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29 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio

Dizem que contador gosta de número. Abaixo, dois comerciais sobre números. O primeiro, sobre o significado de um número; o segundo, do desodorante Axe.



Zarico

Zarico é o autor do retrato que está no lado direito do blog. É ele que aparece na pintura acima, sendo consultado por seu afilhado, o médico Giovanni Roncalli.

Além de pintor, fazedor de queijo (dos melhores), artista de trabalhos manuais (suas toalhas bordadas são lindas), Zarico foi um dos primeiros alunos do curso técnico em contabilidade de sua cidade. Nesse ambiente, um de seus filhos acabou obrigado a participar realizando serviços contábeis nas férias, que incluía fichas de controle de estoques e uso de gelatina em livro diário.

No Natal, quando mencionei um livro que organizei, Zarico imediatamente comentou que era o sétimo. Vejam só! Nem eu sabia disto.

Desde que me tornei professor (e coordenador) de graduação do curso de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, há 20 anos, tenho me esforçado para ser um bom profissional na área contábil. Tenho tido alguns excelentes mestres, vários deles conhecidos pelos leitores deste blog. Zarico, todavia, é a imagem insuperável do profissional que eu gostaria de ser.

Zarico é o apelido de infância de Baltazar Guimarães Silva. Meu pai. Aquele que me obrigou a trabalhar nas férias escolares "fazendo escrita". Meu eterno e maior mestre. Àquele a quem dediquei o livro Contabilidade Básica.

Que você possa recuperar logo !

Teste 536

A empresa de auditoria PwC está sendo investigada por seu trabalho no banco inglês Barclays. Segundo informou o Financial Times, a razão é que o auditor não detectou que o banco “falhou em manter o dinheiro de clientes segregado”. Num período de oito anos, a área de investimento do Barclays “misturou rotineiramente fundos de clientes com seus próprios recursos”.

Se você é esperto, já descobriu do que está sendo comentando aqui. O que é? Participe nos comentários.

Resposta do anterior: a) nenhuma influência; b) suponha que comprou $1 de dívida por $0,70, com juros de 10%. A empresa que comprou a dívida irá receber $0,10 de um valor de $0,70 ou uma rentabilidade de 14% (aproximadamente); c) livrar de um ativo que pode ser “duvidoso”; d) a dívida deverá ser considerada na contabilidade por 70% do valor original. Isso significa uma redução do passivo, com contrapartida no resultado.

Frase

You have to know accounting. It's the language of practical business life. It was a very useful thing to deliver to civilization. I've heard it came to civilization through Venice which of course was once the great commercial power in the Mediterranean. However, double entry bookkeeping was a hell of an invention.

Charlie Munger

Diminui percentual de conselheiro independente

Depois de repensar o conceito de conselheiro independente, as companhias decidiram assumir que nem sempre alguns membros são tão autônomos assim em relação à administração ou ao grupo controlador. Não é de se estranhar, portanto, que o percentual de conselheiros independentes nas empresas tenha caído sensivelmente na comparação entre 2011 e 2010.

No Novo Mercado, por exemplo, a fatia de conselheiros independentes nos conselhos de administração caiu de 33% para 28%. No segmento que engloba os Níveis 1 e 2, o percentual passou de 25,8% para 13%. Nas companhias tradicionais, a queda é ainda mais significativa: de 37% para 7%.

A medição consta do estudo anual de governança corporativa realizado pela empresa de auditoria e consultoria KPMG. O levantamento avaliou os Formulários de Referência de 230 companhias.

Apesar da queda do percentual de independentes, a fatia de profissionais indicados por acionistas minoritários subiu de 33% para 36% no Novo Mercado, de 13,4% para 19% nos demais níveis de governança e de 14% para 17% entre as companhias do mercado tradicional.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pede a clara identificação dos independentes nos formulários e foi esse critério que a KPMG utilizou.

A pesquisa mostra que as companhias brasileiras estão distantes das recomendações de ter maioria do conselho de administração composta por membros independentes. No Novo Mercado é onde esses profissionais têm a maior participação: 28%.

Quando reformou o regulamento do Novo Mercado, a BM&FBovespa tentou ampliar a participação de independentes de 20% para 30% do conselho de administração. Contudo, a proposta foi rejeitada. Das 93 companhias que participaram das definições, 54 foram contrárias a essa sugestão. A revisão das cláusulas também tentou inserir o percentual mínimo de 20% independentes para as companhias do Nível 1 – dentre 28 empresas que participaram da definição, 18 foram contra.

O novo regulamento do Novo Mercado é válido desde maio do ano passado. As companhias, porém, têm até a assembleia geral ordinária de 2012, que aprovará as contas deste ano, para modificar seus estatutos sociais e adaptá-los à nova regulamentação. Há algumas exceções, como a separação entre os cargos de presidente do conselho de administração e presidente executivo, em que as empresas podem fazer a adaptação em três anos.

Levantamento realizado pelo Valor mostra que apenas 38 companhias dos Níveis 1 e 2 e do Novo Mercado já aprovaram a adequação do estatuto social aos novos regulamentos. A maioria das empresas, portanto, deixou a modificação para a corrida temporada de assembleias de 2012.


Comitê de auditoria atrai poucas adesões

Embraer, HRT e Iochpe-Maxion devem ser as únicas companhias a começar 2012 com um comitê de auditoria em funcionamento nos moldes propostos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O modelo sugerido pelo regulador brasileiro requer previsão do órgão no estatuto social da companhia. Na prática, significa imputar responsabilidade administrativa aos seus membros. Em troca, a CVM permitirá que as empresas troquem de auditores independentes a cada dez anos, a partir do próximo ano – quando volta a valer a exigência da rotação de firmas a cada cinco anos, para empresas não financeiras sem comitê de auditoria estatutário.

No caso da HRT, o órgão – espécie de órgão fiscalizador das atividades de auditores internos e externos – já estava pronto, antes de a CVM publicar a instrução 509, em novembro, com orientações sobre o comitê. A listagem das ações da companhia na bolsa do Canadá, em abril, exigiu que a empresa fizesse algumas adequações no seu modelo de comitê de auditoria em funcionamento até então.

Segundo Lourenço Bastos-Tigre, diretor financeiro e de relações com investidores da HRT, nenhuma nova alteração relevante precisará ser realizada no órgão para que fique de acordo com o da CVM. “São três membros, todos indicados pelo conselho de administração e todos especialistas em contabilidade”, explica Bastos-Tigre. Apenas a previsão de funcionamento permanente – uma exigência do regulador brasileiro – precisou ser colocada no regimento interno do comitê de auditoria. Mas o ponto fundamental, a inclusão no estatuto social, já estava feito.

Não é o caso da Embraer. A companhia convocou para o dia 10 de janeiro uma assembleia para deliberar sobre alteração no seu estatuto, de modo a acomodar o novo comitê. O órgão está constituído conforme instrução da CVM. Procurada, a Embraer não se pronunciou. Segundo comunicado, a companhia tem a aprovação do conselho para adaptar o comitê de riscos de forma caracterizá-lo como o comitê de auditoria nos moldes da 509.

Companhias brasileiras com registro na bolsa de Nova York, caso da Embraer, já dispõem de comitês de auditoria ou os chamados conselhos fiscais “turbinados”, em modelo bastante semelhante ao do comitê de auditoria da CVM. Mas a Securities and Exchange Commission (SEC), regulador das empresas negociadas nos Estados Unidos, não exige que o órgão seja estatutário.

Além da Embraer, nenhuma outra companhia brasileira listada na bolsa americana solicitou alterações para se adequar à 509, informa a CVM. Por opção das empresas, o comitê de auditoria ficou de fora do regulamento do Novo Mercado, na última reforma. O órgão não substitui, necessariamente, o conselho fiscal, embora os dois órgãos tenham atribuições parecidas.

Enquanto o comitê de auditoria é vinculado ao conselho de administração da empresa e exerce tarefas diárias, o conselho fiscal é autônomo e desempenha funções mais esporádicas, como a aprovação das demonstrações financeiras.

Segundo Bastos-Tigre, da HRT, a formação do seu primeiro conselho fiscal deve ser uma das prioridades da empresa para 2012, na área de governança.
Nascida da fusão entre as drogarias Raia e Drogasil, a Raia Drogasil constituiu, mês passado, um comitê de auditoria para, em princípio, substituir o antigo conselho fiscal da Drogasil.

A empresa ressalta, no entanto, que o conselho fiscal poderá ser instalado a pedido de qualquer acionista, conforme previsão constante na Lei das Sociedades por Ações. O comitê da companhia exibe um desenho próprio. Além de não estar previsto em estatuto, terá o futuro diretor-presidente da empresa, Cláudio Roberto Ely, como membro. Pelos padrões da CVM, nenhum integrante da diretoria da empresa poderia participar. Os outros integrantes serão Antônio Carlos Pipponzi, presidente do conselho de administração, Plínio Musetti e Jairo Eduardo Loureiro, ambos membros do conselho de administração.

Fonte: Marina Falcão, Valor Economico

Nomes valiosos na internet

O ano termina com algumas negociações de nomes de endereços na internet. Não foi quebrado o recorde histórico, mas os valores envolvidos em alguns sítios foram expressivos. Os cinco endereços mais caros, pelo valor de venda em 2011 (em dólares):

Answer.com = 550 mil
Runningshoes.com = 700 mil
Vu.com = 700 mil
Aktien.de = 725 mil
Domainname.com = 1 milhão
Social.com =2,6 milhões

Fonte: aqui

Presentes

Muitos dos meus amigos economistas têm um problema com troca de presentes. Eles vêem os feriados não como uma ocasião de alegria, mas como um festival de irracionalidade, uma orgia de destruição de riqueza.



Os economistas racionais atem-se a uma situação na qual, digamos, sua tia Bertha gasta US $ 50 em uma camisa para você e que você acaba usando uma única vez (quando ela o visita). O dinheiro suado de sua tia evaporou-se e você nem gostou do presente! Um estudo muito citado estimou que cerca de um terço do dinheiro gasto no Natal é desperdiçado, porque os presenteados atribuem um valor inferior ao preço de varejo para os regalos que recebem. Os economistas racionais, portanto, oferecem uma simples sugestão: dê dinheiro ou não dê nada.

Mas a economia comportamental, que se baseia tanto em psicologia, como na teoria econômica, é muito mais sensível ao ato de presentear. A economia comportamental entende melhor por que as pessoas (com razão, em minha opinião) não querem abrir mão do mistério, da emoção e da alegria de presentear. Nesta visão, os presentes não são irracionais. Ocorre apenas que os economistas racionais falham ao explicar a sua utilidade social genuína. Então, vamos examinar as razões racionais e irracionais para dar presentes.

Alguns presentes, é claro, são basicamente simples intercâmbios econômicos. Este é o caso quando compramos para um sobrinho um pacote de meias porque sua mãe diz que ele precisa delas. É o tipo menos emocionante de doação, mas que qualquer economista consegue entender.

Um segundo tipo importante de presente é aquele que se utiliza para tentar criar ou reforçar uma ligação social. O exemplo clássico ocorre quando alguém nos convida para jantar e levamos algo para ele. Não se trata de eficiência econômica. É uma maneira de expressar nossa gratidão e criar um vínculo social com a pessoa.

Outra categoria de presente, que eu gosto muito, é o que eu chamo de presentes "paternalistas" - coisas que você acredita que mais alguém deveria ter. Eu gosto de um certo álbum do Green Day, ou de um romance de Julian Barnes, ou do livro "Previsivelmente Irracional", e eu acho que você deveria gostar também. Ou eu acho que aulas de canto ou de yoga irão expandir os seus horizontes - então compro-as para você.

Um presente paternalista ignora as preferências da pessoa que recebe o presente, o que tende a levar os economistas à loucura, mas pode realmente mudar essas preferências para o melhor. Claro, você pode mandar mal, dando um presente paternalista que alguém odeie, mas isso não significa que você não deva tentar.

Minha última categoria de presente é aquele que alguém realmente quer, mas se sente culpado em comprar para si. Essa categoria não deveria existir, visto que, de acordo com a teoria econômica padrão: Se você realmente gostou e pode pagar por isso, você irá comprá-lo.



Para mim, canetas atendem a essa descrição. Eu não uso muito canetas, mas eu ficaria contente de ganhar uma realmente bacana (um Porsche 911 também estaria bom). Quando meus alunos defendem suas dissertações, peço a todos da banca para assinar os formulários necessários com uma caneta cara e, em seguida, presenteio a caneta ao estudante. É um prototípico bom presente por algo que eles provavelmente se sentiriam culpados em comprar para si, ademais há associações positivas como uma lembrança daquele dia.

A economia comportamental tem uma lição a mais para os presenteadores: se o seu objetivo é maximizar uma conexão social, não dê um presente perecível, como flores ou chocolates. É verdade, as pessoas gostam deles, e você não quer se impor dando algo mais permanente. Mas o que você está tentando maximizar? Você tem como objetivo evitar uma imposição ou ser lembrado?

Para uma impressão durável, melhor dar um vaso ou uma pintura. Mesmo que seus amigos não gostem muito, eles irão pensar em você mais frequentemente (embora talvez não em termos mais positivos).

Melhor ainda, dê um presente que é usado de forma intermitente. Uma pintura muitas vezes apenas se desvanece. Uma batedeira, por sua vez, quando utilizada, é notada.

Eu gosto de comprar para as pessoas fones de ouvido hi-end. Os fones são sempre utilizados e, então, posso imaginar que sempre que é utilizado, sou lembrado. Além disso, são um luxo, o tipo de coisa que as pessoas têm dificuldade em comprar para si. O melhor de tudo, talvez, é que é algo íntimo: quando presenteio fones de ouvido para alguém, posso pensar em mim sussurrando em seus ouvidos.


E talvez, quando os fones de ouvido de ouvido forem utilizados, você será lembrado sussurrando-lhes, ou mesmo beijando-lhes as orelhas. Alguém já pensou em um beijo assim por causa de um presente em dinheiro?

Dan Ariely

O melhor do Blog Contabilidade Financeira

Observação: para abrir os links em outra aba ou janela, clique com o botão direito do mouse sobre o link e selecione a opção desejada.

Bom, hoje é meu aniversário então posso publicar mais uma postagem com viés. Alguém comentou anteriormente que é difícil escolher postagens preferidas e tenho que concordar! Por isso escolhi, para esta retrospectiva, as que mais me marcaram (que acabam entrando para as mais preferidas também) – e que, adicionalmente, não fui eu que escrevi. ;) As minhas já foram na “retrospectiva pessoal”.

Quando eu comecei a seguir o blog (que hoje é unificado e faz parte do blogspot – mas já caminhou por várias estradas até chegar aqui) eu me apaixonei pela parte comportamental. Na época em que eu estava na graduação não havia muito espaço para matérias com esse foco, o que aumentou o meu deslumbramento. Eu me lembro que a postagem que mais me marcou foi uma sobre contabilidade criativa, que não mais está disponível nos arquivos.

De qualquer forma, um dos textos mais importantes, que se eu pudesse obrigaria a leitura (que os meus futuros alunos se preparem) é o “correlação espúria”. (Sempre que eu ouço algo sobre isso me lembro do professor César e dessa postagem). De forma simplificada e resumida: para saber se há associação entre as variáveis, realiza-se um teste de correlação – todavia, o coeficiente de correlação não mede a relação causa-efeito entre as variáveis, apesar de que possa estar presente. Uma correlação fortemente positiva entre X e Y não autoriza afirmar que variações em X provocam variações em Y, ou vice-versa (esta recente postagem ilustra bem – só porque existe correlação entre o aumento de usuários do Facebook e da dívida na Grécia, não significa que uma causa a outra. Alguém discorda?).

Outra linha surpreendente de postagens é a que envolve a contabilidade do tráfico brasileiro. Esta fala sobre como os cadernos são organizado. Há contabilização de conserto de armas, cestas básicas (quem diria), pagamento a presos, armas e munição. Já esta comenta sobre como sempre que um policial encontra a lista de clientes, afirma que é a contabilidade dos traficantes. Já aqui é apresentada uma estimativa do valor do “negócio” do tráfico no Rio de Janeiro – comparável a grandes empresas listadas na BMF&Bovespa.

Entretanto, a minha paixão maior recai sobre as postagens que envolvem dicas ou comentários sobre pesquisa. Cito algumas: “conselhos de um econometrista”, “conselhos para um orientando”, “evolução” (sobre a forma das apresentações em Power Point), “como achar um tema para a sua pesquisa?”, “o que deve conter um resumo?”, e várias outras mais *adusem dos mecanismos de busca disponibilizados pelo blog).

Acho que já relembrei muitas postagens para vocês lerem neste fim de ano né? Então hoje fico por aqui. Espero que gostem das indicações, das releituras, das lembranças.

Ah! E relembrando: hoje é meu aniversário. De presente? Espero boas energias e a sua presença constante por aqui.

28 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Pesquisa

Três doutorandas (Rossana Guerra, Roberta Caneca e Adriana Fernandes) estão realizando uma pesquisa sobre a questão do regime de caixa versus competência no setor público. Pode ser respondido por usuários (internos e externos) e preparadores de informação.

Leva menos de dois minutos. Conforme as alunas, "O estudo é baseado em trabalho de Kober, Lee e Ng (2010), publicado na Financial Accountability & Management e conduzido na Austrália.".

Cliquem aqui para acessar o link da pesquisa.

Efeito de medida contra crise

É interessante observar o comportamento dos agentes econômicos diante das medidas contra a crise. Muitas vezes os reguladores "esquecem" disto.

Para evitar o agravamento da crise, os bancos europeus foram forçados a aumentar seu capital. O Banco Santander da Espanha informou necessitar de quase 7 bilhões de dólares para cumprir a normas de capital.

Diante desta medida, algumas alternativas possíveis e seus efeitos sobre estas instituições:

a) lançamento de ações no mercado - a captação de recursos no mercado acionário seria uma alternativa interessante em tempos normais. Entretanto, neste exato momento as ações dos bancos estão em baixa. Lançar ações agora significa aumentar muito o número de ações, sem um grande volume de recursos. Geralmente as empresas lançam ações quando o mercado está em alta, para aproveitar os momentos de euforia. Isto significa dizer que esta não é uma opção razoável para o momento;

b) vender os negócios não rentáveis - eis uma alternativa a princípio interessante. Exceto pela questão contábil. Os negócios não rentáveis provavelmente estão contabilizados nos bancos pelo valor de aquisição. A venda destas unidades de negócio será contabilizada pelo confronto entre o valor de aquisição e o valor de venda. Ou seja, será reconhecido um prejuízo nesta operação. Assim, apesar disto representar uma entrada de dinheiro na instituição financeira, o efeito sobre o resultado pode ser expressivo.

c) vender os negócios rentáveis - nesta alternativa não se tem o efeito contábil; pelo contrário, a operação poderá reforçar o resultado imediato da instituição financeira. Entretanto, vende-se aquilo que é rentável e saudável.

A primeira alternativa mantem o peso da instituição financeira. Nas duas seguintes, opta-se por reduzir o ativo, sem alterar muito a base de capital próprio. Nada impede que uma mistura das três opções seja adotada. Entretanto, o movimento recente dos bancos mostra que existe uma escolha por negociar as área rentáveis. Recentemente o Santander vendeu sua unidade na Colômbia e os negócios de seguros no Brasil, assim como o Deutsche Bank está pensando em vender uma unidade de gestão de ativos. Existe uma previsão de redução de 950 bilhões de euros nestas instituições nos próximos dois anos, sendo que dois terços será de unidades lucrativas.

Para ler mais: Ao vender ativos, bancos europeus sacrificarão lucros - Anne-Sylvaine Chassany, Kevin Crowley e Charles Penty, Bloomberg - publicado no Valor Econômico de 19 de dezembro de 2011.