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07 agosto 2025

Consumo excedente de IA


Nossa pesquisa, realizada com Felix Eggers, amplia a perspectiva e revela que os americanos já desfrutaram de cerca de 97 bilhões de dólares em "excedente do consumidor" provenientes de ferramentas de IA generativa apenas em 2024. O excedente do consumidor — a diferença entre o valor máximo que um consumidor está disposto a pagar por um bem ou serviço e seu preço real — é uma medida mais direta do bem-estar econômico do que o PIB. O excedente do consumidor de 97 bilhões de dólares da IA generativa supera os cerca de 7 bilhões de dólares em receita nos EUA registrados por OpenAI, Microsoft, Anthropic e Google com suas ofertas de IA generativa no ano passado. Isso não aparece no PIB porque a maior parte do benefício vai para os usuários, e não para as empresas.

(Via aqui) Imagem aqui. Isto faz lembrar o debate sobre o impacto do computador na produtividade, nos anos oitenta.

Informação, segundo Harari


De Pedro Demo:

Harari não consegue arquitetar uma teoria coerente minimamente da informação. Primeiro mistura conceitos (verdade, realidade, informação); segundo, expele a relação de poder para sempre ser surpreendido por ela, precisamente na ideia em si interessante da informação como nexo (é o título do livro – Nexus); terceiro, age como oráculo, típico argumento de autoridade, no contexto positivista rígido, ignorando que a realidade não cabe em nossos esquemas mentais. Toda abordagem é aproximativa, também uma prisão conceitual. Desinformação é forma de informação. Para negar isso, precisa propor que há só uma informação verdadeira, embora reconheça informação errônea honesta! Aquele Harari do Sapiens e Homo deus  parece ter evaporado ou desaprendido.  

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Modelos de IA e decisões morais

Eis o resumo


A medida que os modelos de linguagem grandes (LLMs) se tornam mais amplamente utilizados, as pessoas passaram a depender cada vez mais deles para tomar decisões morais ou aconselhar sobre elas. Alguns pesquisadores até propõem usar os LLMs como participantes em experimentos de psicologia. Portanto, é importante entender como os LLMs tomam decisões morais e como elas se comparam às humanas. Investigamos essas questões pedindo a uma variedade de LLMs para emular ou aconselhar sobre decisões de pessoas em dilemas morais realistas. No Estudo 1, comparamos as respostas dos LLMs às de uma amostra representativa dos EUA (N = 285) para 22 dilemas, incluindo tanto problemas de ação coletiva que colocavam o interesse próprio contra o bem maior quanto dilemas morais que confrontavam o raciocínio utilitário de custo-benefício com regras deontológicas. Em problemas de ação coletiva, os LLMs foram mais altruístas que os participantes. Em dilemas morais, os LLMs exibiram um viés de omissão mais forte que os participantes: normalmente endossaram a inação em vez da ação. No Estudo 2 (N = 474, pré-registrado), replicamos esse viés de omissão e documentamos um viés adicional: ao contrário dos humanos, a maioria dos LLMs tendia a responder "não" em dilemas morais, invertendo sua decisão/aconselhamento dependendo de como a pergunta era formulada. No Estudo 3 (N = 491, pré-registrado), replicamos esses vieses nos LLMs usando dilemas morais cotidianos adaptados de postagens em fóruns no Reddit. No Estudo 4, investigamos as fontes desses vieses comparando modelos com e sem ajuste fino, mostrando que eles provavelmente surgem do ajuste fino dos modelos para aplicativos de chatbot. Nossos resultados sugerem que a dependência irrestrita nas decisões morais e conselhos dos LLMs pode amplificar os vieses humanos e introduzir vieses potencialmente problemáticos.

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Rir é o melhor remédio

Godzilla. Muito adaptado daqui
 

Tamanho da Economia Paralela

 

A representação gráfica da Shadow Economy em diversos países do mundo. Quanto mais escura a cor, maior a representatividade dessa economia. No mundo, a média da economia paralela é de 11,8%, mas no Brasil atinge 21%. Em alguns países, como Serra Leoa, Níger e Nepal, a economia paralela representa metade do PIB.

No entanto, é importante lembrar que as estimativas envolvidas são difíceis e questionáveis.

Um negócio que atua na economia paralela geralmente não paga impostos, não respeita as regras trabalhistas e, frequentemente, não contrata profissionais registrados nos conselhos. Com o tempo, alguns desses negócios são legalizados — lembra da trilogia O Poderoso Chefão, especialmente o segundo filme?

 

Golpes: muda o foco, mas sempre haverá um trouxe que irá acreditar


Um texto traduzido e publicado na revista Piauí narra a investigação do jornalista espanhol Carlos Barragán sobre os chamados "Yahoo Boys" na Nigéria, indivíduos que aplicam golpes amorosos online, especialmente em plataformas como Facebook e aplicativos de namoro. Esses golpistas se passam por mulheres atraentes para seduzir vítimas, principalmente homens americanos, com promessas de romance e sexo. Após estabelecer uma conexão emocional, eles solicitam dinheiro para situações fictícias, como viagens ou emergências.  

A história destaca o caso de Natasha Bridges, um perfil falso criado por Richard, um nigeriano de 28 anos, que enganou diversas vítimas. A reportagem explora as motivações dos golpistas, incluindo a busca por status social e a pressão econômica, além de discutir a facilidade com que os golpistas se infiltram na vida de suas vítimas. A investigação revela a complexidade e a persistência desses crimes virtuais, que se tornaram um negócio lucrativo na Nigéria.

Parece que isso não tem nenhuma relação com a contabilidade. Mas imagine um funcionário de uma empresa, solitário, que começa a se apaixonar por uma pessoa como Natasha. Na ânsia de ajudar, ele acaba desviando recursos da entidade. 

IA, fraude


A inteligência artificial generativa tornou-se capaz de criar documentos falsos realistas o suficiente para enganar sistemas automatizados, ampliando oportunidades para fraudes e desafios para preveni-las.  

Essa capacidade surgiu após uma atualização no modelo de geração de imagens da OpenAI, que aumentou significativamente a qualidade das imagens geradas, incluindo documentos financeiros. Profissionais de combate à fraude já perceberam que não é só os documentos falsos em si, mas na facilidade e rapidez com que podem ser produzidos em larga escala, tornando a fraude mais acessível até para indivíduos com pouca motivação ou sofisticação técnica.