Translate

Mostrando postagens com marcador finanças pessoais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador finanças pessoais. Mostrar todas as postagens

28 abril 2017

Astrologia e Decisões Financeiras

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu nesta quarta-feira, 26, as atividades da Astroinvest por atuação irregular no mercado de capitais. O portal oferece análises de cenários e recomendações de investimento com base na astrologia financeira e empresarial.
"O portal Astroinvest oferece aos assinantes, baseado nos ciclos e movimentos astrológicos, os dias ideais para compras e vendas, planejamento, novos investimentos, os tipo de setores em alta nas bolsas, os dias de viradas e momentos ideais para abrir um novo negócio, bem como as melhores oportunidades de ganhos e muito mais", diz o site.


A alegação da CVM é que o dono do site não tem orientação para dar conselhos financeiros. Rigor em excesso da entidade?

28 junho 2016

Loterias

Com respeito aos conselhos sobre como ganhar na loteria, a minha turma de doutorado escreveu o seguinte texto coletivo:


No vídeo em questão, Richard Lustig, ganhador por 7 vezes da loteria americana e escritor do livro “Learn how to increase your changes of winning the lottery”, aconselha sobre como ficar rico apostando em jogos de loteria. Lustig fornece três conselhos:


1º Conselho: Buy as many tickets as you can afford. Comprar tantos bilhetes de loteria quanto você consiga pagar.


Quando se aumenta a quantidade de bilhetes comprados, maior se torna a probabilidade de acertar os números sorteados. Entretanto, observando estatisticamente, a chance de ganhar na loteria seria insignificante, tendendo a zero. Considerando que no Powerball, loteria americana, a chance de ganho é de 1 em 292.201.338 e o custo da aposta é de US$ 3,00, para se obter 100% de certeza de ganho seria necessário um investimento de US$ 876.604.014,00, sendo que a maior aposta individual já paga pelo Powerball foi de US$ 370,9 milhões realizada por Gloria MacKenzie, ganhadora em 2013. Deve-se ter em mente também que, na tentativa de ganhar a loteria, muitos apostadores gastam recursos além do disponível, visando aumentar a probabilidade de ganho, afetando, por muitas vezes, seu orçamento pessoal, portanto um limite de gasto deve ser estabelecido. Sob a ótica de investimentos, a chance de retorno dos recursos alocados, estatisticamente, também se aproxima de zero. O que demonstra não ser uma boa estratégia de alocação de recursos, mas também observa-se que, por ser um investimento de alto retorno, as chances de acertar os números são baixas e, portanto, os riscos são altos.



2º Conselho: Don’t buy quick picks. Não terceirizar (quick picks) a escolha dos números, ou seja, não deixe o computador escolher seus números.

Segundo Lustig, cada vez que se utiliza os recursos de um computador para definir suas apostas o jogador esta esquecendo a sua estratégia de ganho, ou seja, não faz pesquisas ou analisar os resultados obtidos de forma a executar uma estratégia que possa levá-lo ao sucesso, portanto o computador vai oferecer as piores chances de ganhar. Observa-se que apesar dos números definidos por programas de apostas serem considerados aleatórios, a programação que executa a escolha é feita através de algoritmos pré-definidos e, também, que as chances de um bilhete fornecido por um computador e os feitos por qualquer pessoa individualmente têm a mesma probabilidade estatística de ganho.


3º Conselho: Pick numbers and never change them. Escolha os seus números e nunca os mude.


Você deverá escolher seus números, sempre jogar os mesmos números, nunca mudá-los e jogar em todos os concursos disponíveis, pois, em algum momento, eles serão sorteados, ou seja, um dos segredos é a persistência. Segundo Damodaran (2015) os ativos devem ser adquiridos com base em sua expectativa dos fluxos de caixa futuros e sua incerteza. Aplicando de forma restrita este conceito, dado o tamanho da incerteza contida na compra de um bilhete de loteria, tal ativo não deveria ser adquirido. A decisão de investimento envolve alocação de recursos para geração de fluxos de caixa positivos. O retorno dos fluxos de caixa decorrentes das apostas em loterias acontece ao acaso, o que inviabiliza sua análise pela ótica de investimentos. Realizar este tipo de investimento é apostar no acaso.


[Acredito que faltou um aspecto importante da questão: a moeda não possui memória. Ou seja, o sorteio de números no passado não garante o seu "não sorteio" no futuro]

09 março 2016

Resenha: Esquentando a Relação

Jordan Abrams é um contador de Winnipeg, Canadá. Planejando pedir sua namorada, Rachel, em casamento, ele decide ir para Toronto. Ela não aceita. Sem poder esquecê-la, Jordan acaba exagerando na bebida e é jogado para fora de um clube de stripper. Uma das funcionárias, Julia (fotografia), tem pena e o deixa dormir em seu sofá. No dia seguinte, Jordan fica sabendo que Julia é boa no que faz, mas não tem nenhum controle financeiro; Julia percebe que Jordan é um ótimo gestor financeiro. Um pacto é feito entre eles: Julia ensina Jordan e Jordan ensina Julia.


Esta é trama deste filme canadense de 2012. Com uma nota de 6,1 no IMDB, o filme Esquentando a Relação certamente não é uma obra de arte. O fim é previsível... Mas é uma comédia e romance legalzinho. Em razão da sua temática, não é indicado para assistir com a família, mas é bem melhor que muito filme oscarável que tem por aí.

Vale a pena? Para quem gosta de finanças pessoais e de contabilidade é uma boa dica para um fim de noite. Mas não espere muito. Assista sem compromisso.

08 fevereiro 2016

Finanças Pessoais: Ciclo de Vida e Finanças

A figura abaixo apresenta de maneira resumida a vida financeira de uma pessoa ao longo da vida. De vermelho, as dívidas; verde são os rendimentos recebidos; azul corresponde ao consumo de bens e serviços; e preto é a economia. Dívida mais salário são idênticos ao consumo e economia, como um balanço contábil.

Quando criança, a pessoa só consome; obviamente é financiada por alguém, geralmente os país. Na segunda fase a pessoa entra no mercado de trabalho, com as dívidas acumuladas em razão do financiamento estudantil ou do primeiro imóvel, mas conseguindo uma economia, já que o consumo não é tão expressivo.

A terceira fase corresponde a maternidade/paternidade. O consumo aumenta e o salário não é suficiente para os gastos. A fase seguinte permite um aumento nas economias, que ajuda na redução das dívidas. O consumo é menor. A velhice chega com um aumento nos gastos com saúde e redução da economia.

É certo que este ciclo não será idêntico para todas as pessoas. Em algumas, a fase do início no mercado de trabalho pode não resultar em economias. Mas isto precisa ser compensado nas fases seguintes.

12 janeiro 2016

Finanças Pessoais: O que evitamos comentar em Finanças Pessoais

Existe um aspecto que geralmente os conselheiros de finanças pessoais evitam comentar e às vezes dão pouco valor. Mas este fator é decisivo para os esforços das pessoas em construir uma boa gestão financeira. E para os resultados finais.

O The Telegragh mostrou que três pessoas se aposentaram com 100 mil libras de economia com uma diferença: eles se aposentaram com um ano de diferença. O primeiro aposentou-se em 1982, o segundo em 1983 e o último em 1984. Eles colocaram os recursos no mercado acionário e trinta anos depois tinham 275 mil libras, o segundo tinha 96 mil libras e o último esgotou seus recursos com 25 anos. A pequena diferença de ano da aposentadoria foi fundamental para a situação de cada um deles.
O exemplo feliz do jornal inglês mostra que as finanças pessoais dependem de fatores externos, que fogem ao controle da pessoa. Maquiavel, há tempos, chamou isto de “fortuna”, que são aspectos inevitáveis que podem ocorrer na vida de uma pessoa. E o que chamamos de sorte.

É o caso de uma pessoa decide trocar de emprego, por um que irá pagar menos, e logo depois o plano salarial da nova empresa melhora substancialmente. Ou da mudança da regra da aposentadoria antes do estudante entrar no mercado de trabalho. Ou a queda geral no preço dos imóveis de uma região em razão de um desastre ecológico. Se um dia eu escrever um livro de finanças pessoais encerrarei o mesmo assim: “todos estes conselhos devem ser necessariamente acompanhados da sorte.”

21 dezembro 2015

Finanças Pessoais: Finanças é coisa de homem?

As mulheres tem um estereotipo de serem consumidoras implacáveis, de gastar todo o dinheiro da família com futilidades e não entenderem de finanças. Esta visão está errada por três bons motivos. Em primeiro lugar, pesquisas mostram que as mulheres tomam melhores decisões financeiras que os homens. Segundo, as mulheres são mais avessas ao risco que os homens e geralmente com o dinheiro nosso é muito mais interessante ser avesso ao risco do que propenso ao risco. Finalmente, as mulheres não tem medo de questionar e duvidar dos que os “consultores financeiros” dizem.

Por estas (e outras) razões, os principais programas de auxilio financeiro para as pessoas carentes focam nas mulheres. Geralmente os benefícios financeiros concedidos aos homens são alocados em gastos desnecessários para as famílias; já entregar dinheiro para as mulheres pobres resulta em melhor alocação desta riqueza. Se os filantropos espertos escolhem as mulheres para fazer sua boa ação, talvez seria esperado que os principais consultores financeiros deveriam ser mulheres. Infelizmente isto não é o que ocorre na prática, já que os bancos de investimentos, corretoras e outras entidades preferem empregar o homem. Uma razão para isto é que neste tipo de negócio é importante passar confiança, e isto o homem geralmente consegue fazer melhor.

Enquanto na filantropia o importante é o comportamento médio das famílias que recebem a ajuda do filantropo, nas corretoras destaca-se muito o comportamento do “melhor desempenho”. O fato de assumirem mais risco faz com que os homens tenham mais chance de terminar o ano como sendo o “melhor investidor”: maior o risco, maior o retorno.

Numa família, o papel do investidor muitas vezes é assumido pelo homem por ser as finanças coisa de homem. Mas as pesquisas geralmente comprovam: deixe as finanças por conta da mulher.

09 novembro 2015

Finanças pessoais: Dias Chuvosos Versus Emergências

Um dos pilares da boa educação financeira, como explanado por Miranda Marquit, é saber poupar para diferentes momentos problemáticos. É importante que você tenha algo como uma poupança “Plano B”, caso algo dê errado e você se encontre meio a um turbilhão de problemas financeiros. Esse tipo de plano de contingência é conhecido como “fundo emergencial” ou uma poupança para tempos difíceis (dias de chuva). Para muitos soa como coisas iguais, mas é essencial distinguir entre os diferentes tipos de obstáculos.

O que é um Fundo Emergencial?

Um fundo emergencial é o que você precisa para cobrir despesas caso fique desempregado por alguns meses, ou caso você adoeça e tenha despesas médicas inesperadas. Não é dinheiro para algo programado, mas sim um plano de contingência.

O seu fundo emergencial deve ser utilizado para eventos mais sérios e que podem durar semanas ou meses. Construir um fundo emergencial de forma apropriada demanda cogitar o que aconteceria se você necessitasse de uma forma alternativa para cobrir as suas despesas, levando em consideração que a sua principal fonte de renda foi impactada, ou que você passou por uma grande catástrofe financeira representando a drenagem dos seus fundos.

A sua meta deve ser montar o seu fundo de forma que ele tenha em média o equivalente a seis meses das suas despesas representadas ali. Pode ser que leve algum tempo para você conseguir juntar tudo isso, mas o fundamental é que você não toque nele. Esqueça que ele existe! Não fique tentado a trocar de carro ou viajar com essa poupança.

O que é um Fundo para Dias Chuvosos?

Um fundo para “dias chuvosos” é algo menos catastrófico, uma poupança para lidar com um evento único e inesperado para o qual você não tenha dinheiro imediato em sua conta corrente.

Como exemplo temos a reposição de eletrodomésticos quebrados, reparo de automóveis. Também pode ser utilizado para uma viagem em cima da hora quando você precisa visitar um parente doente ou até mesmo comparecer a um velório. Ao contrário do fundo emergencial que é montado de uma forma que possa aguentar uma drenagem longínqua, o fundo para dias chuvosos pode ter em torno de R$ 5.000. Isso já é o suficiente.


É importante poupar para viagens e diversão, mas lembre-se, também, de estar preparado para possíveis catástrofes. Ter esses dois fundos fará com que, frente a empecilhos da vida, o estresse seja diminuído e você possa lidar melhor com a situação e direcionar a sua energia para a resolução daquele problema, sem se preocupar tanto com as finanças.

05 outubro 2015

Finanças Pessoais: Pesquisar Preço e Nível de Inflação

O Estado de S Paulo divulgou que “pesquisar preços nosupermercado pode render mais de R$2 mil por ano” . Não iremos discutir um problema sério deste tipo de informação, qual seja deixar de levar em consideração o custo de oportunidade da pesquisa de preço. Em outras palavras, o custo da pesquisa de preço não é levado em consideração.

Vamos comentar sobre um aspecto importante. Quando ocorre um aumento no nível geral de preços da economia, medido pelos índices de inflação, geralmente também temos um acréscimo na diferença nos preços. Esta divergência pode representar boas oportunidades de compras para o consumidor e geralmente ocorre por uma série de motivos. Geralmente em ambientes inflacionários os preços são repassados para os comerciantes, por parte dos fabricantes, de maneira divergente. Vamos exemplificar com um produto que subiu de preço na semana passada. Um comerciante que fizer as compras para repor seus estoques nesta semana irá encontrar preços maiores e provavelmente irá repassar isto no preço de venda. Já o comerciante que ainda possui estoques do produto talvez não saiba do aumento e continuará praticando preços antigos.


Mas o comerciante não observa isto de maneira passiva. Com o aumento da inflação o empresário torna mais atento aos aumentos de preços no atacado. Afinal o comerciante sabe que a mercadoria terá que ser substituída proximamente e ele necessita ter o capital disponível para isto. Isto geralmente ocorre para as mercadorias “A”, ou seja, aqueles produtos que geram mais receita ou mais lucro para o comerciante. 

21 setembro 2015

Finanças Pessoais: Vale a pena pagar a mais? Custo e utilidade marginal.

Utilidade é a habilidade que um bem ou serviço tem de satisfazer um desejo humano. Uma tarefa essencial em finanças pessoais é determinar o quanto de utilidade você irá ganhar a partir de determinada decisão. Por exemplo, se você decidir gastar $70 em um ingresso para um show, você poderá estar pensando no que ganhará com isso. Talvez você curta uma noite agradável com boa música, amigos e por aí vai...

A utilidade marginal é a satisfação extra, derivada de se ter uma unidade incremental a mais de um item. Quando conhecido, esse custo pode ser comparado à utilidade marginal recebida.
Pensar sobre a utilidade marginal e o custo marginal pode ajudar no processo de tomada de decisão já que ele nos leva a comparar apenas as variáveis mais importantes. Ela requer que nós examinemos o que iremos ganhar se também experimentarmos uma quantia de custo extra.

Para ilustrar a ideia, finja que você está considerando gastar $150 ao invés de $90 ($60 adicionais) por uma poltrona na primeira fileira. Que utilidade marginal você ganhará com a decisão? Talvez a habilidade de ver e ouvir melhor, ou a satisfação de ter um dos melhores lugares do concerto. Você então se perguntaria se os benefícios extras valeriam 60 barões.

Na prática, as pessoas estão inclinadas a buscar utilidade adicional desde que a utilidade marginal exceda o custo marginal.

Vejamos outro exemplo. Imagine que dois automóveis novos estão disponíveis na concessionária em Betim, Minas Gerais, onde o engenheiro civil Daniel Castro está tentando fazer uma opção de compra. Ambos os veículos são modelos similares, mas de diferentes fabricantes. O primeiro, com uma etiqueta de compra de $39.100, tem um número moderado de opções enquanto o segundo, com uma etiqueta de preço de $40.800 têm opções adicionais numerosas. A análise marginal sugere que o Daniel não precisa considerar todas as opções ao comparar os veículos. Ao invés disso, o conceito de custo marginal nos diz para comparar os benefícios das opções adicionais com os custos adicionais - $1.700 nesse caso ($40.800 - $39.100). Daniel precisa decidir apenas se as opções adicionais valem $1700.

Faça decisões inteligentes. Não considere características que não te atraem ou que você não irá utilizar.

Sugestão de leitura: GARMAN, E. Thomas; FORGUE, Raymond E. Personal Finance. South-Western College Pub, 2011.

14 setembro 2015

Finanças Pessoais: Poupar ou dar uma festa? Dar uma festa ou ir a um show? Viajar ou estudar?

Continuando as lições de Garman e Forgue (Personal Finance) hoje vamos conversar sobre custo de oportunidade na tomada de decisão. Na próxima semana falaremos sobre custos marginais e utilidade marginal, tudo isso com o propósito de auxiliar a tomada de decisão racional e, consequentemente, aprimorar as finanças pessoais.

O custo de oportunidade de uma decisão é o valor da próxima melhor alternativa da qual se abre mão. Exemplos de custo de oportunidade pessoais são tempo, esforço, saúde e exemplos de custos de oportunidade financeiros são juros, segurança, liquidez. Utilizar o conceito de custo de oportunidade te permite se dirigir às consequências pessoais das escolhas já que toda decisão envolve trocas.
Por exemplo, suponha que ao invés de estar lendo esta postagem você estivesse no cinema ou assistindo televisão. Provavelmente você gostaria mesmo é de estar dormindo. E o benefício dessa perda de sono – a próxima melhor alternativa – é o custo de oportunidade de você ter escolhido ler. Saber os custos de oportunidade alternativos auxilia a tomada de decisões porque indica se a decisão que tomamos é realmente a melhor.

Em finanças pessoais, custo de oportunidade reflete a melhor alternativa em relação a o que uma determinada pessoa poderia ter feito ao invés de escolher gastar, poupar, investir o dinheiro. Todo mês você recebe o seu salário e aquele montante, quando desconsideramos as despesas fixas (a não ser que você opte por não pagar as suas obrigações!), te dá certa flexibilidade. Poupar ou comprar ingressos para um show? Comprar ingressos para um show ou fazer uma festa para os amigos? Fazer uma festa para os amigos, ou doar para a campanha de emergência na Síria?

Por exemplo, ao decidir colocar $2.000 em um fundo mútuo de ações para a aposentadoria ao invés de manter esse montante prontamente disponível em uma conta poupança, você está abrindo mão da oportunidade de usar o dinheiro para dar entrada em um carro novo. Manter o dinheiro em uma conta poupança tem o custo de oportunidade de um investimento com retornos maiores que o fundo mútuo de ações possa pagar, por exemplo. Essa oportunidade de ganhar uma taxa maior de retorno é uma consideração fundamental ao se tomar decisões de investimento de baixo risco.

Outras decisões desafiantes de custo de oportunidade são alugar versus comprar um apartamento, comprar um carro novo ou usado, trabalhar ou tomar um empréstimo para pagar a faculdade, ter ou não um seguro de vida, começar cedo ou mais tarde a poupar para a aposentadoria. Se esses custos são subestimados, então as decisões serão tomadas com base em informações defeituosas e os julgamentos podem provar-se errados. Avaliar de forma apropriada os custos e benefícios das alternativas representa um passo chave no processo racional de tomada de decisão.


Quais decisões você tomou ultimamente que podem nos ajudar a entender o custo de oportunidade?

07 setembro 2015

Finanças pessoais: Gaste menos do que ganha

Não há como não se repetir essa questão: para melhorar as suas finanças, gaste menos do que ganha. No livro “Personal Finance”, os autores Garman e Forgue observam como nos dias de hoje recebemos diversos tipos de informações dando a entender que podemos gastar o quanto quisermos. Uma das propagandas mais marcantes dos últimos tempos foi aquela, de um cartão de crédito, que em um clima perfeito citava várias coisas que poderíamos comprar (Vestido, $100; Sapatos, $200; Maquiagem, $300) e uma coisa que não poderiamos comprar ("a cara de bobo do seu ex namorado, não tem preço"): existem coisas que o dinheiro não compra, para todas as outras existe o cartão x. Mas a verdade é que gastar muito e exagerar no uso de cartões de créditos impedem o sucesso financeiro e provavelmente a felicidade também sai prejudicada.

Muita gente acredita que ser próspero está relacionado ao quanto ganham ou herdam, sendo que fortuna é um conceito muito mais ligado a habilidades de entender trocas e decisões que geram riqueza para si. Em uma troca você abre mão de uma coisa por outra, como quando se abre mão de um pouco do salário deste mês para usufruir uma aposentadoria financialmente confortável. Garman e Forgue dizem é suficiente fazer algumas coisas corretamente em relação às nossas finanças pessoais, desde que não façamos muitas coisas erradas. Você pode muito bem ter sucesso em finanças pessoais ao fazer os planos corretos e tomar atitudes sensíveis em virtude desses planos.

Gaste menos para que você possa investir mais

Metas financeiras raramente são alcançadas sem renúncias e sem que o consumo atual (gastar em bens ou serviços) seja sacrificado. A abstinência é acompanhada com a separação de certa quantia de dinheiro que será poupada (renda não gasta com consumo corrente) com o objetivo de atingir objetivos futuros. Algumas poupanças são consideradas, pelos autores, como investimentos. Ao poupar e investir, as pessoas estão mais suscetíveis a ter capital disponível para consumo futuro. Se você poupar para o amanhã, você será mais feliz hoje.

Há quem separe as pessoas em relação ao gerenciamento financeiro efetivo como “possuídas” ou “possuidoras”. As pessoas que aprendem a viver com menos que ganham e são os poupadores e investidores da sociedade, conforme a professora Celia Hayhoe da Virginia Tech, são as “possuidoras”. As “possuídas” são as gastadoras que vivem de salário a salário, geralmente com alta dívida de consumo. Para melhorar suas finanças você deve seguir o ditado “gaste um pouco e poupe um pouco”. Poupar para consumo futuro representa uma boa ilustração do desejo humano de alcançar certo padrão de vida. Esse padrão é o que um indivíduo ou grupo sinceramente procuram ou desejam e buscam atingir, manter se atingido, preservar se ameaçado, recuperar se perdido. Em essência, o seu padrão de vida é onde você gostaria de estar e o seu nível de vida é onde você está.

Sucesso Financeiro e Felicidade

O sucesso financeiro é alcançar as aspirações financeiras desejadas, planejadas. Sucesso é definido pela pessoa que o busca. Alguns o definem como sendo a habilidade de viver de acordo com o padrão de vida do indivíduo. Muitos buscam segurança financeira, que traz a sensação reconfortante de que os recursos serão adequados para consumar quaisquer necessidades com a intensidade e frequência desejadas. Outros querem ser ricos e possuir uma abundância de dinheiro, propriedade, investimentos e outros recursos. Uma verdade fundamental em finanças pessoais é a de que você não pode construir segurança ou prosperidade financeira a não ser que você gaste menos que ganha. Como resultado, você não pode alcançar o seu padrão de vida sem, de algum modo, restringir o seu nível de vida enquanto poupa e investe. Essa é a troca.

Felicidade financeira envolve muito mais que apenas dinheiro. É a experiência que você tem quando está satisfeito com suas questões monetárias. Pessoas felizes com suas finanças são mais propensas a gastar dentro do orçado, tomar decisões que as ajudam a atingir seus objetivos e apresentam uma maior satisfação geral com a vida. Então a felicidade financeira é parte do resultado da prática de bons hábitos financeiros,tais como: pagar as dívidas em dia, gastar menos que ganha, saber para onde o seu dinheiro vai, poupar e investir capital para o futuro.

Sugestão de leitura: GARMAN, E. Thomas; FORGUE, Raymond E. Personal Finance. South-Western College Pub, 2011.

24 agosto 2015

Finanças Pessoais: Programas de Fidelidade


Por que usar cartão de crédito? A primeira resposta que me vem à cabeça tem a ver com pontos de fidelidade. Também é prático ter ali, em alguns papéis, o resumo dos gastos do mês. Por outro lado usar frequentemente a função crédito nos faz perder um pouco a noção da quantidade de dinheiro gasto. Sua conta está com dinheiro, seu cartão ainda não venceu, é possível se animar e abusar nas compras.

Todavia Garry Marr, do Financial Post, nos faz a seguinte pergunta: A incessante fome por pontos no cartão de crédito compensa acumular dívidas? O texto continua afirmando que há mais de 70 milhões de cartões de crédito no Canadá e, apesar de não se saber quantos são atrelados a programas de fidelidade, sabe-se que mensalmente cerca de 60% das dívidas não serão pagas e os usuários se comprometerão com juros. Segundo uma publicação da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade ) a taxa de juros do cartão de crédito voltou a subir em junho e alcançou 12,54% ao mês ou 312,75% anuais.

Todavia, a interminável fome por pontos e recompensas, que vão desde voos a hotéis, continua. É uma busca que ignora ó obvio: se você está pagando juros nos seus cartões de crédito, não há programas de pontuação no mundo que justificarão este comportamento.

Laurie Campbell, a diretora executiva do Credit Canada, um serviço de aconselhamento sobre dívidas, acredita ser simplesmente bobo. Ela diz estar cansada de pessoas obcecadas por saldos de pontos ao invés do saldo do cartão de crédito. “Posso dizer com base nos clientes que vejo aqui que é um comportamento prevalente. É triste.” As pessoas não querem cancelar os cartões por causa dos programas de fidelidade. Qualquer pessoa com cartão de crédito sabe que você pode se livrar da fatura com um pagamento mínimo mensal e muitos consumidores têm tirado proveito disso. Ou seja, tem muita gente cobrindo a cabeça e descobrindo o pé.

Campbell gosta de lembrar que mesmo que a recompensa justifique de alguma forma o gasto, a pontuação paga apenas parte da viagem. Talvez você chegue ao seu destino, mas como pagará por hospedagem e alimentação? Com mais dívidas no cartão?


Brent Reynolds, vice-presidente de marketing da Capital One Canada, diz que os consumidores precisam focar tanto o retorno quanto a facilidade de resgate do prêmio. Você precisa pesquisar o seu próprio estilo de vida, pesquisar o que te trará o maior estrondo com o seu dinheiro.


Também não faça o oposto. Não viva em função de atitudes que te trarão mais pontuação, por outro lado, não ignore o seu direito ou o deixe vencer. Hoje em dia você pode adquirir não apenas passagens aéreas, como também livros, assinaturas de revistas, eletrodomésticos. Confira também a relação do valor gasto com a quantidade de pontos acumulada, pontuação mínima para resgate. Em tudo busque o equilíbrio.



17 agosto 2015

Finanças Pessoais: Qual é a sua motivação?

Existem infinitas variedades de metas financeiras que você pode estabelecer. Algumas podem ser voltadas para o curto prazo, como “hoje não vou gastar um centavo sequer”. Outras exigem um pouco mais de planejamento, como “quero pagar a minha dívida de R$13.743 em um ano”. Algumas exigem décadas de trabalho e dedicação, como “eu quero alcançar a independência financeira com R$ 2 milhões em ativos até 2040”. Estabelecer metas assim e se organizar para alcança-las geralmente causa mais bem do que mal. Estamos todos sujeitos ao fracasso mas quem não arrisca, não petisca, não é mesmo? Se não tentarmos, não conseguiremos.

Metas são coisas boas, mas muitas vezes fazemos as coisas sem saber o porquê. Dizem que se brasileiro vê uma fila, quer entrar. Só depois de um tempo, questiona para o que é aquela espera. Isso é comum: se ouvimos que algo nos beneficiará, vamos em frente e copiamos o comportamento sem muito que se questionar. O maior problema em se perder o “porquê” de tudo é o enfraquecimento da nossa motivação em ver um objetivo ser completado e uma meta alcançada. Nós vamos nos deparar com obstáculos e nesses momentos a justificativa é o que nos manterá motivados, nos dará foco, nos ajudará a seguir em frente, a nos superar e alcançar novos níveis.


Se você não consegue justificar bem, dizer o porquê, então provavelmente a meta não é digna dos seus esforços naquele momento.


O financista G. E. Miller defende que uma grande satisfação em se saber a justificativa de nossos motives é a satisfação alcançada a partir do momento que a meta é atingida. Sem isso, o sucesso pode parecer vazio.



“Quero cortar as minhas despesas para que eu consiga economizar mais?”

Por que?
“Para que eu possa quitar as parcelas do financiamento do meu apartamento.”
Por que?
“Para diminuir meus gastos com moradia ainda mais.”
Por que?
“Porque eu quero poder trabalhar menos horas e passar mais tempo com os meus filhos”.
Por que?
“Porque isso faz meus filhos felizes e me faz feliz também”


Ótimo.



Mas quando você começa com o porquê e termina com a meta financeira é ainda mais significativo e funciona ainda melhor.



“Eu quero uma família feliz?”
O que torna a sua família mais feliz?
“Quando passamos mais tempo juntos.”
Como vocês poderiam passar mais tempo juntos?
“Se eu trabalhasse menos horas.”
Como você poderia trabalhar menos horas?
“Limitando as minhas despesas”.
Como você pode limitar as suas despesas?
“Quitando o financiamento do meu apartamento, abrindo mão de um carro, diminuindo a conta do supermercado.”


Ainda melhor. Agora há vários meios para um fim. Sem uma motivação bem justificada, metas financeiras são apenas esforços para acumular mais dinheiro e mais coisas. E se a resposta para o questionamento for mais dinheiro e mais coisas, em algum momento você ficará insatisfeito e frustrado.

20 julho 2015

Finanças Pessoais: Não cometa estes erros

Enquanto procurávamos um novo assunto para hoje, encontramos algumas fontes apontando erros que não devem ser cometidos ao se tratar de finanças pessoais. Achamos válido listá-los para que fortifiquemos a nossa educação financeira. Quando decidimos colocar as nossas finanças no lugar, organizar os gastos, cortar supérfluos, podemos ficar um pouco desnorteados. O que fazer? Por onde começar? Será isso suficiente? Conseguirei seguir com essas alterações no meu estilo de vida?

Se você leva a sério e quer tomar controle das suas finanças e alterar seus hábitos financeiros ruins, então é necessário lidar com algumas questões e ir voltando ao trilho.

Vamos a alguns pontos fundamentais:
1) Pagar apenas o mínimo das suas dívidas: Nunca pague apenas o mínimo exigido nas cobranças e ajude as pesssoas que você conhece a também não cometer esse erro. Junto com o cheque especial, pagar o mínimo da fatura do cartão de crédito entra como rasgar dinheiro. O filme Shopaholic (Os Delírios de Consumo de Becky Bloom) é bem engraçado, mas nunca façam nada semelhante, especialmente no Brasil (i. e. ignorar faturas, fugir de cobradores, gastar muito mais do que ganha e se convender de que é um investimento). Não entre em negação e vire as costas para as suas dívidas, não pague apenas o mínimo para resolver depois. Os juros são absurdos e não compensam. Seja proativo, pague as suas dívidas. Se livrar disso te trará paz e te fornecerá um bom ponto de partida financeiro para o resto de sua vida.

Esse pode ser um dos passos mais difíceis de serem tomados, mas a partir do momento em que você se compromete a se livrar das dívidas, tudo é possível.

2) Não guardar o suficiente para a aposentadoria: vários jovens de vinte e poucos anos nem pensam em poupar para a aposentadoria porque concluem que há toda uma carreira a sua frente. Esse é um erro financeiro gigantesco. A melhor coisa de poupar quando se é jovem é que você terá os juros compostos a seu favor. A partir do momento em que você conseguir seu primeiro emprego, comece a separar 10% da sua folha de pagamento para a sua aposentadoria.

Você vai achar que é impossível abrir mão de tanto, mas a verdade é que, quanto mais velho você ficar, mais despesas terá. É simplesmente cada vez mais complicado se separar do seu suado dinheiro.

3) Não possuir um fundo emergencial: se você não possui um fundo para emergências significa que está a uma emergência de um desastre financeiro. O que acontecera se você tiver uma crise de saúde, se for preciso investir dinheiro em um advogado, ajudar alguém que você quer muito bem. O que acontecerá se você não puder trabalhar? Falaremos especificamente sobre fundos de emergência em outra postagem, mas comece a separar algum dinheiro especificamente para isso.

4) Gastar tudo o que você ganha: acho que quase todo mundo sabe que não se deve gastar tudo o que ganha, não é mesmo? Mas e você? Está separando poupando algum dinheiro? Além do seu fundo para emergências, você precisa poupar para objetivos específicos. Independente de o seu foco ser comprar um carro ou viajar... há diversas metas que estabelecemos e que custam muito e precisamos poupar para isso. Comece a alcançar esses objetivos separando algum dinheiro durante o ano.

5) Ostentação: com o advento do Facebook, Instagram e n outras mídias sociais, pode ser uma armadilha tentar acompanhar algumas tendências ou personalidades. Toda vez que você vê a foto de alguém em uma viagem, com um carro novo, com maquiagens novas, em um evento badalado e caro, você se pergunta por que não pode ter essas coisas já que você também as merece, não é mesmo? Mas se afaste disso, se mantenha longe da tentação encontrando dentro de você a confiança no seu estilo de vida, sabendo o que você realmente pode (e quer) comprar. A grama do vizinho pode parecer mais verde, mas você não está vendo as cobranças, dívidas, empréstimo, que vem com tudo isso.

E você? Já cometeu algum desses erros? Pode nos ajudar com alguns outros pontos?

13 julho 2015

Finanças Pessoais: Papo para antes do casamento


Casais comprometidos têm tanto o que conversar enquanto planejam o casamento! A festa, a lua de mel, filhos, dinheiro.

Dinheiro pode não ser o assunto mais romântico na agenda, mas é provavelmente o mais importante. De acordo com um estudo realizado em 2012 com mais de 4.500 casais casados, brigas sobre dinheiro são os maiores previsores do divórcio, mais que briga em relação a sogros e cunhados, crianças, tarefas domésticas e sexo.

Claramente casais que estão na mesma vibe financeira antes de se casar estão em uma posição melhor para usufruir anos de benção matrimonial. Se você ainda não teve a seguinte conversa com seu amado, tenha certeza de fazê-lo antes de, lá no altar, aceitarem ficar juntos “na riqueza e na pobreza”. Lendo alguns blogs chegamos a alguns tópicos que merecem atenção.

1 – Suas crenças em relação a dinheiro: Tende-se a pensar que dinheiro é uma simples questão matemática, mas é, na verdade, um assunto muito emocional. As pessoas desenvolvem crenças relacionadas a dinheiro (denominadas “money scripts”) ainda na infância e essas crenças podem ser muito difíceis de serem modificadas. Se você e seu futuro parceiro têm “money scripts” contraditórios, vocês podem se encontrar frequentemente argumentando simplesmente porque vocês não concordam sobre a natureza e o propósito do dinheiro.

2 – Seus ativos e passivos: Ninguém ama conversar sobre planos de aposentaria, dívidas estudantis, extrato de conta bancária, empréstimos, prestações do cartão de crédito. Mas se casar sem compreender aonde cada um se encontra financeiramente pode ser um erro. Os casais precisam ser completamente transparentes um com o outro sobre a situação financeira de cada um. Descobrir de repente que seu novo esposo está soterrado até o teto em dívidas não é uma boa forma de começar uma vida em conjunto.

3 – Como (ou se) vocês irão combinar as finanças: há diversas formas de unir vidas financeiras e é importante discutir um plano antes do casório. Não apenas você e seu amor podem ter noções completamente diferentes  de como finanças matrimoniais devem funcionar, como devem combinar os detalhes que funcionarão para ambos mesmo que de forma geral estejam ambos na mesma página.

4 – Suas principais metas financeiras: apesar de que vocês podem ter uma ideia básica a respeito das metas de cada um (que ele vai ficar em casa para cuidar das crianças, por exemplo, ou que você quer se aposentar e ir morar em uma casa na beira da praia), é importante lembrar que vocês devem regularmente conversar sobre as suas metas e como vocês pretendem alcança-las
Enquanto eu escrevia isso quase sugeri que alguns desses itens entrassem em uma discussão de namoro, mas acho que ficaria um pouco assustador, não?

5 – Quem cuidará da gestão financeira familiar: geralmente uma pessoa emerge como a gestora financeira na maioria dos casais, mas não é sempre o caso. Descobrir de antemão quem irá lidar desde o pagamento das contas até negociações de preços pode ajudar a designar cada tarefa a quem melhor a realizará. Esquematizar quem fará o que na gestão financeira poderá te poupar custosos erros (esquecer-se de pagar contas, por exemplo) e grandes discussões.


29 junho 2015

Finanças Pessoais: Não Faça Compras em Conjunto

Muitas linhas são escritas em finanças pessoais sobre o processo de compras. Como uma razoável parcela da despesa é com itens adquiridos no comércio, é natural que exista uma preocupação sobre a maneira mais correta para economizar. Na semana passada falamos da opção de não fazer pechincha, um conselho oposto ao que geralmente se espera. Hoje vamos indicar: não faça compras em conjunto. Este conselho também vai contra as indicações existentes sobre o assunto.

A ideia original é reunir mais de uma pessoa para efetuar compras, particularmente nos atacadistas. Duas ou mais pessoas poderia adquirir uma caixa de sabonetes, com valor unitário menor que uma compra isolada. Assim, ir a um grande atacadista poderia ajudar na economia já que haveria esta divisão nos custos.

Mas esta é uma péssima recomendação. Em primeiro lugar, provavelmente haveria uma grande dificuldade de encontrar as pessoas com quem dividir suas compras. Mesmo que você consiga encontrar alguém que tenha a mesma predileção pelo sabonete Y em barra, provavelmente esta pessoa não tem a mesma opção pelo alvejante X, de 500 ml, que você gosta.

Outro motivo para evitar fazer compras com alguém é o efeito que isto pode ter no seu carrinho. As pessoas observam bastante o que ocorre com seus colegas. Se um conhecido compra um produto supérfluo, as chances que você também compre aumentam. Isto é do comportamento humano. Um amigo pode induzi-lo a adquirir um vinho, quando você não aprecia este tipo de bebida; ou você compra o produto para impressioná-lo.

A presença de um conhecido fazendo compras com você pode aumentar o tempo que você passa no comércio. E mais tempo significa mais compras. Imagine que você geralmente faça suas compras em uma hora; mas sua companhia leva duas horas. O que você irá fazer neste período de tempo? Muito provavelmente consumir mais.

Assim, faça as compras só. E leve uma lista e siga rigorosamente o que esta nesta lista.

22 junho 2015

Finanças Pessoais: Não faça pechincha

A televisão mostra um consumidor que orgulhosamente fez uma extensa pesquisa de preço e conseguiu uma “grande” economia ao procurar o menor preço. E você se sente culpado por não fazer a mesma coisa. Mas em muitos casos o conselho é: não faça isto.

Em geral as pessoas não conseguem pesquisar toda a lista do supermercado. Por este motivo, concentram naqueles produtos “básicos”, como óleo de cozinha ou arroz. O grande problema é que o supermercado sabe disto e concentra sua promoção nestes produtos. Ao final das compras, o valor dos produtos que estão no carrinho de compras é muito maior, já que a “economia” obtida no óleo de cozinha foi compensada na barra de chocolate.

Além disto, o estabelecimento que oferece o menor preço nem sempre é a melhor opção de compra. Aqui temos três razões para isto. Em primeiro lugar, a quantidade de produtos que colocamos no carrinho não depende somente da lista que levamos para o supermercado. Outros fatores influenciam, como o tamanho da embalagem, a disposição dos produtos na prateleira, o tipo de pagamento aceito, a variedade dos produtos e marcas. Se o supermercado eleito possui o melhor preço do óleo de cozinha, mas possui produtos alimentícios tentadores e supérfluos, a economia jogada fora nos outros itens.

A segunda razão é levar em consideração todos os custos numa compra. Isto inclui o custo de transportar a mercadoria da loja para sua casa e o tempo que se levou para fazer a compra. Se a loja possui preços bons, mas você passa uma hora no caixa para efetuar o pagamento, valeu a pena economizar dez reais?

Finalmente a terceira razão é que somos péssimos em fazer pechincha. Somos facilmente enganados pelas propagandas, ludibriados por anúncios com ressalvas em letras minúsculas, estudados como cobaias pelos homens de marketing com novas estratégias para vender mais e somos levados a acreditar que fizemos um bom negócio só por ter adquirido um produto por um preço baixo que não precisávamos ter comprado.

Assim, ao ver mais uma reportagem sobre os consumidores “espertos” que economizaram não se sinta culpado. Aproveite o sofá, pegue o controle remoto e mude de canal.