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27 março 2010

Bolha no Mercado Brasileiro

Para bancos suíço e americano, ações, dólar e economia do Brasil estão sobrevalorizados
Publicada em 26/03/2010 às 23h51m
O Globo

RIO, BRASÍLIA e BRUXELAS - Dois grandes bancos internacionais afirmaram na última sexta-feira que há bolhas em formação no Brasil, como mostra matéria de Bruno Villas Bôas e Martha Beck, com agências internacionais, publicada na edição desta sexta-feira, do GLOBO. Para Gerard Cremoux, co-diretor para América Latina do banco de investimentos suíço UBS, a bolha está no mercado de ações, que poderá sofrer uma correção no próximo ano quando as valorizações estourarem.

Já o estrategista Ben Laidler, do americano JPMorgan, disse que a economia do Brasil corre o risco de "superaquecer" e que a moeda do país, o real, está "supervalorizada". Analistas discordam das afirmações de bolha na bolsa e no câmbio, mas concordam que há riscos quanto ao aquecimento da economia, com um ritmo de expansão de 2% ao ano. Mas, segundo eles, o governo e o Banco Central (BC) têm mecanismos para impedir um crescimento maior, com a retirada de incentivos fiscais e o aumento da taxa básica de juros, a Selic.

- O BC deixou claro que vai subir juros, a questão está no tamanho dessa alta, se ela será suficiente ou não - diz Roberto Padovani, do WestLB.

Técnicos da área econômica, por sua vez, discordam da ideia de que a economia está superaquecida. Segundo assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a previsão do governo para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) para este ano, de 5,2% - mas que deve ser revista para cima - indica um crescimento sustentável tanto para 2010 quanto para os próximos anos. Segundo o governo, o PIB potencial em 2010 está em torno de 5% e vai subir para algo entre 5% e 5,5% nos próximos anos.

Segundo Alexandre Póvoa, da Modal Asset, a relação entre o preço das ações negociadas na Bovespa e os lucros das empresas - um indicador do descolamento entre a bolsa e fundamentos econômicos - está dentro da média histórica, em 13 vezes. Nos EUA, essa relação está atualmente em 14 vezes, explica. Na época da bolha de 2002, essa relação chegava a 60.

Cremoux, do UBS, disse, na Columbia University, em Nova York, que o aumento de empresas lançando ações mostra que o mercado de ações do Brasil está ficando supercarregado.

- O Brasil parece uma bolha. O mercado espera um bocado de atividade no Brasil este ano. Podemos ver a maior oferta de ações jamais feita. É para ficar

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