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22 fevereiro 2010

Teste #234

Suponha que você ganhou uma medalha de ouro nos jogos de inverno de Vancouver. E resolva derreter para vender o ouro no mercado. Quanto você ganharia com o ouro existente na medalha?


 

500 dólares

5.000 dólares

50.000 dólares


 

Resposta do anterior: na ordem, credores - créditos - balanço

Links

Nacionais

O que é fraude na contabilidade?

Sobre a convergência: uma análise crítica

Auditoria e dilema dos prisioneiros

Auditorias, reguladores e a crise econômica

Fnords


De um verbete da Wikipedia:

Fnord é a representação tipográfica para desinformação ou informação irrelevante induzindo ao erro, o que implica uma conspiração.

A palavra foi cunhada como um termo sem sentido (nonsense) com um tom de religiosidade no Principia Discordia, livro escrito por Kern Thornley e Greg Hill, mas foi popularizado pela Trilogia de livros The Illuminatus! por Robert Shea e Robert Anton Wilson. Nesse romance, a interjeição "fnord" tem um poder hipnótico sobre os desesclarecidos. Os Illuminati programam crianças, quando ainda no jardim de infância, para serem incapazes de ver conscientemente a palavra "fnord". Pelo resto de suas vidas, cada aparição da palava gera subconscientemente um sentimento de dificuldade e confusão e previne um consideração racional do assunto.

Na obra de Shea/Wilson, fnords são espalhados liberalmente nos textos de jornais e revistas, causando medo e ansiedade sobre os eventos da atualidade. Entretando, não existem fnords nas propagandas, encorajando uma sociedade consumista.

Está implícito nos livros que fnord não é de fato a palavra real usada para essa tarefa, mas uma mera substituta, pois muitos leitores seriam incapazes de ver a palavra verdadeira.

Ver fnords significa estar inafetado pelo tal poder hipnótico da palavra ou, mais abertamente, de outras palavras conflitantes.


Quais são os fnords da contabilidade?

Fonte da figura, aqui

Formalismo matemático

O livro O Naturalista da Economia, de Robert Frank, é uma leitura muito prazerosa. Escrito com a forma de pergunta instigante e resposta surpreendente, sua leitura pode ser feita ao acaso ou na ordem apresentada no livro. Além disto, o estilo é muito fácil e ágil.

Entre as diversas perguntas, uma muito interessante: Por que há tanto formalismo matemático na economia?

Eis um trecho da resposta (página 168):

A escalada do formalismo matemático coincidiu com uma competição cada vez mais acirrada pelos empregos acadêmicos. Numa profissão que se orgulha do rigor, é vantajoso ser considerado o mais rigoroso entre dois candidatos. Formular e manipular modelos matemáticos sofisticados não é tarefa para os intelectualmente tímidos. Ao demonstrar essa capacidade, um candidato sinaliza de modo convincente a própria competência. Portanto, os candidatos têm uma evidente motivação para investir tempo e esforço apurando o domínio da matemática.

Porém, aqui, como em outros lugares, a força do sinal depende do contexto. À medida que um número cada vez maior de economistas aumenta o nível de formalismo de seu trabalho, gradualmente se eleva o limiar dos sinais de competência intelectual. A corrida armamentista decorrente pode levar a um formalismo excessivo.

Este tipo de formalismo está chegando à contabilidade. Qual seria esta razão?

Em primeiro lugar, existe uma crescente percepção entre os acadêmicos, inclusive de contabilidade, que ciência está associada a formalismo e uso de técnicas estatísticas. Uma segunda razão estaria no acesso facilitado a programas que permitem cálculos rápidos e fáceis de modelos estatísticos e matemáticos, sem que para isto seja necessário um conhecimento prévio muito apurado. Um terceiro motivo decorre do contato que a contabilidade tem com outras ciências, onde o grau de formalismo também cresceu. Para não continuar sendo uma "ciência" menor perante os vizinhos, cresceu também o nível de formalismo nos trabalhos e artigos. Finalmente, trabalho com maior rigor formal é mais difícil, a princípio, de ter suas conclusões questionadas.

Dúvidas sobre avaliação de empresas

De um leitor do blog de Avaliação de empresa:


 

1) Quando calculamos o Ke, colocamos lá a inflação esperada dos EUA e do BR, isso quer dizer que: a) serve somente para ajuste de inflação entre os países (é o que eu penso), ou b) irá imbutir a inflação na taxa de desconto, fazendo com que os crescimentos projetados devam considerar inflação?


 

Resposta: Depende da forma como você está calculando o Ke. Se você usa o CAPM e trabalha com o retorno do título sem risco dos EUA é necessário colocar a diferença esperada da taxa de inflação (se o retorno do título sem risco estiver nominal) ou a inflação brasileira (se estiver real). Isto só pode ser feito se você estiver usando o fluxo de caixa nominal. Se você estiver usando o fluxo de caixa real, não é necessário fazer nenhum ajuste para inflação


2) quando projetamos o FCF no futuro as taxas que colocamos lá são: a) livres da inflação (pq a taxa é livre de inflação, é o que eu penso) ou b)devem considerar o crescimento mais a inflação?


 

Resposta: novamente depende. Se o fluxo projetado foi o real (sem considerar os efeitos da inflação) use uma taxa real. Mesmo neste caso é importante considerar os eventuais impactos da inflação (se for o caso)


 

3) pq a perpetuidade deve ser menor que o PIB? a)pq senão, na perpetuidade a empresa fica maior que o Brasil b)mas se for menor, a tendência não é sumir? (não deixa de ser verdade, mas devemos ser conservadores - é o que eu penso)


 

Resposta: a perpetuidade geralmente é usada como uma simplificação para estimar o fluxo de caixa após um determinado período (dez anos, por exemplo). Neste caso, acredita-se que o crescimento da empresa será menor do que nos primeiros anos. Numa situação "típica" poderíamos esperar que a empresa tivesse um comportamento pelo menos igual a economia. Ou seja, a perpetuidade corresponderia ao crescimento da economia. Existem alguns casos em que isto não ocorre, nos setores "decadentes". A taxa que você irá usar na perpetuidade pode ser ou não relevante, dependendo de cada caso. Mas talvez na maioria dos casos, a perpetuidade não é tão relevante assim em razão do valor do dinheiro no tempo.


 

4) uma dúvida que surgiu com a leitura dos seus posts, principalmente no último: você fala que não devemos utilizar WACC constante a pesos contábeis, mas também apresentou um exemplo que o método de iteração também desvirtua os valores.. Existe alguma solução plausível?


 

Resposta: acho que o melhor é usar o fluxo de caixa do acionista e descontar pelo custo do capital próprio. Mas observe que 99% dos laudos não liga para isto, apesar das recomendações dos livros de finanças. Fazer o que?

21 fevereiro 2010

Concurso para professor na UFRJ

A UFRJ está abrindo concurso para professor em contabilidade. Maiores informações, aqui

Revistas Argentinas

Um leitor do blog diz que gostaria de publicar em periódicos da Argentina. Alguém poderia ajudá-lo, indicando periódicos?

Rir é o melhor remédio

Uma nota sorrindo:

Haiti

Uma estimativa realizado utilizando dados de desastres naturais estimou que a reconstrução do Haiti custe entre 8 e 14 bilhões de dólares. Para se ter uma idéia, a economia daquele país possui um PIB de US$15 bilhões. Ou seja, o processo de reconstrução representa a produção do país num ano. O número de mortos, estimado em 230 mil pessoas, representa quase 3% da população total.

Quando é realizada uma comparação em termos relativos, o desastre do Haiti representa a pior tragédia natural desde a década de 70, quando um terremoto provocou dez mil mortes na Nicarágua, com prejuízos de 4 bilhões de dólares. Superior também ao terremoto da Guatemala, em 1976, com 23 mil mortes e prejuízos de 3,7 bilhões.

Uma figura criativa


Fonte: aqui

20 fevereiro 2010

Rir é o melhor remédio


Batman

Woods e o Mercado


Ontem pela manhã o golfista Tiger Woods fez uma declaração sobre seus problemas pessoais. As redes de televisão dos EUA interromperam sua programação normal para mostrar ao vivo as imagens de Woods. A CNBC, especializada na área financeira, também transmitiu os quinze minutos em que Woods reconheceu os erros cometidos no passado.

Para Michael Corkery, do Wall Street Journal (How Tiger Woods Affected Wall Street Trading Volume), as declarações de Tiger Woods o mundo real da bolsa, onde uma grande parte das negociações é realizada por modelos computadorizados, os negócios não foram afetados. Na realidade, o volume de negociação aumentou durante a aparição de Woods. Uma conclusão diferente de Joe Weisenthal (Boy! Tiger Woods Really Disrupted Wall Street Trading). Para Weisenthal, tendo por base os gráficos da Bloomberg, as palavras de Woods afetaram o volume de negociação.

De qualquer forma, qual a razão do interesse do mercado para um típico escândalo de celebridades? Duas possíveis explicações para isto.

Em primeiro lugar, talvez não seja somente um mero escândalo de uma celebridade. Woods possuía um grande número de patrocinadores (General Motors, Gillette, AT&T, Gatorade, Accenture e Tag Heuer) que tiveram perdas de 12 bilhões de dólares com os escândalos. Além disto, Woods era uma mina de ganhar dinheiro. Num determinado ano, o golfista chegou a ganhar 127 milhões de dólares, sendo o primeiro esportista com uma fortuna de 1 bilhão.

Uma segunda possível explicação é que talvez o mercado não seja tão racional assim. As pessoas que negociam ações também possuem interesses mundanos, que inclui fofocas e desejo de saber sobre o futuro de um astro do esporte. A curiosidade de saber sobre o futuro de um astro do golfe é maior do que a vontade de negociar ações num determinado momento. Além disto, fatos como este expõe, de uma forma indireta, os sentimentos de um país sobre a situação econômica. Assim, Tiger Woods é um grande jogador de golfe que caiu na tentação e procura agora a redenção. Algumas pessoas podem ver nisto uma relação com a situação da economia de um país que caiu na tentação do consumo e do endividamento e agora procura o resgate.