Translate

Mostrando postagens com marcador celular. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador celular. Mostrar todas as postagens

17 maio 2011

Por que o pagamento através do celular é uma péssima notícia?

O número de transações pagas através do telefone celular, em lugar de dinheiro, cheque ou cartão, aumentou para 78 bilhões de dólares. A projeção é que em 2016 o valor dos pagamentos através do celular deve chegar a 618 bilhões de dólares. A vantagem, anunciada pelos promotores do pagamento através do celular, é que o custo de transação seria 50 vezes mais barato que o método tradicional (Celular ganha espaço na carteira do cliente - 09/05/2011- Valor Econômico - Assis Moreira, via aqui) .

Péssima notícia para o consumidor. Em 2001 dois pesquisadores do MIT, instituição de ensino e pesquisa dos Estados Unidos, fizeram uma experiência com bilhetes de jogos do time de basquete do Boston Celtics. Os ingressos foram leiloados; metade do grupo poderiam pagar com cartão de crédito e a outra metade não. O lance médio daqueles que podiam usar o cartão foi muito superior aos daquele que não podiam usar. Em outras palavras, as pessoas que usam cartão de crédito consomem de forma mais descontrolada.

Em razão disto, uma dica de finanças pessoais para aqueles que desejam economizar é deixar o cartão em casa quando forem sair. É possível pensar numa pessoa saindo de casa sem o cartão de crédito, mas nos dias de hoje é impossível imaginar alguém saindo de casa sem seu celular.

Se você concorda com isto, certamente é razoável supor que o pagamento através do celular significa, para as empresas, que todas as pessoas irão sair de casa com um meio de pagamento que facilita as compras. E as dívidas também. Conforme as palavras de Lehrer (The High Cost of Easy Payments, Wired, 31 de março de 2011), o pagamento através do celular reduz a fricção do pagamento. Ou seja, é mais fácil gastar de maneira irresponsável.

27 abril 2011

Banco de dados do seu celular

Há quase dois anos, Alex Pentland, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, vem monitorando 60 famílias que vivem no campus da instituição. Ele usa sensores e softwares instalados em smartphones — registrando movimentos, relacionamentos, humor, saúde, hábitos ao telefone e gastos do usuário. Nessa montanha de detalhes íntimos, ele está achando padrões de comportamento que podem revelar como milhões de pessoas interagem em casa, no trabalho e nas horas livres. 
O texto é otimista quanto aos dados do celular, podendo ser usado para “revelar sintomas sutis de distúrbios mentais, prever oscilações na bolsa de valores e traçar a propagação de ideias políticas por uma comunidade à semelhança de um vírus”. Uma discussão interessante sobre a privacidade. Mas será que as pessoas sabem que estão sendo monitoradas pelo celular?

08 fevereiro 2010

Preço do celular

Brasil tem a 2ª maior tarifa de celular do mundo - 8/2/2010 - Folha de São Paulo - JULIO WIZIACK

Uma pesquisa recente da consultoria europeia Bernstein Research colocou o minuto de celular no Brasil em segundo lugar entre os mais caros do mundo. O país só perde para a África do Sul e está à frente da Nigéria. O que o levantamento não revelou é que as tarifas são elevadas porque o governo brasileiro não abre mão de impostos e as operadoras não querem baixar o valor extra cobrado por minuto de seus clientes quando estes telefonam para um assinante da concorrente.

Resultado: em média, o consumidor brasileiro paga R$ 0,45 por minuto, segundo a pesquisa, em chamadas locais para celulares da própria operadora. Esse valor passa de R$ 1 caso a chamada termine em um número da operadora móvel concorrente.

Há anos, as teles, por meio de sua associação, a Acel, defendem a redução da carga tributária que, em média, é de 42% do preço por minuto ao consumidor. O setor diz que é uma das cargas mais pesadas do mundo.

Até o momento, o governo -tanto o estadual quanto o federal- não deu nenhuma sinalização de que irá baixar as alíquotas que incidem sobre o serviço. Dados da Telebrasil, associação que reúne representantes do setor de telecomunicações (incluindo as teles fixas e móveis), revelam que, em alguns Estados, a arrecadação com serviços de telecomunicações chega a 40% do total.

Não é só imposto

Mas não é só isso que pesa para o consumidor. A conta também sobe porque as operadoras móveis não querem perder parte de sua receita de interconexão, valor cobrado por minuto nas ligações que, para serem completadas, precisam passar pela rede de companhias concorrentes.

Em média, esse valor oscila entre R$ 0,40 e R$ 0,45 por minuto e é adicionado ao preço do minuto definido em contrato pela operadora nos planos pré e pós-pagos escolhidos pelo cliente. Entre o quarto trimestre de 2008 e o terceiro trimestre de 2009, TIM, Vivo e Oi angariaram R$ 4,9 bilhões com a interconexão. A Claro não divulga essa informação.

Esse valor representa a diferença entre o que essas operadoras pagaram às demais pelo uso de suas redes e o que receberam quando seus clientes foram chamados.

Apesar de elevada, a receita da interconexão vem caindo nos últimos anos porque as companhias passaram a fazer promoções, oferecendo planos com minutos mais baratos para chamadas locais entre telefones da mesma operadora. Isso para evitar o "tráfego sainte" -que gera custos.

"Grande parte desses recursos [de interconexão] é dinheiro na veia das operadoras", diz Paulo Mattos, diretor de regulamentação da Oi. "Se pegar a receita anual de todas elas [incluindo a própria Oi], 35% é dinheiro da interconexão."

Mattos afirma que esses valores praticados no Brasil são 150% superiores aos da Europa e dos EUA. "Isso infla o preço e deixa a chamada tão cara que o cliente de celular, principalmente o pré-pago, recebe uma chamada e vai usar o telefone fixo para retorná-la. É uma política que faz com que o tráfego de voz do país seja baixo."

Para as operadoras fixas, esse comportamento do consumidor virou "pesadelo". Isso porque, toda vez que um cliente usa um telefone fixo para chamar um celular, a operadora fixa também paga interconexão de cerca de R$ 0,40 o minuto. O problema é que, no caminho inverso, a móvel paga somente cerca de R$ 0,025 por minuto.

"As fixas estão subsidiando o desenvolvimento das móveis", diz Mattos. A Oi é bastante afetada por esse desequilíbrio, porque sua atuação na telefonia fixa engloba regiões do país de baixo poder aquisitivo em que o celular pré-pago tornou-se opção de acesso.

A GVT chegou a ir à Justiça contra as operadoras móveis, considerando abusivos os preços cobrados pela interconexão. A disputa foi parar até na SDE (Secretaria de Direito Econômico), órgão do Ministério da Justiça que investiga casos que podem ferir a concorrência comercial.

Pressão na Anatel

Na semana passada, a Oi recorreu à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) contra as concorrentes. No final de 2009, as operadoras foram obrigadas a reduzir o valor da interconexão por imposição contratual definida quando arremataram as licenças de 3G (telefonia de terceira geração), em 2007.

Aproveitando o momento, a Oi tentou negociar a interconexão com suas concorrentes a preço de custo e não sobretaxado como, segundo ela, vem sendo praticado pelo mercado.

Sem sucesso, ela recorreu à Anatel para arbitrar esse valor. Pelas regras do setor, quando esse tipo de situação acontece, a agência é obrigada a definir o preço pelo custo de uso da rede. Cobrar a interconexão considerando-se somente o custo das operadoras é algo que já deveria ter sido imposto pela agência desde janeiro de 2006.

"Mas até agora esse modelo não está vigente", diz Luiz Henrique da Silva, economista da TelComp, associação que representa operadoras pró competição. "Não sei dizer com base em que a Anatel define hoje esses preços, mas ela deveria cumprir o regulamento e implementar rapidamente o modelo de custo. Só assim o valor da interconexão vai baixar."

A disputa da Oi contra as concorrentes não acabou e deve se estender por pelo menos 18 meses, prazo que a Anatel levará até concluir e implementar seu modelo de custo. Enquanto isso, o consumidor paga a conta.

06 março 2009

Celular, imposto e consumidor

Brasileiro paga mais caro pelo uso do celular, diz UIT
2/3/2009 - Valor Econômico

O consumidor brasileiro é o que paga mais caro pelo uso de telefone celular entre usuários de 154 países, com base no critério de Paridade de Poder de Compra (PPC). Também desembolsa bem acima da média mundial pelo telefone fixo e para se conectar à internet.

(...) Por uma "cesta de preços de celular" (inclui o custo mensal da assinatura, 25 chamadas por mês e 30 torpedos), o Brasil tem o custo mais elevado, com US$ 44,2 medidos pelo PPC. É três vezes mais que o valor médio pago pelos consumidores de países industrializados e em desenvolvimento. A paridade do poder de compra corresponde à taxa de câmbio entre duas moedas, calculada conforme a quantidade de cada moeda que é necessária para adquirir determinado conjunto de produtos e serviços idêntico no país a que pertence cada moeda.

O custo do minuto local de celular em 2008 no horário de pico era de US$ 0,92 em termos de PPC, quase o dobro do que pagam os vizinhos argentinos (US$ 0,52), muito mais que os indianos (US$ 0,07) e os alemães (US$ 0,06).

Um fator que encarece os serviços de telecomunicações no Brasil são os impostos. A carga tributária incidente sobre o setor é uma das mais elevadas do mundo e ultrapassa 40% da conta telefônica, dependendo da alíquota de ICMS em cada Estado. A redução dos impostos é um pleito antigo das operadoras, que alegam que uma carga menor estimulará o uso dos serviços e, na prática, não haverá perda de arrecadação.
(...)

10 junho 2008

Links

1. Aqui um comentário sobre a pesquisa de políticos brasileiros (aqui postagem anterior)

2. Behavioural targeting – usando o conhecimento do cliente para fornecer o que ele quer – “Not necessarily a bad idea – behavioural targeting – The Economist, 7/6/2008

3. Recentemente a área desmatada do Brasil foi manchete de jornais. Entretanto, por trás dos números, existem sérios problemas de mensuração – Spot the rancher – Measuring deforestation – The Economist 7/6/2008

4. Problemas com celulares? Uma nova pesquisa mostra que os sinais emitidos por celulares podem alterar as ondas celebrais. E também podem afetar o comportamento humano. Entretanto, o efeito – em especial sobre o sono – equivale a uma xícara de café. Fonte: aqui

5. 64 = 65? Uma curiosidade matemática

6. Você conhece a Lei 11638? Um teste sobre esse assunto.

7. Um teste sobre a contabilidade do Vasco

8. Origamis (aqui e aqui) (fotos)


17 abril 2008

A presença do Celular

No mundo dos computadores, o Celular é o rei. O primeiro gráfico mostra a quantidade de usuários de celulares e de computadores. Em 1996 eram próximos. Hoje a quantidade de usuários de celulares é quase três vezes a quantidade de computadores. O segundo gráfico mostra o uso que se faz do aparelho, por idade. Os mais jovens aproveitam o potencial do aparelho. Fonte: Aqui


09 abril 2008

Valor Presente


O uso do valor presente para cálculos é importante no processo de avaliação.

Recentemente a imprensa noticiou a questão da reparação de dois humoristas (Ziraldo e Jaguar) que foram perseguidos pela ditadura. O governo brasileiro (ou seja, nós, brasileiros) concedeu uma indenização e pensão vitalícia para ambos.

Como foi estipulado este valor? Esta é a questão mais difícil, pois geralmente a estimativa é feita com base em situações subjetivas, onde a comissão determina que "se ele não foi perseguido, teria uma renda a maior de X reais". A questão é a subjetividade nesta análise. (Clique aqui para ler um depoimento crítico sobre esta questão)

Outro aspecto interessante diz respeito a questão tributária. Em diversas situações pagamos impostos sem analisar o seu peso efetivo. Este é o caso do celular. Admitindo uma conta mensal de R$100 de celular, isto significa um valor presente de quase R$9,3 mil de impostos. Clique aqui para ler.

Tributos no Celular


Segundo Ethevaldo Siqueira (Tributos sobre celular já chegam a quase 50%, Estado de S. Paulo, 6/4/2008, p. B22), os tributos (impostos,taxas e fundos) chegam a 46,4% do valor dos serviços. Considere um conta de R$100 por mês. Com uma taxa de desconto de 0,5% ao mês (ou 6,2% ao ano) isto representaria um valor presente de R$9,3 mil. É uma boa quantia, não?

Para chegar ao valor de 9,3 mil, fiz a suposição de perpetuidade. Com isto, base dividir R$46,4 por 0,5% e teremos o valor presente.

08 fevereiro 2008

A rapidez da tecnologia



A figura mostra a rapidez com que uma tecnologia foi totalmente adotada no mundo. (fonte: aqui). Enquanto a ferrovia demorou 125 anos, o telefone levou 100 anos. Já o PC foi adotado em meros 25 anos. O telefone celular foi mais rápido ainda.

22 agosto 2007

Celular não aumenta o risco no trânsito

Contra todas as evidências, uma pesquisa revela que o uso do celular no trânsito não aumenta o número de batidas. É isto mesmo.

Usando uma série histórica, dois estudantes de graduação não notaram nenhuma diferença no uso do celular.

Clique aqui, aqui e aqui

10 abril 2007

Celular, avião e Contabilidade

Quais as razões para não usar celular no avião? Telefones celulares interferem nos aparelhos eletrônicos, correto?

Não, segundo artigo da ComputerWorld.

O risco de interferência é algo testável, mas até o momento isso não ocorreu. Segundo o autor do artigo, Mike Elgan, nem o governo nem as companhias aéreas querem isso.

Para as empresas aéreas, permitir o uso de celular pode incentivar comportamentos indesejáveis dos passageiros. Uma notícia de atraso de vôo por conta de um temporal, como ocorreu comigo recentemente, pode ser verificada com uma ligação telefônica para um amigo que mora perto do aeroporto. (Neste caso, aparentemente, era mentira do comandante). Ou seja, as empresas preferem que os usuários fiquem na ignorância durante o vôo. (Isto também pode ser aplicado a contabilidade. Em certas situações, mais notícias não é desejável.)

Uma outra razão para resistência das empresas aéreas seria a necessidade de redesenhar o sistema de comunicação durante o vôo. Isto pode ser caro. Banir é mais barato.

Uma terceira razão para as empresas aéreas não serem simpatizantes do uso do celular é que no futuro as empresas pretendem implantar seus sistemas de comunicação. Banir é mais lucrativo, afirma Elgan.

Para o governo a discussão também é interessante, pois mostra que quando o governo percebe a possibilidade de ter custo com alguma regulação, é mais barato simplesmente adotar uma atitude extrema, geralmente proibir.

Um argumento decisivo do artigo:

Se 1% dos passageiros esquecem acidentalmente de desligar seus aparelhos, isso significa, só nos Estados Unidos, 20 mil aparelhos ligados por dia. Apesar disso, nenhum acidente registrado foi atribuído ao telefone celular.