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03 setembro 2007

Crise imobiliária e reputação das agências de rating

Acredita-se que o Brasil deverá receber nos próximos meses o grau de investimento por parte das agências de rating.

O problema é que as agências estão sendo questionadas pelo comportamento no caso da crise imobiliária dos EUA. Uma reportagem do Estado de S. Paulo de 02/09/2007 tenta fazer este vínculo (Crise imobiliária dos EUA faz estragos nas agências de rating, Patrícia Campos Mello, p. B10)

"A reputação das agências foi bastante prejudicada; só vamos saber a extensão do dano quando a crise acabar", disse ao Estado Lawrence J. White, professor de Economia da Universidade de Nova York, que vê semelhanças com a situação de empresas de auditoria como a Arthur Andersen durante os escândalos contábeis. As ações da Moody's, negociadas a mais de US$ 70 há três meses, estão hoje na faixa dos US$ 45.

(...) Segundo ele, é um problema inerente à função das agências, que tentam apresentar um panorama de longo prazo, e não flutuações diárias na saúde financeira. O segundo problema, segundo White, é que essas empresas têm consciência da importância de seus ratings - os mercados respondem vigorosamente a uma promoção ou rebaixamento de nota. Um grau de investimento funciona como um selo de qualidade que economiza milhões em juros de empréstimos. Já um rebaixamento pode custar milhões a uma empresa ou mesmo excluí-la de alguns negócios - certos fundos são proibidos, em seus estatutos , de comprar títulos de empresas ou países que não tenham atingido o grau de investimento.

30 agosto 2007

A questão da captação de recursos

A empresas brasileiras já estão sentido o efeito da crise do crédito. Algumas adiaram a captação (Usiminas, por exemplo), outras buscaram novas fontes (Gerdau). Isto terá impacto futuro nas despesas financeiras, na competitividade futura, na rentabilidade etc.

Empresas brasileiras de primeira linha já são hoje obrigadas a pagar quase 50% a mais em prêmios de risco pelo crédito externo, como parte do impacto do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos. Muitas companhias, como a Usiminas, adiam transações que seriam realizadas para investimentos. Outras empresas e fundos, como a Gerdau e o GP Investments, no entanto, foram pegos pela crise bem no meio de processos de aquisição e são forçados a aceitar condições menos favoráveis nos empréstimos, de US$ 4,2 bilhões e US$ 880 milhões, respectivamente.


Empréstimo externo mais caro - Valor Econômico - 30/08/2007

13 agosto 2007

Investimento de longo prazo

Persevere e triunfarás
Por Adriana Cotias - Valor Econômico - 09/08/2007

Um estrangeiro que tivesse trazido para o Brasil US$ 1 milhão em meados de 2002 e aplicado em uma determinada cesta de ações poderia ver seu patrimônio multiplicado por quase 25 vezes de lá para cá. Se esse capital tivesse aportado por aqui em 1992, teria 68 vezes mais o que possuía e, em 20 anos, o seu milhão teria se transformado em mais de US$ 145 milhões. Esses números são um bom indício de que, nestes tempos de fortes sacolejadas no mercado de ações, a melhor resposta para o aplicador pode ser o longo prazo. Se tiver uma carteira composta por papéis de empresas com bons fundamentos, com perspectivas de expansão para o negócio e crescimento de resultados, não há por que a estratégia de investimento não sair a contento, neutralizando as intempéries vividas em intervalos mais curtos.

Foi sob essa perspectiva que a GAS Investimentos fez uma simulação com uma cesta de dez ações em diferentes janelas de tempo: 5,10, 15 e 20 anos, distribuindo uma aplicação hipotética de US$ 100 mil em cada uma das empresas eleitas. A seleção incluiu Petrobras, Banco do Brasil, Itaúsa, Bradesco, Vale do Rio Doce, Cemig, Unibanco, Randon e Gerdau Metalúrgica , papéis de longa data negociados no pregão e com liquidez razoável. Assim, pôde constatar que mesmo que a gestão não seja das mais ativas, se as escolhas estiverem afinadas, a paciência do aplicador costuma ser recompensada.

Nos últimos cinco anos, o aplicador teria obtido uma valorização, em dólares, de 2.342%, acima do Índice Bovespa (Ibovespa), de 913%, ou do Dow Jones Industrial, de 51%. É claro que nesse período, a conta acabou sendo inflada pela fantástica valorização do real em relação à moeda americana. Mas olhando no prazo mais longo, o investidor teria conseguido, em 20 anos, um retorno médio anual consistente, de 28,3%.

Essa é uma lição para os tempos de intensa volatilidade, afirma o sócio da GAS e autor do levantamento, Alexandre Abuleac. "O investidor, quando faz aplicação em bolsa, se ele está calçado em empresas com bons fundamentos, não pode ficar olhando para o que acontece no curto prazo." A gestora tem como política comprar fatias consideráveis de empresas - ocupando até assentos nos conselhos de administração -, que acredita ter potencial de gerar valor para os minoritários, sem mexer muito nas suas carteiras. "É preciso buscar o retorno no longo prazo, evitar ficar comprando e vendendo e isso vale tanto para a gestão profissional quanto para o pequeno investidor", defende.

Com a herança cultural e financeira do pai, Leivi Abuleac, um dos maiores acionistas individuais do sistema Telebrás no período que antecedeu a privatização, ele ensina que o aplicador de bolsa não deve esperar dobrar de patrimônio em um ano. Mas se conseguir, na média, retornos na casa dos 28% (em dólares), como o observado no intervalo de 20 anos do seu estudo, é uma rentabilidade pra lá de excelente.

Quem entende muito bem de longo prazo é Dório Ferman, o comandante à frente do Lógica II, da Opportunity Asset Management, um dos fundos de ações mais antigos do mercado brasileiro. Criado em março de 1986, no limiar do Plano Cruzado, a gestão atravessou toda sorte de crises e planos econômicos. É por isso que se acostumou a olhar o risco de uma forma diferente da convencional, conta Ferman. "A gente não se impressiona com a volatilidade do dia-a-dia e só avalia se há risco de ocorrer uma crise econômica mais à frente", diz.

Para ele, os riscos no mercado hoje são até menores do que há seis meses, quando a bolsa chinesa caiu 8,5% num único dia, chacoalhando os mercados mundiais e a turbulência foi seguida pelos primeiros indícios de que as hipotecas americanas de alto risco ("subprime") trariam problemas. "A diferença é que agora os riscos estão refletidos nos preços e é isso que nos dá oportunidade de usar o caixa livre para fazer compras em condições mais interessantes."

As aquisições para a carteira do Lógica nunca são para giro rápido, embora seja comum a gestão movimentar todo o portfólio em intervalos de um ano. A posição mais antiga, carregada por mais de 15 anos, conta Ferman, foi de ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras. "Compramos os papéis quando valiam metade do preço das preferenciais e vendemos quando passaram a custar 20% mais." Não há preconceitos na escolha do portfólio, composto por "blue chips" e ações de segunda linha. O mix atual é formado por bancos (34%), incluindo os de menor porte recém-chegados à bolsa; energia elétrica (23%); mineração e siderurgia (15%), o setor imobiliário (8%), também cheio de novatas, com Agra, Abyara, Even, MRV , Tecnisa e Rossi, além de ter uma pequena exposição em tecnologia, com Bematech e Positivo.

Sentar e esperar os resultados frutificarem com uma paciência de Jó é a cultura que vem sendo transmitida pela Geração Futuro aos investidores do seu fundo de ações, que acaba de completar dez anos. Na carteira, há papéis com igual longevidade, caso de Plascar ON, do setor de autopeças. Nesse período, a gestão se defrontou com episódios tão diversos como a mudança do controle da empresa ou a recente incursão no Novo Mercado. "O que temos reafirmado para o cotista é para ele não se desfazer do seu projeto de investimento e manter uma programação de aportes mesmo quando a bolsa cai", diz o diretor Wagner Salaverry. "Nos últimos anos, o aplicador se acostumou a um longo período de alta e ele acabou esquecendo que a volatilidade é inerente ao mercado."

Outras veteranas da carteira da Geração são as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Randon, também da cadeia do setor automobilístico, e a fabricante de armas Forjas Taurus. A baixa liquidez desses ativos é balanceada com papéis de primeiríssima linha como Petrobras, Usiminas, Gerdau e VCP. Nos momentos de baixa da bolsa, a gestão aproveita para aumentar a participação em certas empresas. O desinvestimento, em alguns casos, tem sido feito por meio de ofertas públicas secundárias, como foi em Guararapes e Randon.


Enviado por Ricardo Viana

19 julho 2007

Comportamento no investimento em ações

Uma pesquisa realizada por dois professores da Universidade de Illinois (“Information Diffusion Effects In Individual Investors’ Common Stock Purchases: Covet Thy Neighbors’ Investment Choices” The Review of Financial Studies, Zoran Ivkovich e Scott J. Weisbenner) mostra que a vizinhança pode ser um importante fator que induz os indivíduos a investir em ações. Os autores usaram dados de 35 mil casas, clientes de corretoras, entre 1991 a 1996. Usando o número do Código Postal, os autores determinaram as decisões de investimento dos aplicadores em uma ação se os vizinhos compraram aquela ação ou outra do mesmo setor. Segundo o NY times existe evidência que o comportamento na decisão de investimento seja influenciada pelo vizinho.

05 julho 2007

Perigos do Investimento

No Brasil, há cerca de 390 empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas somente 200 negociam semanalmente. (...) Mesmo sendo promissor e atrativo, o mercado precisa ficar atento a inúmeros perigos, como a possibilidade de haver oscilações seja no cenário econômico, seja relacionado a problemas sociais, escândalos, entre outros.


Clique aqui para ler completo

24 junho 2007

Não siga a recomendação

Uma pesquisa feita por Ricardo Viana, que sempre colabora enviando textos, mostrou algo muito interessante: NÃO siga a recomendação do corretor.

" Há doze meses, para montar uma carteira pessoal de ações, eu fiz um levantamento em algumas instituições para moldar a "carteira de ações recomendada pelo mercado". Hoje, após um ano, fiz uma checagem de resultados e, para a minha surpresa, a rentabilidade foi divergente do que eu esperava. Antes que aleguem que a amostra foi pequena, eu minimizo dizendo que não seria muito diferente se eu consultasse mais corretoras. Além disso, as recomendações foram de gestoras do porte do Fator ou UBS Pactual (uma das maiores do mundo).

As ações "verdes" foram as altamente recomendadas pelo "mercado". Nas "amarelas", houve recomendação de maior parte, mas não um consenso. Para as "vermelhas", não há consenso para compra e até existe alguma recomendação de venda. O resultado esperado seria que as "verdes" teriam a melhor performance, seguidas das "amarelas" e, por último, as "vermelhas". Vejam os resultados. Achei interessante compartilhar (esse dado da vida real) com vocês.

Eu teria tido mais sucesso se tivesse escolhido as ações aleatoriamente do que seguir as orientações dos grandes (e caros) analistas desses gestores. Acho até que daria um tema interessante para ser explorado por algum aluno de vocês.

Ricardo J. A. L. Viana"


A figura abaixo mostra a relação das ações:



Agora o resultado consolidado:



Ou seja, não siga a recomendação!

23 maio 2007

Satisfação do Cliente e Desempenho Financeiro


Uma estratégia de investimento é apostar nas empresas que possuem alto escore de satisfação dos clientes. Um artigo publicado no Journal of Marketing (via Big Picture) encontrou que as empresas com maiores índices de satisfação dos clientes (American Customer Satisfaction Index - ACSI) possuem um desempenho superior no mercado, com retornos de 40%.

Apesar da amostra ter uma problema temporal, considerou somente o período de 1996 a 2003, o gráfico é bastante ilustrativo. A linha continua representa o retorno das empresas com maiores índices de satisfação do cliente (20% melhores) e a pontilhada o mercado. No primeiro gráfico a comparação é com Dow Jones; no segundo, com SP; e no terceiro, com a Nasdaq.

28 fevereiro 2007

Homem x Mulher

(...) Nós encontramos que as mulheres cobrem aproximadamente 9 ações na média comparada a 10 para homens. As estimativas de lucro das mulheres tendem a ser menos acuradas. (...) Apesar disso, nós encontramos mulheres são significativamente mais prováveis ser designados como All-Stars


Clique aqui para artigo (inglês e PDF) e aqui para crítica (inglês)

10 Stocks to Last the Decade

Esse é o título de um artigo publicado em 2000 pela Fortune. Listava dez empresas que estavam prontas para ... vencer. Segundo o artigo, com essas ações era possível proteger o patrimônio contra a volatilidade do mercado. Quais eram as ações?

O sítio Fool relembra as dicas da Fortune. Ao lado, o retorno desde agosto de 2000. Muito interessante a previsão:

Broadcom (Nasdaq: BRCM) = (78%)
Charles Schwab (Nasdaq: SCHW) = (51%)
Enron = Sem Palavras!!!
Genentech (Nasdaq: DNA) = 121%
Morgan Stanley (NYSE: MS)= 0%
Nokia (NYSE: NOK) = (45%)
Nortel Networks (Nasdaq: NT) = (96%)
Oracle (Nasdaq: ORCL) = (53%)
Univision = (42%)
Viacom = !!

Uma das possíveis explicações para o desastre da Fortune: a revista olhou o passado, não o futuro. Se for verdade, temos um típico caso de regressão à média, um fenômeno muito conhecido pelos estatísticos e financistas.

Um exemplo muito conhecido de regressão à média ocorre nos esportes. Quando um atleta se destaca numa competição seu nome vai para as manchetes. Mas o destaque do atleta ocorreu em razão do seu desempenho estar muito acima da sua média histórica de desempenho. Na próxima competição seu padrão volta ao normal - regride à média. É muito conhecido o azar da capa da Sports Illustrated, onde o atleta que aparece na capa piora o desempenho. Explicado pela regressão à média.

18 fevereiro 2007

FGTS é um péssimo investimento

Um reportagem do Estado (18/2/2007) confirma o que se esperava:

FGTS é o pior investimento do País

Fernando Dantas

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) rendeu quase 20 vezes menos que as aplicações mais seguras do mercado financeiro desde o Plano Real e foi, disparado, o pior investimento no período. A diferença é a que existe entre o rendimento do FGTS e o da Selic, a taxa básica que remunera os títulos públicos federais.

Em outras palavras, se o governo desse à poupança dos trabalhadores a mesma remuneração que reserva para os investidores do mercado financeiro, os ganhos acima da inflação nas contas do fundo seriam multiplicados precisamente por 19,01 desde julho de 1994.

Do lançamento do Plano Real, em 1994, a janeiro de 2006, o rendimento do FGTS acima do IPCA, índice oficial de inflação, foi de apenas 22,2%, comparado com 442,2% da Selic e 78,8% da poupança.

Nos anos mais recentes, a rentabilidade do FGTS piorou e entrou em território negativo. Desde o ano 2000, o rendimento real médio é de menos 1,5%, acumulando uma perda de capital de 11% em sete anos. As contas do FGTS rendem TR mais 3% ao ano, comparado com TR mais 6% para as cadernetas de poupança.

Instrumento de poupança compulsória criado em 1966, o FGTS é alvo de muitas críticas. 'É uma poupança forçada, com taxas de juros muito mais baixas que as do mercado, e ainda gera uma enorme rotatividade da força de trabalho', ataca o economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio e da Consultoria Tendências.

Segundo cálculos do economista Renato Fragelli, diretor da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio, se o FGTS tivesse um rendimento nada excepcional de 6% acima da inflação oficial, ele poderia bancar uma aposentadoria próxima do valor integral do último salário.

Os trabalhadores sentiram o gosto de poder investir os recursos no FGTS na compra de ações da Petrobrás e da Vale do Rio Doce, para as quais foi permitido o uso de parcela dos recursos acumulados no fundo.

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e deputado pelo PDT paulista, foi o primeiro a usar uma parcela do FGTS para comprar ações da Petrobrás em 2000 e o garoto-propaganda da operação montada no governo de Fernando Henrique Cardoso. 'Fui muito criticado na época, apanhei bastante', lembra Paulinho.

O exemplo dos seus rendimentos atesta bem o contraste entre a baixa rentabilidade do FGTS e o sucesso da aplicação nas ações. Segundo o líder sindical, de um saldo de R$ 36 mil, metade foi aplicada em papéis da estatal, parte que hoje vale R$ 118 mil. A outra parcela valorizou-se para apenas R$ 27 mil.

É claro que a valorização dos papéis da Vale e da Petrobrás deveu-se a um período excepcional para as duas empresas e para a Bolsa brasileira como um todo.

09 janeiro 2007

O que vale é o fundamento

Por Angelo Pavini

Aos poucos, o investidor brasileiro começa a olhar para o mercado acionário com mais confiança. A imagem de jogo de cartas marcadas, de cassino, onde as regras de mercado não valiam e o pequeno investidor só entrava para financiar a saída dos grandes especuladores ficou para trás.

Essa incerteza torna mais importante estudos como o do professor da FEA USP e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Atuariais e Financeiras (Fipecafi) Alexsando Broedel Lopes, em parceria com o professor da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas (Fucapi) e doutorando da FEA Fernando Galdi.

Eles analisaram todas as empresas da Bovespa e procuraram dar notas a cada uma de acordo com nove critérios financeiros de desempenho. Depois, pegaram as companhias com as três maiores notas e com menores preços no mercado (de acordo com a relação Preço/Valor Patrimonial) e montaram uma carteira que foi atualizada em janeiro de cada ano de 1994 até 2004. O resultado foi que a carteira com as empresas com melhores indicadores teve um ganho 34% superior ao do Índice Bovespa no período. Isso significaria um retorno nominal de 872,54%, para um Ibovespa de 623,03% no período.

O estudo mostrou ainda que o investidor poderia ter usado o mesmo critério para ganhar também com os papéis que levaram bomba nas notas. Quem tivesse montado uma carteira alugando os papéis com notas abaixo de 3 e vendendo-os no mercado (isso é chamado de ficar vendido) teria obtido um ganho de 17,71% acima do Ibovespa. Fazendo uma carteira long/short, vendida nos papéis com piores notas e comprada na dos melhores, o ganho final teria sido ainda maior, 52,22% acima do Ibovespa. Isso significaria um retorno nominal de 1.000,6%.


Fonte: Valor Econômico, 09/01/2007

28 dezembro 2006

Mas algumas recuaram em 2006...



A lista de estreantes na bolsa neste ano poderia ter sido ainda mais volumosa. Mas, às vésperas de lançar suas ações, oito companhias - GVT, Autotrac, CMS Energy, Rede, Cremer, Satipel, Brasil & Movimento e Multiplan - desistiram do processo.

Durante análise do registro das ofertas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as empresas se depararam, em maio, com uma turbulência no mercado, resultante da fuga de investimentos estrangeiros.

Sem saber quando a tormenta passaria e que reflexos teria no preço dos papéis, muitas pretendentes a lançar ações em bolsa paralisaram seus processos e algumas não se animaram a retomá-los. As empresas apontam esse como o principal motivo para a mudança de planos.

(...)
Além desse fator circunstancial, as companhias foram surpreendidas pelas exigências da CVM e algumas notaram que não estavam totalmente preparadas. Não foram poucas as idas e vindas de documentos solicitados pelo órgão regulador. E a própria autarquia se viu sobrecarregada com o volume de processos para analisar.

Valor Econômico 28/12

Novas empresas abertas para 2007


Já o Valor Econômico faz previsão de novas empresas abertas:



Em 2007, a expectativa é de que o ritmo de estréias em bolsa continue acelerado. No setor de construção, outras empresas devem ir ao mercado, como Tecnisa, Camargo Corrêa, PDG Realty e Even, que estão na fila de espera. (...)

Outros segmentos que podem agitar a bolsa, no médio prazo, são o sucroalcooleiro e o de logística. (...)

Para as estreantes em bolsa não basta estar no pregão. Elas querem ir ao Novo Mercado, nível mais alto de governança corporativa da Bovespa. Nele, existem apenas ações com direito a voto, os balanços são elaborados tanto pelos princípios brasileiros como pelos estrangeiros e exige-se a presença de conselheiros de administração independentes. (...)

E otimismo para 2007


(...) o mercado de ações brasileiro (conforme as projeções de bancos e corretoras) será o investimento mais rentável de 2007 (...) o principal índice de preços da Bovespa (Ibovespa) fechará o próximo ano com valorização superior a 20%, mais do que o dobro do ganho projetado para os investidores em renda fixa.

Há razões bem consolidadas para este otimismo. A expansão do volume de negócios e a entrada de empresas com níveis mais altos de governança corporativa definem boas expectativas no curto prazo para o mercado acionário. Obviamente, a valorização da Bolsa também está amparada na perspectiva de crescimento moderado e sustentado da economia, na redução dos juros e na continuidade da entrada de capital externo. (...)

30 novembro 2006

País exporta capital


O Brasil, no período de janeiro a outubro deste ano, exportou capital (investimento). As empresas brasileiras investiram no exterior $22.8 bilhões versus $13.6 bilhões de investimento direto.

Parte deste desempenho decorre da compra da Vale, com pagamento de 13.3 bilhões em outubro para os acionistas da Inco.

09 outubro 2006

Análise Técnica

Será que a análise técnica pode funcionar? Um dos problemas para verificar isto é a dificuldade de testar a análise técnica. Uma das formas que os pesquisadores encontraram para testar é através da verificação se os números de Fibonacci funcionam no mercado.

Fibonacci foi um italiano que estabeleceu uma seqüência de números formados pela soma dos anteriores. Os primeiros números da seqüência de Fibonacci são 1, 1, 2, 3, 5, 8 e assim por diante. O número 5, por exemplo, é formado pela soma de 2 mais 3. O número 8 é resultante de 3 mais 5, e assim por diante. A matemática já descobriu que a relação entre os componentes tende a 1.618 e este número é conhecido como golden ratio na arquitetura e desenho.

Alguns investidores passaram a acreditar que o movimento futuro dos preços das ações pode ser decorrente dos dados passados. Um estudo de Batchelor e Ramyar não encontrou nenhuma evidência que os números de Fibonacci funcionam no mercado de capitais dos Estados Unidos. O período coberto pelos pesquisadores foi de 1914 a 2002. Os defensores da análise técnica tendem a contra argumentar com a seguinte questão: “se a análise técnica não funciona, por que existem pessoas que ficaram ricas utilizando-a”? Obviamente que isto é um típico problema de viés de sobrevivência pois ignora os inúmeros investidores que, utilizando a análise técnica, saíram do mercado.

Para os pesquisadores, o problema é que a análise técnica não estabelece regras claras que possam ser usadas para testar de forma científica se a mesma funciona ou não. A regra dos números de Fibonacci é uma exceção e por isto a preferência dos testes neste sentido. Um trabalho de revisão destas pesquisas foi realizado por Park e Irwin em “The profitability of technical Analysis: a review.

Fonte: The Economist, Technical Failure, 23/09/2006, p. 85