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10 março 2025

Os pagamentos do Google para Hackers

A empresa Google já sofreu, no passado, uma série de ataques contra os usuários do Android, do Chrome e de outros produtos. Uma das formas que a empresa utiliza para combater esses ataques é o pagamento de recompensas para pessoas que tentem hackear seus produtos e serviços. Em 2024, a empresa pagou quase 12 milhões de dólares para essa defesa, uma atividade considerada legal.

A empresa oferece 300 mil dólares por “vulnerabilidades críticas em aplicativos de alto nível”, enquanto as recompensas do Chrome chegam a 250 mil dólares. Esses valores pagos seriam considerados despesas ou ativos?

Rankings mais Séries: uma nova lista


Parece que gostamos muito de rankings. Eis um curioso, da Variety, com os 100 melhores desempenho da TV. A lista a seguir são as 10 melhores, pela ordem (1o. ao décimo):

Julia Louis-Dreyfus as Selina Meyer, “Veep”

Jeremy Strong as Kendall Roy, “Succession” 

Elisabeth Moss as Peggy Olson, “Mad Men”

Lisa Kudrow as Valerie Cherish, “The Comeback”  

Bryan Cranston as Walter White, “Breaking Bad” 

Michael Kenneth Williams as Omar Little, “The Wire”  

Carrie Coon as Nora Durst, “The Leftovers”

Andre Braugher as Capt. Raymond Holt, “Brooklyn Nine-Nine” 

Rhea Seehorn as Kim Wexler, “Better Call Saul”

Sandra Oh as Dr. Cristina Yang, “Grey’s Anatomy”

(Tive a oportunidade de ver o desempenho 6 dos 10 primeiros. Todos ótimos. 

Europa quer simplificar as normas de sustentabilidade


Segundo a newsletter da EY, a Comissão Europeia (CE) propôs alterações à sua Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD). A justificativa é a simplificação dos relatórios de sustentabilidade dos países. A Diretiva seria postergada por dois anos para as grandes empresas de capital fechado, o que inclui subsidiárias de multinacionais, e seria aplicada somente para empresas com mais de mil funcionários (antes 250 funcionários), receitas acima de 50 milhões de euros ou ativos totais acima de 25 milhões de euros.

As reformas devem incluir a redução de informações que serão reportadas. As novas normas ainda precisam de aprovação no parlamento europeu, entre outras instâncias. Mas sinaliza uma mudança na tendência favorável as normas de sustentabilidade. 

Foto: aqui

09 março 2025

Modelo de falência pode ser aplicado em municípios?

A ideia é interessante, mas seria viável no Brasil? 

O artigo "Municipal Z-Score: A Forecasting Tool Revisited" discute a adaptação do modelo Z-Score de Edward Altman — originalmente desenvolvido em 1968 para prever falências corporativas — para avaliar a saúde fiscal de municípios. Ao modificar certas razões financeiras para alinhá-las às práticas contábeis governamentais, o modelo adaptado avalia liquidez, eficiência operacional e solvência, servindo como um sistema de alerta precoce para dificuldades fiscais. Pontuações acima de 2,99 indicam perfis fiscais sólidos, com forte liquidez, eficiência e solvência. Pontuações abaixo de 1,81 sinalizam vulnerabilidade fiscal significativa, destacando a necessidade de medidas corretivas imediatas.

A adaptação do modelo Z-Score para finanças municipais oferece uma ferramenta proativa e baseada em dados para intervenção antecipada. À medida que os municípios enfrentam desafios fiscais cada vez mais complexos, a adoção de métodos analíticos inovadores torna-se essencial para proteger os recursos públicos e garantir a estabilidade financeira de longo prazo.

No Brasil temos um índice chamado CAPAG, criado pela STN, que poderia ser um parâmetro nesse sentido. 

Fim dos Correios?


A notícia é o reflexo de uma tendência observada em todo o mundo:

O serviço postal estatal da Dinamarca, PostNord, encerrará todas as entregas de cartas no final de 2025, citando uma queda de 90% no volume de correspondências desde o início do século.

A decisão marca o fim de 400 anos de serviço de entrega de cartas da empresa. As 1.500 caixas de correio da Dinamarca começarão a desaparecer a partir de junho.

Via aqui. A imagem é do Estadão de 1999, quando foi recusada a privatização dos Correios.

Quando o gasto público compensa...

Na América Latina — a região mais desigual do mundo — as populações rurais não brancas sofrem desproporcionalmente com a doença de Chagas, uma doença tropical negligenciada (DTN) que causa semanas de sintomas agudos e pode levar a problemas cardíacos crônicos décadas depois. Demonstramos que a campanha do Brasil pós-1983 para eliminar a transmissão dessa doença reduziu significativamente a desigualdade de renda (racial), a transmissão intergeracional de baixo capital humano e a sobrecarga no maior sistema público de saúde do mundo. Explorando a presença prévia do principal vetor da doença de Chagas, descobrimos que o controle dessa DTN aumentou o PIB per capita dos municípios em 11,1% e reduziu seus coeficientes de Gini em 1,1% no longo prazo. Além disso, evitar a exposição infantil à doença de Chagas aumentou a parcela de adultos não brancos com renda acima da mediana em 1,4 pontos percentuais (p.p., ou 2,8%) e as taxas de alfabetização de seus filhos em 0,4 p.p. (0,5%). Coincidindo com a redução esperada de problemas cardíacos crônicos, também constatamos que os gastos públicos com internações por doenças circulatórias diminuíram em 16%, contribuindo para uma taxa interna de retorno de 24% e um valor marginal infinito dos fundos públicos. Esses resultados sugerem que o controle de DTNs pode melhorar a saúde econômica e fiscal de países em desenvolvimento, ao mesmo tempo em que mitiga disparidades (raciais) e ciclos intergeracionais de pobreza.

Esse é o resumo, traduzido, da pesquisa. O controle de uma doença melhorou a economia e reduziu o gasto público futuro.

Vantagens da rotatividade do governo local


O resumo:

 Em muitos países, os governos locais lutam com a ineficiência e a corrupção, muitas vezes perpetuados pelas elites arraigadas. Este artigo explora como as mudanças de liderança afetam o desempenho burocrático local. Combinando pesquisas de pessoal e cidadãos com um projeto de descontinuidade de regressão em uma grande amostra de aldeias indonésias, mostramos que as rotatividades nas eleições das aldeias revitalizam as burocracias locais, interrompem as redes nepotísticas e melhoram o desempenho do governo local. Os burocratas que servem novos líderes são mais engajados e menos propensos a serem ligados a funcionários da aldeia passados ou presentes, resultando em uma burocracia mais responsiva que interage mais com os cidadãos e entende melhor suas necessidades. Isto melhora a prestação de serviços públicos, medida em dados administrativos e inquéritos aos cidadãos. No geral, nossos resultados mostram que as mudanças de liderança podem mitigar a captura de elite e melhorar a governança no nível de base.

Texto aqui

Imagem: A Província de São Paulo, 10 de Janeiro de 1878, p. 1