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10 agosto 2008

Cansado de ver seu país perdendo medalhas? Estudos mostram que o sucesso nos jogos olímpicos depende de cinco fatores: população, renda per capita, vantangem dos jogos serem no país sede, uso de um sistema para identificar talentos (Austrália é o exemplo) e o sistema de governo do país. Os dois primeiros são mais importantes. Mas uma opção é concentrar em esportes que ninguém joga.

Tired of Olympic failure? Install a communist regime.

The cost of success; Is it worth trying to buy gold medals at the Olympics?
Financial Times - 09/08/2008 - Asia Ed1 - 06

05 agosto 2008

The Economist e Olimpíadas

A revista The Economist de 31 de julho de 2008 traz uma série de reportagens sobre Olimpíadas e Esportes.

Em Fairly Safe, discute-se a questão do doping. Para a revista, a esta questão está relacionada com a segurança – que faz sentido – e a justiça (ou igualdade) entre os atletas, que já não é tão defensável.

Já em Beijing blues relembra a vinculação entre a Olimpíada e arte. O momento olímpico também pode servir para exposição de artistas, mostrando que o evento também pode ser um acontecimento cultural.

No texto The way we were a revista analisa os Jogos de Roma, em 1960. O texto lembra que estes jogos significa uma nova era nos jogos, com um avanço na questão racial e sexual

Em China before the Olympics a revista afirma que a China tentará mostrar o lado melhor dos jogos, mas não se pode esperar uma mudança drástica no autoritarismo.

Fun, Games and Money mostra a evolução da China nas Olimpíadas, desde a primeira participação, em 1932, com Liu Changchun. O gráfico mostra o desempenho da China em medalhas de ouro. A possível vitória nos jogos de Pequim não será uma surpresa.



(Para visualizar melhor esta e as outras figuras basta clicar sobre elas)

Mas o texto lembra que os jogos estão associados aos negócios. Fabricantes de roupas de esportes, federações, patrocinadores e potenciais ganhadores têm interesse nos jogos.

Os padrocinadores, com a Kodak, Coca-Cola ou Lenovo pagaram 866 milhões em dinheiro, produtos e serviços. Mas são mais de 60 empresas que estão patrocinando os jogos.
Mas a globalização não ocorre somente nos jogos olímpicos, lembra a reportagem. Nove dos vintes clubes de futebol da English Premier League eram de propriedade de investidores estrangeiros.

A integração internacional no esporte é lembrada no Mercado de trabalho. Os jogadores brasileiros, conforme lembra a revista, participam de ligas das ilhas Faroe até o Vietnam.

O dinheiro está na figura que mostra que no último ano Tiger Woods ganhou 127 milhões de dólares.



Já o texto How do you view? o foco é na imprensa. A ESPN, que começou em 1979, é um exemplo da influencia do esporte. O programa “SportsCenter” é gravado em 13 versões fora dos Estados Unidos. Os esportes mais populares possuem um grande poder de barganha já que a multiplicação de opções torna mais difícil conseguir grandes audiências. A Olimpíada é um exemplo de situação onde a atenção pode estar centralizada num único evento, a exemplo do que ocorre na Copa do Mundo, cita a revista.

A receita das principais ligas da Europa encontra-se na figura a seguir.



Já o texto Go Aigo é um estudo de caso da empresa chinesa Aigo, que patrocina a McLaren de Lewis Hamilton. Já Chunnis on the tree mostra que nem sempre o patrocino é para render fama e fortuna.

Local heroes mostra que mesmo no beisebol, um esporte tipicamente estadunidense, a presence de heróis de vários locais do mundo é significativa. O gráfico mostra a situação da liga inglesa (futebol), do hóquei, do baseball e do basquete.



Mesmo em países pobres, como a África, o fenômeno se repete. O gráfico mostra o número de jogadores domestico na Copa da África é uma exceção hoje (em 2008) em relação a 1998.



For the joy of it trata dos problemas dos escandalos das drogas. Apesar disto, esportes ainda são populares.

Sponsorship form trata do uso de esporte para fins de promoção comercial para empresas. A figura abaixo mostra acordos comerciais entre patrocinadores (sponsor) e objeto sujeito a patrocínio, além do tempo. Assim, Tiger Woods irá receber 100 milhões da Nike por um acordo de 5 anos. Isso é pouco perto do patrocínio da Adidas para os jogos de Londres: 200 milhões por cinco anos também.



Segundo uma estimativa da WPP o gasto no ultimo ano com propaganda será de 450 bilhões de dólares. O problema deste gasto é como mensurar o seu retorno.

07 julho 2008

Previsão de Medalhas

A previsão de medalhas nos jogos olímpicos usando variáveis econômicas mostra que China deverá ganhar 44 medalhas versus 33 dos Estados Unidos e 28 da Rússia. O modelo usa PIB per capita, população, estrutura política, clima e viés do local dos jogos.

O trabalho de Daniel Johnson já mostrou, no passado, um grau de acerto elevado, a ponto de o autor afirmar que “está chocado com a precisão do modelo”. Para Johnson, o Brasil deverá ganhar 10 medalhas, sendo 5 de ouro.

A previsão de Johnson não é a única disponível. Usando a abordagem do mercado, a revista Superinteressante está prevendo uma média de 15 (sic), uma moda de 5.

Já um estudo da PWC estima 88 medalhas para China, 87 para os Estados Unidos e 79 para Rússia.

11 junho 2008

Custo da Olimpiada

Em 1908 os Estados Unidos gastaram 325 dólares para enviar cada atleta para as olimpíadas de Londres, segundo o New York Times de 9 de junho de 1908 (The cost of an Olympian c. 1908). A preços de 2006 isso representa 7345 dólares.

20 fevereiro 2008

Orçamento dos Jogos Olímpicos

Legado do Pan-07 pouco reduz custos para Rio-16
Folha de São Paulo - 20/2/2008
RODRIGO MATTOS

O Pan-2007 é exaltado pelo COB como trunfo na candidatura olímpica do Rio para 2016. Foi graças ao seu legado que a cidade tem 56% das instalações esportivas já construídas, segundo o comitê. Mas isso não serviu para uma redução significativa na estimativa de custos com obras para sediar os Jogos.

No total, o COB projeta gastar R$ 891 milhões com construções de sedes de competições para 2016. Com valores atualizados pela inflação, e considerado o dólar da época, o comitê estimava gastar R$ 1,159 bilhão no dossiê para 2012.

Só que naquele projeto de candidatura estavam incluídas as construções do estádio João Havelange, da Arena Multiuso, do Parque Aquático Maria Lenk, do Velódromo e a reforma do Maracanã. As obras representavam 74% dos custos com instalações esportivas. E todas foram feitas para o Pan.

Mesmo assim, a redução do orçamento com sedes de competições só caiu 23,1%. Há duas explicações: os locais já construídos terão de ser reformados e foi criada uma nova grande instalação na Barra da Tijuca para abrigar alguns esportes.

Mais uma vez, assim como aconteceu com o Pan, o projeto Rio-2016 prevê que quase todo esse investimento será feito com dinheiro público. (...)

07 fevereiro 2008

Custos do Jogos Olímpicos

Tenho postado diversas reportagens comentando do elevado custo de uma olimpíadas (ou até mesmo jogos pan-americanos). Abaixo, numa entrevista, um outro ponto de vista:

Especialista faz defesa de custo bilionário de Jogos
Folha de São Paulo - 6/2/2008

Holger Preuss defende aumento de custos de Londres-12 e diz que maior legado de Pequim será em imagem da China

Alemão, autoridade em megaeventos, diz que gasto é fartamente compensado por exposição gratuita de país e nova infra-estrutura

Adalberto Leister Filho

Os aumentos dos custos são estratosféricos. Os gastos atingem os bilhões. O evento dura pouco mais de duas semanas. Vale a pena investir tantos recursos na Olimpíada? Os Jogos geram boa herança às sedes?

Uma das principais autoridades sobre megaeventos esportivos, Holger Preuss, professor da Universidade de Mainz, responde sim a ambas as questões. O alemão defende os aumentos de gastos dos Jogos de Londres-12. E declara que o maior legado de Pequim-08 não serão em arenas, mas em imagem.

FOLHA - Qual é a importância, para as cidades, de receber a Olimpíada?

HOLGER PREUSS - Além do impacto econômico, vamos citar dois aspectos: significado e mudança de agentes locais. Por significado, entendo que megaeventos são mostrados no mundo todo. A sede ganha exposição gratuita. E as mudanças locais podem ser obtidas se houver obras de infra-estrutura. Isso atrai negócios que não estão diretamente relacionados aos Jogos. As cidades-sedes recebem mais turistas e congressos nos anos seguintes ao evento.

FOLHA - Mas como controlar o gigantismo dos Jogos?

PREUSS - Os problemas são políticos. São muitos os interessados na Olimpíada. Todas as federações querem que seu esporte seja olímpico e que tenham muitos atletas. Isso aumenta o número de competidores e esportes e, portanto, arenas e apartamentos na Vila Olímpica. Jacques Rogge [presidente do COI] limitou esse crescimento: 10.500 atletas e no máximo 28 esportes [hoje são 26] podem tomar parte nos Jogos. Mas as federações lutam, porque há muito dinheiro de TV envolvido. O gigantismo é fruto do interesse humano e financeiro na Olimpíada. Seu controle será uma das principais tarefas do COI no futuro.

FOLHA - Isso torna impraticável para países com menos recursos, como o Brasil, organizarem os Jogos?

PREUSS - É difícil responder. Há grandes custos e muitos cuidados a serem observados sobre se as instalações dos Jogos são sustentáveis. Por outro lado, há benefícios, como a conquista de uma nova imagem. É só examinarmos os casos [dos Jogos] de Tóquio-64, Seul-88 e Pequim-08. A indústria japonesa apareceu para o mundo, as fábricas sul-coreanas se tornaram viáveis, e a indústria chinesa será vista de outra forma. Mas, em países pobres, é preciso considerar mais os prós e contras para evitar polarização social.

FOLHA - Pequim-08 estima gastos de mais de US$ 37 bilhões...

PREUSS - Os Jogos de Pequim custarão o mesmo que os outros: cerca de US$ 2 bilhões para organizar e de US$ 1 bilhão a US$ 3 bilhões para construção e reforma de instalações. O resto são projetos que são somados ao evento, mas que provavelmente seriam feitos sem os Jogos, como o plantio de árvores, sistema de esgoto etc.

FOLHA - Como a China trabalha com a questão do legado?

PREUSS - O legado esportivo não é tão importante, para eles, em relação aos benefícios de uma imensa promoção do país. Isso deve fazer do caso chinês especial. Eles constroem símbolos para mostrar ao mundo a glória dos Jogos e da China.

FOLHA - Londres-12 anunciou vários aumentos de custo. É impossível ter uma previsão realista de gastos?

PREUSS - Sim. Há razões complexas para isso, como tempo das obras, mudança e aumento dos projetos, novidades tecnológicas, especulação etc.

FOLHA - O que o sr. acha de o Estádio Olímpico reduzir capacidade de 80 mil para 25 mil após os Jogos-12?

PREUSS - É um bom modo de assegurar um legado positivo e também de preencher os requisitos do COI, assim como ocorreu em Sydney, que reduziu o local para 30 mil assentos.

FOLHA - A arena custará 712 milhões. Não é muito cara?

PREUSS - Sim. Mas o custo com operários na Inglaterra é alto. Uma comparação é difícil. E o estádio também é um sinal de prestígio dos Jogos, seu ícone.

FOLHA - É viável manter a arena só para atletismo, como a de Londres?

PREUSS - Ela também servirá para outros eventos, como shows. E o país precisa de um estádio de atletismo. A maioria das arenas é feita para futebol.

10 agosto 2007

20 junho 2007

Efeito das Olimpíadas

Tenho postado no blog diversas notícias e pesquisas contrárias aos jogos pan-americanos (aqui)

Algumas pesquisas tem mostrado que pode existir um efeito positivo para a região que hospeda uma modalidade deste tipo. Stephanie Jasmand e Wolfgang Maennig, da Universidade de Hamburgo, pesquisaram as Olimpíadas de Munique de 1972. O estudo é uma análise temporal sobre os efeitos de longo prazo das olimpíadas. O resultado: a renda nas regiões que receberam as olimpíadas aumentaram mais rápido, mas não observou-se nenhum efeito no emprego.

Em outro estudo (Impact of the 1996 Summer Olympic Games on Employment and Wages in Georgia - Julie L. Hotchkiss, Robert E. Moore e Stephanie M. Zobay) observou-se uma influencia na geração de empregos nos jogos de Atlanta.

25 março 2007

Conta da Olimpíadas de Londres


Texto do The Economist sobre a olimpíadas de Londres pode ultrapassar a 9 bilhões de libras. Um exemplo de erro no orçamento é o item segurança, inicialmente orçado em 190 milhões de libras. Com o ataque terrorista de julho de 2005 é provável que o custo chegue a 600 milhões.

A revista apresenta um gráfico com a participação do poder público nos últimos jogos (figura acima). (Além de Atenas, a revista não considerou Moscou, que provavelmente chegou perto dos 100% de subsídio público).

17 março 2007

Ainda o Pan

Agora a Isto é:

Obras
A gastança do Pan. O orçamento disparou. Empregados pararam. Obras atrasam e os jogos chegam em meio à crise

Por FRANCISCO ALVES FILHO

Calcular o custo de um evento monumental como os Jogos Pan-Americanos é desafio tão grande que em suas 15 edições virou tradição refazer as contas ao longo das obras. O caso do Pan do Rio, no entanto, ultrapassa as mais generosas margens de erro. Orçada inicialmente em R$ 386 milhões, a competição pode chegar a R$ 5 bilhões. Ou seja, 13 vezes mais. Só a injeção de dinheiro público será oito vezes maior que a prevista inicialmente (R$ 3,2 bilhões). Um escândalo? “É assustador”, reconhece a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), que integra a comissão de Turismo e Desporto da Câmara. Os parlamentares vão instalar uma comissão que investigará a gastança. Na quarta-feira 7, o presidente Lula manteve o ritmo de esbanjamento e, pouco antes de bater três pênaltis em pleno Maracanã contra a baliza do governador fluminense Sérgio Cabral, liberou mais R$ 100 milhões. No mesmo dia, um relatório do TCU questionava o atraso nas obras da Vila Pan-Americana e do Complexo Desportivo de Deodoro, que poderá encarecer ainda mais o evento. O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr. disse que irá ao tribunal prestar esclarecimentos.

O prefeito Cesar Maia acha tudo normal. “Não houve erro de cálculo”, disse a ISTOÉ. Segundo Maia, o valor divulgado inicialmente resultou apenas do “preenchimento das perguntas feitas” no questionário da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa). De todas as obras, a mais cara é o estádio João Havelange: somente ali já foram gastos R$ 380 milhões, quase o mesmo que o orçamento inicial de todo o Pan. Além do alto custo, o estádio, também conhecido como Engenhão, tem outro problema. No dia 3, os operários que trabalham na obra fizeram paralisação contra as péssimas condições de trabalho – no fim do ano passado, um operário morreu ao despencar de um andaime. Apesar disso, há poucas semanas o prefeito do Rio liberou, sem licitação, mais R$ 80 milhões para o consórcio que constrói o estádio. Maia explica que R$ 60 milhões foram transferidos de uma empreiteira para outra. Os outros R$ 20 milhões foram para “reforço de solda em função do ocorrido com o metrô de São Paulo”.

O vereador carioca Stepan Nercessian (PPS) já apostava no descontrole do orçamento do Pan. “Primeiro, as obras ficam atrasadas. Depois, gastam-se rios de dinheiro sob o argumento de que as instalações têm que ficar prontas a qualquer custo”, diz ele. O vereador estranha a inversão da parceria entre governo e iniciativa privada: “Em todo o mundo, as empresas gastam um bom dinheiro para criar novas instalações, que depois se tornarão públicas. Aqui, a iniciativa privada ganhou a exploração de locais públicos que já existiam, como o Riocentro e a Marina da Glória, e o governo é que fez o maior desembolso para criar instalações novas como o Engenhão, por exemplo.” A deputada Lídice da Mata espera que a comissão da Câmara Federal identifique os responsáveis por tanta diferença entre o orçamento original e os gastos efetivos. “Vamos fazer uma apuração rigorosa”, adianta.

24 fevereiro 2007

Mais ainda sobre o Custo do Pan

O que leva um país com sérios problemas sociais a fazer uma proposta para realizar um evento esportivo? Quais são as vantagens de se ter esse evento?

Para a segunda resposta podemos imaginar ganhos com turismo, maior visibilidade do país, aumento na taxa de emprego para a região que está sediando os jogos, além da melhoria técnica dos atletas. E, para os políticos, uma maior visibilidade nos meios de comunicação. Mas será que isso é suficiente para compensar os gastos? Provavelmente não.

Mesmo assim o Brasil decidiu por candidatar-se a sediar os jogos de 2007 no Rio de Janeiro. Como é praxe nesse tipo de proposta, a estimativa inicial de custo é facilmente ultrapassada. E em nome das obras, que não podem parar, uma grande quantidade de dinheiro público é comprometida.

O sítio Terra informa hoje sobre o custo da Olimpíadas de Londres, onde o custo inicial deverá ser quadruplicado. Parte desse erro de estimativa foi realmente proposital, como já comentando anteriormente aqui nesse blog (clique aqui). Essas olimpíadas significa um custo de oportunidade de 300 hospitais (clique aqui)

Os jogos Pan-americanos tem um custo previsto de 5 bilhões (clique aqui e aqui).

Recentemente foi revelado que mais dinheiro público seria destinado ao jogos (clique aqui).

No Estado de hoje duas novas notícias. A primeira, que a liberação do dinheiro do governo federal feita há uma semana foi de mentirinha. A segunda, que na área de segurança, o contrato foi vencido pela Motorola sem concorrência. A razão alegada é de que a segurança é muito sensível para revelar os termos do contrato (sic).

A primeira reportagem é a seguinte:

Rio proibido de usar os R$ 53 mi

Dinheiro foi bloqueado porque Tesouro Nacional quer receber mais pela dívida da prefeitura

Michel Castellar

A Prefeitura do Rio não pode usar os R$ 53 milhões “liberados” na quarta-feira da semana passada pelo governo federal para acelerar as obras atrasadas dos Jogos Pan-Americanos. A “liberação” foi feita pelo ministro Orlando Silva (Esportes) em solenidade no Palácio do Planalto e dentro de um pacote de investimentos na infra-estrutura da competição, que será realizada entre 13 e 29 de julho.

Ao todo, foram anunciados investimentos de R$ 103 milhões, o que incluiu dinheiro dos governos estadual e municipal.
Os R$ 53 milhões da União estão bloqueados porque a prefeitura do Rio foi inscrita pelo Tesouro Nacional, no dia 21 de dezembro do ano passado, no Cadastro Único de Exigências para a Transferência de Valores (Cauc). O dinheiro é necessário para o término de algumas obras, como a construção de uma estação de tratamento de água perto da Vila Pan-Americana, na Barra da Tijuca.

O Estado apurou que, apesar de tanto a União como o município saberem que a solenidade de liberação seria inócua, o Ministério dos Esportes anunciou o falso investimento de R$ 53 milhões, com restos do Orçamento de 2006, “para criar um fato político”. Segundo fonte da prefeitura do Rio, o governo federal “vai ter de arrumar dinheiro no Orçamento deste ano para que as obras do Pan sejam concluídas no prazo mínimo necessário”.

O imbróglio que impede o Rio de botar a mão nos recursos começou em julho de 2006, quando a prefeitura carioca fez uma licitação para saber que banco passaria a operar as contas-salário do funcionalismo público. Nessa licitação, vencida pelo banco Santander, a prefeitura arrecadou R$ 365 milhões, e o Tesouro Nacional mandou que esse dinheiro fosse incluído entre os itens que compõem o blolo da chamada receita líquida do município.

É com base nesse total de receita líquida que o Tesouro Nacional e a Prefeitura calculam os 13% que o Rio paga todo mês à União para abater na dívida federalizada durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O prefeito César Maia (PFL) se recusou a incluir essa receita extra no cálculo, e a União, a partir de 29 de novembro, passou a bloquear o dinheiro das transferências voluntárias a que o município tem direito.

Um recurso judicial, na 22ª Vara do Distrito Federal, deu razão à prefeitura e obrigou a União a liberar o dinheiro que havia sido retido. Em represália, porém, o Tesouro inscreveu o Rio no tal Cadastro Único (Cauc), proibindo assim a cidade de movimentar recursos da União. O Tesouro não reconhece os R$ 365 milhões da licitação como receita extra do município.

O secretário de Turismo do Rio, Rubem Medina, admite o problema, mas acha que tudo será resolvido. “Todos estão com boa vontade para a realização dos Jogos’’, disse Medina ao Estado.

Além dos R$ 53 milhões para as obras de infra-estrutura, estão trancados outros R$ 2 milhões para um projeto de instalação de placas de sinalização turística. Valor semelhante deveria ser investido na capacitação de profissionais para a recepção de turistas.

No Rio, onde participou ontem de encontro com o colega dos Esportes, o ministro Walfrido dos Mares Guia (Turismo) minimizou o problema: “É rotina (burocrática), que será resolvida.” Mas é mais um problema no já atrasado cronograma do Pan.


E a segunda:

Contrato de R$ 161 mi sem licitação é mantido

O governo federal vai manter a compra de R$ 161,3 milhões em equipamentos para a infra-estrutura de segurança e serviços de inteligência dos Jogos Pan-Americanos do Rio (13 a 29 de julho). Apesar de o Pan estar em fase de organização há quatro anos, e de haver pelo menos outras duas grandes empresas interessadas na licitação, a Alcatel-Lucent e a EADS, o Ministério da Justiça entregou o contrato à Motorola do Brasil.

O secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, disse ao Estado que a compra sem licitação, fechada no último dia 12, se justifica porque vários dos equipamentos a comprar obrigam a preservar dados sobre o esquema de segurança dos Jogos. Corrêa afirmou que só a revelação do nome do software ou de um pacote tecnológico bastaria para deixar o sistema vulnerável ao ataque de hackers, por exemplo. “Licitar é a nossa regra. Só não licitamos aquilo que é sensível.”

Por causa das crises de segurança pública do Rio, e pelo fato de que os Jogos terão atletas de países que são alvos potenciais de ataques terroristas, como os dos EUA, a organização do Pan está sendo obrigada a adquirir desde câmeras e detetores de metais, até sensores especiais de temperatura e um sofisticado aparelho chamado Guardião, de interceptação e escuta telefônica.

15 fevereiro 2007

Mais dinheiro público para o PAn

Pan: CO-Rio vai receber mais R$ 103 milhões de governos
O governo federal vai mandar a metade: R$ 53 milhões
Leonencio Nossa

BRASÍLIA - A organização dos Jogos Pan-Americanos 2007, no Rio de Janeiro, vai receber mais R$ 103 milhões, que serão fornecidos pelo Governo Federal, Governo do Estado e Prefeitura carioca, informou há pouco o ministro do Esporte, Orlando Silva, em entrevista no Palácio do Planalto.

A decisão de liberar essa verba foi tomada nesta quarta-feira, em reunião de Orlando Silva e dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, com o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e com secretários da Prefeitura carioca.

Do total de R$ 103 milhões - destinados à conclusão da montagem da infra-estrutura dos jogos -, R$ 53 milhões serão liberados pelo Governo Federal, R$ 10 milhões pelo Governo do Estado e R$ 40 milhões pela municipalidade.


Fonte: Estado

14 janeiro 2007

Pan

Do Estado de hoje:

A seis meses da abertura do Pan-Americano, o Rio entra na reta final de preparação sem dinheiro para o término de todas as obras e outra vez apela para o governo federal, que já investiu cerca de R$ 1,5 bilhão no evento. De todos os equipamentos, a reforma do Complexo do Maracanã (estádio, ginásio e parque aquático) se tornou a principal incógnita para os organizadores, principalmente depois de anunciarem que são necessários mais R$ 84 milhões para a conclusão.

O novo governo estadual admite que não ainda sabe como fazer para saldar as dívidas e culpou a gestão anterior por supostamente ter deixado de pagar várias contas. Na semana passada, a União liberou R$ 30 milhões que não estavam previstos para o Complexo do Maracanã. Desse total, R$ 23 milhões serão destinados só para o Maracanãzinho.

(...) Em 2003, a reforma no Maracanãzinho foi orçada em R$ 17,9 milhões. Hoje, atingiu a cifra de R$ 33 milhões e estima-se que o custo total será de R$ 86 milhões. A origem do valor faltante para o término das obras - R$ 53 milhões - também é uma incógnita. A opção inicial do governo estadual é tentar captá-lo também junto à União.

07 janeiro 2007

Custos do Jogos Pan-Americanos


Já postei no passado sobre esse assunto no passado. Agora, outra reportagem da Folha de S. Paulo informando que o governo colocou mais dinheiro no Pan:

Governo injeta mais R$ 467 mi no Pan
Folha de São Paulo - 6/1/2007

Participação federal em Jogos no Rio cresce para R$ 1,28 bilhão, quase dez vezes a previsão inicial de gastos com evento
Medida provisória assinada ontem por Lula irá destinar R$ 154 milhões a centro de inteligência para combater crime organizado no Estado


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com R$ 467 milhões liberados ontem, o volume de recursos do governo federal para organização do Pan-Americano do Rio de Janeiro já chega a R$ 1,284 bilhão. A competição será realizada entre 13 e 29 de julho.
O valor é quase dez vezes maior do que os R$ 135 milhões de gastos orçados inicialmente pela União para o evento.
Desse total, já foram desembolsados R$ 817 milhões.
Dos recursos liberados ontem por meio de medida provisória, que será publicada no "Diário Oficial", R$ 313,5 milhões serão destinados a despesas com montagem de infra-estrutura e logística necessárias para a realização do Pan.
Mais R$ 154 milhões previstos na MP assinada ontem pelo presidente Lula serão destinados à instalação do centro de inteligência compartilhada de combate ao crime organizado e às ações do plano de segurança.
O novo centro, além de atuar no Pan, também servirá para melhorar a segurança no Estado do Rio de Janeiro de forma geral. Policiais da Força Nacional de Segurança vão reforçar o trabalho para prevenir incidentes violentos durante o evento.
Segundo interlocutores do governo, a previsão inicial era de que a União teria uma participação bem mais modesta nas contas do Pan. Governo do Estado do Rio e prefeitura arcariam com a maior parte.
Na prática, não foi o que ocorreu. Fora o R$ 1,284 bilhão assegurados até agora pelo Tesouro, o governo federal desembolsou mais R$ 260 milhões através de verba liberada pela Caixa Econômica Federal. Outras estatais como Petrobras e Correios também investiram na organização dos Jogos.
Apesar da boa vontade do governo, várias obras de arenas esportivas para o Pan estão com seus cronogramas atrasados, o que tem implicado custos adicionais ao poder estatal.
A maior praça esportiva sob responsabilidade do governo federal, o Complexo Esportivo de Deodoro, exemplifica disso.
Em março, o Ministério do Esporte previa gastar R$ 45 milhões com as reformas. No mês passado, a pasta refez as contas e admitiu que os custos seriam de no mínimo R$ 92 milhões.
As obras no Complexo do Maracanã custará aos cofres públicos R$ 252 milhões, quatro vezes o valor que estava previsto inicialmente, em 1999, pelo governo do Estado do Rio.






A revista The Economist explica a razão pela qual a Copa do Mundo é melhor que as Olimpíadas;

Começa o maior espetáculo de marketing, a Copa do Mundo

Custos do Pan

O custo de se fazer as Olimpíadas é elevado.

A estimativa inicial das Olimpíadas de Londres era de 2.3 bilhões de libras

11 dezembro 2006

Custos do Pan


No dia 26/11 postei o seguinte:

"Os problemas financeiros nas Olimpíadas de Londres alertam para a questão dos jogos Pan-Americanos (alguém já viu alguma prestação de contas?) e para futuras candidaturas brasileiras" (Clique aqui também)

Temos agora um reportagem sobre o assunto, publicada hoje no Estado:

"Rio luta contra prazos e orçamento

Com todos os cronogramas descumpridos e custo que já subiu 13 vezes, Jogos ainda podem ficar sem a vela

Michel Castellar e Sílvio Barsetti

Com todos os prazos de entrega de obras descumpridos e um orçamento que não pára de crescer - o custo do Pan-Americano 2007 subiu 13 vezes, de R$ 386 milhões para R$ 5 bilhões -, os organizadores do evento consideram agora como prioridade a liberação das obras na Marina da Glória. Querem, assim, evitar que o Brasil seja o único país-sede em 55 anos de competição a não promover a tradicional disputa da vela.

O Ministério Público Federal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) são contrários às obras na Marina por causa do impacto ambiental e travam na Justiça uma briga com a prefeitura pela não liberação da área para a construção de uma garagem de barcos e de um shopping.

Cinco meses atrás, o Comitê Organizador do Pan (Co-Rio) já temia que os atrasos na Marina só deixariam o local preparado para os competidores de vela em maio, muito próximo do início dos Jogos, em 13 de julho. Com as últimas interrupções - a mais recente ocorreu na quarta-feira, com a ida de policiais federais à Marina -, o assunto voltou a inquietar o comitê.

O Co-Rio nega que haja um plano B para a vela, mas a hipótese não está descartada. O Iate Clube, na Urca, é apontado por alguns velejadores como alternativa e poderia ser utilizado para o Pan em caráter de emergência, desde que passasse também por algumas reformas.

'Há um psicodrama em torno da garagem de barcos. Esse equipamento é exigido no Caderno de Encargos dos Jogos Pan-Americanos para que a Marina da Glória possa receber competições náuticas', disse o secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis, voz destoante no Partido Verde, em defesa do projeto que alteraria a paisagem no parque público.

VELOCIDADE

As obras seguem em ritmo acelerado a 7 meses do Pan. Depois de problemas para a liberação de financiamento da Caixa, no total de R$ 406 milhões, a Vila Pan-Americana está com sete dos seus 16 prédios já em condições de abrigar os atletas. A conclusão das obras no local está prevista para fevereiro. São, ao todo, 1.480 apartamentos.

O Complexo Olímpico do Autódromo de Jacarepaguá, a 3 quilômetros da Vila, é um dos principais centros nervosos dos Jogos - abrigará disputas de basquete, natação, nado sincronizado, ginástica artística, saltos ornamentais e ciclismo de pista. As obras do complexo podem ser consideradas as mais atrasadas: só devem ficar prontas em junho.

No local, a Arena Olímpica, com capacidade para 15 mil pessoas, consumirá R$ 119,2 milhões, e, para evitar novos atrasos no cronograma, o trabalho tem sido realizado todos os dias da semana. No Parque Aquático, com custo de R$ 74,8 milhões, o ritmo também é veloz. A única obra modesta no complexo é o velódromo (R$ 9,8 milhões) - que vai ser construído em 2007.

O Estádio João Havelange, palco do futebol e do atletismo, está em uma fase delicada, com a montagem dos arcos da cobertura. Seu valor pode servir como referência para comparar o salto no orçamento dos Jogos. No lançamento do projeto, em 2003, custaria R$ 166 milhões. Passou para R$ 229,8 milhões, R$ 237 milhões , R$ 305 milhões , R$ 315 milhões e, de acordo com a última estimativa da prefeitura, chegará a R$ 350 milhões.

Responsável pelo Complexo do Maracanã (estádio, Maracanãzinho e Parque Aquático Júlio de Lamare), o engenheiro Sérgio Emilião viu os gastos com reformas no local praticamente triplicarem, de R$ 96 milhões para R$ 250 milhões. O acabamento do complexo só deve ser finalizado em maio. O parque aquático está pronto. O estádio está previsto para ser liberado ainda este mês e o Maracanãzinho, em abril.

Detalhes como pintura e troca de assentos só serão providenciados perto do início dos Jogos. 'Senão, teremos de refazer tudo e gastar mais por causa dos maus torcedores', disse Sérgio Emilião.

CUSTOS

O orçamento do Pan, atualizado, conta com R$ 2 bilhões da prefeitura, R$ 1,4 bilhão da União e R$ 310 milhões do Estado. Completam a receita R$ 690 milhões do Co-Rio e investimentos da iniciativa privada.

Essas cifras não incluem determinados gastos com infra-estrutura, como os R$ 628,5 milhões do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara ou os R$ 70 milhões do sistema de monitoramento das ruas por câmeras (220), que o governo do Estado disse ter investido para a realização dos Jogos.


(Grifos meus)