

As tirinhas do Vida de Programador são ótimas. Quatro exemplos a seguir:




História da Contabilidade: 1967

Ao analisarmos um jornal de 1967 percebemos algumas coisas interessantes. Usando o jornal Estado de S Paulo de 3 de setembro de 1967, podemos notar o seguinte:

Balanço - As demonstrações contábeis ainda eram um pouco divergentes com as atuais. O jornal apresenta as demonstrações da Casa Anglo Brasileira S/A, que no dia 24 de agosto teve uma reunião de diretoria aprovando os resultados e a distribuição de dividendos:
No balanço da empresa é possível notar que as contas do ativo não respeitam a atual estrutura de liquidez. O ativo começa com o imobilizado, seguido dos grupos Realizável a Longo Prazo, Realizável a Curto Prazo (que inclui Estoques e Clientes), Disponível, Contas de Resultados Pendentes (que corresponde as despesas antecipadas) e a famigerada Contas de Compensação. 
Do lado do passivo (era assim denominado o lado direito do que atualmente conhecemos como passivo e patrimônio líquido) a ordem também era diferente da atual. Começava com um grupo denominado Não Exigível, que incluía o Capital Realizado, as Reservas (Legal, Geral, Manutenção do Capital de Giro Próprio, de Correção Monetária) e Lucros e Perdas. Mas também incluía a Provisão para Devedores Duvidosos, Fundos de Indenização Trabalhista, Fundo de Depreciações e Fundo de Depreciações com Correção Monetária. Tudo isto fazia parte do Não Exigível  Depois disto, em outro grande grupo denominado Exigível a Curto Prazo, temos as Contas Correntes, Responsabilidades a Pagar, Fornecedores e Dividendos a Distribuir. O grupo seguinte é composto de Contas de Resultados Pendentes. Fechando o ciclo, as Contas de Compensação. 

Em lugar da Demonstração do Resultado, a empresa apresentava a Demonstração da conta Lucros e Perdas, com os valores de débito e os de crédito. Fazia parte da conta a distribuição do lucro:


Logo após, o Parecer dos Auditores, elaborado pela Boucinhas & Campos. O parecer fala em "princípios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados em bases consistentes com as do período anterior". 


Mercado de Trabalho - Uma análise dos classificados mostra que a modernização da contabilidade está presente. Entretanto, ainda era considerado um requisito importante do profissional a caligrafia:
O terceiro anúncio da figura acima é interessante, pois pede um profissional com prática no sistema Front-Feed e com boa letra. 

Custos - Apesar dos elevados índices inflacionários daquele momento, a presença de empresas multinacionais incentiva a contabilidade de custos. Entretanto, esta não é considerada uma atividade típica do profissional da época e sim do economista ou administrador. Veja os seguintes anúncios:

O primeiro pede um economista ou administrador de empresas para trabalhar no setor de Custo Padrão da Alcan. O segundo, um economista ou engenheiro, mas com curso técnico em contabilidade e que tenha experiência em custo mecanizado. 

Mulheres - A presença das mulheres ocorre em cursos específicos para este segmento

ou através de vagas exclusivas para as damas

Ciência e Corrupção

Science 4 January 2013:
vol. 339 no. 6115 pp. 30-32

You've just been elected to your nation's highest office! In your inaugural address, announce the biggest challenge facing your country today and how you will use science to address it.

In the 4 January 2013 issue, we ran excerpts from 14 of the many interesting responses we received. Below, you will find the full versions of those 14 essays (in the order they were printed) as well as the best (in alphabetical order) of the other submissions we received.

Would you like to participate in the sixth NextGen VOICES survey? To make your voice heard, go to http://scim.ag/NextGen6.

[...]

In developing growth, Brazil has been recognized as a significant exporter of new tendencies in music, art, and sports. The Brazilian scientific scenario is also changing; it produces half a million graduates and 10,000 PhDs a year, 10 times more than two decades ago, with a significantly increased scientific publication record. However, this nation has been confronting several matters of different natures. Besides all the problems that affect its population, such as unequal wealth distribution, tropical diseases, and drugs, corruption is probably the most important cause of the retard of the Brazilian economy, breaking the fast development. The idea of exchanging favors to reach the aim of a minority has been prospering in the Brazilian politics for a long time. The corruption stamp has marked several Brazilian governments. Indirectly, it kills more than cancer or AIDS. If these billions of reais (Brazilian currency) were invested in health, education, or science, certainly, the progress of this country would be faster than one could imagine. Basic scientific education for our youngsters, who will be the future politicians, would be the main strategy for a long-term action. Ideally, every high school should be directly associated with a research laboratory in which its masters and PhD students should be responsible for giving tutorials for the young apprentices. If we can implement the Max Perutz certainty that "in science truth always wins," maybe it will force national leaders to recognize that everybody plays on the same team and in the same World Cup.
Guilherme Martins Santos
Laboratory of Molecular Pharmacology, Department of Pharmaceutical Sciences, Faculty of Health Sciences, University of Brasília, Brazil. CEP 70910-900, Brazil.
E-mail: gsantos@unb.br

Boeing 2

A figura mostra a composição do Dreamliner, segundo a sua procedência. Estados Unidos, Canadá, Itália, Reino Unido, França, Suécia, Japão, Coréia e Austrália participam da produção