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01 agosto 2007

Boato

SEgundo o sítio Blue Bus as ações da Apple cairam 7% por conta de uma notícia falsa sobre problemas na produção do iPhone e do iPod.

31 julho 2007

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Governança

Do Valor Econômico de 31/07/2007

(...) alguns dos fatores importantes para certificar a boa gestão das companhias abertas - fora dos regulamentos de níveis diferenciados de governança da Bovespa - têm sido deixados de lado pelos acionistas, com implicações que podem significar prejuízos sem medida. Segundo especialistas do mercado, seriam indícios dessa governança capenga a falta de instalação do conselho fiscal pelas companhias ou do comitê de auditoria, que verificam os balanços contábeis das empresas e se a diretoria cumpre as orientações do conselho administrativo.

Das ofertas feitas na Bovespa desde janeiro de 2006, apenas 27% das companhias - representando 39% do valor ofertado - têm conselho fiscal ativo, desconsiderando o Banco do Brasil, segundo levantamento de Gilberto Braga, do Ibmec-Rio. E, segundo dados do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) do ano passado, apenas uma em cada seis empresas tinha instalado algum tipo de comitê de apoio ao conselho de administração, entre eles o de auditoria, diz Alexandre di Miceli, professor de Finanças da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador-sênior do IBGC.

"Muitas empresas estão apenas adotando os critérios exigidos pelos níveis da bolsa, mas sem adotar valores de governança corporativa", diz Roberto Souza Gonzales, diretor da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional).
(...) Se consideradas as empresas estreantes na bolsa desde janeiro de 2006, 73% delas não têm atualmente conselho fiscal instalado, ou o equivalente a 61% do volume financeiro captado.(...)


Com muita propriedade, o título da reportagem é Governança capenga

Auditoria

Segundo a Folha de S. Paulo, uma técnica que ajudou a construir a pista de Congonhas foi contratada para auditá-la. Este é um conflito inaceitável na área de auditoria:

Técnica que ajudou a fazer pista vai avaliá-la

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) designou para participar da auditoria nas pistas de Congonhas a chefe do laboratório da USP que já havia participado do processo de sua construção. O laboratório foi responsável por testes que indicaram o melhor material a ser empregado nas pistas durante a reforma feita neste ano.

Ou seja, o IPT -que é ligado ao governo de São Paulo- contratou para ajudar a avaliar as condições da pista uma profissional que havia atuado na elaboração de ensaios que orientaram qual seria o melhor material a ser usado na obra.

(...) O IPT descarta haver conflito de interesse ao utilizar serviços da professora da USP na auditoria. O instituto afirmou que "não aceita trabalhos que possam gerar conflitos de interesses. Nesses casos, ou o IPT declina dos serviços ou não utiliza consultoria em seus trabalhos".(...)


Em outra reportagem, o governo afirma que o BNDES irá auditar os estudos sobre a implantação do trem-bala. Mas provavelmente o BNDES deverá participar do seu financiamento (muito embora uma das propostas afirma que não é necessário dinheiro público).

BNDES vai "auditar" estudos para trem-bala
Folha de São Paulo - 31/07/2007
HUMBERTO MEDINA

O governo determinou ao BNDES que faça uma espécie de "auditoria" nos estudos para implantação de um trem-bala ligando o Rio a São Paulo. O banco estatal deverá contratar uma consultoria para analisar os números do projeto e verificar se a obra é viável ou não do ponto de vista econômico.

O governo já decidiu que, se o projeto sair, a obra e a operação do trem serão entregues à iniciativa privada por meio de uma concessão.

(...) Técnicos do governo, no entanto, começaram a desconfiar dos números do projeto, principalmente os relativos à demanda pelo serviço.

Os estudos foram encaminhados ao TCU (Tribunal de Contas da União) que, em abril deste ano, concluiu a sua avaliação.

Os técnicos do tribunal estranharam a discrepância entre os estudos. Enquanto pelo da Italplan não havia necessidade de investimento público, o do consórcio Siemens/Odebrecht/Interglobal informava que o empreendimento só seria viável com investimento de US$ 5 bilhões (R$ 9,5 bilhões) do governo, a fundo perdido.
(...)

Mensuração Ambiental

Um artigo de Carlos Minc, no O Globo de 31/07/2007, p. 7, Espécies ameaçadas:

Com freqüência, dirigentes políticos, empresários e economistas louvam o desenvolvimento sustentado e o meio ambiente, mas mantêm as práticas, o cálculo econômico e as tomadas de decisão que desconsideram esses valores. Recentemente, começaram a ser implantados novos instrumentos de aferição, índices, cálculo e planejamento que possibilitam diminuir a distância entre a intenção e o gesto.

Um bom exemplo é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que, para além do crescimento do PIB, incorpora indicadores de saúde, educação e qualidade de vida. Outro é a contabilidade socioambiental, que quantifica o patrimônio ambiental e a depreciação dos ativos ambientais como instrumento das contas nacionais e de análise de impacto de projetos e políticas públicas, desfazendo o mito dos recursos infinitos e gratuitos.

Informação

Uma discussão sobre o responsável pela informação numa empresa:

(...) La Ley Sarbanes-Oxley y otras normas estadounidenses surgidas después de los escándalos de contabilidad de la era de Enron exigen a las empresas revelar cada vez más información a las autoridades normativas, y buena parte de esa información está almacenada digitalmente. Además, en un mundo loco por las fusiones y las tarjetas de crédito, es necesario mantener en secreto una enorme cantidad de información, especialmente durante acuerdos empresariales delicados. No es una tarea fácil, considerando toda la información que potencialmente sale de las empresas en mensajes electrónicos, teléfonos inteligentes y en archivos de acceso público instantáneo.

Mientras los auditores y las autoridades normativas tienden a concentrarse en el presidente ejecutivo o el director de Finanzas para determinar si una empresa está bien administrada, son exactamente esos dos ejecutivos los que dependen del jefe de información en busca de consejo sobre cómo mantener la casa en orden. Y ese cargo de tecnología es cada vez más el de un vigilante, dicen los familiarizados con el sector.

"Toda la información crítica y de negocios está digitalizada. Los bits y los bytes se han convertido en los activos más valiosos de la compañía", afirma Douglas Wallace, director de Sistemas de Ingeniería para América Latina en Symantec, un proveedor de software de seguridad. "Son tan valiosos como los documentos de papel o incuso los recibos o papeles del gobierno. Por lo tanto, el rol del jefe de información ahora es proteger toda la información y las comunicaciones digitales", dice.

Fonte: CARRERAS 1; Vigilantes Virtuales; El lidiar con normas contables y con piratas informáticos convierte a los jefes de información en encargados de la seguridad. Latin Trade, 1/08/2007

O mundo


Esta foto mostra o mapa do mundo durante a noite. Fonte: Aqui

30 julho 2007

Da Slate Magazine

Como Administrar Talento

O blog Stumbling and Mumbling apresenta algumas regras básicas para administrar talentos:

a) Televisão – Encontre um formato que funcione sem estrelas – Big brother, por exemplo
b) Filme – Use efeitos especiais que reduza a importância dos atores ou simplesmente elimine. É o caso de desenhos animados.
c) Imprensa – evite notícias reflexivas. Qualquer idiota pode escrever sobre o escândalo da Cicarelli. Escritores talentosos são especialistas e mais caros
d) Administradores de fundos – use “quant” e regras de investimento, mais do que investidores que usam “julgamento”.

Drogas no Esporte

A Volta da França é a mais famosa corrida de ciclismo do mundo. Nos últimos anos o ciclismo como esporte tem sido manchete pelos escandâlos de doping (aqui)

Uma questão feita por Joe Lindsey, da Bicycling Magazine: não seria mais interessante legalizar o doping no esporte? O próprio Lindsey responde: não.

1. Nem todos ciclistas usam doping e nem todos querem usar o doping.
2. Nem toda técnica de doping é igualitária. Algumas são sofisticadas e caras. Um "programa médico" pode sair por 37 mil euros. A legalização do doping irá beneficiar os atletas e equipes mais ricas.
3. Existe o problema moral.

Um adendo positivo aos Jogos Pan-americanos: nenhum caso de doping foi registrado.

Mercado Acionário no Brasil

Reportagem do Wall-Street Journal de 30/07/2007 destaca o mercado acionário no Brasil (Big Brazil Deal Has Investors Calling for Level Playing Field, Antonio Regalado, p. C1). Pelo texto, regras antiquadas prejudicam o acionista minoritário. Um exemplo apresentado é a aquisição da Ipiranga pela Petrobrás e dois parceiros. Apesar de anunciado em março, o acordo ainda está sob investigação da CVM. Segundo o jornal, o acordo lembra que em muitas empresas brasileiras, nem todos os investidores são iguais.

Apesar da lei exigir um "preço justo", o procedimento carece de interpretação. O jornal lembra que nos Estados Unidos pagamentos para o prêmio de controle não são usuais já que as classes de ações são tratadas igualmente em termos do preço.

O jornal destaca que o Novo Mercado é uma direção neste sentido. Mas as empresas operam sob uma regra antiquada. O jornal também lembra que no ano de 2006 os minoritários tiveram sucesso em bloquear a reorganização da Telemar. E recentemente, o caso da Mittal Arcelor.

Entrevista na Folha

Entrevista com Calomiris, professor da Universidade Columbia

FOLHA - Qual o papel das agências de rating na crise?

CALOMIRIS - As agências de rating são duramente criticadas pela forma como induziram preço ao subprime. As pessoas criticam a Moody's por não ter alertado para crise da Coréia do Sul. Mas não é justo pois todos sabiam que os bancos sul-coreanos iam quebrar. Mas agora a Moody's tem um papel muito ativo [no mercado de subprime]. Eles sabem como os papéis se parecem e são a fonte de informação de todo o mercado. São os grandes intermediários. As agências fazem a engenharia desse negócio e depois dizem que não são responsáveis, que a avaliação é apenas uma opinião, e não uma orientação de investimento. É risível.

(...) FOLHA - A crise afetará mercados emergentes como o Brasil?

CALOMIRIS - Todos sabem que os bons tempos não podem durar para sempre. Os juros [dos títulos] de países emergentes e do Tesouro dos EUA devem subir. Vai haver um pouco mais de preço para [papéis de] risco.

FOLHA - Há exageros no boom de abertura de capital no Brasil?

CALOMIRIS - No Brasil, há razões para sucesso dos IPOs [aberturas de capital] e do mercado acionário. O Novo Mercado é um grande sucesso. Mudou os níveis de transparência das empresas, mostrou capacidade de alto volume negociado e de altas emissões de ações. Deu certo aqui mesmo sem ter dado na Alemanha. As razões são não só a estabilidade macroeconômica mas as reformas financeiras. O interessante do Novo Mercado é que empresas e investidores aderem voluntariamente.

FOLHA - A Bolsa melhora a transparência e o capitalismo brasileiro?

CALOMIRIS - Por que empresas familiares concordam em aderir a práticas melhores de contabilidade e de respeito ao acionista? A resposta é porque esse mercado faz as ações subirem.

FOLHA - O Brasil entrou na rota das fusões e aquisições internacionais com a venda do banco ABN Amro. Por que o negócio é tão importante?

CALOMIRIS - É uma oportunidade única. Tivemos uma consolidação e não há mais tantas oportunidades. Não são surpresas essas alianças e a guerra em relação ao ABN. A consolidação dos bancos trouxe ganhos para os países emergentes. Trouxe mais crédito, menos risco e melhor regulamentação. Trouxe concorrência e tornou os bancos locais mais eficientes. O sistema financeiro brasileiro é um dos mais modernos, herança da época da inflação. A história mexicana não foi de sucesso, e os bancos tiveram de ser vendidos.

FOLHA - Como o grau de investimento pode ajudar o Brasil?

CALOMIRIS - Trará benefícios a partir da queda nos juros. Os grandes fundos já são investidores, mas só podem colocar um pequeno percentual em grau especulativo. Com o grau de investimento, poderão aplicar mais e diversificar riscos. O Brasil traz a vantagem de ter câmbio flexível e perfil macroeconômico favorável. A questão não é conseguir o grau de investimento, mas se vai manter um crescimento sustentável em longo prazo.

Turbulência nos mercados envergonha agências de risco, Folha de São Paulo, 29/07/2007

Contabilidade criativa na área pública

Um grupo de governadores, entre os quais a tucana Yeda Crusius (RS), está pressionando para que o governo federal assuma um controle mais rígido sobre as despesas de pessoal da administração pública. Eles querem que o Planalto desengavete no Congresso o projeto que prevê a criação do Conselho de Gestão Fiscal, órgão que, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), deve cumprir o papel de "xerife" das contas públicas em nível nacional.

A Lei Fiscal foi aprovada há sete anos, mas até hoje o conselho não saiu do papel. A legislação previa que, enquanto esse novo órgão não fosse criado, o Tesouro deveria cumprir a função de fiscalizar e uniformizar a interpretação das regras fiscais, mas na prática isso não está funcionando.

"O maior problema da Lei Fiscal está nos demais Poderes, não tanto no Executivo", avalia o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.

(...)Esses Poderes não prestam contas diretamente à União e, em muitos casos, não se submetem às normas da Secretaria do Tesouro Nacional.

Um exemplo recente foi dado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TC-DF). Derrotado no Supremo Tribunal Federal (STF) numa ação em que tentava obter aval para gastar sozinho 3% da receita do Distrito Federal (e não 1,5% como prevê a LRF), o TC-DF decidiu descontar o gasto que tinha com aposentados e pensionistas do cálculo de suas despesas com pessoal. Na prática, vários tribunais de contas do País estão fazendo a mesma coisa.

(...) Na prática, as fórmulas de "contabilidade criativa" são usadas pelos demais Poderes para se autoconcederem reajustes salariais, já que têm autonomia administrativa, e o único obstáculo que enfrentam são os limites da Lei Fiscal. Ao flexibilizar os limites, eles aumentam suas despesas e mandam a fatura para os Executivos estaduais.

Entre 2002 e 2006, por exemplo, as despesas de pessoal do Judiciário e Legislativo estaduais cresceu de R$ 17,6 bilhões para R$ 25,2 bilhões.

(...) Alguns tribunais de contas nem sequer cumprem o artigo da Lei Fiscal que os obriga a publicar na internet a prestação de contas de gastos com pessoal. É o caso de Roraima, do Amapá, do Rio de Janeiro, de Mato Grosso do Sul e Sergipe, entre outros.

Estados pedem mais controle Apesar do pedido, há governadores que patrocinam truques contábeis, Estado de S. Paulo, 29/07/2007

Governança Corporativa num Hospital

"Demos um corte da alta direção para cima, o que foi uma mudança de paradigma muito grande. Criamos um Conselho de Administração com duas pessoas de fora e duas pessoas ligadas ao hospital, que recebe os inputs da direção executiva. Houve uma reforma integral na parte executiva. Todas as diretorias antigas foram extintas e foram criados cinco novos cargos nas áreas administrativa, de enfermagem, financeira, técnica médica e comercial. Além disso, foram dissolvidos todos os órgãos que não se encaixavam no novo modelo como o Conselho Médico. Com a governança conseguimos acabar com o conflito de agência, entre o que é a propriedade e o que é a gestão, que era o calcanhar de Aquiles da instituição e verdades estabelecidas no hospital há muito tempo mudaram", relata o administrador Eduardo Blanski, contratado pelas irmãs proprietárias da Associação Congregação de Santa Catarina para instalar o projeto num prazo de nove anos.

Implantados os princípios de gestão e de governança, o segundo passo do HNSG foi reavaliar a linha de assistência que a instituição iria praticar. Aí também as medidas foram radicais: houve o descredenciamento do SUS e 250 leitos que se destinavam aos SUS foram desativados. O setor de ensino também foi reavaliado e teve de se tornar auto-sustentável, reduzindo-se o número de residentes de 44 para perto de 12. (...) O plano de saúde pertencente ao HNSG foi vendido para que não concorresse com seus maiores clientes e uma farmácia de manipulação, a Magistral - teve de adquirir independência financeira e ir ao mercado.

Boas práticas ajudam hospital a sair do vermelho, Gazeta Mercantil, 30/07/2007

Harry Potter e internet

A internet rapidamente divulgou os segredos do último livro de Harry Potter. O livro já está "traduzido" para o espanhol e um grande resumo já pode ser encontrado na Wikipedia.

Convergência no mercado acionário

Valor de ações em bolsas emergentes converge para o patamar de mercados desenvolvidos
Joanna Slater - The Wall Street Journal - 30/07/2007

Como viajantes que usam rotas diferentes para chegar ao mesmo destino, o valor das ações em partes diferentes do mundo estão convergindo para um único patamar.

Isso pode resultar numa viagem turbulenta. As quedas nas bolsas americanas da semana passada foram sentidas pelo globo afora, obrigando investidores a reconsiderar o quanto de risco estão preparados para suportar, e a que preço.

Nos últimos anos, os investidores se deram bem investindo em regiões e setores que estavam comparativamente baratos — como ações de mercados emergentes e de empresas de baixo valor de mercado — e vendo as cotações subir.

Com os valores se aproximando do mesmo patamar, essa fonte de retorno está desaparecendo. "Vai ficar mais difícil haver uma grande diferença em retorno de uma região para outra", diz Steven Bleiberg, diretor de alocação global de recursos da Legg Mason Inc.

Em abril de 2006, as ações de mercados emergentes tinham um desconto significativo em relação a suas equivalentes nos mercados desenvolvidos. Mas no fim do mês passado, período dos dados mais recentes disponíveis, esse desconto praticamente desapareceu: três índices da Morgan Stanley Capital International — que representam mercados emergentes, mercados desenvolvidos afora os Estados Unidos e Canadá, e o próprio mercado americano — estavam sendo negociados entre 16 e 18 vezes o lucro das empresas que os compõem durante os 12 meses anteriores.

A alta global das bolsas nos últimos anos "praticamente nivelou o terreno", escreveu num relatório Ronald Frashure, um dos diretores de investimentos da Acadian Asset Management, que administra US$ 80 bilhões. "Oportunidades de ouro escapam de nossa visão."

(...) A turbulência recente das bolsas expõe um dos recursos mais notáveis de um mercado de alta: os investidores compraram com voracidade ações de empresas de baixo valor de mercado, tradicionalmente consideradas mais arriscadas, elevando seu valor para perto do das blue chips. Investidores também abocanharam ações de mercados emergentes num ritmo tal que suas valorações estão quase em linha com as das ações de mercados desenvolvidos.

Outra maneira comum de medir o valor das ações — a relação com o valor patrimonial, informado no balanço da empresa — também conta essa história. No fim de junho, a relação entre cotação de bolsa e valor patrimonial das ações do índice de mercados emergentes da MSCI era 2,7, acompanhando o índice mundial da MSCI.

Para alguns observadores do mercado, essas valorações tão altas acendem um sinal vermelho, indicando que os mercados emergentes como um todo estão caros demais. As ações de mercados emergentes são geralmente negociadas com desconto porque envolvem mais riscos do que suas equivalentes desenvolvidas: as cotações são mais voláteis, os riscos políticos são maiores e as taxas de juros são geralmente mais altas, o que torna mais caro para as empresas tomar dinheiro emprestado.

Enquanto esses riscos durarem, dizem alguns, não faz sentido que o valor de ações de países em desenvolvimento acompanhe ou supere o das de mercados desenvolvidos.(...)

29 julho 2007

Onu

Notícia do jornal El Mundo informa que a ONU contratou uma construtora que pagou subornos na Argentina:

La ONU contrata a una constructora que pagó sobornos en Argentina
JUAN IGNACIO IRIGARAY
El Mundo - 29/07/2007 - p. 31

La ONU contrata a una constructora que pagó sobornos en Argentina

BUENOS AIRES.- La ONU anunció la firma de un contrato para la remodelación de su emblemática sede en Nueva York con la empresa sueca Skanska, una constructora líder en el mundo y muy cuestionada porque recientemente admitió haber pagado cuatro millones de euros en sobornos a altos funcionarios del Gobierno de Argentina. El convenio fue hecho público -sin mencionar el escándalo de corrupción que Skanska protagoniza en el país latinoamericano- durante una conferencia de prensa que brindó el viernes en Nueva York la directora de Administración y Gestión de la ONU, Ana Barcena, quien aseguró que la compañía sueca resultó seleccionada en un concurso público al que se presentaron otras dos firmas.(...)

Pero lo más llamativo de todo es que la ONU, al anunciar el proyecto, omita los antecedentes de su contratada. La constructora sueca lleva medio año sumergida en un escándalo de corrupción en Argentina, que ya produjo el despido del jefe y cuatro ejecutivos de su filial en el país, todos ellos acusados por la Justicia de «cohecho», o pago de sobornos. También dos altos funcionarios del Gobierno de Néstor Kirchner han sido imputados.En Estocolmo, Skanska hizo una auditoría y terminó admitiendo que su filial argentina pagó «comisiones indebidas» para participar en la construcción de gasoductos, obras que necesitan el visto bueno del Ejecutivo. La Justicia sueca está obligada a investigar, aunque se trate de un caso de corrupción en el extranjero, pues Estocolmo suscribió la Convención contra el Soborno Trasnacional. Así que el fiscal de la Oficina Anticorrupción, Christer van der Kwast, ya pidió los antecedentes y elementos del caso al juez argentino que tramita el expediente, Guillermo Montenegro, de cara a una posible acusación penal contra Skanska en su propio país.

O tamanho da empresa importa na decisão de refazer as demonstrações?

Uma empresa adotou práticas contábeis duvidosas que aumentaram a receita em 158 milhões de dólares e o lucro líquido em 22 milhões de dólares. Ela deveria refazer suas demonstrações?

E se a empresa fosse a General Eletric, onde a diferença representaria 0,2% do lucro líquido? A GE está argumentando com a SEC que não é necessário refazer suas demonstrações pois a diferença é pouco expressiva. O problema ocorreu no setor de locomotivas da empresa, no período entre 2000 a 2003, conforme noticiou o The Wall Street Journal (GE's Accounting Draws Fresh Focus On News of Improper Sales Bookings, por Kathryn Kranhold, 28/07/2007) e o New York Times (General Electric has terminated the employment of..., 28/07/2007)

Mas e se a empresa já tivesse sido investigada por outra questão, no caso contabilidade dos derivativos? A revisão tem mostrado que o lucro da empresa é mais volátil do que anteriormente divulgado.

28 julho 2007

Torturando a língua

Comportamento
VEJA
Edição 2017
18 de julho de 2007
Quando o negócio é torturar a língua
"Sinergia", "mudança de paradigma", "ação estratégica": segundo um trio de consultores americanos, esse jargão corporativo serve apenas para exprimir a mais pura... idiotice
Jerônimo Teixeira

Se duas empresas pertencentes a um mesmo grupo resolvem trabalhar em colaboração para vender melhor seus produtos, esse será apenas um fato trivial no mundo dos negócios. Uma palavra, porém, pode fazer toda a diferença. No lugar de "colaboração", diga "sinergia". As portas do mercado global parecem se abrir. Daí em diante, o céu é o limite: o empresário pode "ajustar seus processos para potencializar um clima organizacional que propicie o ciclo sinergístico". Isso não quer dizer rigorosamente nada – mas impressiona. Tal estilo pernóstico e vazio permeia grande parte da cultura corporativa. Bobagens palavrosas garantem a boa vida de muito guru empresarial, do tipo que adora fazer palestras com PowerPoint – programa do Windows para apresentações de texto e imagem. Os consultores americanos Brian Fugere, Chelsea Hardaway e Jon Warshawsky cansaram de tanta besteira. Um livro escrito pelos três pretende pôr fim à embromação e restituir a clareza aos ambientes de negócios. Na busca por uma linguagem transparente, não poderiam ter encontrado um título melhor: Por que as Pessoas de Negócios Falam como Idiotas (tradução de Alice Xavier; Best Seller; 192 páginas; 24,90 reais).



Os autores identificam um mecanismo de compensação psicológica no gosto dos executivos por esse palavreado que recheia reuniões e reuniões: ele confere uma aura de importância e inovação às realizações mais comezinhas. A empresa passou a trabalhar com um software mais avançado? Será mais emocionante afirmar que houve uma "mudança de paradigma tecnológico". O recurso à linguagem empolada, porém, nem sempre é tão inocente. Com freqüência, a verborragia está lá para encobrir a negligência, a incompetência e até a fraude. Um exemplo expressivo é a seguinte frase perfeitamente vazia de sentido: "Temos redes robustas de ativos estratégicos dos quais detemos a propriedade ou o acesso contratual, o que nos dá mais flexibilidade e velocidade para, de modo confiável, fornecer soluções logísticas abrangentes". Essa pérola faz parte do relatório anual de 2000 da empresa americana Enron. No ano seguinte, a companhia declarou falência depois que se descobriu que sua contabilidade era toda falsificada. Não por acaso, a tendência à linguagem estupefaciente é maior entre as empresas desonestas. Isso é demonstrável na análise das cartas aos acionistas que acompanham os relatórios anuais de grandes corporações. Os autores de Por que as Pessoas de Negócios... pontuaram esses textos com o índice Flesch, criado nos anos 40 pelo educador de origem austríaca Rudolf Flesch, que indica a clareza da linguagem em inglês. Quanto mais elevada a nota na escala, maior a clareza. Empresas admiradas como o Google, a General Electric e a Amazon pontuaram acima de 40. A Enron ficou com apenas 18..



Maus resultados financeiros, demissões, produtos que falham – a embromação tenta obscurecer qualquer fato desagradável. Veja por exemplo um memorando de Edgar Bronfman Jr., presidente da Warner Music: "Estamos anunciando hoje uma série de passos necessários à reestruturação e cruciais para o futuro do Warner Music Group. (...) É da máxima importância fazermos, tão logo possível, as mudanças necessárias para que o WMG possa continuar a progredir com redobrada força e confiança, como uma organização mais competitiva, ágil e eficiente". O objetivo de todo esse papo-furado era anunciar um corte de 20% do pessoal. Medidas drásticas como essa são muitas vezes necessárias, especialmente em indústrias em crise. Mas encobri-las com eufemismos como "reestruturação" ou "reengenharia" insulta os demitidos.



Talvez o maior vilão de Por que as Pessoas de Negócios Falam como Idiotas seja um programa de computador: o já citado PowerPoint. Muito usado em palestras corporativas, ele é a versão informatizada dos obsoletos projetores de slides e transparências. Com seus modelos padronizados e as facilidades que oferece para o desenho de diagramas e organogramas, tornou-se também o veículo ideal para os clichês empresariais. Em 2003, uma equipe de técnicos da Nasa, a agência espacial americana, fez uma apresentação em PowerPoint sobre defeitos estruturais no ônibus espacial Columbia. A exposição alertava para a possibilidade de que pedaços do revestimento dos tanques de combustível se desprendessem e atingissem a nave, causando danos graves. Só que a informação estava perdida no meio de uma tela do PowerPoint, entre outras tantas frases irrelevantes e expressões vazias como "dano significativo" ("significativo" compete com "estratégico" pelo lugar de adjetivo mais vago do jargão corporativo). Uma semana depois, o Columbia explodiu ao reentrar na atmosfera terrestre, matando os sete tripulantes. A causa do acidente: pedaços do revestimento que se soltaram. O jargão obscuro, como se vê, não tortura apenas a língua. Pode também fazer vítimas fatais.



Enviado por André Calvo Junior

Tenho realizado algumas pesquisas sobre este assunto. No passado, nos relatórios de administração. Agora, nos fatos relevantes. Acho que ainda existe muito terreno pela frente.

27 julho 2007

Doutorado aprovado

A CAPES divulgou hoje que o Doutorado da UnB-UFPB e UFRN foi aprovado na última reunião do CTC. Será o segundo doutorado do País.