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Mostrando postagens com marcador CAGED. Mostrar todas as postagens
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25 janeiro 2020

Mercado de Trabalho ruim

O governo comemorou o saldo positivo em 2019 para geração de empregos. Mas dezembro foi um mês ruim, mas o resultado é influenciado pela sazonalidade.

No setor contábil as notícias são ruins e o ano não foi bom. Mesmo com o crescimento da economia, com o aumento dos jovens que estão chegando no mercado de trabalho e a grande formação de contadores pelos cursos de graduação no país, o ano marcou uma destruição de vagas. Mais ainda, o ano de 2019 foi pior que o de 2018, embora bem melhor que 2017.

A tabela faz uma comparação entre os dados de 2018 e 2019.
Os demitidos possuem cada vez mais salários maiores e o tempo de emprego médio foi de 38,52 meses. As baixas atingiram os escriturários (-1.212), os com curso superior (-920) e as mulheres (-1.343). O gráfico a seguir mostra um comparativo, desde 2014, entre os resultados da economia e do setor contábil:

21 outubro 2019

Mercado de trabalho em setembro

Este blog acompanha, mensalmente, os dados oficiais do governo sobre emprego formal. Interessa a posição dos profissionais em contabilidade. Para isto, consideramos os contadores e auditores, os escriturários e os técnicos em contabilidade. Mensalmente as empresas encaminham para o governo, anteriormente para o antigo Ministério do Trabalho e agora para o Ministério da Economia, a informação dos empregados, que inclui salário, gênero, idade, tempo de emprego etc

No final da semana passada foi disponibilizado o dado de setembro de 2019. Pela informação divulgada e considerando somente os profissionais contábeis, foram admitidos, no Brasil, 9.761 novos empregados. No mesmo período, foram demitidos 9.559. A diferença corresponde a criação ou destruição de vagas. Em setembro foram criadas 202 vagas, que corresponde a uma inversão dos quatro meses anteriores, onde ocorreram uma “destruição” de vagas.

O valor acumulado, de janeiro de 2014 a setembro de 2019, mostra que foram destruídas 43.727 vagas, segundo os dados do Caged. Como é praxe, o salário dos demitidos foi superior ao dos admitidos. Em setembro, o salário médio dos demitidos foi de R$2854,01 e dos admitidos foi de R$2420,74, uma diferença de 18%. Aqueles que foram demitidos tinham, em média, um tempo de emprego de 35,5 meses. Os admitidos tinha uma idade média de 30,89 anos, enquanto os demitidos apresentavam uma idade média de 32,98 anos.

Em setembro, as contratações premiaram os homens (saldo de +207, versus um saldo de -5 para as mulheres), os trabalhadores com ensino superior, completo ou incompleto. Entre aqueles que só possuíam o ensino médio, o saldo foi negativo em 296. De janeiro de 2014 até setembro de 2019 o saldo para aqueles com menor ensino formal foi de -21.595. Ou seja, o problema de emprego no setor parece ter atingido em especial aqueles com menor grau de instrução. Veja que neste longo período de tempo, aqueles com ensino superior tiveram um saldo positivo de 3.028.

Os valores de setembro só não foram melhores pois a economia teve um bom desempenho. E isto tem ocorrido nos períodos anteriores. O gráfico abaixo mostra a série histórica da economia e do setor contábil.

24 abril 2019

Emprego no Setor Contábil em Março


  • Em março ocorreu uma redução de 1.147 vagas no setor contábil. Os números foram ruins para ambos os sexos, qualquer grau de instrução e para qualquer ocupação
  • Em termos acumulados, são 41.425 vagas a menos

Em março foram admitidos 9.528 novos empregados no setor contábil no Brasil. Em compensação, o número de demitidos foi de 10.675, indicando uma redução de vagas de 1.147 somente no mês. Com isto, desde janeiro de 2014, são 41.425 vagas que foram fechadas. Em termos acumulados, este número só é pior que dezembro de 2017. Como em geral o próximo mês, abril, geralmente a variação no mercado de trabalho formal no setor contábil é negativa, é possível que este patamar negativo seja superado.

Os números também foram negativos para a economia como um todo, com 43.196 contratações a menos que demissões. Um número ruim para o governo.

No desempenho da contabilidade, os admitidos tinham um salário médio de R$2313 e os demitidos um salário de R$2763, uma diferença de quase 20%. O tempo de emprego daqueles que foram demitidos era de 36,46 meses, um número elevado em relação a uma média histórica, mas dentro do normal quando consideramos os últimos meses. Os admitidos tiveram, em março, uma idade média de 30,83 anos, um valor que está aumentando nos últimos meses.

Os números de março foram ruins para ambos os sexos, para qualquer grau de instrução e para qualquer ocupação. Nos últimos meses, os trabalhadores com curso superior e escriturários foram poupados dos cortes, o que não ocorreu no mês em análise.

O gráfico mostra o comportamento ao longo do tempo do índice de emprego/desemprego.

23 agosto 2018

Boa notícia em julho no mercado de trabalho

O resultado do mercado de trabalho na área contábil foi tão surpreendente quanto na economia. A apuração dos números do Caged mostrou que em julho o número de contratações na área contábil (de 9.325 empregos) foi superior ao das demissões (9.108). Desde janeiro de 2015, este é o sexto mês que isto ocorre (em 43 observações). E esta é a primeira vez que o resultado positivo ocorreu em julho. Desde janeiro de 2014, o total acumulado é de 40.069 vagas destruídas na área contábil.

Como tem sido praxe, o salário dos demitidos é maior que os contratados. Mas esta diferença, que geralmente está na casa dos 20%, em julho foi de 16,8%: quem foi demitido ganhava em média R$2.748; que foi contratado ganhava R$2.352. O tempo de emprego dos demitidos foi de 35,97 meses, um número elevado, mas inferior aos de dezembro de 2017 (39,91 meses, recorde), de julho de 2017 (37,64) ou mesmo junho de 2018 (36,53 meses). A idade dos demitidos e dos admitidos também recuou: em geral os demitidos são mais velhos que os admitidos; em julho isto se manteve.

Quando a análise do saldo da movimentação é feita por grau de instrução percebe-se que aqueles com menor nível estão sendo mais afetados. O saldo da movimentação em julho para aqueles que tinham até o ensino médio completo, inclusive, foi de -413. Já o saldo para quem estava no ensino superior ou já tinha a graduação foi de 630 positivo.

Entre as ocupações, o saldo positivo foi para aqueles que ocupam o cargo de escriturário (+377), enquanto contador e auditor (-119) e técnico (-41) ainda sofrem no mercado de trabalho.

Observação: na minha disciplina de mestrado na Universidade fiz um exercício com os alunos perguntando se o número de admissões seria maior que o de demissões no setor contábil em julho. Metade afirmaram que Sim. A minha projeção - errada - foi que não.

24 julho 2018

Crise no Mercado de Trabalho Contábil Persiste

Os dados do mercado formal de trabalho no Brasil revelam que o número de demissões ainda é superior ao de admissões. De janeiro de 2015 até junho de 2018 (42 meses), em somente cinco meses as admissões foram superiores as demissões. Em junho, foram admitidos 8.901 empregados e demitidos 9.502, representando um saldo de -602. O número acumulado desde janeiro de 2014 indica uma redução no número de postos de trabalhos de 40.282.

O gráfico abaixo mostra a evolução comparativa entre o setor contábil - composto por auditores e contadores, técnicos em contabilidade e escriturários - e a economia como um todo. Os gráfico mostra visualmente que a crise no mercado de trabalho contábil acompanhou o que estava ocorrendo na economia até meados do ano passado. A partir desta data, enquanto observava uma "recuperação" no mercado de trabalho com um todo, o setor contábil continuava com mais demissões que admissões.
É bem verdade que existem setores com pior desempenho. Um levantamento divulgado no Estado de S Paulo mostra que empregos vinculados a construção civil estão entre os que mais demitiram.

A tabela acima faz um resumo comparativo do que ocorreu. Um dado adicional do desempenho do mercado de trabalho de junho é que o saldo foi positivo entre aqueles com curso superior completo (+35) ou incompleto (+63), mas negativo para os trabalhadores com curso médio completo ou incompleto (-615 e -84, nesta ordem).

20 abril 2018

Uma boa e uma ruim

Os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho mostram duas notícias, uma boa e uma ruim, sobre o emprego no setor contábil.

Notícia boa - Assim como foi observado na economia, o número de admitidos superou aqueles que foram demitidos. Na economia, 56 mil novas vagas foram criadas. No setor contábil, foram demitidos 11.634 empregados, mas as contratações foram de 13.458. O saldo, de 1.824, indica que março de 2018 foi o quarto melhor mês desde janeiro de 2014. Como em janeiro o resultado foi bastante positivo, o melhor desempenho mensal, temos então dois meses com forte desempenho positivo e um mês ruim (fevereiro) em 2018.

O resultado é mais interessante quando consideramos que geralmente em março o número de demissões geralmente é superior ao de admissões.

O desempenho anunciado hoje faz com que a redução de vagas de emprego no mercado formal reverta o valor acumulado de quase 43 mil vagas de dezembro de 2017 para 38.803 vagas.

Notícia ruim - A notícia ruim é que apesar da criação de empregos ter sido substancial, o fato ocorreu de maneira localizada: entre as vagas para trabalhadores com menor qualificação. Em março, o saldo entre admitidos e demitidos para a ocupação de “contadores e auditores” foi de -747. Esta ocupação geralmente exige do trabalhador o curso superior. Já o saldo para “escriturários”, onde a exigência de maior qualificação não é importante, foi de +2626. Outro dado que comprova este aspecto é que a contratação para trabalhadores com ensino médio completo foi de +1473, enquanto que aqueles com curso superior tiveram uma redução no número de vagas (-69).

Talvez em consequência disto, a diferença salarial entre demitidos e admitidos foi a maior desde janeiro de 2014: enquanto em média os admitidos recebiam R$1960,98, os demitidos tinham um salário de R$2602,17 ou 32,7% a mais que os admitidos.

Nota: Por motivo de viagem, não tive condições de apresentar uma análise mais detalhada de outros parâmetros, bem como os gráficos para o leitor.

24 março 2018

Mercado de Trabalho: quem perdeu menos nos últimos 50 meses

Ao longo dos últimos meses o país contratou mais de 440 mil profissionais em contabilidade. O problema é que foram demitidos 481 mil, um resultado negativo de quase 41 mil trabalhadores a menos nas empresas brasileiras. Esta estatística engloba desde o início de 2014. Entretanto, a crise mesmo começou em 2015, prolongando por 2016 e 2017. Em 2016 foram destruídas quase 23 mil vagas e em 2017 quase 11 mil vagas. Ou seja, o ritmo parece da crise parece ter diminuído em 2017.

Apesar da crise não ter sido tão intensa em 2017, foi neste ano que a diferença salarial entre quem foi mandado para rua e quem teve a sorte de ter sido contratado foi maior: 18,6% de corte no salário em 2017, versus 16% do ano anterior. Em um ano, só na área contábil, foram 3 bilhões de reais a menos que deixaram de ser pagos.

Outro fato que podemos obter com os dados do mercado formal de trabalho é que a idade média do trabalhador admitido cresceu, assim como a idade média do demitido. Assim, depois de demitir os mais novos, as empresas estão contratando alguns profissionais com mais experiência, que terminam por aceitar um salário menor. Mas quem é o empregado que foi atingido pela crise? Inicialmente os mais novos e inexperientes; depois, com o passar do tempo, os mais antigos, talvez por falta de opção nas empresas.

Os dados também mostram que 2/3 da redução das vagas atingiram o sexo feminino. Mas isto não significa uma discriminação por gênero no momento da demissão, já que este é o percentual do mercado das mulheres no setor contábil.

Em 2015 a crise atingiu os contadores e auditores, com uma redução de mais de 5 mil vagas, poupando os técnicos (1,3 mil) e escriturários (2,4 mil). No ano seguinte, muitos escriturários perderam o emprego: 15 mil versus 6 mil entre contadores e auditores e 1,6 mil técnicos. Em 2017 foram extintas 5,1 mil vagas de contadores e auditores e 4,4 mil de escriturários, além de 1,4 mil vagas de técnicos. Parece que os técnicos não sofreram tanto com a crise mais isto não é verdadeiro: a sua proporção está diminuindo ao longo das últimas duas décadas, sendo hoje a menor ocupação entre as três.

Mas deixei para o final a grande surpresa: quem foi menos afetado pela crise? Os dados mostram que um estrato dos trabalhadores teve um aumento, pequeno é verdade, entre 2014 a 2018: os trabalhadores com curso superior. A soma entre admitidos e demitidos foi de 141, positivo, graças, principalmente, ao ano de 2014. Em 2017 o resultado foi de -225, reduzido diante o grande número de trabalhadores nesta categoria. E nos dois primeiros meses de 2018 tem-se um valor de 1.881 novas vagas criadas. Parece que o diploma está ajudando nesta crise.

Mercado de Trabalho em Fevereiro

O governo divulgou ontem os dados do mercado de trabalho formal. Como tem sido praxe, este blog faz uma compilação do mercado de trabalho contábil para apresentar aos leitores. Os dados divulgados ontem dizem respeito ao mês de fevereiro de 2018. Em poucas palavras, o resultado quase foi um empate entre admitidos e demitidos: 9194 novos contratados versus 9204 demitidos. A análise comparativa revela que foi um bom resultado: desde que começou a crise no emprego no setor contábil, foi o melhor resultado de fevereiro: no ano passado reduziu em 1.109 o número de vagas; em fevereiro de 2016 foram -4.194; e em 2015 o resultado do mês foi de -973.
O resultado só não foi melhor quando comparamos com o desempenho da economia, que em fevereiro contratou mais que demitiu. O gráfico abaixo faz uma comparação entre o desempenho do país e o setor contábil desde 2014. É possível notar que nos últimos meses parece que a economia voltou a contratar, mas não o setor contábil. Duas são as possíveis explicações: ocorreu uma mudança estrutural no setor, com a informatização de certas tarefas, ou existe uma defasagem na recuperação da atividade meio.

Como tem sido usual, o a diferença salarial entre o empregado demitido e o admitido ficou acima de 20%. Isto significa dizer que o novo contratado estaria recebendo 20% a menos que aquele que foi demitido. Já o tempo de emprego do demitido está recuando, depois de apresentar um clara tendência de aumento em 2017.

No mês de fevereiro, o saldo da movimentação foi desfavorável para as mulheres (-153 versus 143 positivo dos homens), mas ao longo da série histórica não tem sido observado um viés na demissão de um ou outro gênero. Em termos de grau de instrução, somente aqueles com curso superior tiveram um valor positivo e este é um ponto que merece destaque.


02 março 2018

Uma boa notícia no emprego do setor contábil

 No ano passado, o único mês onde o número de funcionários contratados que trabalham com contabilidade foi superior ao número de demitidos foi em janeiro. Em janeiro de 2015 este número também foi positivo, assim como em 2014. Assim, o mês de janeiro tem um comportamento positivo no número de emprego formal no Brasil na área contábil. Em 2018 este comportamento se manteve: 10821 pessoas foram contratadas e 8755 foram demitidas, significando uma criação de 2.066 vagas formais de emprego. Para se ter uma ideia da boa notícia, desde janeiro de 2014 até 2018 o melhor número tinha sido em janeiro de 2015, com 1853 novas contratações.

Como janeiro é sempre um mês onde o desempenho é positivo, não é possível afirmar se temos aqui uma reversão de tendência. Nos últimos meses a economia tem mostrado uma reversão no mercado de trabalho, indicando que a recessão talvez tenha terminado; entretanto, isto não teve reflexo, pelo menos até dezembro de 2017, entre as pessoas que trabalham com contabilidade. O gráfico a seguir mostra isto de maneira clara.

Já em termos acumulados, os números indicam que desde janeiro de 2014 até os dias atuais o mercado contábil perdeu mais de 40 mil vagas. O gráfico a seguir faz uma comparação entre o desempenho na área contábil comparando com a economia. Para fins de comparação, dividimos os números da economia por 100, mas é nítido a diferença no comportamento das linhas nos últimos meses.

Salário - Como é normal, o salário dos funcionários demitidos é maior que os admitidos. A diferença salarial, que tinha chegado a 25% em dezembro, baixou para 22,7%, um número ainda elevado, bem acima do que ocorria em 2014, por exemplo, quando a diferença estava abaixo de 20%.

Tempo de Emprego - O tempo de emprego dos empregados demitidos também reduziu, para 36 meses. Este número ainda é expressivo, mas é o menor desde março do ano passado. A exemplo dos outros números, ainda é cedo para indicar uma tendência.

Idade média - A idade média dos admitidos ficou em 30,33 anos, enquanto os demitidos tinham uma idade média de 32,62 anos.

Quando a análise é feita em termos de gênero, formação e tipo de emprego, em todos os níveis ocorreu uma melhoria em janeiro. A única exceção foi a movimentação dos técnicos, próxima de zero, mas negativa. Além disto, como acompanhamos em parte, a movimentação de professores de contabilidade também foi negativa em janeiro, um comportamento tipicamente sazonal.

26 janeiro 2018

O Mercado de Trabalho bate vários recordes e isto não é bom

Depois de uma confusão no governo, onde os dados de emprego foram divulgados antes da data agendada, finalmente o Ministério do Trabalho liberou a informação para o mês de dezembro do mercado formal brasileiro. Como tem sido praxe, este blog faz um levantamento do setor contábil. E como previmos, o resultado de dezembro continuou sendo ruim, encerrando um ano em que somente em janeiro o número de admitidos superou os que foram demitidos. Em dezembro foram contratados 5.556 e demitidos 8.042, perfazendo um resultado negativo de 2.486, o pior do ano e o terceiro pior desde que começamos a acompanhar a série, em janeiro de 2014. Em termos acumulados, foram reduzidas 42.683 vagas de trabalho, o que revela o péssimo momento do mercado contábil.

A diferença de salário entre os demitidos e os admitidos subiu para 25%, indicando uma forte economia para as pessoas jurídicas na troca de empregado. Outro recorde negativo foi batido em dezembro: o tempo médio de carteira assinada dos demitidos chegou quase a 40 meses de emprego, indicando que o corte está atingindo inclusive os trabalhadores com mais experiência. E com consonância a este dado, a idade média dos demitidos nunca foi tão elevada: 33,11 anos. O desempenho foi tão ruim, que não poupou gênero, grau de instrução e tipo de emprego: em todas as analises que efetuamos o número de demitidos foi superior.

O consolo é que o desempenho da economia também foi ruim. Mas não é suficiente para ficarmos tranquilos.

27 dezembro 2017

Mais destruição de vagas em Novembro

Somente hoje o Ministério do Trabalho disponibilizou a base de dados do Caged para consulta referente ao desempenho do setor formal da economia. No geral, após sete meses de desempenho positivo, a economia demitiu mais que contratou.

No setor contábil, composto pelos contadores, auditores, escriturários e técnicos em contabilidade, o desempenho seguiu o padrão dos meses anteriores. E isto significa notícia ruim: afinal, em 2017, somente em janeiro o resultado foi positivo.
O gráfico acima mostra que a linha vermelha, dos demitidos, tem estado acima da linha azul, de contratação, nos últimos meses. Em termos acumulados, o mês de novembro suplantou a barreira das 40 mil vagas destruídas desde janeiro de 2014. Isto representa quase 10% do total. Um ponto positivo é que a diferença salarial entre demitidos e admitidos foi de 15%, o meno´r nível desde início de 2016. Isto pode ser um sinal que o ciclo de demissão para contratar profissional com menor salário pode estar reduzindo. Ou talvez seja uma situação atípica.

Com a grande quantidade de demissões desde 2014, os trabalhos que estão sendo mandados para rua possuem cada vez mais experiências. O trabalhador demitido em novembro tinha em média 37 meses de emprego, um número similar aos dos meses anteriores.

Em novembro o problema do emprego atingiu todo perfil de empregado. Assim, o saldo negativo independente do gênero do trabalhador, seu nível de escolaridade ou o tipo de emprego.


O gráfico é um comparativo que temos feito nos últimos meses para mostrar que enquanto a economia parece ter revertido a tendência de queda no emprego formal (linha vermelha) o mesmo não se pode dizer do setor contábil (linha azul).

O que esperar de dezembro?  - Tradicionalmente dezembro tem sido bom para a contratação de trabalhadores no setor contábil. Em 2016 foi o segundo pior mês, mas em 2014 e 2015 foi de longe o pior. Em novembro de 2016 o saldo foi menos 1824, perto dos menos 1731 deste ano; já em dezembro o saldo foi 3.274, negativo. 

20 novembro 2017

Número ruins - ainda - de emprego no setor contábil

O Ministério do Trabalho divulgou hoje os dados do mercado de trabalho formal no Brasil. Como tem ocorrido nos últimos meses, temos acompanhado o setor contábil, através do mercado de contadores e auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. Nos jornais a manchete de que foram criadas mais de 70 mil novas vagas na economia.

A figura a seguir mostra o comparativo entre a economia e o setor contábil. Para fazer esta comparação, dividimos os números da economia por 100. Como já era notado nos meses anteriores, o comportamento do mercado de trabalho na contabilidade não acompanhou o que está ocorrendo na economia. Pelo contrário, o número de demitidos continua superando o número dos admitidos. Em outubro foram 7688 versus 8199, aumentando para quase 38.500 o número de vagas destruídas desde janeiro de 2014. A diferença é tão grande entre os números da economia e do setor contábil que começamos a achar que a crise é estrutural do setor.

Os números de outubro de 2017 do setor contábil são parecidos com os do ano passado, quando a economia estava em recessão. A exceção do saldo, cuja diferença reduziu bastante, mas ainda continua negativo. 

Um aspecto que merece destaque: um segmento onde a contratação superou a demissão foi entre os profissionais de nível superior incompleto ou nível superior completo.

22 outubro 2017

Fato da Semana: Desemprego

Fato da Semana: Desemprego no setor contábil

Data: 19 de outubro 



Contextualização - Os dados do Caged, que este blog acompanha mensalmente, talvez seja a grande fonte de informação sobre o desempenho do setor contábil. Os dados informam o número de admitidos e demitidos, com ricas informações sobre ocupação, salário, idade, região, gênero, entre outras.Começamos a acompanhar estas informações há meses e já era perceptível os reflexos da maior crise econômica da história do Brasil no emprego. De janeiro de 2014 até o último mês foram extintas quase 38 mil vagas de trabalho formal. É muita gente sem emprego.

Relevância - A grande questão é que nos últimos meses ocorreu um descolamento entre os dados da economia e do setor contábil. Enquanto existe uma "recuperação" na economia, no setor contábil somente um mês o número de admitidos foi superior ao número de demitidos. Isto pode ser um reflexo de uma crise maior, estrutural, no setor? De qualquer forma, o otimismo daqueles que afirmam que "não falta emprego para quem quer trabalhar na área" deve ser visto com muita cautela. Em agosto ousamos afirmar que a recuperação talvez ocorra em novembro.

Notícia boa - Não. Mas pode ser pior se esta redução tiver associada a mudança na estrutura do trabalho na área, o que seria um sinal de que a reversão da tendência será muito pequena e lenta.

Desdobramento
- Arriscamos no passado dizer que a tendência irá mudar em novembro. É um palpite.

Mas a semana só teve isto? Além disto, as decisões do TCU.

19 outubro 2017

Mais Demitidos que Admitidos no setor Contábil: Alguém se importa?

O Ministério do Trabalho disponibilizou hoje os dados do mercado de trabalho formal de setembro de 2017. Em termos da economia, tivemos pelo sexto mês consecutivo mais contratações do que demissões. De abril deste ano até setembro foram criadas 210 mil novas vagas. É bem verdade que isto não representa uma recuperação nos níveis antes da crise econômica, mas parece que o pior já passou.

Mas no setor contábil, a coleta que este blog faz do mercado de trabalho mostra que a recuperação ainda não chegou. Dos noves meses deste ano, somente em janeiro o número de contratados superou as demissões. Em 2017 foram destruídas 6.166 vagas de emprego no setor; considerando janeiro de 2014 como marco inicial o número de demitidos supera os admitidos em quase 38 mil: 37.955.

Em setembro a crise atingiu principalmente as mulheres (-146 versus -41 dos homens), os escriturários (-132) e com instrução até o ensino médio completo (-594). O salário dos demitidos era 23,2% maior que dos novos contratados, dentro do padrão dos últimos meses, mas muito acima dos valores de 2014, por exemplo, quando a diferença era de 15,1%. Quanto maior a crise, maior a diferença salarial entre aqueles que perderam o emprego e aqueles que consiguiram carteira assinada. O tempo de emprego também é afetado pela crise: tende a aumentar quando a crise aumenta; no caso do setor contábil, as pessoas que perderam emprego possuíam um tempo médio de 38,77 meses (em setembro de 2015, por exemplo, era de 31,88 meses). Quanto a idade, tanto os admitidos quanto os demitidos tiveram um aumento na média.

22 setembro 2017

Desemprego continua aumentando no Setor Contábil

Ontem o Ministério do Trabalho disponibilizou os dados de agosto do Caged com informações sobre o emprego formal. Como tem sido praxe, este blog compilou os dados do setor contábil para verificar o comportamento do setor neste quesito. E como tem acontecido nos últimos meses, o número dos demitidos superou o número dos admitidos: de janeiro de 2015 até agosto de 2017, somente em três meses o sinal foi positivo. E o resultado do mês foi o segundo pior do ano, com uma diferença de 1266 postos de trabalho a menos. E tendo por base os dados dos anos anteriores, este quadro talvez mude somente em outubro.

Em termos acumulados, de janeiro de 2014 até o último mês, foram reduzidas quase 38 mil vagas. Os dados são ruins mesmo. Enquanto a economia como um todo já encontra-se no quinto mês seguido de recuperação, agosto representou o sétimo mês seguido onde as demissões foram maiores que as admissões. No gráfico a seguir fizemos uma comparação entre o setor contábil e a economia. A linha azul mostra que a relação entre admissão e demissão do setor contábil continua uma tendência decrescente. A linha vermelha é esta relação para o geral da economia, dividido por cem para permitir a comparação. É nítida que o mercado de trabalho formal no Brasil melhorou nos últimos meses, revertendo uma tendência de queda.

Como tem acontecido, o salário médio dos demitidos é superior ao dos admitidos. Mas a diferença é a menor do ano, podendo indicar que o processo de demissão para contratar com salário menor já não ocorre com tanta intensidade. Em agosto a diferença foi de 20,6%.


O tempo de emprego dos trabalhadores demitidos no setor foi de quase 38 meses (versus 25 na economia), o segundo maior número da série, mas menor que o recorde do mês anterior. Tanto o fato da diferença salarial ter diminuído, quando a queda no tempo de emprego, são notícias boas, que podem sinalizar uma reversão futura no mercado de trabalho.

A análise por gênero, instrução e tipo de ocupação permite detalhar onde o problema do emprego é mais elevado: nas mulheres, pessoas com o ensino médio completo e nos escriturários. Para finalizar, 74% das demissões foram sem justa causa.

15 agosto 2017

Desemprego: mais um episódio da saga

Na semana passada o governo liberou as informações sobre o emprego formal na economia brasileira. O resultado foi uma variação positiva, onde pelo quarto mês consecutivo, ao número de admitidos superou o de demitidos.

Entretanto, o governo não tinha liberado as informações específicas, o que ocorreu no dia de ontem. Com isto, este blog segregou o desempenho do emprego do setor contábil, incluindo contadores, auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. E a notícia não é muito boa: novamente o emprego no setor contábil divergiu da economia como um todo, já que o número de demitidos foi superior ao dos admitidos, indicando uma destruição de vagas. Em julho de 2017 foram admitidos 8 mil novos empregados e demitidos 8.305, reduzindo o número de vagas em 305. O valor acumulado, desde janeiro de 2014, mostra uma variação negativa de 36.502 vagas destruídas, um número impressionante para a quantidade de trabalhadores. De janeiro de 2015 até julho de 2017 todos os meses, exceto três (janeiro/2015, outubro/2015 e janeiro/2017), este comportamento - de destruição de vagas - se repetiu.
Também novamente em julho, o salário dos demitidos foi superior ao dos admitidos: R$2.839,97 versus R$2311,81, uma diferença de 23%. Os trabalhadores demitidos tinham 37,64 meses de carteira assinada. Nestes dois quesitos (diferença salarial e tempo de trabalho dos demitidos), os resultados do mês são melhores do que do mês anterior, mas piores do que no mesmo mês do ano anterior.

Os novos contratados possuem uma idade média de 30,54 anos, versus 32,85 anos dos demitidos. Por gênero a crise tem provocado mais efeito entre as mulheres e isto se repetiu no mês de julho: a variação negativa foi de -169 entre as mulheres e -136 entre os homens. Em média no setor contábil as demissões entre as mulheres correspondem a 60% do total. (Aqui um comentário importante: no total da economia, a criação de vagas ocorreu entre os homens, mas não entre as mulheres: enquanto se criou 37.617 vagas para os homens, a diferença entre admitidos e demitidos nas mulheres foi -1.717. O mercado de trabalho aparentemente discrimina as mulheres)

Por grau de instrução, o único extrato positivo foi dos trabalhadores com curso superior completo, a exemplo do que ocorreu em maio deste ano.

Em suma: o comportamento do emprego no setor contábil está no sentido oposto ao da economia.

16 março 2017

Emprego: boa notícia para economia, má notícia para o setor

Saiu hoje os dados de emprego formal do Caged, coletados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O governo comemorou o resultado, já que desde março de 2015 o número de demitidos superava o de admitidos. Ou seja, o mercado de trabalho não estava criando vagas para os trabalhadores. O número acumulado estava chegando perto de três milhões de vagas destruídas. Em fevereiro foram admitidos 1.250 mil empregados e demitidos 1.215 mil, o que dá um saldo positivo de 35,6 mil vagas criadas.

Apesar dos dados, é difícil dizer que existe uma reversão do comportamento ruim do mercado de trabalho. Em 2014 tivemos neste mês o melhor desempenho; mas em 2016, foi um dos piores meses do ano. Um ponto negativo se destaca nos dados divulgados: foi o pior mês para os trabalhadores antigos. Enquanto em janeiro de 2014 o tempo médio de serviço do empregado demitido era de 16, 02 meses, este número aumentou ao longo do tempo atingindo 23,84 meses em fevereiro de 2017. Isto é um indício de que as empresas começaram demitindo os empregados com menos tempo de casa e nos últimos meses estão mandando para rua os mais antigos.

Setor Contábil – Como comentamos anteriormente, em janeiro o saldo da movimentação no setor contábil foi positivo pela primeira vez desde outubro de 2015. Mas em fevereiro, foram demitidos 8702 empregados, um número 1.109 acima dos admitidos. O valor acumulado de destruição de vagas chegou bem perto dos 32 mil. A diferença salarial entre os admitidos e os demitidos chegou a quase 25%, um número bastante elevado. Já o tempo de emprego do empregado demitido reduziu um pouco em relação aos meses anteriores: 35,52 em fevereiro e 35,56 em janeiro. A diferença de idade entre quem entrou e quem saiu também reduziu em fevereiro.

A variação no emprego de fevereiro ocorreu principalmente entre as mulheres (-698), quem tinha ensino médio completo (-587) e contadores e auditores (-571). Mas o número foi negativo em todos os grupos.

Professores – O único grupo no setor contábil que não teve um resultado ruim em fevereiro foram dos professores, já que ocorreram mais contratações do que demissões. Mas como o mercado de trabalho deste grupo é muito sazonal, o blog prefere analisar os números acumulados em doze meses. Isto elimina a sazonalidade e permite uma análise mais adequada. Com isto, nos últimos doze meses mais professores foram demitidos do que contratados, a exemplo do que ocorreu no setor contábil e na economia. O tempo médio de emprego dos professores demitidos tem apresentado crescimento expressivo, atingindo em fevereiro de 2017 47,1 meses (versus 35,52 do setor contábil como um todo).

29 dezembro 2016

Desemprego no setor contábil continua aumentando. E deve continuar piorando.

A divulgação dos dados de emprego formal referente ao mês de novembro pelo governo federal, a partir do Caged, mostra que a situação do setor contábil continua piorando. Em novembro foram admitidas 6.364 pessoas no setor (considerando aqui contadores, auditores, escriturários de contabilidade e técnicos em contabilidade); ao mesmo tempo, foram desligadas 8.188 pessoas, sendo 71,4% delas sem justa causa. Se em agosto foram admitidas 7.868 pessoas, este número diminuiu nos meses seguintes: 7.296, em setembro, 6.858 em outubro e atingindo um valor 20% menor em novembro. O mês de novembro foi o quarto pior do ano em termos de redução de postos de trabalho formal. Na contagem que fazemos acumulada de janeiro de 2014 até o mês de novembro temos um total de menos 28,5 mil vagas no setor.
Como é praxe, o salário dos admitidos é bem menor que dos demitidos: em novembro era 20% menor, algo próximo ao que ocorreu nos meses anteriores. Em novembro confirmou uma tendência ruim: o tempo médio de emprego das pessoas desligadas cresceu, atingindo o ponto máximo de 36,28 meses. Isto significa dizer que as pessoas que estão sendo demitidas são aquelas com uma grande experiência no serviço. Além disto, novembro de 2016 teve outro recorde negativo: desde que este blog passou a acompanhar as informações do Caged, foi a maior idade média dos demitidos (32,77 anos), o que de certa forma confirma o dado anterior.
Também novamente, o número de mulheres demitidas foi superior ao dos homens. Isto fez com que a movimentação líquida do emprego no gênero feminino, representado pela diferença entre admissão e demissão, fosse de -1.259, versus -565 dos homens. Note também que crise atingiu mais os profissionais com curso médio completo e os escriturários.

Para finalizar, talvez os dados de dezembro sejam ainda piores. Em 2015 e em 2014 dezembro foi o pior mês em termos de destruição de vagas: -3.118 e -2.416.