Translate

Mostrando postagens com marcador aleatório. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aleatório. Mostrar todas as postagens

14 fevereiro 2024

Aleatório e apofenia


De um artigo de Kit Yates sobre a aleatoriedade. A figura acima mostra três conjuntos de dados, cada um com 132 pontos. Um deles é a posição dos ninhos das aves marinhas na Patagônia. O outro é o local dos ninhos de formigas. E finalmente temos pontos aleatórios. Você consegue saber de quem é a imagem de cada bloco? 

Pense antes de continuar a leitura. O que Yates explora é que a noção de número aleatórios nossa não é boa. Quando apertamos o aleatório do aparelho de som do carro e cai na primeira música ou quando sorteamos dois números aleatórios em um site e sai um após o outro, pensamos que há algo errado com a geração do número. Este é o problema. 

Se você respondeu que os números aleatórios gerado por um software corresponde a imagem da direita certamente vai estar em um grupo muito grande de pessoas que possui uma nossa de aleatoriedade errônea. A imagem da direita não foi gerada por um software, mas corresponde aos locais de ninhos de aves marinhas da Patagônia. Os pássaros escolhem fazer uma distribuição mais regular e espaçada, preferindo uma distância dos vizinhos. A resposta para os números aleatórios é a imagem da esquerda. A imagem do meio é dos ninhos de formigas. 

Esse exemplo de Yates me trouxe a memória uma cena da série Numb3rs onde o cientista Charlie Eppes, para mostrar como falhamos no nosso conceito de aleatoriedade, pede para diversas pessoas se distribuírem dessa forma em uma sala. Cada um vai para um canto. E ele questiona a razão pela qual as pessoas ficaram distantes uma das outras, como a figura da direita. Aleatoriedade significa que algumas pessoas irão ficar longes e outras perto. Como a figura da esquerda. 

A falsa noção de aleatoriedade do ser humano já fez com que a Apple criasse um "aleatório" que não fosse tão aleatório para o iPod. Assim, duas músicas do mesmo artista não tocariam uma após a outra. É como você pedisse dois números aleatórios e não pudesse sair o 34 e o 35 (e isso pode ocorrer, obviamente). Segundo Yates, atribuímos um significado a um agrupamento aleatório, acreditando que exista algo que gera o padrão. É a apofenia, que procura a causa, onde não existe. Veja o que diz o ChatGPT:

Apofenia é um termo que descreve o fenômeno psicológico de perceber padrões, conexões ou significados em dados aleatórios ou irrelevantes. Em outras palavras, é a tendência humana de atribuir significados ou padrões a estímulos que podem não ter relação real entre si. Isso pode ocorrer em diversas áreas, como na interpretação de eventos, na análise de dados, na interpretação de padrões visuais ou auditivos, entre outros. A apofenia pode levar a conclusões equivocadas, interpretações distorcidas da realidade e crenças em teorias da conspiração ou supersticiosas.

A apofenia é muito mais comum do que pensamos. Acreditamos ver uma imagem nas nuvens, um rosto de um homem na lua, um OVNI no céu entre outras coisas. 

17 janeiro 2013

Gato

O investidor de faro mais aguçado em 2012, para o jornal britânico “The Observer”, é ruivo, tem olhos verdes e bigodes longos. Para escolher as ações do portfólio, ele usa um método simples: atira o seu rato de brinquedo preferido na direção de um número aleatório que representa uma empresa.

O gato Orlando foi colocado pelo "The Observer" em competição contra dois times: um formado por profissionais de investimento das firmas das corretoras Seven Investment Management, da Killick & Co e da Schroders, e de alunos da escola John Warner, da cidade inglesa de Hertfordshire. O mago felino das finanças obteve rendimentos melhores do que os dos concorrentes.

Cada grupo investiu 5 mil em cinco companhias do índice FTSE All-Share no início do ano. Após três meses, eles podiam trocar de ações, escolhendo outras que compõem o índice. Ao fim de um ano, Orlando conseguiu elevar o montante a 5.542, enquanto os investidores chegaram a 5.176 e os alunos perderam dinheiro, ficando com 4.840.

O desafio teve como objetivo investigar a hipótese do “caminhar aleatório”, popularizada pelo livro do economista Burton Malkiel, segundo a qual os preços das ações sobem de modo completamente aleatório, tornando as bolsas de valores totalmente imprevisíveis. Desta forma, é possível que novatos no mundo das ações consigam obter desempenhos melhores do que profissionais com décadas de experiência em suas apostas.

O prêmio de Orlando foi uma coleira nova, vermelha, dada por sua dona, a ex-editora de Dinheiro do “Observer”, Jill Insley.

Gato britânico mostra faro para investimentos - O Globo - 14 de janeiro de 2012 (dica de Claudilene)

O caso serve para mostrar a hipótese do random walk é forte. Mas é também interessante notar que no último livro de Kahneman, o autor relata encontro com investidores profissionais onde - usando o conceito de reversão à média - ele afirma que estes funcionários não conseguem bater a média do mercado.

07 outubro 2010

Números aleatórios

A Million Random Digits with 100,000 Normal Deviates é um livro de 1955 da RAND Corporation. O livro, composto principalmente por uma tabela de números aleatórios, foi um dos trabalhos mais importantes do século 20 na área de estatísticas e números aleatórios. Foi produzido a partir de 1947 por uma simulação eletrônica de uma roleta ligada a um computador, cujos resultados foram, então, cuidadosamente filtrados e testados antes de ser usado para gerar a tabela. A tabela RAND foi um avanço importante no fornecimento de números aleatórios(...) O livro foi um dos últimos de uma série de tabelas de números aleatórios produzidos a partir de meados da década de 1920 até a década de 1950, após o qual o desenvolvimento de computadores de alta velocidade permitida uma operação mais rápida através da geração de pseudo- números em vez de lê-los a partir de tabelas.

O livro foi reeditado em 2001 (ISBN 0-8330-3047-7), com um novo prefácio do vice-presidente executivo da Rand, Michael D. Rich. Isso gerou muitos comentários humorísticos na Amazon.com.


Fonte: Wikipedia