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26 março 2013

GRI: Global Reporting Initiative

Por Isabel Sales

Em "Canibais com Garfo e Faca" John Elkington afirma que um novo paradigma da transparência incluirá a comunicação aberta, baseada no direito de saber, que será acumulada na abordagem triple bottom line (TBL). A TBL envolve acessar os valores de uma entidade, suas estratégias e práticas, e como esses podem ser utilizados para atingir os objetivos econômicos, ambientais e sociais, sempre considerando uma forma de minimizar qualquer dano resultante de suas atividades. Enquanto relatórios financeiros tradicionais focam primariamente a lucratividade e outras performances financeiras, a dimensão econômica da TBL tem a intenção de capturar e apresentar uma visão compreensiva da interação da corporação com todos os stakeholders.

A Global Reporting Initiative (GRI) é uma instituição independente com o propósito de desenvolver e disseminar diretrizes para relatórios de sustentabilidade (sustainability reporting guidelines) globalmente aplicáveis. A GRI é pioneira no desenvolvimento e divulgação da triple bottom line (TBL) e é um centro de colaboração extraoficial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP).

As diretrizes para relatórios de sustentabilidade da GRI, que são revisadas e atualizadas a cada dois anos, se tornaram um dos mais respeitados guias para a abordagem TBL e parte do princípio que os stakeholders exigem informações sociais e ambientais que acrescentem credibilidade quanto a interação entre uma empresa e o meio-ambiente. Espera-se que com a adoção dessas haja redução de inconsistência nas informações de evidenciação ambiental.

Teoricamente, vários fatores direcionam essa mudança na forma de divulgação adotada pelas empresas. A comunicação eficiente com stakeholders exerce um papel importante em suas percepções, portanto acredita-se no poder de proteger e melhorar a reputação da empresa. Mais de 50% dos fiduciários de fundos de pensão britânicos buscam objetivos não financeiros – não necessariamente porque acreditam que estão seguindo o interesse dos usuários, mas também para proteger seus "bons nomes" do ataque de ativistas ("Ethical Investment: Deconstructing The Myth").

Além disso, um número crescente de investidores inclui fatores sociais e ambientais em seu processo decisório. A publicação de relatórios de TBL é uma forma de aumentar a atratividade a esse grupo ao assegurar que a empresa está aliando a sua comunicação e a sua atitude aos interesses desses acionistas. Ademais, acredita-se haver um efeito positivo no preço das ações.

Há ainda um crescente número de evidências que sugerem que as performances econômica, social e ambiental têm a capacidade de afetar as opiniões dos participantes do mercado sobre a exposição da empresa a riscos. Segundo o The Allen Consulting Group, o risco, nesse caso, não considera somente o de investimento, mas também a pressão política e da comunidade, além de ameaças ambientais.

Atualmente a TBL existe como uma forma de balanced scorecard que captura em números e palavras o grau em que uma companhia está, ou não, criando valor para seus acionistas e para a sociedade. O termo também é usualmente utilizado como sinônimo para sustentabilidade, em grande parte devido à referência da SustainAbility à relação entre os três aspectos da triple bottom line. As três linhas representam a sociedade, a economia e o meio-ambiente. A sociedade depende da economia – e a economia depende do ecossistema global, cuja saúde representa a linha máxima de resultado.