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01 novembro 2019

Emissão CO2

O gráfico apresenta a emissão de CO2. Quanto mais escuro, maior a emissão. O Brasil emite pouco, mas o problema é a evolução. Logo após a II Guerra a emissão era de 0,16 t per capita. Em 1970 chegou a 1 tonelada. Vinte anos depois, em 1990, 1,39 t. No início do novo século, 1,87 t. E agora, 2,27. Mas bem abaixo de 16,24 dos EUA. Ou 19,28 t da Arábia Saudita.

A Inglaterra chegou a emitir 11,23 antes da I Guerra. E agora 5,81 t. 

Retratação na Psicologia

O psicologo Hans Jürgen Eysenck, nascido em 1916 e falecido em 1997, possui um extenso trabalho sobre inteligência e personalidade. Quando faleceu, era o psicologo mais citado na literatura.

Nascido na Alemanha, mudou, na década de trinta, para a Inglaterra, por conta da oposição ao regime nazista. Fez doutorado em Londres e depois entrou para o King´s College, onde atuou entre 1955 a 1983. Escreveu 80 livros e mais de 1600 artigos científicos.

Agora muitos trabalhos podem ser “recolhidos” em razão de erros na pesquisa. O foco são as pesquisas em conjunto com Ronald Grossarth-Maticek Desde 2010 já existia uma suspeita de problemas na pesquisa de Eysenck. A instituição de origem já abriu uma investigação e parece que 26 artigos foram considerados “inseguros”. Entretanto, o King´s College não incluiu as pesquisas onde Eysenck é único autor, o que parece sugerir que a investigação deve “acusar” mais o co-autor.

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Absurdo do prêmio Nobel em Ciências

Todo ano, durante a premiação do Nobel, o principal da área acadêmica mundial, volta a discussão sobre a escolha realizada pela Fundação. Além das injustiças, este ano um artigo do The Atlantic destacou um fato importante: a premiação está distorcendo e reescrevendo a história. Além de muitas vezes deixar de fora bons pesquisadores, o processo científico nos dias atuais mudou. Com respeito ao primeiro ponto, não existe dúvida. O texto de Ed Yong (The Absurdity of the Nobel Prizes in Science) aponta vários casos. Eu lembro, na área de economia, o fato de Black e Tversky não terem sido premiados por terem falecido precocemente. Mas Baumol viveu bastante tempo e não foi contemplado.

Em muitos casos, o esquecimento pode representar reescrever a história da ciência. Yong narra o caso de Damadian que foi “esquecido” pelo Nobel, enquanto seus colegas, Paul Lauterbur e Peter Mansfield, foram contemplados. Damadian publicou anúncios em três jornais dos EUA protestando contra o esquecimento. No Nobel de Economia eu me lembro de Roberts (mas Fama, que escreveu depois sobre a eficiência de mercado, foi reconhecido), Milgrom (mas Myerson e Bengt Holmstrom) e Martin Weitzman (mas Nordhaus), sendo que este último “pode”  ter cometido suicídio pelo “esquecimento” do prêmio.

Mas o texto do The Atlantic destaca outro ponto também importante. Atualmente a ciência é um esforço de um grupo de cientistas. Reconhecer um cientista (ou dois ou três) é injusto com o grupo de trabalhou na pesquisa. Isto pode dar a impressão de que a ciência é feita por uma pessoa solitária, sem interação com outras pessoas:

críticos notam que é um absurdo e um anacronismo o reconhecimento do trabalho de cientistas. Em lugar de honrar a ciência, isto distorce sua natureza, reescreve a história e negligencia o papel de importantes pessoas [tradução livre]

Ganhar o prêmio traz vantagens, conforme lembra Yong: mais citações, um tempo de vida médio maior, lucro em palestras e a sensação de grandeza. Ser esquecido pode ser pior.

Rir é o melhor remédio

Quando o professor usa meu nome como um bom exemplo

31 outubro 2019

Planilha Contábil

Parece que existe um documento chamado "planilha contábil". Eis um resumo de uma notícia do TST:

O empregado propôs a ação com o fim de obter a condenação da empresa ao pagamento de direitos trabalhistas que, segundo ele, teriam sido sonegados. O juízo de primeiro grau determinou que ele complementasse o pedido com uma planilha contábil dos valores pleiteados, caso contrário o processo seria extinto. Ele então impetrou mandado de segurança, em que sustentou que a legislação não prevê a juntada de memória de cálculo.

(...) Segundo a relatora, a planilha contábil não pode ser considerada documento indispensável para a propositura da ação, por falta de previsão em lei e, ainda que o documento fosse imprescindível, não há justificativa para exigi-la. Na fase de conhecimento da ação (em que se discute o direito alegado pelo empregado), é suficiente a apresentação da causa de pedir e do pedido, com a indicação dos valores controvertidos.

(...) A Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho considerou ilegal a exigência de que um empregado da Marcelino Construção e Administração Ltda., de Joinville (SC), juntasse à reclamação trabalhista um laudo pericial contábil.

Pirâmide Netflix

A Netflix pode ser um sucesso em termos de prestação de serviço, mas suas demonstrações contábeis são um horror. Veja alguns detalhes (via aqui)

Na semana passada ela informou que tomaria outro empréstimo de 2 bilhões de dólares (via venda de títulos). Em abril já tinha feito uma operação nas mesmas proporções. Os títulos irão vencer em 2030. Estes títulos estão classificados como Ba3 (Moody´s) ou BB- (SP), perto, muito perto, da pior classificação possível. E olhe que as empresas de ratings são ...

A própria Moody´s estimou que o ponto de equilíbrio financeiro somente será obtido em 2023. Como ela foi fundada em 1997, a Netflix parece um filho que ainda depende dos país.

Suas dívidas chegam a 25 bilhões de dólares, sendo 12 bi de “passivo de conteúdo”. O que é isto?

Quando a Netflix adquire o direito de reproduzir um filme ou série, o valor fica no passivo e faz um registro equivalente no ativo, chamado “ativo de conteúdo”. Se o passivo era de 12 bi, o ativo de conteúdo chegava a 23 bi. Mas isto é uma despesa futura. A questão é que o passivo deve ser pago em algum momento. Estima que esta despesa seja de 4 bilhões por ano, próximo ao valor das novas captações.

Esta questão contábil faz com que o fluxo de caixa seja negativo, mas a empresa tenha lucro. Afinal, o dinheiro da compra dos filmes e séries saem do caixa, mas só vão para a DRE a conta gotas. Veja a diferença: de janeiro a setembro de 2019 a empresa teve um lucro de 1,28 bi e um fluxo de caixa livre de menos 1,6 bi. Uma diferença de quase 3 bilhões.

E quando divulga seus balanços, a empresa enfatiza substancialmente o aumento no número de assinantes, como se isto garantisse o seu caixa futuro.

Não parece uma pirâmide?

Rir é o melhor remédio

Como ter uma vida sem stress, segundo Oprah

30 outubro 2019

Aramco é a empresa mais lucrativa do ano

A empresa estatal de petróleo Saudi Aramco informou que seu lucro, nos nove meses do ano, foi de 68 bilhões de dólares. Isto faz da empresa a mais lucrativa do mundo. Recentemente parte das instalações da empresa sofreu um ataque de drones. Parece que as instalações atingidas foram consertadas.

O lucro é importante para viabilizar a tão aguardada oferta pública de ações da empresa.

Celebridades mortas

A Forbes fez um ranking das celebridades mortas mais lucrativas. A divulgação desta notícia agora não parece ser despropositada: perto dos dias dos mortos. Foram 13 celebridades que geraram milhões para os herdeiros. Deste total, nove são músicos. A ordem é a seguinte:

Michael Jackson
Elvis Presley
Charles Schulz

Existem algumas questões contábeis interessantes: de quem é o ativo?; como mensurar o seu valor?; irá diminuir com o passar do tempo ou aumenta com as lembranças? (lembro que a família Cash ganhou muito quando lançaram o filme da sua vida, assim como os herdeiros de Jackson tiveram um grande ganho o ano passado.

Rir é o melhor remédio

Recibo da compra

29 outubro 2019

A Arte da Escolha

A escolha é um processo demorado e díficil. Em 2010, Sheena Iyengar escreveu um livro bem interessante sobre o assunto. Desde então, cresceram o número de opções disponíveis e as possibilidades de escolha.

Lembrei do livro de Ivengar ao ler uma estatística impressionante, apresentada no Valor (Quando é muito difícil escolher o quer ver, João Luiz Rosa, 27 de ago 2019, A2).

Um estudo de 2016 mostra que, naquele ano, as pessoas gastavam, em média, 17,8 minutos na Netflix para escolher um filme ou programa. Segundo o levantamento (...) isso era o dobro do tempo médio gasto para escolher o que ver na TV paga. Outro levantamento, do mesmo ano, mostra que o espectador médio americano gastava 23 minutos por dia para escolher o que ver na televisão, o equivalente a quase 18% do total de 129 minutos diários de programação vista. No caso do Netflix, a proporação era de 28 minutos de busca para 91 minutos totais, quase 30%, e no Amazon Video, de 27 minutos para 64 mintuos ao todo, ou 42%. (...) ao longo de 80 anos - o tempo de vida médio do consumidor americano - cerca de 1,3 ano é gasto apenas se escolhendo o que ver

O livro de Iyengar tratava de vários tipos de escolha. Há uma frase famosa do Obama, sobre suas roupas, parecidas. O ex-presidente falava que tinha muitas decisões que precisava tomar e não podia ficar muito tempo pensando sobre qual terno vestir.

Thomas Cook e as Big Four

O grupo Thomas Cook era a maior empresa britânica de viagem. Ele foi criado em 2007, mas sua origem é anterior, com a agência de viagem Airtours. A empresa operava em dois segmentos: como agência de turismo e empresa aérea. Até que em setembro a empresa entrou em liquidação, de forma inevitável. Além do ambiente econômico, a gestão também tinha uma parcela de culpa https://www.bbc.co.uk/news/business-50155096, muito embora esteja recebendo um bônus . A crise também trouxe discussões diversas, inclusive sobre a auditoria.

Sobre este assunto, o parlamento do Reino Unido novamente discutiu a questão da Big Four. Segundo o Financial Times (via “PwC e EY são acusadas em colapso de companhia”, Tabby Kinder, 23/10/19,Valor) os representantes criticaram as auditorias realizadas na empresa por aprovarem as demonstrações contábeis. Um parlamentar disse que a PwC deveria ter questionado, de forma mais incisiva, a empresa sobre o tratamento contábil de itens extraordinários e o tratamento dos ativos intangíveis. Este parlamentar, presidente da comissão especial de negócios da Câmara Baixa do parlamento britânico, falou da possibilidade de uma lei para forçar a separação das Big Four.

Quantas novas falências de empresas, quantos novos exemplos graves de auditoria precisamos para que nosso setor abra os olhos e reconheça que vocês são cúmplices nisso e que vocês precisam realizar uma reforma?

Rir é o melhor remédio

Quando tenho muita coisa para fazer

Finanças do Vaticano

Eis um texto interessante da Forbes sobre as finanças do Vaticano:

O Vaticano rejeitou ontem (22) alegações em um novo livro de que a Santa Sé corre o risco de calote nos próximos anos por causa de queda de doações, má administração financeira e corrupção.

O livro de 350 páginas, “Last Judgement”, é do jornalista italiano Gianluigi Nuzzi e é o mais recente sobre as finanças do Vaticano.

Nuzzi escreve que anos de déficits podem deixar pouca escolha para o Vaticano, a não ser declarar default até 2023.

“Não há ameaça de default aqui. Há apenas a necessidade de uma revisão de gastos. E é isso que estamos fazendo”, disse o arcebispo Nunzio Galantino, chefe da Administração do Patrimônio da Santa Sé, um escritório geral de contabilidade que administra as propriedades imobiliárias em Roma e em outros lugares na Itália, paga salários dos funcionários do Vaticano e atua como um escritório de compras e departamento de recursos humanos.

O arcebispo disse ao jornal católico italiano “Avvenire” que, embora “não haja necessidade de alarmismo”, o Vaticano tem que conter custos.

O menor Estado do mundo não recebe impostos. Suas fontes de renda são investimentos, imóveis, arrecadações de fiéis feitas em todo o mundo, contribuições de dioceses e receitas de seus populares museus.

Nuzzi disse que as contribuições dos fiéis caíram acentuadamente nos últimos anos, principalmente em países como os Estados Unidos, atingidas por escândalos de abuso sexual.

Em uma entrevista coletiva na qual apresentou o livro, Nuzzi afirmou ser um grande admirador do Papa Francisco e queria destacar a suposta má gestão que o impede de aprovar uma reforma duradoura.

27 outubro 2019

Two-Sided Matching no mercado de Auditoria

Resumo:

We estimate a two-sided matching model of IPO firms to auditors. Doing so allows us to separate the effects of sorting and influence in this audit market, and identify the effect that each has on observed audit quality. We find evidence that sorting on inherent quality of the client exists at the time auditors and clients match with each other. However, even after controlling for the effects of sorting, Big 4 auditors exert positive influence on audit quality; the probability of a restatement is significantly lower, all else equal, for clients of Big 4 auditors.

Fonte: Li, Ken and McNichols, Maureen F. and Raghunandan, Aneesh, A Two-Sided Matching Model of the Audit Market for IPO Firms (February 4, 2018). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3117828 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3117828

Resultado de imagem para A Two-Sided Matching Model o

24 outubro 2019

Exxon e o futuro da contabilidade

No início da século XX, a polícia não conseguia processar Al Capone, o mais perigoso. Apelando para fraude fiscal, o criminoso foi condenado por sonegação fiscal.

Quase cem anos depois, a empresa Exxon teima em financiar lobby e entidades que defendem a política energética tradicional, baseada na extração e processamento de petróleo. Como colocar a empresa nos eixos, reduzindo seu impeto pela destruição do ambiente. Novamente a contabilidade foi convocada para ajudar a resolver os problemas que a justiça não consegue resolver.

Um processo na cidade de Nova Iorque esta julgando se a Exxon enganou seus acionistas sobre os riscos relacionados com às mudanças climáticas. Após anos de investigação, iniciou-se as audiências do julgamento. Entre os envolvidos, Tillerson, que foi presidente da empresa desde 2006 até ir para o governo Trump em janeiro de 2017.

Para divulgar suas demonstrações, a empresa deve fazer projeções sobre a viabilidade dos seus ativos, o que inclui as reservas. Se existe dúvidas sobre os efeitos ambientais na utilização de petróleo no futuro, o valor reconhecido no ativo deve ser menor; afinal, o mundo deverá usar menos petróleo. A questão é que a empresa foi muito mais otimista nesta projeção, indicando que o petróleo ainda será o principal item da matriz energética mundial no futuro.

O problema é que a promotoria considera que isto é uma enganação com os investidores. Se os investidores foram enganados, cabe uma reparação. O valor estaria entre 0,5 a 1,2 bilhão. A empresa nega a intenção de enganar os investidores, pois forneceu previsões diferentes. O julgamento deverá durar três semanas. Ambientalistas estão torcendo para que a empresa pague multas pesadas.

O julgamento é muito importante para a contabilidade. Há anos, os reguladores decidiram abandonar o custo como base de valor, enfatizando a necessidade de que a empresa fornecesse sua visão - neutra e fidedigna - da realidade. Na contabilidade da Exxon há uma grande quantidade de julgamento. Ou seja, análise subjetiva. Se a empresa for condenada, isto significa que qualquer julgamento pode ser questionado juridicamente. Se a meta dos reguladores - Fasb e Iasb - era promover uma demonstração contábil mais próxima do valor da empresa, a opinião do preparador deveria ser a base de avaliação. Um tribunal pode dizer que a “opinião como base de valor” deixa de ser a regra contábil. Como isto afetará esta guinada, que abandonou o custo como base de valor?

Leia sobre o julgamento aqui, aqui e aqui

Quem guarda mais fotos no celular?

Uma pesquisa com 3 bilhões de fotografias e 6 milhões de usuários em diversos países do mundo mostrou que guarda mais imagens no celular.

 As mulheres tem uma média de mil fotografias salvas, enquanto os homens teriam 850. Aqueles com idade entre 25 a 44 anos guardam uma média de 1050 fotos, contra um pouco acima de 800 dos mais jovens.
 Por país, os coreanos, malaios e suíços lideram. Em 45 países, os brasileiros são 17o., com uma média de 911 fotos.

Radiologistas x Inteligência Artificial

Radiologistas não foram susbtituídos e não serão substituídos por máquinas.

Three years ago, artificial intelligence pioneer Geoffrey Hinton said, “We should stop training radiologists now. It’s just completely obvious that within five years, deep learning is going to do better than radiologists.”

Today, hundreds of startup companies around the world are trying to apply deep learning to radiology. Yet the number of radiologists who have been replaced by AI is approximately zero. (In fact, there is a worldwide shortage of them.)

At least for the short term, that number is likely to remain unchanged. Radiology has proven harder to automate than Hinton — and many others — imagined. For medicine in general, this is no less true. There are many proofs of concept, such as automated diagnosis of pneumonia from chest X-rays, but surprisingly few cases in which deep learning (a machine learning technique that is currently the most dominant approach to AI) has achieved the transformations and improvements so often promised.

Why not?

[..]

Fonte: aqui

chest xray

Rir é o melhor remédio


Teste de personalidade. Infantil, nervoso, paranoico, racista, bebe? É contador? Adaptado