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06 julho 2007

Rir é o melhor remédio

U nderwrite

O que o underwrite pode ou não fazer
Gazeta Mercantil - 05/07/2007

5 de Julho de 2007 - Historicamente, períodos de aquecimento do mercado de capitais têm sido seguidos por escândalos e fraudes a investidores. No início dos anos 2000, com o mercado de IPO em ebulição nos Estados Unidos, firmas de grande reputação como Credit Suisse First Boston, Merrill Lynch, Morgan Stanley, Salomon Smith Barney, Prudential Securities, Goldman Sachs e JP Morgan Chase foram alvo de escrutínio da SEC e da Nasd por seu comportamento inadequado como underwriters. A maioria foi punida e intensificou-se um processo de moralização das atividades de underwriting.

O processo evidenciou como underwriters podem receber lucros anormais em operações de oferta pública. Durante o período de bookbuilding, o underwriter pode perceber que a demanda pelos papéis a serem emitidos ultrapassará a oferta - os casos de IPO quentes. O underwriter poderá eventualmente subscrever significativa porção de valores mobiliários para si, explorando informação não pública para seu próprio benefício. Poderá vender partes da sua quota para terceiros com quem mantenha relações comerciais. Poderá vender grandes blocos de ações no aftermarket. Numa IPO quente, poderá cobrar comissões de outros investidores dispostos a pagar um prêmio para adquirir os valores mobiliários escassos. O preço da oferta inicial poderá ser inflado artificialmente no book-building ou no mercado secundário. O underwriter poderá auferir compensação excessiva ou incorrer em conflitos de interesse entre atividades de investment banking e research analysis.

Tanto a SEC quanto a Nasd rejeitaram essas práticas. Na visão dos reguladores, se significativa porção dos papéis emitidos ficar retida para underwriters e insiders a ele ligados, a oferta pública não gozará de boa fé e poderá ser caracterizada como materialmente falsa. No mercado americano, a Regulation M da SEC proíbe que underwriters comprem papéis da companhia cuja oferta eles estão distribuindo, até que tenham terminado completamente sua participação no processo de colocação - o chamado "período restrito" de negociações. Segundo essa regulação, com exceção das práticas de estabilização de preço, underwriters devem se abster de realizar ações ou comunicações que possam induzir à realização de ofertas durante o período de distribuição - mesmo que estas não resultem em incremento de atividades de mercado -, evitando dar aos compradores a impressão de que existe excesso de demanda dos valores mobiliários.

Chama a atenção o papel primordial que a Nasd (National Association of Securities Dealers), uma associação privada cujos membros são underwriters, brokers e dealers, assume na regulação do mercado americano. A Nasd regula operações e condutas desses agentes financeiros, emitindo normas, fiscalizando seu cumprimento, e aplicando sanções aos infratores. Suas normas sobre compensação de underwriters em ofertas públicas requerem que o underwriter se abstenha de auferir formas de compensação consideradas não razoáveis, como: 1) adquirir valores mobiliários do emitente a um preço inferior ao praticado na oferta por um prazo de doze meses antes da oferta; 2) receber warrants para comprar os valores mobiliários em quantidade superior a 10% dos papéis ofertados; 3) revender warrants ou ações recebidas como compensação da companhia emissora até um ano após a oferta estar completa. Essas regras vedam a compensação adicional conhecida como "cheap stock" - isto é, ações adquiridas abaixo do preço de mercado. Nota-se que práticas semelhantes a estas vedadas em outros sistemas vêm atualmente ocorrendo no mercado brasileiro.

A regulação das atividades de underwriter entre nós é ainda incipiente. A Instrução 400 da CVM enfatiza a divulgação de informações quanto ao contrato de distribuição e remuneração, sem adentrar no mérito destas questões. Apesar de a CVM estar mais rigorosa com informações discriminadas no prospecto sobre financiamentos de bancos coordenadores a companhias emissoras, existe muito espaço para aperfeiçoamento. É desejável que existam regras mais claras sobre condutas impróprias, a exemplo da normatização empreendida pela SEC e pela Nasd. É necessário fiscalizar mais, já que casos de punição de conduta irregular de underwriters ainda são raros na jurisprudência administrativa.

A Anbid editou em 2006 o seu "Código de Auto-Regulação Para as Ofertas Públicas de Distribuição". Porém, suas regras também precisam ser aprimoradas. Apesar de o código dispor que as instituições participantes deverão "zelar para que os serviços relacionados com as Ofertas Públicas sejam remunerados de forma adequada e compatível, com a observância das condições de mercado", a falta de critérios claros para avaliar o que é "adequado e compatível" torna o tema ainda nebuloso, sendo difícil caracterizar o que seria compensação reprovável.

Com o aquecimento do mercado de capitais brasileiro e com parcela crescente da remuneração de bancos de investimento advinda de processos de colocação de valores mobiliários, os temas aqui discutidos devem merecer maior atenção, tanto de agentes de mercado como das instituições reguladoras. Devemos buscar evitar problemas já ocorridos em outros países para aumentar a confiança no nosso mercado.

Érica Gorga - Professora da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e da Cornell Law School dos Estados Unidos

Quem fala mais?

Deu no New York Times: mulheres falam mais do que os homens (Everybody’s Talking, por Donald Mc Neil, 6/7/2007)

Acreditava-se que a mulher falava mais de 20 mil palavras por dia e o homem 7 mil. Um estudo da Science mostrou que as mulheres emitem 16.125 palavras por dia e os homens 15.669. Ou seja, a diferença é muito pequena. Além disto, parece que existe um problema de amostra, pois as mulheres participantes eram jovens estudantes

A reportagem finaliza com um piada:

Homem: Estudo mostrou que a mulher fala duas vezes mais do que o homem.

Mulher: É claro que falam. Nós temos que repetir tudo que falamos.

Homem: O que?

Links

1. Nada se cria, tudo se copia. Na Disney

2. Franquia de hotel pode custar milhões

3. Os piores versos da Música Popular Brasileira (Ganhou Djavan) e os melhores (em votação)

4. Empresas estão economizando em hotel

5. Verdades politicamente incorretas - Entre algumas verdades, os homens gostam de louras, os humanos são poligânicos, ter filhos reduz a chance de divórcio, pessoas bonitas têm mais filhas, entre outras.

05 julho 2007

Globo versus Record

Agora, numa estranha reversão de papéis, Macedo está vingando-se da Globo e com isso sacudindo um dos mercados de TV menos competitivos do mundo. Macedo investiu dezenas de milhões de dólares num esforço para transformar a pequena rede que ele possui, a Record, numa franca imitadora da Globo. Nos últimos três anos, a Record comprou e expandiu um velho estúdio com 75.000 metros quadrados de área total a poucos quilômetros do complexo da Globo. Com salários bem acima da média, a Record contratou centenas de atores, técnicos e jornalistas — a maioria treinados na Globo.

Macedo, cuja igreja ganhou notoriedade por seu pendor para o exorcismo e a agressividade na coleta de dinheiro, é um benfeitor inusitado para a comunidade artística brasileira. As finanças da Igreja Universal foram alvo de várias investigações criminais e Macedo, hoje com 62 anos, ficou preso durante vários dias em 1992 sob acusações de estelionato e "charlatanismo". O processo acabou arquivado.

(...) Na visão da Globo, os atuais investimentos de Macedo na Record são bastante suspeitos. "De onde vêm esses recursos?", pergunta Octávio Florisbal, diretor-geral da TV Globo, que diz que só as receitas publicitárias da Record não poderiam financiar sua expansão. Ele sugere que as autoridades deveriam verificar se a Record não está recebendo dinheiro da Igreja Universal, o que poderia violar o status da igreja de isenção fiscal.


Reportagem do Wall Street Journal de hoje - aqui para ler completo

Recorde de IPO

As companhias brasileiras captaram no mercado de ações, no primeiro semestre deste ano, um volume de recursos nunca visto na história recente do País. Como mostra pesquisa da Thomson Financial, realizada especialmente para a Gazeta Mercantil, foram US$ 12,74 bilhões em ofertas públicas de ações, o dobro (99,7%) do registrado no mesmo período de 2006. As operações de abertura de capital, mais conhecidas pela sua sigla em inglês IPO (Initial Public Offerings) responderam pela maior fatia desse crescimento. Somaram US$ 9,25 bilhões, movimento quase duas vezes superior ao do primeiro semestre de 2006.


Captação de recursos é recorde histórico - Gazeta Mercantil - 05/07/2007 - Lúcia Rebouças

Workaholics

Hoje é o Dia do Workaholics nos Estados Unidos. Não sei se temos este dia no Brasil. Minha sugestão seria a segunda-feira de carnaval ou a quinta-feira santa.

Publicidade

O ranking dos maiores anunciantes:

1. The Procter & Gamble Company. (NYSE: PG)-- $4.90 bilhões de dólares
2. AT&T (NYSE: T) -- $4.34 bilhões
3. General Motors Corp. (NYSE:GM) -- $3.30 bilhões
4. Time Warner Inc. (NYSE:TWX) –- $3.09 bilhões
5. Verizon Communications, Inc. (NYSE:VZ) -- $2.81 bilhões
6. Ford Motor Co. (NYSE: F) -- $2.58 bilhões
7. GalaxoSmithKline (NYSE: GSK ) -- $2.44 bilhões
8. The Walt Disney Co. (NYSE: DIS) -- $2.32 bilhões
9. Johnson & Johnson (NYSE: JNJ) -- $2.29 bilhões
10. Unilever (NYSE: UL) -- $2.10 bilhões

O interessante é o 29o. = governo dos Estados Unidos, com 1,13 bilhões de dólares.

Fonte: Blogging Stocks

Somente para se ter uma idéia, o maior anunciante brasileiro deve gastar algo em torno de 1 bilhão de reais - as Casas Bahia.

Compliance

Programas de "compliance" evitam corrupção na empresa e incentivam a ética.
- Aqui para ler sobre o assunto

Contabilidade Pública no Paraná

O secretário estadual de Fazenda, Heron Arzua, assumiu ontem que o governo errou na prestação de contas de 2006, publicada em 30 de janeiro. Segundo ele, a correção foi feita após alerta do deputado estadual Reni Pereira (PSB) de que o dinheiro retido pela União em função da multa pelo não-pagamento dos títulos do Banestado não poderia ser contado como crédito a receber. (...)

O secretário creditou o erro na prestação de contas de 2006 a sua equipe técnica. (...) O governo, no novo balanço, também retirou uma dívida de R$ 620 milhões do estado com a Paranaprevidência. Segundo Arzua, essa dívida não deveria estar no balanço de forma integral porque é para ser paga em 27 anos.

Arzua ainda afirmou que, antes de ser feita a nova publicação das contas de 2006, o governo consultou o Tribunal de Contas e a Secretaria do Tesouro Nacional, que deram orientações. Com as mudanças, o governo passou de um superávit de R$ 12 milhões para uma folga muito maior, de R$ 291 milhões.

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Perigos do Investimento

No Brasil, há cerca de 390 empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas somente 200 negociam semanalmente. (...) Mesmo sendo promissor e atrativo, o mercado precisa ficar atento a inúmeros perigos, como a possibilidade de haver oscilações seja no cenário econômico, seja relacionado a problemas sociais, escândalos, entre outros.


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Onde está o erro contábil?

"De acordo com o professor de economia Brian McManus, a margem de lucros na venda de café é próxima a 150%; ou seja, o custo de uma xícara de café de um dólar é de quarenta centavos de dólar; um café com lei custa menos de um dólar e é vendido por US$2,55. Então alguém está ganhando muito dinheiro. Quem?
Você deve achar que o candidato óbvio é Howard Schultz, o dono da rede Starbucks. Mas a resposta não é tão simples assim. A principal razão pela qual o Starbucks cobra US$2,55 por um cappuccino é que não há uma outra loja ao lado cobrando apenas dois dólares. Mas por que não há ninguém ao lado competindo com o Starbucks? Sem querer desmerecer as qualidades do Sr. Schultz, cappuccinos bem-feitos (é triste dizer que tampouco há escassez de cappuccinos malfeitos). Não é muito caro comprar uma máquina de café expresso e um balcão, criar uma marca com um pouco de publicidade e amostras grátis e contratar funcionários de razoável valor. (...)
A verdade é que a vantagem mais significativa do Starbucks é sua localização nas linhas de metrô usadas por milhares de pessoas. Há poucos locais perfeitos para se instalar um café - na saída de estações ou em esquinas movimentadas. O Starbucks e seus rivais arrendaram quase todas. (...) A bela margem que o Starbucks cobra por seu cappucciono não tem a ver com a qualidade do café ou a de seus funcionários, e sim com o local onde se encontram as lojas; é tudo uma questão de localização, localização, localização"


HARFORD, Tim. O Economista Clandestino. Rio de Janeiro, Record, 2006, p.17-18