Translate

07 julho 2008

Efeito Propriedade



O efeito propriedade é um dos conceitos mais conhecidos das Finanças Comportamentais. As pessoas valorizam os bens que são de sua propriedade. O experimento mais conhecido é a da proposta de trocar chocolate por café, onde os participantes que receberam uma barra não aceitam a troca mesmo não tendo um gosto especial por chocolate.
O efeito propriedade tem sérios efeitos sobre a avaliação de ativos e ao mercado de troca. No passado já se provou que o efeito também ocorre em macacos (vide aqui). Segundo a The Economist de 19/junho (Mankind’s inner chimpanzee refuses to let go. This matters to everything from economics to law) um estudo recente mostrou como o efeito propriedade age no cérebro

Confiança e Idade

Nós sabemos que a idade, a experiência e o grau de sucesso de uma pessoa influencia as decisões econômicas e financeiras. Pesquisas mostraram que a existência de superconfiança pode aumentar com a idade.

06 julho 2008

Celebridades

Uma questão interessante levantada pelo LA Times (via Newmarks Door): por que as celebridades têm dificuldades financeiras? Uma das respostas está no elevado padrão de vida. Quando um artista é famoso, muitos produtos/serviços consumidos são gratuitos. Os fornecedores (restaurantes, grifes etc) são generosos prevendo um retorno com a associação com a celebridade. Isso cria uma visão errada sobre o custo de vida pessoal. Se o artista deixa de ser destaque, o padrão de vida anterior não pode mantido.

Eu tenho uma outra explicação. Talvez o índice de problemas financeiros seja igual a qualquer outra profissão. No entanto, por ser ex-celebridade, a notícia dos seus problemas desperta interesse na imprensa.

Bola de Cristal

A Business Week publicou uma edição onde, num tom pessimista, faz projeções para o mercado imobiliário dos Estados Unidos (foto).



Zac Bissonnette concorda com algumas ideias, mas lembra da previsão da revista em 1979, sobre o fim do mercado mobiliários com a inflação existente à época. (foto)

05 julho 2008

Rir é o melhor remédio


"Eu posso explicar tudo"

Fonte: Aqui

A diferença entre US GAAP e IFRS


A figura mostra o resultado de diversas empresas segundo o IFRS e o US GAAP. Observe que o lucro é geralmente maior com o IFRS (clique na imagem para ver melhor). Resultado da maior flexibilidade?

Fonte: Aqui

Critica a adoção do IFRS pelos Estados Unidos

No NY Times uma reportagem (Accounting Plan Would Allow Use of Foreign Rules, Stephen Labaton, 05/07/2008) sobre as críticas a adoção do IFRS pelos Estados Unidos. É interessante ler os argumentos para sabermos exatamente o que significa a convergência.

Num primeiro momento, a preocupação de que a adoção da IFRS significa deixar de lado as normas surgidas após o colapso da Enron para proteger os investidores:

But critics say the changes appear to be a last-ditch push by appointees of President Bush to dilute securities rules passed after the collapse of Enron and other large companies — measures that were meant to forestall accounting gimmicks and corrupt practices that led to those corporate failures.

Outro aspecto destacado pelos críticos é que os reguladores estrangeiros estão fora da alçada do Congresso:

Foreign regulators are beyond the reach of Congress, which oversees American securities regulation through confirmation proceedings, enforcement hearings and approval of the Securities and Exchange Commission’s budget.


Além disso, as regras internacionais significam que os resultados das empresas serão melhores (vide aqui post sobre o assunto):

The commission is preparing a timetable that will permit American companies to shift to the international rules, which are set by a foreign organization and give companies greater latitude in reporting earnings. Companies that have used both domestic and overseas rules have, on average, been able to report revenues and earnings that were 6 percent to 8 percent higher under the international standards, according to accounting experts.


Outro aspecto citado é que as normas internacionais são piores que as estadunidenses em certos itens:

Though foreign accounting standards are stronger in some ways than American accounting principles, they are weaker in some important areas. They enable companies, for example, to provide fewer details about mortgage-backed securities, derivatives and other financial instruments at the center of today’s housing crisis and that have troubled many Wall Street firms, including Bear Stearns.


As normas internacionais são, segundo Cox, uma terceirização das normas contábeis:

James D. Cox, a securities law expert at Duke Law School who returned this week from teaching corporate law in Europe, said the shift to international rules amounted to “outsourcing safety standards.”

O texto também comenta que a adoção das normas reflete a necessidade de aumento de investimento estrangeiro nos Estados Unidos:

Officials say the proposed changes reflect the decades-long push toward global markets. They say the changes are necessary to attract capital from abroad and will protect Americans as they increasingly look to invest overseas. In the decade ending last November, American holdings of foreign stock increased to $4.3 trillion from $1.2 trillion.


O presidente da SEC argumenta que no mercado financeiro atual é impossível a SEC trabalhar sem uma estratégia global:

In a speech earlier this year, Christopher Cox, the agency’s chairman, said that working on the transition to international accounting standards and reaching enforcement agreements with foreign countries like the Australians were two of the most important items on his agenda as his term comes to a close.

As empresas de auditoria lembram da duplicação onerosa de regras contábeis (confirmando minha hipótese que são as grandes interessadas na convergência):

Industry groups have pushed for many of the changes. Large international accounting firms, for example, have complained that the emergence of a new generation of American and foreign regulators inspecting them has led to onerous duplication.

O texto afirma que as agências reguladoras estrangeiras são, historicamente, menos agressivas que as estadunidenses:

But the track record of foreign enforcement authorities indicates that they are generally less aggressive than their counterparts in the United States, and that even the most vigorous ones bring fewer cases and impose significantly lower penalties.

04 julho 2008

Links

1) Estudo realizado pela Grant Thornton afirma que CFOs entendem que as demonstrações financeiras são demasiadamente complexas para a média dos investidores.

2) O desafio de implantar as IFRS no Brasil

3) Citi pode perder mais 9 bilhões

4) Mensuração de Governança Corporativa é útil?

5) Ebay paga 39 milhões de euros por contrabando de produtos da LVMH

Melhorar a previsão? Faça de novo

Já sabemos que o mercado pode ser dar uma importante resposta para a previsão de variáveis genéricas, como inflação e crescimento da economia. Em Sabedoria das Massas, James Surowiecki mostrou que a existência de um grande número de pessoas tentando fazer projeções o resultado médio é melhor que uma pessoa.

É interessante notar que a revista Superinteressante aderiu a moda e está propondo aos seus leitores participar da experiência de previsão das multidões. Você pode prever o número de gols do Brasileirão, qual será a posição de Massa ao final da formula 1 de 2008 entre outras coisas.

Agora, uma pesquisa interessante de Edward Vul, do Massachusetts Institute of Technology, e Harold Pashler, da University of California, San Diego, publicada no Psychological Science mostrou um novo caminho. Segundo o estudo, uma segunda tentativa de fazer uma projeção revela um resultado melhor do que a primeira tentativa.

Os pesquisadores perguntaram a 428 pessoas questões simples que faziam parte do livro “CIA World Factbook”. Metade dos participantes foi solicitado fazer uma segunda tentativa, logo após ter completado o questionário inicial. Na outra metade, foi solicitado responder o mesmo questionário (segunda tentativa) três semanas depois.

No primeiro caso, a media foi 6,5% melhor. No segundo caso, 16%.

One answer could be that they are evidence for the “generate and test” model of creative thinking. This suggests that the brain is constantly creating hypotheses about the world and checking them against reality. Those that pass muster are adopted. Guessing the answers to questions you do not know the correct answer to, but have some idea of what the right answer ought to look like, could tap into such a system. A hive mind buzzing with ideas, as it were, but inside a single skull.( The crowd, The Economist, 26/06/2008)


Ver aqui e aqui também

Avaliação de Empresas


Considero Pablo Fernandez uma dos melhores autores (senão o melhor) na área de avaliação de empresas. Seu rigor científico compensa a falta, eventual, de didática na exposição das idéias. Tenho acompanhado sua obra com atenção.

Recentemente Fernandez trabalhou numa lista de erros cometidos na avaliação de empresas. De um rol de algumas dezenas de erros, a lista cresceu para 101 erros, atingiu mais de 120 erros e agora é lançado um livro com 201 erros da avaliação de empresas.

A seguir uma reportagem sobre o livro

Doscientas formas distintas de equivocarse al valorar una empresa
Ángeles Caballero
El Economista - 3/7/2008 - GENERAL - Página 41

Pablo Hernández (sic) ha escrito un libro titulado 201 errores en la valoración de empresas. Pero al hablar con él los resume en tres grandes equivocaciones que son letales e indican sobre cómo se hace este trabajo en nuestro país. "Hay una enorme falta de conocimientos teóricos, -y tampoco son tantos-, falta de sentido común y de experiencia. Se deja esto en manos de casi cualquiera", dice este profesor del IESE. Casi nada.

Aunque parte de la base de que valorar una empresa de forma objetiva es una contradicción. "Para empezar, puede depender hasta del carácter del que la hace. Si es optimista, la valorará más", cuenta. Una opinión que comparte Mariano Gómez Agüero, director del Curso Superior de Análisis y Gestión de Intangibles del Instituto de Análisis de Intangibles cuando dice que "valorar no es más que una opinión". Salvador Marín, presidente de Economistas Expertos en Contabilidad e Información Financiera (ECIF), también cree que cualquier valoración "requiere subjetividad, pero eso no implica necesariamente la arbitrariedad".

Los errores que Pablo Fernández destaca en su libro son de contabilidad, y asegura que hay dos términos fundamentales en cualquier valoración: los flujos esperados y la tasa de descuento.

¿Profesor de clarinete?

Economistas, auditores, abogados... ¿A qué profesional hay que dejar una empresa para que la valore? Fernández, una vez más, no se muerde la lengua y asegura que hay distintas asociaciones que se están intentando apropiar esta tarea, como los auditores. "Ya consiguieron una ley que decía que la valoración debe hacerla un auditor distinto del de la empresa. Pero eso es como si lo hace un profesor de clarinete. El auditor sabe del pasado de la empresa, no del futuro", señala.

Fernández habla de lo tangible en sus afirmaciones; pero de lo que no se puede tocar, de esa parte intangible de la empresa que tanto se habla en los últimos tiempos tiene también una opinión firme. "Es bastante parecido a la venta de crecepelo. Bastante difícil es valorar los tangibles como para hacerlo con los intangibles. Algunas consultoras dicen que tienen unos métodos cuantitativos y unos profesionales atómicos que lo valoran, pero al final... Ni hay herramientas ni las habrá nunca", cuenta. Pero ahí no acaba su dardo. "La valoración de las marcas también es otra cosa curiosa. Y no digamos nada del capital intelectual o el posicionamiento en Bulgaria, por ejemplo", cuenta con ironía.

Activos y recursos

Mariano Gómez Agüero no quiere entrar en polémica. Dice que en los activos y pasivos de una compañía hay parte intangible que en determinadas circunstancias hay que valorar, aunque lleva menos tiempo instaurada que la parte tangible. Reconoce que es difícil hacerlo y que la metodología que sigue divide entre activos y recursos intangibles. "Los activos, como la marca, se capitalizan y se gestionan; los recursos, como la plantilla, no se capitalizan pero sí se gestionan", cuenta. Y hace otro importante matiz: "La cartera de clientes de Movistar se puede valorar porque están perfectamente identificados. La de Burger King, tan variable, no".

¿Qué pasa entonces con cuestiones tan machacadas como el liderazgo, la responsabilidad social corporativa, las medidas para favorecer la conciliación y la política medioambiental? ¿Se pueden considerar como intangibles? Mariano Gómez Agüero cree que estos términos son todavía muy nuevos en el vocabulario de lo intangible y que es preciso digerirlos bien. "Se valoran pero más como medición interna de una compañía", dice.

Salvador Marín, presidente de ECIF, cree que nadie mejor que un economista para calcular el valor de una empresa. Cree que la valoración de intangibles no se puede tratar como una simple moda. "Hay que tenerlos en cuenta al hacer las valoraciones", cuenta, y reconoce que desgraciadamente tiene más trabajo desde hace un tiempo.

Los expertos piensan que cuando se compra una compañía la parte intangible debe estar valorada

Agências de ratings

Mudança na classificação de risco
Valor Econômico - 04/07/2008

(...) a Acca aclamou o vigoroso discurso em que Charles McCreevy, comissário financeiro da União Européia (UE), defendeu, em junho, maior supervisão das agências."É uma piada que um setor com tanta influência, particularmente durante o atual clima econômico volátil, seja auto-regulamentando e sujeito apenas a um código voluntário de conduta banguela", afirmou Allen Blewitt, executivo-chefe da Acca, que representa os contadores britânicos. "O simples fato de que as agências avaliadoras de crédito sejam pagas pelas companhias que classificam coloca sua independência sob ameaça.

Seu trabalho precisa ser objetivo e é necessária uma maior transparência. Eles tiveram por muito tempo o luxo de não precisar aderir a uma boa governança e a procedimentos de supervisão."

(...) De qualquer forma uma coisa é certa: as propostas da SEC certamente não marcarão o fim do debate sobre as classificações de crédito, nem da sensação de frustração e inquietação atualmente exteriorizada no mercado - para não mencionar no mundo da contabilidade.