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11 janeiro 2023

Inconsistências de 20 bilhões nas Americanas

Americanas: Presidente encontra ‘inconsistências’ de R$ 20 bi nas contas da empresa e renuncia

Por Elisa Calmon e Talita Nascimento - 11/01/2023 | 19h38

Atualização: 11/01/2023 | 20h08

Conselho de administração cria comitê independente para apurar o caso; presidente Sérgio Rial ficou cerca de dez dias no cargo, mas continuará como assessor para apoiar companhia

A Americanas informou nesta quarta-feira, 11, que o seu presidente, Sérgio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, decidiram deixar os cargos. A decisão ocorre após a empresa detectar inconsistências em lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões. Os executivos tomaram posse há cerca de dez dias.

A companhia informou que as inconsistências foram detectadas em dados contábeis de anos anteriores, incluindo o de 2022. A área contábil identificou a existência de operações de financiamento de compras de cerca de R$ 20 bilhões. Porém, os valores não constam nas demonstrações financeiras dos fornecedores na data de 30 de setembro do ano passado.

“Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, diz a empresa, em comunicado.

A cifra de R$ 20 bilhões e a nota da companhia dão a entender que as chamadas inconsistências foram levadas por anos. A companhia foi controlada pelo 3G Capital (do trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles) até 2021, quando o grupo decidiu diminuir sua participação em um rearranjo societário que visava simplificar o nó acionário da companhia. A decisão penalizou os papéis da Americanas.

Com menor influência do trio de investidores, a empresa anunciou em agosto do ano passado que Rial assumiria a companhia no primeiro dia de 2023, como sucessor de Miguel Gutierrez. O anúncio foi visto pelo mercado como inesperado, já que Rial era presidente do conselho de administração da Vibra e não tinha experiência no ramo de varejo. Ele também presidiu o Santander Brasil de 2016 a 2021.

A ação da Americanas vinha em um ritmo de alta nas últimas semanas, com uma valorização de 43,37% no último mês e de 24,35% apenas em 2023.Ameri


Investigação

O conselho de administração decidiu criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as inconsistências. “Os acionistas de referência da Americanas, presentes no quadro acionário há mais de 40 anos, informaram ao Conselho de Administração que pretendem continuar suportando a companhia, tendo o sr. Sérgio Rial como seu assessor nesse processo, prestando apoio na condução dos trabalhos”, diz ainda o documento.

O conselho de administração nomeou interinamente João Guerra para diretor-presidente e diretor de relações com investidores. O executivo atua nas áreas de tecnologia e recursos humanos da Americanas e não tem envolvimento anterior na gestão contábil ou financeira.

Fonte: aqui. Dica Vladimir Almeida. Foto: Roberto Ushisima

Notícias do mundo das criptos: DCG

Cameron Winklevoss, cofundador da corretora de criptomoedas Gemini e um dos responsáveis por idealizar o Facebook, escreveu uma nova carta aberta ao conselho do Digital Currency Group, ou DCG, dizendo que o CEO da companhia, Barry Silbert, é “inapto” para administrar a empresa.


Na carta, publicada nesta terça-feira, 10, Winklevoss afirmou que Silbert e a Genesis Global Capital – uma subsidiária do DCG – foram responsáveis por uma fraude que atingiu os mais de 340 mil usuários que faziam parte do programa Gemini Earn, um serviço de renda fixa oferecido pela exchange.

A nova carta se seguiu a um apelo feito em 2 de janeiro pelo Twitter diretamente a Silbert, no qual o cofundador da Gemini disse que a Genesis devia US$ 900 milhões à corretora de criptomoedas, acusando o CEO de se esconder “atrás de advogados, banqueiros de investimento e processos legais".

De acordo com Winklevoss, a Genesis emprestou mais de US$ 2,3 bilhões para a Three Arrows Capital, um movimento que acabou deixando um buraco de US$ 1,2 bilhão na empresa quando o fundo de investimentos faliu em junho de 2022.

Winklevoss afirmou que Silbert, o DCG e a Genesis orquestraram “uma estratégia cuidadosamente elaborada baseadas em campanhas mentirosas ”começando em julho de 2022 em um esforço para mostrar que o DCG injetou os fundos na Genesis.

Fonte: aqui. Foto: Shubham Dhage

Notícias do mercado de criptos (?): Real Digital

Fabio Araujo, diretor do Banco Central do Brasil e responsável pelo projeto do Real Digital, declarou ao Valor Econômico que o BC irá criar uma blockchain própria para o Real Digital e que a inspiração para este desenvolvimento é o Ethereum.

O Ethereum é atualmente a segunda maior criptomoeda do mercado e o principal protocolo para contratos inteligentes.

Desde as primeiras declarações públicas do BC sobre o Real Digital, a instituição vem afirmando que o objetivo da moeda digital é habilitar o ecossistema de contratos inteligentes no Brasil e conectar o sistema financeiro com as finanças descentralizadas (DeFi).

Araujo destacou que para atender a esta proposta com o Real Digital o Banco Central precisa 'migrar' o atual Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB) para a economia digital.

O sistema atual foi criado há 20 anos e reúne as infraestruturas e participantes do mercado financeiro, mas não é compatível com o que o Banco Central chama de "dinheiro programável", portanto, não tem suporte para contratos inteligentes e blockchain.

Portanto, para habilitar todo o potencial do Real Digital, o Banco Central irá criar um Sistema de Pagamentos Digital, que será integrado com o SPB e será voltado exclusivamente para a CBDC nacional, oferecendo as mesmas garantias e integração que o SPB oferece para o sistema 'tradicional'.

“Precisamos fazer o Sistema de Pagamento Digital, que será a plataforma do real digital, e que vai ter um funcionamento integrado com o que já existe”, disse Fabio Araujo ao Valor.

Real Digital



Para tanto, no Sistema de Pagamentos Digital tudo será tokenizado, sejam ações, títulos de dívida, títulos de consórcio, e outros ativos financeiros. Estes tokens terão, em seu back-end, o Real Digital como uma espécie de 'lastro' de suas atividades.

Neste sistema os bancos e instituições integrantes do sistema do Real Digital vão tokenizar seu saldo de ativos financeiros em Real Digital, permitindo assim a emissão de stablecoins e demais tokens lastreadas neste saldo.

Neste novo sistema digital, tanto o Sistema de Transferência de Reservas (STR) como a mudança de titularidade do ativo que ocorre na B3, será feita via contratos inteligentes.

Esta blockchain do Banco Central não será desenvolvida pela instituição, mas deve ser licitada e construída por um agente externo. Segundo declarou o BC, os detalhes estão sendo definidos.

Outra novidade no sistema do Real Digital, segundo a Fenasbac (Federação das Associações de Servidores do Banco Central), é a autenticação por contexto, ou seja, a identidade do usuário será validada considerando o ambiente e outras informações sobre seu contexto de uso das aplicações. Deste modo, assistentes como a Alexa, poderão iniciar pagamentos recorrentes habilitando o conceito de internet das coisas.

Fonte: aqui. Foto: Shubham Dhage

Notícias do mercado de cripto: Binance

A Binance, a maior exchange de criptomoedas do mundo, está lutando para manter seus ativos. Após o colapso da rival FTX, vários investidores resgataram suas criptomoedas nas últimas semanas. Apesar da garantia do CEO Changpeng Zhao de que a situação havia se estabilizado, os saques estão avançando. Só na última sexta-feira (6), os clientes resgataram US$ 360 milhões líquidos (R$ 1,9 bilhão), de acordo com dados da empresa de dados criptográficos Defillama.

Em 13 de dezembro, Nansen, outra empresa de dados criptográficos, divulgou a notícia de que a Binance havia perdido US$ 3 bilhões (R$ 15 bilhões) em ativos na semana anterior, representando 4% do total. Uma investigação da Forbes revelou que, de fato, a Binance perdeu 15% de seus ativos desde uma postagem no Twitter de Zhao (conhecido como CZ) no mesmo dia em que ele minimizou as retiradas do relatório Nansen. (...)

Fonte: Forbes. Leia mais aqui

Notícias do mercado de cripto: FTX

Com o andamento das investigações sobre os problemas da FTX, algumas informações começam a melhor esclarecer o que ocorreu na empresa "moderninha". Um relatório divulgado nesta semana revela que a empresa gastou cerca de 40 milhões de dólares em despesas com hotel, entretenimento e viagens. Deste total, 15,4 milhões foram gastos de janeiro a setembro de 2022 em hospedagem. O fundador da empresa, Sam Bankman-Fried, morava em uma cobertura do Albany Hotel, onde uma diária pode chegar a 60 mil dólares. 


Outra informação indica alguns investidores que colocaram seu dinheiro na empresa FTX e, provavelmente, perderam todo principal. Entre os nomes, a modelo brasileira Gisele Bundchen e seu ex-marido. Bundchen tem mais de 680 mil de ações da empresa. 

Foto: aqui

Notícias do mercado de critpo: Coinbase

A empresa Coinbase perdeu 2,1 bilhões nos três primeiros trimestres de 2022, com redução da receita em 75%. O resultado fez com que a empresa demitisse empregados, que corresponde a 25% do quantitativo da empresa, mesmo depois de já ter demitido pessoal na metade do ano de 2022. 

O problema da empresa foi, segundo seu executivo CEO Brian Armstrong, que a empresa sofreu as "consequências de atores sem escrúpulos da indústria". Segundo lembra o Wolf Street, no primeiro trimestre de 2022, em seu relatório contábil, a empresa esperava um crescimento futuro do número de funcionários. 

No gráfico a seguir é possível verificar o comportamento do preço da ação da empresa. Quando abriu seu capital, a Coinbase tinha ação cotada acima de US$400 e hoje seu valor corresponde a 10% deste número. 

A Coinbase é a maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos. 

Rir é o melhor remédio

 

aumentando a probabilidade

10 janeiro 2023

Contador de Trump é condenado

O responsável pelas finanças do grupo de empresas de Donald Trump, Allen Weisselberg, foi condenado por fraude fiscal. Weisselberg foi diretor financeiro e deixou o cargo no ano passado, depois de um acordo judicial com a justiça. Na foto a seguir, Allen aparece entre Trump e seu filho. 


Durante o processo, o executivo, de 75 anos, foi a principal testemunha. Mesmo assim, foi condenado, depois de se declarar culpado de 15 acusações.  Além da prisão, Weisselberg já pagou 2,3 milhões de dólares de multas e impostos. No julgamento, o executivo contou, por exemplo, que Trump pagou as aulas particulares para os netos dele e que ele recebeu um automóvel e um apartamento. 

A previsão é que ele será liberado em três meses. Sem a colaboração, ele poderia pegar até 15 anos. Um fato curioso é que Weisselberg ainda é funcionário das Organizações Trump, estando licenciado. 

Trump, por sua vez, não foi condenado. E chamou o julgamento de fraude fiscal de vingança política sem fundamento.

Resistência à contabilidade

Eis que leio de um resumo de um artigo (traduzido via Vivaldi):

O estudo descreve “resistência na obediência” para explicar como os membros do serviço resistem enquanto seguem a disciplina. Três formas principais de resistência são identificadas. A contenção consiste em obstruir e atrasar um processo de mudança que depende da participação voluntária de apoiadores ativos. A subversão consiste em enfraquecer as fontes de informação e os canais de comunicação. A sabotagem consiste em fragmentar a contabilidade, separando os indicadores de desempenho da contabilidade de custos. O estudo mostra que essas três táticas de resistências ocultas e informais impedem a disseminação de reformas contábeis, interrompem a transparência e criam um bloqueio em torno das informações financeiras.


O interessante é que a pesquisa foi realizada nas Forças Armadas francesas, um ambiente onde o sigilo e a disciplina deveria prevalecer. No estudo, os membros parecem ser obedientes e disciplinados, mas "resistem" de fato. Parece bem interessante. 

Foto: Greg Willson

Python ou R?

 

[O Python está ganhando a corrida da linguagem pelas seguintes razões:]

Possui uma base de usuários maior

Tem mais empregos

Possui melhor suporte para criar redes neurais

Possui funcionalidade mais ampla, ou seja,. não é apenas para análise estatística ou ciência de dados

É mais semelhante a outros idiomas, portanto, é mais fácil fazer a transição mais tarde

A tendência está mudando cada vez mais em direção a Python

O gráfico é da comunidade Kaggle e obtido aqui

Rir é o melhor remédio

 

Pesquisando o Google Maps achei isto: Igreja Virtual. Mas veja que a fotografia do local mostra que a Igreja é virtual. 

09 janeiro 2023

Mídia social e ódio

O desastre que se seguiu foi multipartidário. Por um lado, as operadoras de mídia social descobriram que quanto mais carregado emocionalmente o conteúdo, melhor ele se espalha pelas redes de seus usuários. Informações polarizadoras, ofensivas ou simplesmente fraudulentas foram otimizadas para distribuição. 

Do The Atlantic, onde Ian Bogost escreve sobre o declínio da mídia social. Foto: aqui

Não sei se concordo com o otimismo do autor. Mas a reflexão é interessante. 

Índice para os amantes da natureza

Eis um índice para quem gosta de viajar e apreciar a natureza. O Fresh Air Living Index classifica os países para os amantes da natureza. Quando mais "verde" a cor do gráfico, melhor. Entre os fatores, o número de locais de Natureza classificado pela Unesco, o nível de poluição do ar, a qualidade dos espaços verdes e a percentagem de área protegida. O Brasil não está tão mal assim: ficou 19o. O país número um é a Nova Zelândia; depois, na ordem, Noruega, Austrália, Áustria e Islândia. Mais algumas curiosidades

O país com o mais alto ranking de sustentabilidade ambiental? Suíça

O país com os locais mais naturais do patrimônio mundial da UNESCO? China

O país com o menor nível de poluição do ar? Finlândia 

O país com a mais alta qualidade de parques e espaços verdes? Eslovênia

O país com a maior porcentagem de áreas protegidas? Luxemburgo

O país com a maior demanda digital de turismo natural? Áustria

06 janeiro 2023

Canal do Youtube e efeito sobre a cotação

Um canal do Youtube e sua influencia sobre o mercado. Eis o resumo:

Fundamentada pelos pressupostos da Hipótese de Mercados Eficientes (HME), sob sua forma semi-fraca, testada mediante um estudo de eventos sobre os impactos das redes sociais no mercado acionário. O estudo tem como objetivo verificar o impacto dos vídeos publicados no canal de Youtube, em particular do canal “O Primo Rico”, por meio de sua playlist de vídeos denominada “Empresas da Bolsa” sobre os retornos das ações das companhias apresentados no vídeo. A utilização da rede social se deu pela ausência de estudos exclusivos voltados a temática, bem como pelo aumento de sua popularidade entre os usuários, haja vista que, de acordo com o site Alexa, o Youtube já é a segunda rede social mais utilizada no Brasil e no mundo. A amostra é composta por seis companhias do mercado de capitais brasileiro, para as quais o canal de youtube publicou vídeos. Os dados necessários (retornos diários), foram coletados na base de dados Economática. O estudo de eventos foi realizado conforme a metodologia de MacKinlay, (1997). Entre os achados, foram identificados impactos, tanto positivos quanto negativos, nos retornos das companhias a partir da publicação dos vídeos. O retorno anormal acumulado (CAR) para as janelas próximas ao evento: [-1,1], [-2,2], [-4,4], se mostraram estatisticamente significativos, implicando que o mercado não foi eficiente, para este período, gerando assim, possibilidade de ganhos anormais. No entanto, os resultados devem ser interpretados com ressalvas, haja vista outros fatores que possam ter contribuído para tais achados, tal como a divulgação de comunicados a mercado e fatos relevantes no mesmo período amostral. Além disso, os CAR’s, em três das seis janelas utilizadas no estudo, se mostraram estatisticamente igual a zero, conforme teste paramétrico.


A fiscalização sobre os influenciadores e suas decisões de investimentos pode ser interessante. A pesquisa é de Matheus Soares Mendes e Wenner Glaucio Lopes Lucena. 

A amostra é pequena, mas ajuda a refletir sobre como um comentário no Youtube pode afetar o mercado. 

Rir é o melhor remédio

 

Promessa de ano novo: somente um copo de café

05 janeiro 2023

Relatório de Gestão do CFC não é bem um "relatório de gestão"

O CFC anunciou no dia 2 de janeiro de 2023 o seu Relatório de Gestão. O documento divulgado, de forma bastante tempestiva, apresenta o que ocorreu no Conselho Federal de Contabilidade em 2022. 

O Relatório de Gestão 365 , como foi chamado, possui 20 páginas, com muita arte gráfica. Eis um trecho do comunicado:


Entre alguns dos assuntos abordados no conteúdo, estão a adesão do CFC ao Pacto Global, a criação do Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), a realização das edições de 2022 do Exame de Suficiência, o desenvolvimento do projeto de inspetoria, o trabalho voltado para a construção da proposta das novas diretrizes curriculares do curso de Ciências Contábeis, a publicação da lei que anula as multas da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) [mas isto foi realização do CFC?], o desenvolvimento do projeto de Governança voltado para os Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs), o lançamento do manual de auditoria do Sistema CFC/CRCs, a publicação da edição especial da Revista Brasileira de Contabilidade (RBC), entre outras temáticas.

Entretanto, como o CFC é uma autarquia, imaginei que teríamos aqui um relatório de gestão nos moldes que deve ser entregue ao TCU. Não é o caso. Além disto, confesso que esperava os valores contábeis do Conselho; algo como ativo, passivo, receitas, despesas ... Também não é o caso. 

Confesso que esperava isto, com a chamada do site (vide figura acima). Mas foi entregue um resumo das atividades (primeiro print da postagem). Talvez sejam muito preciosismo da minha parte. 

Fundação IFRS irá abrir um escritório em Pequim

A Fundação IFRS irá abrir um escritório em Pequim ainda em 2023. O objetivo é "fortalecer os laços com a China", segundo Accountancy Daily. Para isto, a Fundação assinou um memorando de entendimento com o Ministério de Finanças da China. 


Além das normas de contabilidade, o escritório irá focar na estratégia de legitimação da ISSB, o braço da Fundação para área de sustentabilidade. Além da presença chinesa na Fundação (curadoria) e no Board, o país asiático tem uma presença forte no ISSB, onde seu vice-presidente é chinês. 

Uma análise das demonstrações contábeis da Fundação nos últimos anos permitirá constatar que a China está financiando, de forma substancial, o trabalho da Fundação. 

Além do escritório em Pequim, recentemente da Fundação também abriu um escritório em Montreal. Com isto, a Fundação tem presença em Londres (sede), Tóquio, Montreal, Frankfurt e, agora, Pequim, como escritórios. Lembrando que a sede jurídica da Fundação é Delaware, Estados Unidos. 

Segundo Erkki Liikanen, presidente do conselho da Fundação IFRS: "Quando anunciamos o ISSB na COP26, confirmamos que o novo conselho teria uma presença global através de um modelo multilocalizado. O anúncio do escritório de Pequim é um passo importante para o estabelecimento de nossa presença global no ano inaugural da ISSB".

Para Jingdong Hua, vice-presidente da ISSB, "O escritório de Pequim tem um papel importante a desempenhar para facilitar o envolvimento pleno e ativo das economias em desenvolvimento e emergentes no trabalho da ISSB. Estou ansioso para trabalhar com colegas para garantir seu sucesso."

Uma pergunta que não quer calar: será que a expansão rápida demais da Fundação, inclusive física, não irá afetar seu resultado? No último balanço, a Fundação apresentou um bom desempenho dos principais indicadores (caixa, dívidas, etc), mas este movimento recentemente certamente terá um aumento nas despesas e um consumo de caixa. Vamos aguardar as demonstrações de 2022 ou de 2023. 

Foto: 力力摄影日记


As pesquisas inovadoras estão diminuíndo?

O número de artigos de pesquisa científica e tecnológica publicados disparou nas últimas décadas - mas a "disruptividade" desses artigos caiu, de acordo com uma análise de quão radicalmente os artigos se afastam da literatura anterior.

Dados de milhões de manuscritos mostram que, em comparação com meados do século XX, as pesquisas feitas nos anos 2000 foram muito mais propensas a empurrar a ciência para frente do que a desviá-la em uma nova direção e tornar o trabalho anterior obsoleto. A análise das patentes de 1976 a 2010 mostrou a mesma tendência.

"Os dados sugerem que algo está mudando", diz Russell Funk, sociólogo da Universidade de Minnesota em Minneapolis e co-autor da análise, que foi publicada em 4 de janeiro na Natureza "Você não tem a mesma intensidade de descobertas inovadoras que já teve".

Os autores argumentaram que se um estudo fosse altamente perturbador, as pesquisas subseqüentes teriam menos probabilidade de citar as referências do estudo e, em vez disso, citar o próprio estudo. Usando os dados de citação de 45 milhões de manuscritos e 3,9 milhões de patentes, os pesquisadores calcularam uma medida de disruptividade, chamada "índice CD", na qual os valores variavam de -1 para o trabalho menos disruptivo a 1 para o mais disruptivo.

O índice médio de CD caiu mais de 90% entre 1945 e 2010 para manuscritos de pesquisa (ver 'A ciência disruptiva diminui'), e mais de 78% entre 1980 e 2010 para patentes. A disruptividade diminuiu em todos os campos de pesquisa e tipos de patentes analisados, mesmo quando se levou em conta as diferenças potenciais em fatores como as práticas de citação.


Os autores também analisaram os verbos mais comuns usados nos manuscritos e descobriram que, enquanto as pesquisas dos anos 50 eram mais propensas a usar palavras que evocavam criação ou descoberta, tais como, "produzir" ou "determinar", o que era feito nos anos 2010 era mais provável que se referisse ao progresso incremental, usando termos como "melhorar" ou "melhorar".

"É ótimo ver este [fenômeno] documentado de maneira tão meticulosa", diz Dashun Wang, um cientista social computacional da Northwestern University em Evanston, Illinois, que estuda a disruptividade na ciência. "Eles olham para isto de 100 maneiras diferentes, e eu acho isto muito convincente no geral".

A perturbação não é inerentemente boa, e a ciência incremental não é necessariamente má, diz Wang. A primeira observação direta de ondas gravitacionais, por exemplo, foi tanto revolucionária quanto o produto da ciência incremental, diz ele.

O ideal é uma mistura saudável de pesquisa incremental e disruptiva, diz John Walsh, especialista em política científica e tecnológica do Georgia Institute of Technology em Atlanta. "Em um mundo em que nos preocupamos com a validade das descobertas, talvez seja bom ter mais replicação e reprodução", diz ele.

Por que isto?

É importante entender as razões para as mudanças drásticas, diz Walsh. A tendência pode resultar, em parte, de mudanças no empreendimento científico. Por exemplo, agora há muito mais pesquisadores do que nos anos 40, o que criou um ambiente mais competitivo e elevou o risco de publicar pesquisas e buscar patentes. Isso, por sua vez, mudou os incentivos para a forma como os pesquisadores realizam seu trabalho. Grandes equipes de pesquisa, por exemplo, tornaram-se mais comuns, e Wang e seus colegas descobriram é mais provável que grandes equipamentos de produção de ciência incremental do que perturbadora.

Encontrar uma explicação para o declínio não vai ser fácil, diz Walsh. Embora a proporção de pesquisas perturbadoras tenha caído significativamente entre 1945 e 2010, o número de estudos altamente perturbadores tem permanecido praticamente o mesmo. A taxa de declínio também é intrigante: Os índices de CD caíram acentuadamente de 1945 para 1970, depois mais gradualmente do final dos anos 90 para 2010. "Qualquer que seja a explicação que você tenha para a queda da disruptividade, você também precisa fazer sentido para nivelá-la" nos anos 2000, diz ele.

(Traduzido via Deepl)

Fonte> Nature

Quando estava lendo este artigo lembrei de uma "definição" antiga do que seria uma "tese". Existia uma percepção que uma tese de doutorado deveria ser necessariamente disruptiva, revolucionária, inovadora e marcante. Pelo visto, não é mais. 

Privatização de aeroportos e receita como medida de desempenho

O que ocorre quando um aeroporto é privatizado? Uma pesquisa, publicada recentemente (via aqui), mostra que a privatização de aeroportos pode ser boa. O trecho a seguir foi extraído da pesquisa. Achei importante que a receita, uma medida contábil, é considerada uma medida de desempenho para o estudo da privatização. O trecho foi traduzido pelo Vivaldi:


Quando os fundos de private equity compram aeroportos dos governos, o número de companhias aéreas e rotas atendidas aumenta, a receita operacional aumenta e a experiência do cliente melhora.

... Em 2020, quase 20% dos aeroportos do mundo haviam sido privatizados. O private equity (PE), geralmente por meio de fundos de infraestrutura dedicados, está desempenhando um papel crescente na privatização, comprando 102 aeroportos de um total de 437 que já foram privatizados.

... Uma métrica chave da eficiência do aeroporto são os passageiros por voo. Quanto mais clientes um aeroporto puder atender com as pistas e portões existentes, mais serviços poderá oferecer e mais ganhos poderá gerar. Quando os fundos de PE compram aeroportos de propriedade do governo, o número de passageiros por voo aumenta em média 20%. Não existe esse aumento quando empresas privadas, que não sejam da PE, adquirem um aeroporto. O tráfego geral de passageiros aumenta sob os dois tipos de propriedade privada, mas o aumento nos aeroportos pertencentes à PE, de 84%, é quatro vezes maior que o dos aeroportos privados não pertencentes à PE. Os volumes de frete e o número de voos, outras medidas de eficiência, mostram um padrão semelhante. Evidências de dados de imagens de satélite indicam que os proprietários de PE aumentam o tamanho do terminal e o número de portões. Essa expansão de capacidade ajuda a permitir que os aumentos de volume e pontos no aeroporto tenham sido restringidos financeiramente sob propriedade anterior.

... As empresas de PE tendem a atrair novas transportadoras de baixo custo para seus aeroportos, o que, por sua vez, pode levar a uma maior concorrência e oferecer aos consumidores melhores serviços e preços mais baixos. No que diz respeito às rotas, os adquirentes de PE aumentam o número de novas rotas, especialmente rotas internacionais, mais do que de outros compradores. Os passageiros internacionais costumam ser os usuários mais lucrativos do aeroporto, especialmente nos países em desenvolvimento.

Uma aquisição de PE também está associada a um declínio nos cancelamentos de voos e a um aumento na probabilidade de receber um prêmio de qualidade. Quando um aeroporto muda de propriedade não-PE privada para PE, suas chances de ganhar um prêmio aumentam 6 pontos percentuais. A chance média de ganhar esse prêmio é de apenas 2%.

As taxas cobradas pelos aeroportos para as companhias aéreas aumentam após as privatizações do aeroporto. Quando o comprador é uma empresa de PE, também há um esforço para desregular os limites do governo nessas taxas. Por exemplo, depois que três aeroportos australianos foram privatizados, em meados da década de 90, os limites máximos de preços que regem as receitas aeroportuárias foram substituídos por um sistema de monitoramento de preços que permite ao governo intervir se taxas ou receitas se tornarem excessivas.

O efeito líquido de uma aquisição de PE é uma duplicação aproximada da receita operacional de um aeroporto, devido principalmente a maiores receitas de companhias aéreas e varejistas no terminal, em vez de redução de custos. As forças motrizes por trás dessas melhorias parecem ser novas estratégias de gerenciamento, que provavelmente incluem maior remuneração para os gerentes, além de investimentos em nova capacidade, além de melhores serviços e tecnologia de passageiros.

Foto: Artur Tumasjan

Escolha da contabilidade

Uma pesquisa sobre os determinantes na escolha de contabilidade ou finanças como especialização acadêmica

Os resultados desta investigação demonstraram que a intenção de escolha de contabilidade é determinada, de forma positiva, pela atitude face à especialização em contabilidade e pelo grau de controlo comportamental percebido face à especialização. A intenção de escolha de contabilidade é ainda determinada pelo género, sendo maior a probabilidade de escolha de contabilidade nos estudantes do género feminino. Os resultados revelaram que a intenção de escolha de finanças é determinada de forma positiva pelo grau de controlo comportamental percebido relativamente à especialização em finanças. Além disso, a probabilidade de escolher finanças é maior nos estudantes do género masculino. As normas subjetivas relativas às especializações em contabilidade e finanças não são determinantes da intenção de escolha de contabilidade ou finanças, respetivamente.

A pesquisa foi realizada em 2022, em Portugal. Os fatores usados: