Translate

Mostrando postagens com marcador KPMG. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador KPMG. Mostrar todas as postagens

02 maio 2013

Auditorias e Cruzeiro do Sul

A KPMG e a Ernst & Young, contratadas pelo Cruzeiro do Sul, foram denunciadas à Justiça pelo Ministério Público do Estado de São Paulo por supostas irregularidades na auditoria das contas do banco entre 2007 e 2012.

É a primeira vez que companhias desse ramo são denunciadas à Justiça no país.

Em 2011, a Delloite --que fez a auditoria do PanAmericano-- foi punida administrativamente pelo Banco Central por falhas na auditoria das contas do banco que pertencia a Silvio Santos e foi interditado após o BC descobrir um rombo de R$ 2,5 bilhões. Na investigação, não houve evidências para incluir a auditoria na denúncia à Justiça.

O Cruzeiro do Sul foi liquidado pelo BC, em setembro do ano passado, com um rombo de R$ 2,23 bilhões.

No relatório final do BC, os interventores atestam que a KPMG "descumpriu normas relevantes de auditoria". Diz ainda que essas falhas levaram a empresa a não identificar "operações insubsistentes, emitindo parecer sem ressalva e induzindo a erro".

A KPMG auditou os balanços do banco entre junho de 2007 e dezembro de 2011. Em março de 2012, ela foi substituída pela Ernst Young, que, ainda segundo o BC, também não cumpriu com "etapas obrigatórias do procedimento de auditoria".

Segundo o BC, uma das diversas falhas cometidas pela KMPG foi não ter feito procedimentos adicionais para "atestar a existência das operações de crédito". Mesmo com uma amostra acima de 88% de divergência, a empresa optou por emitir parecer, sem ressalvas no balanço.

Na ação apresentada ontem à 2ª Vara de Falências de São Paulo, a Promotoria pede a penhora de bens das duas empresas incluídas na lista de responsáveis pelo rombo na instituição.

Procuradas, KPMG e Ernst Young preferiram não se pronunciar porque não foram notificadas.

COBRANÇA

A denúncia feita pelo Ministério Público tem o objetivo de ressarcir os cofres públicos pelos danos causados na esfera cível pelos ex-controladores do Cruzeiro do Sul Luís Felipe e Luís Octavio Indio da Costa. Na esfera criminal, os acusados respondem à Justiça Federal após denúncia feita pelo Ministério Público Federal, em São Paulo.

No total, foram 17 os denunciados pelo Ministério Público Estadual. Entre eles, está a Cruzeiro do Sul Holding Financeira -que pertence aos ex-controladores-, cujos bens não tinham sido bloqueados pela Justiça Federal. Também estão na lista 12 ex-diretores do banco.


KPMG e Ernst & Young são denunciadas por irregularidades no Cruzeiro do Sul - JULIO WIZIACK e TONI SCIARRETTA - Folha de S Paulo - 1 de maio

13 abril 2013

Fato da Semana

Fato: O escândalo do auditor da KPMG

Qual a relevância disto? Os escândalos contábeis estavam relacionados com a manipulação de informações que chegavam ao usuário. As empresas de auditoria eram questionadas pela sua incapacidade de enxergar os engodos cometidos por gestores inescrupulosos.

O escândalo da KPMG é de outro tipo. Um partner da empresa, de sobrenome London, que fazia auditoria de empresas como a Herbalife, renunciou a sua função na empresa e confessou ter passado informações para um investidor. Este investidor, obviamente, aproveitou-se das informações para aplicar no mercado de capitais.

A KPMG abriu mão de continuar fazendo a auditoria da Herbalife, que já era complicada em razão do estilo de negócio da empresa, parecido com uma pirâmide. A entidade que regula o negócio de auditoria nos Estados Unidos já comenta da possibilidade de apertar a fiscalização, com novas normas. Algumas destas normas poderão abrir a possibilidade de processo na justiça contra os relatórios de auditoria que não alertaram sobre a manipulação de informações.

Até então, a preocupação com a informação privilegiada estava voltada para o gestor da empresa. Agora se percebe que o auditor externo também pode usar esta informação.

Positivo ou Negativo? – Para o setor de auditoria é um fato lamentável. Além da série de problemas já enfrentados, a possibilidade de um auditor usar a informação privilegiada de uma empresa é assustadora e poderá significar mais normas restritivas para o setor. A imagem das grandes empresas de auditoria também fica arranhada.

Desdobramentos – O partner deverá sofrer um processo do órgão regulador e deverá ser penalizado. A KPMG tentará defender-se dizendo que é um caso isolado – o que de certa forma tem um pouco de razão.

Outras possibilidades de fato da semana: tem semana onde parece que nada ocorreu. Esta foi bastante emocionante: a posição do STF sobre o imposto das controladas, o reconhecimento que o Iasb está precisando de dinheiro e o novo posicionamento do Fasb quanto ao leasing são situações que merecem destaque.

12 abril 2013

Efeitos do escândalo KPMG

A notícia que um contador da KPMG repassou informação confidencial sobre a Herbalife e outras empresas, onde era responsável pela auditoria, ainda repercute no mercado.

O New York Times disse que o fato poderá forçar os auditores a repensar suas práticas. O trader que recebeu as dicas do auditor pediu desculpas.

10 abril 2013

KPMG e Herbalife

A empresa Herbalife é uma empresa que vende “shakes” através de um esquema que lembra uma pirâmide. Para aumentar seu faturamento, a empresa possui uma série de patrocínios. Entre eles, o time de futebol do Los Angeles Galaxy, ex-time de futebol de David Beckham.

A Herbalife é auditada pela KPMG. Agora, Jonathan Weil, da Bloomberg, revela uma estranha coincidência: o auditor responsável pela conta da KPMG é chairman do Los Angeles Sports Council, que tem por missão, a promoção de esportes na região de Los Angeles. Que apoia o time de futebol dos Galaxy. A questão da independência do auditor seria altamente questionável.

Mas nada que não possa ficar pior. Noticiou ontem que o referido auditor também estava envolvido numa situação de utilização de informação privilegiada. O auditor trabalhava na KPMG a quase 30 anos.

Além de demitir o auditor, a KPMG anunciou que está entregando as contas da empresa auditada. A demissão traz a discussão sobre a frequência do uso de informação privilegiada, que pode ser muito mais comum do que se acredita. E que a história ainda está obscura.

Mas a KPMG lembra que possui 22 mil partners e a possibilidade de ocorrer um problema com um deles é razoável.

16 março 2013

50 CEOs mais admirados

Com aprovação de 99%, Mark Zuckerberg, do Facebook, chama a atenção. Após deixar Tim Cook, da Apple, para trás, o presidente da rede social chega à liderança do ranking. Dos 422 respondentes, 324 se dizem muito satisfeitos com a gestão do jovem Zuckerberg.

Favorito em 2013, o presidente da Apple despencou para a 18ª posição, com 93% de aprovação [2012 com 97%]. Um dos funcionários respondentes elogia os salários praticados pela empresa e afirma que a maior parte do tempo você "não percebeque está trabalhando", mas lembra que o acesso à informação é muito restrito.

Ao longo de todo o ano passado, o Glassdoor reuniu comentários de funcionários sobre os CEOs das empresas onde trabalham. Veja a seguir quais foram os 50 presidentes mais bem avaliados pelos próprios funcionários [Observe uma empresa de auditoria na 4a posição! E outra na 47a.]

EmpresaCEOAprovação
1FacebookMark Zuckerberg99%
2SAPBill McDermott & Jim Hagemann Snabe  99%
3McKinsey & CompanyDominic Barton97%
4Ernst & YoungJim Turley96%
5Northwestern MutualJohn E. Schlifske96%
6Cognizant Technology SolutionsFrank D'Souza96%
7EMCJoe Tucci96%
8QualcommPaul E. Jacobs95%
9U.S. BankRichard K. Davis95%
10AccenturePierre Nanterme95%
11GoogleLarry Page95%
12Citrix SystemsMark Templeton95%
13Salesforce.comMarc Benioff94%
14ADPCarlos A. Rodriguez94%
15NvidiaJen-Hsun Huang94%
16AmazonJeff Bezos93%
17Ericsson-WorldwideHans Vestberg93%
18AppleTim Cook93%
19StarbucksHoward D. Schultz92%
20American ExpressKen Chenault92%
21IntelPaul Otellini91%
22NetAppTom Georgens91%
23IntuitBrad Smith91%
24FedExFred Smith91%
25Tata Consultancy ServicesNatarajan Chandrasekaran91%

EmpresaCEOAprovação
26Chick-fil-ATruett Cathy90%
27PNC Financial ServicesJim Rohr90%
28MindTreeKrishnakumar Natarajan90%
29NordstormBlake Nordstrom90%
30CaterpillarDouglas Oberhelman89%
31Fidelity InvestmentsEdward Johnson III89%
32CapgeminiPaul Hermelin87%
33JPMorgan ChaseJamie Dimon87%
34Bloomber L.P.Dan Doctoroff86%
35SapientAlan Herrick85%
36Goldman SachsLloyd Blankfein85%
37State FarmEd Rust Jr.84%
38Capital OneRichard Fairbank84%
39The GapGlen Murphy83%
40Home DepotFrank Blake83%
41Kaiser PermanenteGeorge C. Halvorson83%
42Victoria's SecretSharen Turney82%
43US NavyRay Mabus82%
44WiproT.K. Kurien82%
45BroadcomScott McGregor82%
46OracleLarry Ellison82%
47KPMGJohn Veihmeyer82%
48PublixEd Crenshaw82%
49DellMichael Dell81%
50GEJeffrey Imelt80%


Fonte: Aqui

26 janeiro 2013

2012: Fatos - Auditoria


Continuando a licença temporal brasileira para o início do ano, que ocorre apenas após o carnaval, mais uma retrospectiva: Fatos da Semana do Ano - Auditoria.


1º Trimestre
KPMG: nova empresa de auditoria do Banco do Brasil:
Deloitte: maior empregadora da geração Y:
BDO vai ao CADE contra as Big Four:
Mercado de auditores carece de profissionais:
Ernst & Young Terco faz lobby para empresas em que faz auditoria:

2º Trimestre
Big Four gastaram quase 10 milhões de dólares em lobby:
Balanço do Cruzeiro do Sul recebe ressalva da auditoria:
Empresas de auditoria indicam como suas auditadas devem contabilizar receita de ativos virtuais:
Para resolver os problemas espanhóis, o governo aceita auditoria:
Grandes empresas ainda não fazem auditoria:

3º Trimestre
Começa o atrito entre China e EUA por conta das empresas de auditoria:
Deloitte rejeita a acusação de ter ajudado o Standard Chartered a lavar dinheiro:
Ernst & Young Terco pede para Bacen e CVM desconsiderarem parecer de auditoria do Banco Cruzeiro do Sul:
Ernst & Young Terco deixa de ser a empresa de auditoria do Banco Real. No lugar: Fernando Motta e Associados:
Na disputa presidencial dos EUA, o candidato republicano não paga impostos e usa uma carta da PWC para defendê-lo:
A proposta de rodízio das auditorias sofre derrota na comunidade europeia: o responsável pela reforma sugere rodízio a cada 25 anos:

4º Trimestre
Entre as empresas com melhores programas de estágio, duas auditorias:
PCAOB afirma que rodízio é bom:
Aumenta a terceirização na auditoria:
Uma pesquisa mostra que 67% discordam que não exista diferença entre um balanço auditado ou não:
Um sócio de uma grande empresa de auditoria aceitou uma classificação errada de uma dívida de 2,1 bilhões de dólares :
Para incentivar que PME entrem na bolsa, demonstrações por meio eletrônico e auditoria a cada seis meses: 
China e EUA continuam não se entendendo na questão das auditorias:

18 janeiro 2012

Olympus e auditor

Segundo o New York Times, a empresa Olympus, fabricante de máquinas fotográficas japonesa que está envolvida num escândalo contábil, afirmou que seus auditores, KMPG e Ernst& Young, não são cúmplices da fraude contábil, embora estas auditorias estejam sob investigação.

Para o NYT, a posição da empresa é no sentido de se manter com ações negociadas na bolsa de Tóquio. Assim, brigar contra o atual auditor, a E&Y, pode fazer com que a empresa fique sem uma auditoria, colocando em risco a listagem na bolsa.

Apesar da posição da empresa, ainda é questionável o fato de que a fraude tenha ocorrido desde os anos noventa sem o conhecimento de sua empresa de auditoria. Um professor de auditoria da Aoyama Gakuin University opinou que é difícil acreditar na inocência dos auditores.

A complacência da empresa com os auditores externos não se repete com os internos. Segundo o jornal, a empresa abriu um processo contra cinco destes auditores.

Mais sobre a Olympus aqui e aqui

11 janeiro 2012

Em leilão comportado, KPMG ganha conta do BB

O cenário vivido na tarde de ontem no Banco do Brasil foi o mesmo de 29 de outubro de 2010: PwC, KPMG e Ernst & Young disputaram a conta de serviço de auditoria da instituição em um leilão eletrônico. O resultado também foi igual: a KPMG ganhou o certame e seguirá responsável, em 2012, pela checagem das contas da maior instituição financeira do país.

Apesar das semelhanças entre o início e o fim do processo, a disputa foi bem diferente da vista na primeira ocasião, em que a vencedora arrematou o contrato com um lance de apenas R$ 95 mil, com desconto de 99,5% ante o preço original, após uma dura batalha com a Ernst & Young.

A derrubada dos honorários para um nível tão baixo no leilão anterior, que teve uma repercussão negativa muito grande entre os profissionais do setor, parece ter ensinado algo às firmas de auditoria, que dependem da reputação para sustentar seu negócio.

Na época, auditores de diversas regiões do país divulgaram textos criticando a conduta de KPMG e EY, duas das chamadas “Big Four”, grupo que reúne as quatro grandes auditorias do mundo e conta ainda com Deloitte e PwC.

Do lado dos representantes dos auditores, o que mais se ouviu foram críticas ao modelo do pregão eletrônico usado pelo BB para contratação do serviço. Mas não havia como fugir à realidade de que o sistema não reduz os lances sozinho.

Dessa vez foi tudo diferente. Nenhuma das três auditorias que participaram da disputa reduziu o lance inicial. Com a proposta mais barata, de R$ 6,39 milhões, a KPMG saiu vencedora. A Ernst Young Terco havia proposto cobrar R$ 9,72 milhões e a PwC tinha pedido R$ 13,8 milhões.

Em 2010, a KPMG tinha pedido inicialmente R$ 19,6 milhões, enquanto a PwC colocou lance de R$ 12,5 milhões e a Ernst & Young, de R$ 6,0 milhões.

Embora o preço tenha subido de um ano para o outro, o BB seguirá pagando menos que seus pares pelo serviço. Em 2010, o Bradesco pagou R$ 33,7 milhões para a PwC, antes de trocá-la pela KPMG em 2011. Também em 2010, o Itaú pagou R$ 40,9 milhões à PwC, enquanto o Santander remunerou a Deloitte em R$ 9 milhões.

Fonte: Fernando Torres, Valor Economico

03 janeiro 2012

Cobrança de dívidas

A cobrança de dívidas está começando a se tornar um grande negócio no Brasil. Pode-se dizer que o aumento da cobrança de dívidas é o preço do crescimento. Depois de anos de instabilidade econômica e hiperinflação, o volume de crédito no Brasil quase dobrou nos últimos dez anos, e agora corresponde a quase 50% do PIB.

Mais recentemente, a inadimplência também tem estado em alta. Segundo a KPMG, o total das dívidas em atraso no Brasil pode alcançar R$ 330 bilhões; desse total, os bancos já disseram que não vão recuperar cerca de R$ 180 bilhões, tornando essa quantia potencialmente disponível para ser vendida aos cobradores de dívidas.

Os bancos costumavam vender carteiras de créditos com mais de cinco anos de atraso, mas com o crescimento do mercado de cobrança de dívidas, estão começando a vender carteiras mais recentes.

O Banco Santander Brasil S.A. vendeu cerca de R$ 16 bilhões em créditos inadimplentes em 2011, quase quatro vezes a quantia vendida em 2010. Esses empréstimos, equivalentes a cerca de 9% do total de empréstimos do Santander Brasil, são a pior parte da sua carteira – aqueles que não receberam nenhum pagamento por mais de um ano. O Santander afirma que “as condições atuais do mercado explicam a aceleração da venda de suas carteiras [de créditos inadimplentes], resultando em maior eficiência”.

Fonte: Rogerio Jelmayer The Wall Street Journal, Valor Economico

15 dezembro 2011

Auditorias e Europa

Segundo o Financial Times (Reforma europeia ameaça crescimento das auditorias
Por Adam Jones | Financial Times, de Londres, publicado em 13 de dezembro no Valor Econômico) , do faturamento de 22,7 bilhões de dólares da KPMG (aumento de 10% em relação ao ano anterior), boa parte se deve a trabalhos de consultoria e impostos.

O braço de consultoria da KPMG foi a fonte do crescimento mais acelerado, com uma expansão dos honorários em moeda local de 11%, para US$ 7,5 bilhões. As operações tributárias geraram US$ 4,7 bilhões, um crescimento de 9%. Os honorários arrecadados por sua divisão de auditoria tiveram um crescimento mais modesto, de 2%, para US$ 10,5 bilhões.

As grandes firmas de contabilidade e auditoria se expandiram fortemente na área de consultoria nos últimos anos, por meio de investimentos internos e aquisições - como a compra, pela KPMG, da assessoria em terceirização Equa Terra, alguns meses atrás.
No entanto, os conflitos de interesse passíveis de surgir quando uma auditoria oferece serviços de consultoria ou na área de impostos a seus clientes de auditoria levaram a Comissão Europeia a pressionar pela adoção de restrições rígidas.

Para fortalecer a independência das auditorias, a comissão quer que as quatro maiores - a PricewaterhouseCoopers (PwC), a Deloitte Touche Tohmatsu, a Ernst & Young e a KPMG - desmembrem suas divisões de auditoria como empresas separadas na União Europeia.

A UE também pretende proibir o fornecimento da maioria dos serviços de "não auditoria" aos clientes de auditoria. As Quatro Grandes estão combatendo as propostas, que ainda poderão ser alteradas antes de serem sancionadas em lei.

12 novembro 2011

Olympus, ainda

Hoje os dois principais colunistas internacionais que tratam de contabilidade criticaram pesadamente o que está sendo produzido. Inicialmente o texto do Jonatham Weil (Financial Scandal Fans Never Had It So Good), que trata do mais recente escândalo contábil, da Olympus.

Em linhas gerais, a empresa escondia perdas, considerando-as como ativos, desde a década de noventa. Tudo ficaria escondido se um executivo externo, recentemente contratado, não insistisse em questionar algumas operações estranhas. Woodford, o executivo, foi demitido, mas falou que algo de estranho estava ocorrendo na empresa.

No seu texto Weil pergunta pelos auditores. A empresa era auditada na década de noventa por uma filial da finada Arthur Andersen. Com a falência da Andersen, a KPMG assumiu a auditoria da empresa e ficou lá até 2009, quando a Ernst & Young assumiu. Recentemente foi informado que a KPMG teria feito a sua parte (veja aqui a postagem do blog), mas as divergências só tornaram públicas após o escândalo.

No último parecer, assinado em 29 de junho pela E&Y foi sem ressalva, mas destacando que os anos de 2009 foram auditados por outra empresa, "sem ressalva", informa Weil.

Weil lembra que recentemente a Price cometeu falhas com a MF Global (veja aqui postagem sobre o assunto) e que a Dexia, auditada pela Deloitte, também teve problemas.

Segundo Weil, "muitas pessoas consideram letras auditor opinião como uma brincadeira. E o cliente paga o auditor, depois de tudo." Assim, Weil lembra da possibilidade de tornar a auditoria opcional para empresas com ações negociadas no mercado de capitais. Uma medida drástica, mas talvez necessária num mercado farto das falhas das auditorias.

05 novembro 2011

Olympus

Em 2009 a Olympus informou ao mercado que estava trocando a KPMG pel Ernst & Young em razão do término do contrato. A empresa não informou, no entanto, que existia divergências com a KPMG sobre a aquisição de empresas e pagamentos realizados para “consultorias”.

 Revelou-se agora um documento interno da empresa onde o Kikukawa, ex-chefão da empresa, afirma que não pretendia divulgar ao mercado o desentendimento com a KPMG. Provavelmente este documento foi divulgado pelo CEO demitido, Michael Woodford, que também questionava os pagamentos e foi demitido por Kikukawa.

03 novembro 2011

Olympus

O recente escândalo envolvendo a empresa japonesa Olympus, comentou-se sobre máfia japonesa, corrupção, evasão de divisas e outras coisas mais. Pouco se falou da contabilidade e da auditoria.

Um texto do Telegraph inglês (Olympus scandal: KPMG quit over Gyrus accounts, Rowena Mason, 23 de out 2011) mostra que a KPMG, o auditor, fez a sua parte. Na realidade a empresa de auditoria alertava que não conseguia entender o relacionamento da empresa com outras existentes na Ilhas Cayman e sugeria que este assunto fosse discutido entre os membros da empresa e seus credores.

27 outubro 2011

KPMG

(...) No mês passado, veio à tona que a Comissão Europeia está preparando novas e duras regras para tornar as auditorias mais independentes de seus clientes. Bruxelas está "cutucando" as firmas de auditoria supostamente por elas não terem conseguido alertar os investidores para o colapso do setor bancário, que começou em 2007.


Mais notavelmente, Bruxelas está flertando com a ideia de proibir as firmas de auditoria de prestar serviços extras de consultoria para seus clientes - por exemplo, em tributação -, ao mesmo tempo em autenticam sua contabilidade. Bruxelas poderá até mesmo obrigar grandes redes de auditoria a se dividir em firmas independentes de auditoria e de consultoria.


No Reino Unido, por outro lado, as agências regulamentadoras de concorrência estão investigando o predomínio das Quatro Grandes no mercado de auditoria. A regulamentação está sendo apertada também nos EUA.


Qualificando a posição da Comissão Europeia como uma "surpresa total", Andrews insiste em que a KPMG manterá juntas suas atividades de auditoria e de consultoria, mesmo que isso signifique abandonar oportunidades de trabalho. Não é de surpreeender que ele defenda mudanças mais superficiais, como fazer com que agências regulamentadoras e auditorias conversem mais entre si.


Ele nega que as quatro grandes estejam pagando por sua recusa arrogante a fazer concessões às agências competentes: "Eu não acho que haja arrogância. Acho que estamos muito abertos a discussões em torno de mudanças."


Mas seu apoio, mesmo a pequenas reformas, pode parecer relutante. Ele diz que os critérios de divulgação e transparência nos relatórios de auditoria podem ser melhorados, mas Andrews é bastante seletivo sobre quais informações adicionais são necessárias: "Nós só não queremos algum modelo repleto de 'disclaimers'."


Na mesma veia, um eventual mea culpa relacionada à crise financeira, que vitimou, entre outras, a New Century Financial, a Countrywide Financial e a HBOS, todas auditadas pela KPMG, limita-se à observação de que a KPMG, como outras auditorias, poderia ter feito mais para alertar as pessoas para níveis perigosos de endividamento.

KPMG faz da Ásia seu diferencial para ganhar espaço das rivais Por Adam Jones | Financial Times, de Londres - Publicado no Valor Econômico - 25 out 2011

07 julho 2011

Sadia e KPMG

Postado por Isabel Sales

A auditoria KPMG e seus sócios e responsáveis técnicos Adelino Dias Pinho e Carlos Augusto Pires vão pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo aberto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Eles foram acusados de descumprirem normas técnicas na auditoria das demonstrações contábeis da Sadia em 2007 e 2008, quando a companhia apresentou perdas milionárias com operações de derivativos cambiais.

Em novembro do ano passado, a autarquia já havia negado uma proposta de termo de compromisso no valor de R$ 350 mil, no total, por considerar que a proposta não se revelou “conveniente e oportuna”, de acordo com o relatório da CVM.

O processo foi aberto porque a KPMG teria emitido parecer de auditoria sobre as demonstrações contábeis encerradas no fim de 2007 e relatórios de revisão especial sobre as informações trimestrais de junho e de setembro de 2008.

Nos dias 25 e 26 de setembro de 2008, a Sadia publicou fatos relevantes informando ao mercado que as operações vinculadas à variação cambial tinham valores superiores ao que seria necessário para sua proteção e, devido à liquidação antecipada das operações, foram geradas perdas de R$ 760 milhões.

No entanto, em inspeção realizada pela KMPG para verificar o cumprimento das normas e a aplicação dos procedimentos requeridos nos trabalhos de auditoria executados na Sadia em 2007 e em 2008, a CVM encontrou diversas irregularidades, como a ausência de prazos nas cartas-propostas, divergências entre as datas do relatório sobre informações trimestrais e a data da carta de representação da administração sobre sua responsabilidade, e omissão de riscos em relatórios.

A KPMG informou que seus sócios estão convictos de que as regras vigentes foram cumpridas. “Sua atuação se deu com total correção, ética e lisura”, informou em nota. No entanto, devido à expansão de suas atividades e integração com outras sociedades que passaram a integrar a rede no Brasil, a KPMG considerou “oportuna a propositura de termo de compromisso, para por fim ao processo administrativo instaurado pelo órgão regulador”.



KPMG paga R$ 1,5 milhão para encerrar processo na CVM
Fonte: Juliana Ennes - Valor Econômico (6 de julho)

05 dezembro 2010

Auditoria paga por erro contábil

RIO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou multa de R$ 500 mil à empresa de auditoria KPMG por uma irregularidade contábil ligada à venda da Eleva à Perdigão, hoje Brasil Foods, em janeiro de 2008. O negócio foi fechado por R$ 1,68 bilhão. Também foram multados, em R$ 100 mil cada, os dois técnicos da KPMG responsáveis pela infração, Charles Krieck e José Luiz Ribeiro de Carvalho.

A penalidade foi aplicada pelo fato de a KPMG não ter feito uma ressalva sobre a forma como foi registrado o ágio pago na venda da Eleva. O ágio - um prêmio de R$ 1,36 bilhão acertado na venda pela expectativa de ganho que a Eleva poderia gerar no futuro - deveria ter sido amortizado ao longo de até dez anos, segundo mandam as regras da CVM, e não de uma vez só, como foi feito.

A autarquia entendeu que o fato de os auditores independentes não terem feito ressalva sobre esses prazos em seu relatório constituiu infração grave. Em tese, a amortização de forma integral, e não ao longo de dez anos, pode alterar o balanço, além de poder trazer implicações fiscais. Os auditores fizeram apenas uma "ênfase" no relatório, o que não alertaria um eventual leitor para o erro, enquanto a "ressalva" deixaria clara a irregularidade.

A Perdigão, na ocasião, refez seu relatório de informações trimestrais, no caso encerrados em 30 de junho de 2008, e não foi alvo de acusação. Os acusados da KPMG tentaram acordo com a CVM, mas tiveram seu pedido negado em outubro deste ano.
A defesa foi apresentada pelo ex-presidente da CVM Marcelo Trindade. Segundo ele, a acusação de que a auditoria foi omissa não procede, já que foi feita a ênfase e a KPMG julgou que a ressalva não seria necessária. "A acusação não pode prosperar numa imputação de omissão se não houve omissão, houve um julgamento", disse, acrescentando tampouco foi o caso de um erro crasso.

O relator do caso, o diretor da CVM Eli Loria, entendeu, no entanto, que a não ressalva no relatório de revisão se enquadrava em infração prevista na Instrução 308 da CVM. E lembrou que a KPMG foi alvo de outros três processos na autarquia, sendo o mais grave com aplicação de uma multa de R$ 500 mil, penalidade depois reformulada pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, o chamado Conselhinho.
A votação não foi unânime. O diretor Marcos Pinto considerou a penalidade excessiva, por entender que houve um erro de interpretação da norma, e defendeu pena de advertência. Mas os outros três membros do colegiado que compunham a mesa acompanharam o voto do relator.


CVM multa KPMG em R$ 500 mil por erro contábil - SABRINA VALLE - Agencia Estado (via Vladimir Almeida)

16 setembro 2010

Críticas a KPMG

KPMG recebe críticas por dar OK a balanços antes de fechamento

Auditoria: Órgão regulador britânico pede esforço de grandes firmas contra conflito de interesse
Valor Econômico (via Análise de Balanços) - Por Adam Jones Financial Times, de Londres (15/09/2010)

A KPMG está sendo criticada por um organismo regulador contábil britânico por dar seu aval a auditorias de balanços antes da conclusão de todos os trabalhos necessários.

A crítica foi feita pelo Financial Reporting Council (FRC), órgão regulador do setor no Reino Unido, que disse ontem que a Deloitte, a Ernst & Young, a KPMG e a PricewaterhouseCoopers (PwC), as quatro maiores firmas de auditoria do mundo, precisam se esforçar mais para evitar conflitos de interesses e serem mais céticas em relação as afirmações das administrações das empresas.

As avaliações anuais das chamadas "Big Four" são anunciadas no momento em que as autoridades reguladoras apertam o cerco sobre a profissão e questionam seu papel na crise financeira.

No caso da KPMG, a Unidade de Inspeção de Auditorias do FRC analisou 15 auditorias e constatou que em três casos o relatório dos auditores foi assinado cedo demais. Mudanças significativas foram feitas posteriormente na contabilidade em um dos casos.
Paul George, diretor de auditoria do Conselho Supervisor Profissional do FRC, que incluiu a Unidade de Inspeção de Auditorias, disse que o problema da assinatura antecipada não esteve limitado à KPMG: "Trata-se, até certo ponto, de um desafio para toda a profissão."

A KPMG disse que aceitou os comentários da Unidade de Inspeção de Auditorias. "Estamos satisfeitos em perceber que em nenhum dos casos eles acharam que a opinião da auditoria estava incorreta", disse Oliver Tant, diretor do braço de auditoria da KPMG no Reino Unido.

A disposição de auditores de realizar para os clientes trabalho que não envolve auditoria, há muito, é motivo de controvérsias porque a independência da auditoria pode ser comprometida por esses laços adicionais.

A Unidade de Inspeção de Auditorias disse que a Deloitte pode ter cometido violações éticas duas vezes nesta área, em um dos casos quando designou dois funcionários para um cliente de auditoria, para a prestação de consultoria à administração por seis meses.

A PwC também foi considerada culpada por um desvio ético, quando atuou como avalista de um esquema de previdência de um cliente de auditoria.

Além disso, a Unidade de Inspeção de Auditorias chamou a atenção da Ernst & Young para se certificar de que a possibilidade de funcionários se tornarem sócios não está sendo condicionada ao sucesso que eles têm na venda de serviços não ligados a auditorias, para clientes que também são auditados por ela.

Ela mencionou "referências inadequadas" à venda de serviços não ligados a auditorias em arquivos pessoais, embora a firma tenha negado que adote uma política de avaliar candidatos a sócios desta maneira.

A Unidade de Inspeção de Auditorias disse que também vai monitorar a expansão da KPMG nos serviços não ligados a auditorias para clientes de auditoria. George disse que as "Big Four" precisam acabar com o hábito de pensar que sempre é possível desenvolver salvaguardas internas eficazes que possam evitar a possibilidade de conflitos de interesses inerentes ao trabalho não relacionado a auditorias. "Eles precisam pensar com mais cuidado sobre se eles podem aceitar certos tipos de serviços não ligados a auditorias", disse ele.

As áreas em que o FRC quer ver contestações mais vigorosas, da parte das Big Four, a suposições feitas pelas administrações das empresas são: previsões de resultados, testes de imparidade para verificar o valor de ativos registrados no balanço, reconhecimento de receita e confirmação independente de ativos.

As firmas de auditoria no geral são boas na resposta às suas solicitações, acrescentou a Unidade de Inspeção de Auditorias.

01 outubro 2009

Ajudou

Uma notícia da Bloomberg, traduzida e publicada no Brasil pelo Valor Econômico, foi muito infeliz em usar o termo “ajudar”. Segundo a notícia, a “KPMG ajudou empresa a inflar vendas, diz fundo” (Cary O´Reilly e Jef Feeley, Bloomberg). A base da notícia é a seguinte:

A KPMG ajudou a Insight Enterprise, uma revendedora de computadores da Hewlett-Packard (HP) e softwares da Microsoft, a inflar suas vendas durante anos, segundo um fundo de pensão que está processando a companhia. [1]

A KPMG, auditora da Insight desde 1988, emitiu opiniões falsas e enganosas, afirmando que as demonstrações financeiras da companhia estavam de acordo com os princípios contábeis aceitos nos Estados Unidos [2], afirmam advogados do fundo de pensão Greater Pennsylvania Carpenters, em uma queixa encaminhada a um tribunal federal de justiça de Phoenix.

(...) "A KPMG sabia que os investidores dependiam de seus relatórios de auditoria e mesmo assim não obedeceu as normas", disse na sexta-feira os advogados na documentação revisada encaminha à Justiça, que acrescenta a firma de contabilidade como ré no caso.

"Vamos analisar a queixa quando estivermos prontos e vamos defender energicamente nosso trabalho no litígio", disse Dan Ginsburg, um porta-voz da KPMG em Nova York. (...)

[1] O termo foi usado baseado somente num lado da notícia. Não houve imparcialidade

[2] Não se trata de opiniões falsas. A empresa de auditoria pode ter cometido um erro no seu trabalho. Da forma como está parece que a KPMG sabia do que estava ocorrendo e contribuiu com o ato.

Veja o Teste #149 sobre o assunto.

06 agosto 2009

Auditoria Genérica

Um artigo publicado no Financial Times, da Jennifer Hughes, mostra uma nova forma de auditoria, onde a KPMG tem parte dos seus custos reduzidos por usar a mão-de-obra da empresa. Eis o artigo:

Governança: KPMG assume auditorias externa e interna da Rentokil e causa polêmica
Jennifer Hughes, Financial Times, de Londres (Valor Economico, 5/8/2009)

A Rentokil Initial negociou com a KPMG uma forma de auditoria mais enxuta e mais barata que poderá ser adotada por outras companhias, mas que causou estranheza no mundo da governança empresarial. A Rentokil reduziu em 1 milhão de libras, ou quase um terço, seus pagamentos anuais aos auditores externos e internos.

O acordo prevê que a KPMG, nova auditoria externa, assumirá trabalho de auditoria interna ao lado da própria equipe da Rentokil. Anteriormente, a PwC fazia o trabalho externo, enquanto a Deloitte cuidava de grande parte interna.

O esquema é controvertido, uma vez que os escândalos contábeis na Enron e WorldCom resultaram em novas regras em grande parte destinadas a desmembrar os papéis de auditorias externa e interna para evitar que os auditores fiquem excessivamente vinculados a seus clientes.

As questões cruciais estão relacionados com não permitir que auditores auditem seu próprio trabalho interno ou assumam qualquer função administrativa.

A KPMG disse não haver conflitos em seu acordo com a Rentokil e que está consciente da regra.

"Conceitualmente, realizar auditoria interna não caracteriza conflito [de interesses, o que ocorreria] apenas se houvesse maior envolvimento em aspectos mais amplos - como de administração - , algo que não estamos fazendo", disse Oliver Tant, diretor de auditoria da KPMG no Reino Unido.

Entretanto, especialistas em governança têm questionado a prática de "misturar" auditorias interna e externa. Essa separação baseia-se no princípio de que auditores internos trabalham para a administração, ao passo que externos, ou "independentes", atendem aos interesses de investidores.

"As duas funções apresentam uma superposição parcial, mas fazem trabalhos bastante distintos, por mais que algum executivo-chefe possa achar que são idênticas", disse um auditor sênior.

A PwC também fez propostas para assumir a auditoria nesses termos na Rentokil. "Nossa independência é absolutamente vital para que conservemos a confiança do público. Sempre procuramos, onde apropriado, nos basearmos em trabalho de auditoria interna. Tem uma boa relação custo-benefício, mas permite que mantenhamos nossa independência", disse Richard Sexton, diretor de auditoria na PwC.


A rigor o acordo seria vantajoso para a empresa, que tem uma menor despesa. Entretanto, quando imaginamos que o trabalho de auditoria a ser feito deverá ser deslocado para área interna, isto significa que os empregados da empresa passam a ter uma nova função. Pelo menos teoricamente não existe economia para a empresa - admitindo que o custo da mão-de-obra é idêntico e a quantidade de horas não se altera. Qual então a razão para este acordo?