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25 maio 2019

Competição de previsão

Segundo o jornal The Telegraph, os Estados Unidos estão oferecendo um prêmio de 250 mil dólares para quem vencer uma competição de previsão. Isto inclui resultado de eleições políticas, presença de Zika no Brasil e testes de mísseis na Coreia do Norte.

A ideia é que a competição possa trazer melhoria nas previsões e nas técnicas utilizadas. Segundo o jornal, os participantes podem usar qualquer metodologia. O nome da competição é Geopolitical Forecasting Challenge 2.

Este tipo de competição não é novo. Surgiu entre a década de 60 e 70. O trabalho de Tetlock está vinculado a uma competição, também promovida pelo governo dos Estados Unidos. Atualmente, o site Kaggle é dedicado a este tipo de competição.

24 maio 2019

Produtividade no Brasil

Resumo:

Como mostra a análise comparativa feita neste volume, a produtividade do trabalho brasileira é baixa em comparação com os países desenvolvidos e mesmo em relação a alguns países da América Latina, como o Chile. Além disso, após um período de convergência para a produtividade dos Estados Unidos no pós-guerra, a produtividade brasileira cresceu pouco desde 1980, o que reverteu a trajetória de convergência para a fronteira tecnológica.
Conclusão:

Neste capítulo fizemos comparações internacionais de produtividade setorial e analisamos em que medida a baixa produtividade brasileira em comparação com outros países está associada a diferenças no nível de produtividade setorial ou na alocação setorial do emprego. Os resultados mostram que a produtividade brasileira é bem mais baixa que a dos países desenvolvidos nos três grandes setores: agropecuária, indústria e serviços. Em particular, a produtividade dos Estados Unidos é cerca de 14 vezes maior que a do Brasil na agropecuária, 5,7 vezes na indústria e 5,4 nos serviços. A distância em relação à média dos países desenvolvidos é menor, mas ainda muito significativa, com uma produtividade 5,3 vezes maior que a do Brasil na agropecuária, 2,7 vezes na indústria e 3,0 nos serviços.A produtividade brasileira também é menor que a de países com nível de renda per capita similar, especialmente no setor de serviços.

Fonte: O Brasil em comparações internacionais de produtividade: uma análise setorial

Custos de Troca

No passado, os reguladores brasileiros forçaram os bancos a "aceitarem" a saída dos clientes para o concorrente em serviços financeiros e de telefonia. Até então, quando um cliente deseja trocar de banco (ou de companhia telefônica ou de serviço de internet/televisão a cabo), as empresas impunham um longo ritual. (Em alguns casos, o leitor deve estar pensando, ainda ocorre)

Esta dificuldade em mudar para o concorrente recebe a denominação de Switching Cost ou Custo de Troca. Apesar do termo "custo" é muito mais uma estratégia de marketing. Estaria no limite da "ilegalidade", já que a empresa aproveita da impaciência do consumidor para força-lo a permanecer usando seus serviços. Imagine você tentando cancelar a assinatura da TV a cabo durante duas horas, sendo transferido de atendente para atendente, recebendo ofertas, sendo questionado dos motivos, ficando esperando o atendente, confirmando suas informações pela enésima vez, entre outros procedimentos. Isto é o switching cost.

Uma edição do American Economic Journal: Microeconomics mostrou como isto é relevante nos fundos de pensão do Chile. A pesquisa ajuda a explicar a razão pela qual os inscritos em fundos de pensão permanecem "fiéis" mesmo com as mudanças ocorridas no mercado.

Eis o resumo:

How do different switching costs affect choices and competition in a private pension system? I answer this question in a setting in which variation in employment status allows me to identify two switching costs that jointly affect enrollees' decisions: the cost of evaluating financial information and the cost of the bureaucratic process that enrollees must navigate when switching. I use this variation to estimate the different switching costs and study their impact on competition among pension funds. I find that though eliminating all switching costs decreases equilibrium fees the most, eliminating either switching cost decreases fees significantly.


Mais prazo

Uma boa notícia para as Big Four: segundo a Reuters, o Ministério dos Negócios ampliou o prazo para reformar o mercado de auditoria da Grã-Bretanha. No mês passado, o Competition and Markets Authority propôs reformas no mercado, tentando reduzir o peso das grandes empresas e solicitando que as empresas de capital aberto fossem auditadas por duas empresas de auditoria.

A notícia é que o Ministério pretende fazer outras consultas antes de fazer qualquer mudança. Como as Big Four pressionam contra a proposta, agora terão mais tempo para influenciar uma nova regra ou evitar qualquer nova regra.

Imagem: FT

Ética x desempenho

Bom ou ruim? Segundo a PwC (via aqui):

Pela primeira vez na história do estudo, mais CEOs foram demitidos por lapsos éticos do que por desempenho financeiro ou lutas do conselho. (Definimos demissões por lapsos éticos como a remoção do CEO como resultado de um escândalo ou conduta imprópria dele mesmo ou de outros funcionários; exemplos incluem fraude, suborno, informações privilegiadas, desastres ambientais, currículos inflados e indiscrições sexuais). O aumento desses tipos de demissões reflete várias tendências sociais e de governança, incluindo a intervenção mais agressiva de autoridades reguladoras e policiais, novas pressões por responsabilidade sobre assédio sexual e agressão sexual provocadas pela ascensão do movimento “Me too” e o aumento da propensão dos conselhos de administração a adotar uma postura de tolerância zero em relação à má conduta executiva.

É o efeito Harvey Weinstein.

Persistência

Adaptado daqui.

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Opinião

23 maio 2019

Lucro Social

Uma pequena notícia publicada no Valor diz:

A Embrapa informou que seu "lucro social" alcançou R$43,52 bilhões em 2018 (1). O valor foi calculado a partir da análise do impacto econômico de 165 soluções tecnológicas e de cerca de 220 cultivares desenvolvidas (2) pela estatal.

"O lucro social é um valor decorrente dos benefícios econômicos recebidos pelo setor produtivo (3) com a adoção das soluções tecnológicas geradas pela Empresa. Esse valor é calculado por meio da soma dos lucros obtidos pelos adotantes (4) dessas soluções. Quando relacionamos em 2018 o lucro social de R$43,52 bilhões com receita operacional líquida de R$3,57 bilhões (5), temos então o índice de retorno social de R$12,16 para cada real aplicado (6) na Embrapa", diz Flavio Avila, pesquisador responsável pela área de Avaliação de Desempenho Institucional, da Secretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI)


(Pressionott, Fernanda. Embrapa reporta "lucro social" de R$43,5 bilhões de 2018)

Há muito a ser dito e questionado na notícia. O problema é que as questões levam a duvidar da medida proposta. Particularmente sempre devemos ter interesse por novas medidas. Mas esta, em específico, merece ser considerada com muita cautela:

(1) observe que o lucro social é para um exercício.
(2) muitas soluções desenvolvidas pelas estatal foram feitas em parceria com outras instituições. Isto provavelmente não foi levado em consideração.
(3) como foi possível calcular isto sem ter acesso as contas das empresas que usam cada solução? Provavelmente uma estimativa. Não é possível afirmar nada, mas creio que teria divergências da metodologia empregada. Existem diversas dificuldades no cálculo: como evitar dupla contagem, como separar os benefícios das soluções tecnológicas das inovações realizadas pelo setor produtivo ou com retirar os benefícios já contabilizados nos anos anteriores. O trecho a seguir esclarece um pouco isto
(4) Pelo visto, somaram os lucros das empresas que adotaram as tecnologias da Embrapa. Provavelmente não separaram dos resultados gerados por outras áreas de negócio. Mas que lucro foi usado?
(5) o uso da receita operacional aqui mostra que qualquer desconfiança no cálculo pode ter uma razão. O parâmetro mais adequado seria o ativo da empresa, que foi o investimento realizado pelo contribuinte na estatal. Ao usar a receita, deixa de considerar a despesa de salário da estatal, talvez o principal gasto da Embrapa.
(6) mais um exemplo de que devemos desconfiar do resultado. O texto equipara "receita" com "real aplicado". Ora, isto seria muito mais o conceito de ativo do que receita.

Imagem: Alquimista

Mudança contra a Corrupção na América Latina

Ao descrever a atuação da Odebrecht na América Latina (Brasil, Peru e México), um texto do Washington Post destaca três boas notícias

1. Agências que lutam contra a corrupção apareceram. A novidade não é a corrupção, que sempre foi elevada. É a não impunidade. Segundo o texto, “o motivo pelo qual sabemos muito sobre o escândalo da Odebrecht é que as agências governamentais de combate à corrupção ganharam novos recursos, autonomia e capacidade nos últimos anos”. No Brasil, há um aumenbto na ‘rede de prestação de contas´, que inclui a própria Polícia Federal. Estas agências não eliminaram a corrupção, mas quebraram a impunidade.

2. Mobilização dos cidadãos contra a corrupção. Isto inclui as agências não governamentais, que possuem autonomia. E criaram espaços institucionais para que as pessoas possam supervisionar as políticas públicas e verificar abusos.

Sorteio: auditoria fiscal e tributária



Aí, galera. Mais um sorteio na área! Mesmo esquema de sempre: (i) seguir o @contabilidadefinanceira e (ii) a @saraivauni, que cedeu o livro. (iii) Curtir esta foto, (iv) comentar com o nome de 3 amigos (v) e estar com o perfil aberto no momento do sorteio. Participações até 01/06! Lembrem-se dos 5 requisitos! Quem não seguir algum deles será eliminado e sortearemos o próximo participante. A abertura do perfil é apenas para que possamos averiguar quais contas você segue, para sabermos se todas as exigências foram cumpridas. Boa sorte! #Sorteio #Auditoria #CiênciasContábeis #Contábeis #Contabilidade #SaraivaUni #ContabilidadeFinanceira #ContabilidadeParaConcursos #ContabilidadeParaExameDeSuficiência #AuditoriaFiscal #AuditoriaTributária #AuditoriaFiscalETributária #SilvioCrepaldi #GuilhermeSimõesCrepaldi #QuantaHashtag!!!
Uma publicação compartilhada por Blog Contabilidade Financeira (@contabilidadefinanceira) em

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22 maio 2019

Retorno dos títulos da dívida soberana: 1815 a 2016

Resumo:

This paper studies external sovereign bonds as an asset class. We compile a new database of 220,000 monthly prices of foreign-currency government bonds traded in London and New York between 1815 (the Battle of Waterloo) and 2016, covering 91 countries. Our main insight is that, as in equity markets, the returns on external sovereign bonds have been sufficiently high to compensate for risk. Real ex-post returns averaged 7% annually across two centuries, including default episodes, major wars, and global crises. This represents an excess return of around 4% above US or UK government bonds, which is comparable to stocks and outperforms corporate bonds. The observed returns are hard to reconcile with canonical theoretical models and with the degree of credit risk in this market, as measured by historical default and recovery rates. Based on our archive of more than 300 sovereign debt restructurings since 1815, we show that full repudiation is rare; the median haircut is below 50%.




Sovereign Bonds since Waterloo Josefin Meyer, Carmen M. Reinhart, and Christoph Trebesch NBER Working Paper No. 25543 February 2019 JEL No. F30,F34,G12,G15,N10,N20

Minha experiência em Big4

Achei recentemente o canal da Stephie Mills, sobre o estilo de vida de uma CPA (certified public accountant). Há alguns vídeos interessantes sobre a experiência dela em auditoria nos Estados Unidos. Ela é formada em contabilidade pela Universidade do Texas, trabalhou na Deloitte e na BDO, mas atualmente está na Solera, uma empresa que usa tecnologias digitais para gerir riscos e ativos.

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... Café

18 maio 2019

Análise da evolução das empresas estrelas

Resumo:

We study the evolution of super star firms in the U.S. economy over the past 60 years. Contrary to common wisdom, super stars firms have not become larger, have not become more productive, and the contribution of star firms to aggregate U.S. productivity growth has fallen by more than one third since 2000.

Fading StarsGermán Gutiérrez and Thomas PhilipponNBER Working Paper No. 25529February 2019JEL No. D2,E22,E24,F6,G3,L1,O3,O4

Resultado de imagem para amazon google facebook

16 maio 2019

Frase

É uma notícia um pouco antiga (que ficou esquecida), mas que merece concorrer ao título de besteira do ano. O título é:

Vale explica lucro pela maior geração de caixa

Como é que é? A reportagem diz que o Conselho de Administração da empresa colocou isto no seu relatório:

No relatório do conselho de administração da companhia, a Vale diz que o aumento do lucro foi resultado “principalmente da maior geração de caixa medida pelo Ebitda de R$ 12,1 bilhões”.

(Eu não vou perder tempo verificando se a notícia é verdadeira). Eles disseram que Ebitda é geração de caixa!! Você confiaria em um Conselho de Administração que diz uma besteira destas? (E eles devem ser muito bem remunerados para isto)

Países com mais florestas

Esta é uma listagem que tem resultados interessantes. Em percentuais, os países com mais florestas são:

1) Suriname (98.3%)
2) Micronesia (91.9%)
3) Gabão (90.0%)
4) Seychelles (88.4%)
5) Palau (87.6%)
6) Samoa Americana (87.5%)
7) Guiana (83.9%)
8) Laos (82.1%)
9) Ilhas Salomão (77.9%)
10) Pápua Nova Guiné (74.1%)

Em área o ranking é diferente:

1) Rússia (8,148,895 sq. km)
2) Brasil (4,925,540 sq. km)
3) Canadá (3,470,224 sq. km)
4) Estados Unidos (3,103,700 sq. km)
5) China (2,098,635 sq. km)
6) República Democrática do Congo (1,522,665 sq. km)
7) Austrália (1,250,590 sq. km)
8) Indonésia (903,256 sq. km)
9) Peru (738,054 sq. km)
10) Índia (708,604 sq. km)

Da lista acima, somente Rússia, Índia, China e EUA aumentaram a cobertura vegetal. O Brasil perdeu 20% da Amazônia em 40 anos.

Fonte: Aqui

15 maio 2019

Colapso da Inteligência Artificial




Excelente palestra proferida no Santa Fe Institute da professora de computação Melanie Mitchell acerca das grandes limitações da inteligência artificial.

Dinheiro e Futebol

Um texto muito interessante sobre o Fair Play Financeiro no futebol europeu foi publicado no site de futebol Trivela. O texto apresenta a possibilidade de dois clubes de futebol, o inglês Manchester City e o francês Paris SG, de serem punidos pela entidade de administra o futebol no continente, a UEFA. Uma diretoria da UEFA estaria estudando as contas dos clubes. Como ambos os clubes já tinham sido condenados anteriormente, uma segunda violação seria mais rigorosa.

Há dúvidas se haverá punição dado que os donos do City e do PSG são árabes com muita influencia política e no mundo do futebol. Onde entra a questão contábil? Em primeiro lugar, a base para a punição seriam as informações da contabilidade de cada clube. Em segundo, tudo leva a crer que algumas transações teriam sido infladas para burlar o Fair Play Financeiro.

Este Fair Play foi instituído pela UEFA para impedir que alguns clubes dominassem as competições pelo poder do dinheiro. Assim, alguns limites foram estabelecidos. Para burlar isto, tanto o City quanto o PSG teriam "registrado" na contabilidade patrocínios por um valor acima do mercado:

Um dos modos de violação cometidos pelo Manchester City seriam seus patrocínios, tanto na camisa quanto do nome do estádio, com a Etihad, empresa emiratense. Os valores teriam sido inflados para justificar o dinheiro ter entrado no clube e equilibrar as contas. (...) E-mails revelaram, por exemplo, que o patrocínio da Etihad ao Manchester City paga, na verdade, apenas 8 milhões de libras ao clube, e outros 59,9 milhões de libras são investidos pela ADUG, empresa de Mansur usada para comprar o City. Ou seja: uma forma de mascaram investimento como patrocínio. Segundo as regras da Uefa, o clube pode ser patrocinado por empresas ligadas aos seus donos, desde que os valores reflitam o valor de mercado. A revista Spiegel relatou que o clube fez várias manobras financeiras para driblar as violações da Uefa.

Um dos motivos da punição ao Manchester City, segundo informado pelo New York Times, seria justamente a apresentação de documentos falsificados pelo clube, tanto para autoridades inglesas quanto para a Uefa, sem efetivamente revelar os valores verdadeiros dos patrocínios.

Pipoca e cinema

No final de semana estreou o filme Avengers: Endgame. O impressionante foram as vendas de produtos para consumo durante o filme, o que inclui refrigerantes, pipocas e outras comidas. As receitas obtidas pela AMC Entertainement nos Estados Unidos, uma cadeia de cinemas que exibiu o filme nas suas salas, foram de 28 milhões de dólares. Como foram quatro dias, com várias exibições, e exibição do filme 63 mil vezes, isto corresponde a 444 dólares por exibição.

Fonte: aqui 

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Produtividade versus Procrastinação

14 maio 2019

Equilíbrio de Nash não pode ser alcançado

In 1950, John Nash — the mathematician later featured in the book and film “A Beautiful Mind” — wrote a two-page paper that transformed the theory of economics. His crucial, yet utterly simple, idea was that any competitive game has a notion of equilibrium: a collection of strategies, one for each player, such that no player can win more by unilaterally switching to a different strategy.

Nash’s equilibrium concept, which earned him a Nobel Prize in economics in 1994, offers a unified framework for understanding strategic behavior not only in economics but also in psychology, evolutionary biology and a host of other fields. Its influence on economic theory “is comparable to that of the discovery of the DNA double helix in the biological sciences,” wrote Roger Myerson of the University of Chicago, another economics Nobelist.


When players are at equilibrium, no one has a reason to stray. But how do players get to equilibrium in the first place? In contrast with, say, a ball rolling downhill and coming to rest in a valley, there is no obvious force guiding game players toward a Nash equilibrium.

It has always been a thorn in the side of microeconomists,” said Tim Roughgarden, a theoretical computer scientist at Stanford University. “They use these equilibrium concepts, and they’re analyzing them as if people will be at equilibrium, but there isn’t always a satisfying explanation of why people will be at Nash equilibrium as opposed to just groping around for one.”

If people play a game only once, it is often unreasonable to expect them to find an equilibrium. This is especially the case if — as is typical in the real world — each player knows only how much she herself values the game’s different outcomes, and not how much her fellow players do. But if people can play repeatedly, perhaps they could learn from the early rounds and rapidly steer themselves toward an equilibrium. Yet attempts to find such efficient learning methods have always come up dry.






“Economists have proposed mechanisms for how you can converge [quickly] to equilibrium,” said Aviad Rubinstein, who is finishing a doctorate in theoretical computer science at the University of California, Berkeley. But for each such mechanism, he said, “there are simple games you can construct where it doesn’t work.”

Now, Rubinstein and Yakov Babichenko, a mathematician at the Technion-Israel Institute of Technology in Haifa, have explained why. In a paper posted online last September, they proved that no method of adapting strategies in response to previous games — no matter how commonsensical, creative or clever — will converge efficiently to even an approximate Nash equilibrium for every possible game. It’s “a very sweeping negative result,” Roughgarden said.

Economists often use Nash equilibrium analyses to justify proposed economic reforms, Myerson said. But the new result says that economists can’t assume that game players will get to a Nash equilibrium, unless they can justify what is special about the particular game in question. “If you’re trying to figure out if your game will easily find an equilibrium,” said Noam Nisan, a computer scientist at the Hebrew University, “it’s on you to provide the argument why it would be.”

[...]

If this is going to take longer than the age of the universe,” said Sergiu Hart, a game theorist at the Hebrew University of Jerusalem, “it’s completely useless, of course.”

It might seem natural, almost obvious, that players will sometimes need to know everything about each other’s values to find a Nash equilibrium. The new paper shows, however, that this same limitation holds even if the players are willing to make do with an approximate Nash equilibrium — an important finding when it comes to real-world applications, in which an outcome that’s close to a Nash equilibrium is often good enough.


Fonte: aqui

Embraer + Boeing

Depois de uma série de batalhas legais e complicações políticas, parece que a Boeing finalmente poderá assumir o controle da divisão de aeronaves comerciais da Embraer. A Boeing pagará US $ 4,2 bilhões por 80% de participação na divisão. Também terá que financiar uma joint venture minoritária com a Embraer para ajudar a comercializar a aeronave de transporte militar KC390 fora do Brasil.
O acordo ainda está pendente, aguardando a aprovação de autoridades antitruste em todo o mundo: os reguladores chineses já anunciaram que só vão emitir uma decisão “não antes" do que o quarto trimestre de 2019, provavelmente em retaliação ao fiasco da Huawei. E dada a importância absoluta do mercado de aviação chinês, espere muita manobra diplomática de todas as partes envolvidas.
A Embraer é líder mundial no que já foi chamado de “aviões regionais”, significando aeronaves bimotoras de curto ou médio alcance, com capacidade para 130 passageiros. Pense neles como os primos menores do Boeing 737 e do Airbus A320, que são os principais impulsionadores das viagens aéreas em todo o mundo.
A família de E-Jets da Embraer, introduzida no serviço em 2004, teve um sucesso fenomenal, com 1.486 entregas e 114 pedidos firmes em 31 de dezembro de 2018. E a renovada família E-Jet E2, com novas asas, novos motores e outras melhorias, já tem 268 pedidos firmes.
A aquisição pendente da divisão pela Boeing é um dos maiores negócios da história recente da aviação comercial. Embora as autoridades antitruste possam aprovar o acordo com a lista usual de recomendações e atenuações, é mais um passo no caminho da consolidação da fabricação de aeronaves comerciais em todo o mundo.

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Prisão para ex-executivo da Autonomy

Em 2011, a empresa Hewlett Packard comprou a Autonomy por 42 dólares a ação. A transação foi aprovada, o que totalizava um valor de 10 bilhões de dólares. Logo depois, em 2012, a HP faz uma grande baixa contábil, de 8 bilhões, em razão “ligada a sérias inexatidões contábeis, falhas na publicação de dados e distorções completas”.

Alguns anos depois, o ex-chefe financeiro da empresa foi condenado a cinco anos de prisão, por fraude, em razão da venda da empresa. Sushovan Hussain (foto) também foi multado em 4 milhões, mais um adicional de 6 milhões. O juri considerou que Hussain fez declarações falsas a investidores, antes da aquisição.

Volkswagen e a demora da SEC

Em 2015, a empresa de automóveis Volkswagen foi acusada de usar um software ilegal para engar testes de poluição. Esta acusação já custou 29 bilhões de euros para a empresa.

Agora, segundo a Reuters, a justiça está questionando a demora da SEC em processar a VW. A SEC teria esperado até 2019, quando o processo estava finalizado. Na verdade, segundo a Reuters, a SEC começou o processo em janeiro de 2017, bem depois da acusação contra a empresa.

Um juiz da Califórnia, que está questionando a SEC, disse:

“Quero lembrar que o símbolo da SEC é o símbolo da águia. Não é um falcão de carniça que simplesmente desce quando tudo está acabado e vê o que pode obter do réu ”

Apesar de ser uma empresa alemã, a VW emitiu títulos no mercado dos Estados Unidos, quando a empresa já sabia dos problemas de emissão dos veículos.

Comprando um McLanche Feliz na Venezuela

A fotografia (via aqui) mostra que um Cajita Feliz (McDonald's Happy Meal ou McLanche Feliz no Brasil) na Venezuela. Em março custava 18.500 bolívares. O salário mínimo local era de 40 mil bolívares. Ou seja, é possível comprar dois McLanche com o salário mínimo.

Rir é o melhor remédio

13 maio 2019

Adele e a Contabilidade Pessoal

Depois do divórcio de Bezos, foi confirmada a notícia que a cantora Adele também estaria separando. Um texto da Forbes mostra não somente a importância do acordo pré-nupcial, mas a relevância da contabilidade pessoal e o aspecto comportamental deste tipo de acordo. Grifo do blog:

A notícia do divórcio de Adele e Simon Konecki foi surpreendente para muitos, mas surpresa maior foi a notícia de que a estrela e seu marido não teriam assinado um acordo pré-nupcial. Sob a lei da Califórnia (EUA), Konecki pode ter direito a até metade dos ganhos da cantora a partir do momento da oficialização da união. Se eles escolherem dar entrada na separação no Estado, onde possuem algumas propriedades e Konecki tem o escritório de sua empresa, o casal pode ter de dividir tudo de maneira uniforme. Adele já presenteou Konecki com uma propriedade no valor de mais de US$ 600.000, que alguns vêem como uma indicação de que a divisão pode ser amigável. A própria cantora disse em uma entrevista à “Vanity Fair” que o dinheiro “não é uma parte importante” da sua vida.

A falta de um acordo pré-nupcial pode parecer incomum na atmosfera quase contratual de Hollywood em torno dos relacionamentos e até do casamento. Há uma percepção de que esses documentos são parte da vida e que todas as pessoas ricas os possuem. Mas, na verdade, apenas cerca de 5% dos casados ​​têm acordos pré-nupciais, e apenas 15% dos divorciados dizem que se arrependem por não terem aderido ao contrato. Há advertências óbvias: Steven Spielberg descobriu da maneira mais difícil que os acordos pré-nupciais precisam ser um documento legal, um erro que lhe custou US$ 100 milhões. Ambos os lados precisam de aconselhamento adequado e uma contabilidade completa de seus ativos, o que pode tornar o custo de um acordo pré-nupcial financeiramente impraticável para alguns.

O outro lado do debate sobre o acordo pré-nupcial é emocional, baseado na percepção de que tal documento, ou mesmo o desejo de assiná-lo, significa predestinar o relacionamento ao fracasso. Pode até ser visto como uma indicação de que não há confiança na relação. A realidade é que um pré-nupcial é uma ferramenta constitucional importante, que pode ser usada para proteger os bens da família, tornar fácil as transições e responsabilizar os indivíduos. Em um clima em que até 50% dos casamentos acabam em divórcio, um acordo pré-nupcial ainda não é uma prática comum.

Decadência da Sears

A Sears, uma empresa de varejo fundada em 1893 já foi sinônimo de varejo no mundo. Até 1989 era o maior varejo dos Estados Unidos. Mas a decadência é tamanha que nos dias atuais a empresa não está nem entre as dez maiores empresas de comércio. Em outubro de 2018, a empresa decretou falência. Em janeiro, a empresa anunciou que tinha vencido uma ação judicial e permanecia com 425 lojas abertas.

Neste ano, a empresa acusou o seu ex-executivo, Eddie Lampert de saquear a empresa com transações fraudulentas. Isto incluía o desvio de marcas em detrimento da empresa, com auxílio de diretores. No caso destas marcas, a empresa rejeitou uma oferta de 1,6 bilhão de US$ em 2014.

A empresa de Lampert alega que as transações foram feitas de boa fé, para benefício dos acionistas.

Foto: Sears, no RJ

Café é essencial para vida?

Após a primeira guerra mundial, a Suíça estabeleceu uma política de estoques obrigatórios de determinados produtos. Entre os itens, açúcar, arroz, óleo de cozinha e ração animal. Para isto, governo exige que as empresas importadoras mantenham um estoque mínimo; em contrapartida, permite uma taxa de câmbio atrativa para as empresas.

Recentemente, o pequeno país europeu decidiu retirar o café da lista. Um texto da Quartz discorda da medida. Pesquisas mostram que o café permite que as pessoas sejam mais ativas nos trabalhos de grupo. As pessoas se tornam mais agradáveis e sociáveis.

Em outras palavras: em meio a um desastre natural ou a uma epidemia, quando a solução de problemas e a cooperação se tornam cruciais para a sobrevivência, precisamos mais do que nunca do café.

Rir é o melhor remédio


12 maio 2019

Esse negócio de dar lucro está ultrapassado

Um texto hilário, criativo e inteligente, indicado pelo professor Cláudio Santana.

Carlos Sandoval é um executivo fictício fruto da imaginação de Ricardo Mioto, que está lançando pela Record o livro "Breve História Bem-Humorada do Brasil". (Que pretendo ler em breve! Este texto foi muito bem escrito e espero que o livro seja tão prazeroso quanto.)

Meu nome é Carlos Sandoval e sou CEO de uma grande empresa brasileira. Venho a público pedir um pouco de paciência aos acionistas com os nossos prejuízos. A culpa é dos ‘não recorrentes’ — nossa não recorrência de vendas, por exemplo. Veja que houve imprevistos cambiais também. Tivemos azar. Se a cotação do dólar estivesse no patamar de 2016 na hora em que fechamos as vendas e no nível de 1995 quando compramos os insumos, teríamos ganhado um caminhão de dinheiro. Só um cego não enxerga o potencial deste negócio.

É verdade que estamos um pouco alavancados. Fizemos uma conta aqui. Pegue nosso prejuízo líquido de R$ 232 milhões, impactado pelo custo da dívida. Agora pense no que eu sempre digo para os nossos jovens talentos: temos que fazer benchmark com os melhores. No caso, o governo japonês. Se conseguíssemos renegociar os juros que pagamos, levando-os a valores negativos, podemos multiplicar nossa dívida por 40 e teremos lucro líquido de R$ 32 bilhões no próximo ciclo.

Sugeri apresentar esse número no balanço como o “lucro líquido ajustadíssimo”. Disseram que não é esse o conceito de ajuste. Propus então “lucro líquido projetado disruptivo”, porque “disruptivo”, “omnichannel” e “digital first” sempre pegam bem. Os auditores, chatíssimos, disseram que ficaria estranho. Estranho é o sujeito escolher passar a vida fuçando o balanço alheio.

Já o pessoal da nossa agência de publicidade, que estava aqui no dia, adorou a ideia. Quer dizer, tenho a impressão que não entenderam bem a coisa dos juros, mas apoiaram com entusiasmo — é assim que eu gosto, tem que estar no barco. Commitment! Agora estou sugerindo ao conselho que nossos balanços passem a ser auditados pela McCann.
[...]

Leia aqui o texto completo.

Desafio para seguradoras

Sobre a IFRS 17, um artigo do El País

Las compañías aseguradoras europeas se encuentran ante uno de los itinerarios normativos más retadores e interesantes de su historia. Se plantean nuevos hitos, una vez que ya se han adaptado a Solvencia II, normativa comunitaria que desde 2016 establece sus requisitos de capital en función de su nivel de riesgos y grado del control de estos.

Los desafíos en el horizonte son ahora de carácter contable y están ligados a la Normativa Internacional de Información Financiera 17, que se suele conocer por sus siglas NIIF (o IFRS por sus siglas en inglés). Tiene dentro de su alcance la contabilización de los contratos de seguro y será de aplicación a los ejercicios anuales cerrados a partir del 1 de enero de 2022. La nueva normativa aumentará la transparencia, pero al tiempo propiciará un sustancial incremento de la volatilidad de los resultados de las aseguradoras.

Tan pronto se apruebe una adaptación comunitaria antes de la fecha anterior, será de aplicación a las entidades cotizadas, aquellas sociedades que formulan cuentas anuales consolidadas y las que emiten títulos cotizados en los mercados. Asimismo, tras la anterior adaptación comunitaria y la adaptación a la regulación nacional de cada país, será de aplicación al resto de compañías aseguradoras.

La nueva normativa va a tener más trascendencia operativa que Solvencia II, si cabe. Será necesario un ímprobo esfuerzo en el reporting, los sistemas y procesos de las entidades. Si a esto se le une la adopción de la normativa contable de activos y pasivos financieros (NIIF 9, sobre la contabilización de los activos y pasivos financieros) y la próxima actualización de Solvencia II, el panorama regulatorio será tremendamente exigente. Las compañías de seguros de vida soportarán un mayor impacto, dada la naturaleza a largo plazo de sus obligaciones ligadas al pago de contingencias de fallecimiento o supervivencia en horizontes temporales relativamente más altos que sus análogas de seguros generales.

Si bien es cierto que en Solvencia II se estableció la relajación de ciertos criterios para las compañías de menor tamaño, en la nueva normativa contable no se establece una menor carga regulatoria por razón del tamaño. No obstante, se permiten ciertas simplificaciones en los métodos cuantitativos de medición de los contratos de seguro. Además, al compartir bastantes principios con Solvencia II, puede reforzar el vaticinio que ya se hizo en ese caso: propiciar operaciones de concentración para las compañías con menor masa crítica.

En definitiva, lejos de acabar la vorágine regulatoria que impulsó la última crisis en el sector financiero, para las aseguradoras va a tener prolongación en el tiempo en un contexto financiero que no será fácil para ellas en un escenario persistente de bajos tipos de interés.

Ignacio Blasco e Iratxe Galdeano son profesores de Afi Escuela de Finanzas.

Spread bancário e recuperação de crédito no Brasil

A taxa básica de juros da economia está, já há algum tempo, no seu patamar mais baixo da história. Mesmo assim, os bancos brasileiros continuam no topo quando o assunto é spread bancário, a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e o que cobram quando o emprestam. E uma das explicações para isso, segundo especialistas, pode estar numa área em que o Brasil é um dos piores do mundo: a recuperação de crédito.

Uma comparação internacional feita em artigo assinado pelos economistas Vitor Vidal, da LCA Consultores, e Marcel Balassiano, do Ibre/FGV, mostra que, ao mesmo tempo em que tem o segundo maior spread bancário do mundo (atrás apenas de Madagáscar), o Brasil está entre os piores países em termos de recuperação judicial de crédito. Segundo dados do Banco Mundial, por aqui, apenas US$ 0,13 são recuperados de cada US$ 1 emprestado – a metodologia do banco considera o valor recuperado quando há execução de dívidas. A média mundial está em US$ 0,34 por US$ 1. Essa baixa recuperação de crédito impacta diretamente os custos administrativos dos bancos, um dos componentes do spread.

[...]

Quando se compara o ranking de recuperação de crédito com o de spread bancário, também com dados do Banco Mundial, é possível verificar que os países com a menor taxa de recuperação são também aqueles com os maiores spreads. No Japão, país com o menor spread do mundo, são recuperados US$ 0,92 a cada US$ 1. Assim como o Brasil, Madagáscar, que registra o maior spread, está entre os piores na recuperação de crédito (US$ 0,11 a cada US$ 1).

Para Vidal e Balassiano, autores do artigo, a correlação entre baixa recuperação judicial de crédito e spread elevado “mostra como a segurança jurídica em caso de calote afeta diretamente os custos administrativos para emprestar”.

Fonte: aqui

11 maio 2019

Plágio

Dois casos de plágios relatados pela Fapesp. No primeiro, a Duke, uma prestigiosa universidade dos EUA, aceitou pagar 112,5 bilhões de dólares para encerrar um processo onde uma ex-pesquisadora da instituição foi acusada de falsificar dados apresentados para entidades do governo de fomento à pesquisa.

O escândalo chamou a atenção não apenas pelas cifras, mas também por recorrer a uma legislação raramente utilizada em casos de integridade científica: a Lei de Alegações Falsas, que pune quem comete fraudes usando recursos federais com o pagamento de indenizações vultosas, equivalentes a até três vezes o dinheiro desviado ou obtido irregularmente. A maior parte dos US$ 112,5 milhões irá para as agências de fomento que financiaram projetos com dados falsificados. A lei também permite que denunciantes recebam até 30% da indenização estabelecida. No caso de Duke, o autor da ação, Joseph Thomas, vai receber US$ 33,75 milhões. “O acordo envia uma forte mensagem de que a fraude e a desonestidade não serão toleradas no processo de financiamento de pesquisa”, afirmou, em nota oficial, o Departamento de Justiça.


(Uma pergunta: um pesquisador de uma universidade federal no Brasil estaria usando recursos públicos? )

O segundo caso é do padre canadense Thomas Rosica, de 60 anos, que copiou trechos sem mencionar a fonte. A investigação concluiu que o padre era um plagiador antigo, tendo usado trabalhos de teólogos, jornalistas e cardeais. (Não resisti ao ler a notícia: será punido em dobro, não?)

Fracasso pode ser bom

Na política, o fracasso às vezes funciona melhor que o sucesso. (...) 

Fiquei sem saber se isto fazia sentido. O texto citava Trump, onde o fracasso em conter a imigração ilegal pode trazer mais votos no futuro, já que continua sendo um problema. Será a posição do governo brasileiro atual em relação à previdência?

Nós nos lisonjeamos de que vivemos em uma meritocracia na qual o sucesso é recompensado e o fracasso punido. Mas em muitos casos, isso é um mito. Às vezes, vivemos no mundo dos vendedores de óleo de cobra , brilhantemente descrito (pdf) por Werner Troesken, no qual é o fracasso que é recompensado. Nossas instituições econômicas e políticas são todos mecanismos de seleção e, às vezes, selecionam não para o sucesso, mas para o fracasso.

Rir é o melhor remédio


10 maio 2019

Relatório de Auditoria da Vale

Após analisar o balanço da Vale do primeiro trimestre, a auditoria PricewaterhouseCoopers alerta que, apesar de a mineradora ter feito provisão bilionária para gastos relacionados à tragédia de Brumadinho, os valores “deverão ser revistos e poderão vir a ser ajustados de forma significativa”. A observação é assinada por Patricio Marques Roche e consta do parecer do auditor que acompanha o balanço da Vale.

“Chamamos a atenção para as informações contábeis intermediárias, individuais e consolidadas, que descrevem as ações tomadas pela companhia e os impactos nas informações contábeis, relacionados com o rompimento da Barragem de Brumadinho”, cita o auditor. Ele reconhece que os valores incluídos no balanço foram calculados com base “nas suas melhores estimativas e premissas”.

Mas o auditor destaca que “em decorrência da natureza e das incertezas inerentes a esse tipo de evento, os valores reconhecidos e/ou divulgados deverão ser revistos e poderão vir a ser ajustados de forma significativa em períodos futuros, à medida que novos fatos e circunstâncias sejam conhecidos”.


Fonte: Aqui

Plagiando você mesmo

Recentemente publicamos um caso de auto-plágio. Um periódico retirou um artigo que tinha sido anteriormente publicado em chinês. O professor australiano Mark Israel defende que em certos casos o auto-plágio pode ser eticamente justificável.

Segundo Israel, em muitos casos as entidade que financiam a pesquisa em alguns países querem maximizar os resultados, apoiando a publicação na língua do país e em língua inglesa. Isto ocorre, por exemplo, na Noruega. Isto pode também incluir a possibilidade de um artigo também ser publicado como capítulo de um livro.

Israel apresenta o seguinte conselho: avalie se as razões do auto-plágio são eticamente defensáveis, busque o consentimento dos envolvidos na primeira publicação e na nova publicação (isto inclui o reconhecimento que o texto foi publicado anteriormente) e conste isto no currículo claramente.

Rir é o melhor remédio


09 maio 2019

Frase

Em diversos locais (aqui, por exemplo), o destaque para uma frase do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco:

“Lucro é variável contábil, não é relevante. O relevante é a geração de caixa, o mercado de capitais gostou do balanço”

Disse ainda:

“contabilidade é importante, mas não para decisões econômicas”.

Quando você pensa que a pior já passou pela empresa... Bom, em termos financeiros, o caixa é importante. Entretanto, muitos desembolsos e recebimentos dependem da variável irrelevante, o lucro. É o caso da participação nos lucros (em uma empresa normal) ou os tributos. Além disto, muitas dívidas possuem seus encargos atrelados as medidas contábeis.

Duas hipótese aqui:

a) CB não sabia o que estava falando. Portanto, não entende de finanças, contabilidade, ...

b) CB sabia que era uma besteira sua frase, mas queria valorizar uma variável que teve melhor desempenho na empresa. Neste caso, CB acha que o mercado é idiota.

Não são boas hipóteses.

Novo regulador

Já comentamos várias vezes no Contabilidade Financeira sobre o Financial Reporting Council, ou FRC. Trata-se do regulador independente para auditores, contadores e atuários, com atuação no Reino Unido e Irlanda. Além disto, o FRC trata de governança, com foco na transparência e integridade para os investidores.

Sua fonte de financiamento são os auditores, sendo o Conselho de Administração nomeado pelo governo. A entidade possui três comitês de governança, dois de negócios e três conselhos consultivos. Aparentemente, o trabalho do FRC não está agradando. Na falência do HBOS, o FRC indicou funcionários e ex-funcionários da KPMG para investigar a qualidade da auditoria realizada pela... KPMG. A notícia surgiu em 2013 e em setembro de 2017 a FRC concluiu que a KPMG não era culpada pelas irregularidades ocorridas na HBOS.

O problema ficou mais sério na falência da Carillion. A empresa de auditoria era a ... KPMG. A FRC iniciou uma investigação. Em março o FRC indicou a A & O Consulting para fazer uma análise no trabalho que foi realizado pela KPMG. A CEO da empresa, Sally Dewar, já trabalhou no J.P. Morgan e ... na KPMG. (É bem verdade que foi há 20 anos)

Em março de 2019, a partir de uma sugestão de três meses antes, o governo britânico lançou uma consulta para criar um novo regulador. Trata-se da Audit, Reporting and Governance Authority. A proposta inclui a necessidade da nova entidade de prestar contas ao parlamento e possui um foco na questão da concentração das empresas de auditoria. O novo órgão pode impor sanções e exigir explicações dos auditores para falhas.

Queda de preço

As ações fecharam em 24,3 unidades monetárias, o que significa um valor de mercado de 509 milhões. Hoje, na abertura do mercado, as ações foram cotadas a 19,4. Uma queda de 20% entre o fechamento do mercado e o início das cotações no dia de hoje. Isto significa 181 milhões de dólares em valor de mercado.

O gráfico mostra que nos últimos dias o preço da ação tinha subido muito. Foi mais de 50%.

Obviamente ocorreu algo entre a tarde de ontem e o início do dia de hoje. Algo muito importante. A cotação acima é do Ajax, clube de futebol da Holanda, que perdeu uma partida no dia de ontem para o Tottenham, e está fora das finais da Champions. Era o grande favorito do jogo.

Contadores podem mudar o mundo

Saiu no Cinco Dias, da Espanha, um artigo com o título "Los contables pueden cambiar el mundo". Em negrito alguns pontos interessantes do artigo:

Hace 35 años tuve que decidir mi futuro profesional. Por aquel entonces, ya estaba altamente inclinado a dedicarme a la profesión contable, los llamados accountants en los países anglosajones. Me motivó esta profesión al saber de contables ilustres, siendo el primero de ellos Lucca Pacioli, un matemático franciscano que en 1494 publicó un tratado en donde nació la “partida doble”, un invento universal que cambió el mundo de la contabilidad, y que puede equipararse a lo que en otros campos ha sido la penicilina, el teléfono o el transistor. De hecho, este franciscano es considerado el padre de la contabilidad y nos dejó una célebre frase: “No te vayas a dormir hasta que tus débitos y tus créditos sean iguales”. Es decir, la esencia de la partida doble.

También ha habido gran cantidad de accountants que fundaron pequeñas compañías en los siglos XIX y XX y que después se han convertido en firmas de auditoría internacionales de tamaño considerable. Entre todos ellos, quiero destacar a un inglés llamado William Welch Deloitte, que en 1845 fundó un pequeño despacho en Londres y que si hoy levantara la cabeza no creería lo que su firma, Deloitte, ha llegado a ser en la actualidad. Estas grandes firmas son altamente necesarias para asesorar a los empresarios y directivos de las empresas y también al sector público. Según un estudio del Fondo Monetario Internacional, el sector público posee activos por el doble de valor que el sector privado. De ello se denota una falta de información a la vez que una gestión poco orientada a la obtención del máximo valor añadido en beneficio de la sociedad.

También ha habido mujeres como Olivia Kirtley, que fue nombrada por la NACD como una de las mejores profesionales en gobierno corporativo en los EE UU. Fue una gran defensora de la transparencia corporativa, y participó intensamente en la reconstrucción de la confianza pública en la información financiera después de Enron y WorldCom. Fue elegida presidenta de la IFAC en 2014, y en la actualidad sigue promoviendo las buenas prácticas profesionales de transparencia corporativa.

Existe, por otro lado, un gran grupo de contables que, en lugar de dedicarse a la prestación de servicios, se han dedicado al mundo de los negocios dejando importantes huellas en el mundo. Uno de los célebres fue JP Morgan, quien, siguiendo la estela de su padre, se orientó a las finanzas y después a la compraventa de empresas para su posterior reestructuración. Pero lo más importante fue que contribuyó al rescate de la banca estadounidense en 1890 y a paliar el pánico financiero de EEUU en 1906. Murió en 1907 en Roma mientras dormía plácidamente, y en su honor Wall Street se paralizó ese día hasta el mediodía.

Cabe también mencionar a John D. Rockefeller, un emprendedor con gran pasión por los números y la contabilidad, que a los 16 años fue CPA y trabajó en una firma de contables llamada Hewit & Tutti. Llegó a crear la compañía petrolera más grande de EE UU, la Standard Oil Company, y revolucionó la industria del petróleo centrándose en el refino y la distribución como palancas de valor en detrimento de la extracción, que es lo que entonces se consideraba esencial. Por último, entre estos grandes contables y hombres de negocio, cabe destacar a Phil Knight, que estudió la carrera de administración de empresas en Oregón y que siendo un hábil comercial y periodista fundó la empresa Nike, que gestionó como primer ejecutivo durante muchos años. Todos estos grandes hombres han aportado gran valor a la sociedad y han cambiado la vida de las personas y por consiguiente el mundo.

En otros planos, podemos reseñar otros contables que también nos han aportado mucho, como Frank J, Wilson, un funcionario del tesoro americano que revisó más de dos millones de apuntes contables de la contabilidad de Al Capone y le llevó finalmente a la cárcel. Mr. Wilson es considerado como uno de los precursores de la investigación forense, que hoy es una extendida disciplina profesional de gran utilidad para la lucha contra el fraude y las malas prácticas. No quiero dejar de nombrar a Yitzhak Stern, un contable que durante la Segunda Guerra Mundial junto a su amigo Oskar Schindler, salvaron la vida a gran número de judíos y, todo ello, llevando unas listas de pseudo especialistas en procesos fabriles que presuntamente favorecían a la producción alemana.

En la actualidad somos más de nueve millones de contables en el mundo, crecemos anualmente a niveles de dos dígitos y generamos un volumen de actividad de alrededor del 60% del PIB español. Las firmas de auditoría por si solas emplean a más de un millón cuatrocientas mil personas y facturan alrededor de 200.000 millones de dólares al año. Viendo únicamente estas cifras constatamos la importancia de la profesión contable en el mundo, pero lo verdaderamente importante es la contribución que hace este colectivo al mundo. Recientemente leí un artículo que decía que un contable ayudó intensamente a un empresario a mejorar su negocio y tras ello, mejoró su vida, la vida de su familia, la de sus empleados y la de todos los colectivos que estaban relacionados con esa empresa. Estas pequeñas aportaciones multiplicadas por los nueve millones de contables que somos en el mundo, genera un incremento de valor de gran magnitud a la economía, que aporta mejoras en el entorno de los negocios y que van introduciendo cambios en el mundo para hacerlo mejor y más sostenible.

Después de más de treinta años de profesión, he podido constatar lo mucho que hacemos y lo importante que es tener contables en la sociedad. Podemos cambiar el mundo y debemos hacerlo, porque en verdad queremos y estamos implicados en ello.

Carlos Puig de Travy es presidente del Registro de Economistas Auditores del Consejo General de Economistas

Rir é o melhor remédio


08 maio 2019

Vantagens e Desvantagens da tributação brasileira

Em um artigo em abril, Bernardo Apy faz uma listagem interessante das vantagens e desvantagens do modelo brasileiro de tributação:

O modelo brasileiro é complementado pelo regime de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), pelo qual o montante correspondente à aplicação de uma taxa básica de juros de longo prazo sobre o capital da empresa pode ser deduzido como despesa, sendo tributado na fonte à alíquota de 15% quando de sua distribuição.

Este sistema tem aspectos positivos e negativos. Entre os aspectos positivos destacam-se sua simplicidade, a inexistência de tributação em cascata e o regime de JCP, que reduz a diferença entre a tributação dos rendimentos do capital próprio dos acionistas e do capital de terceiros (dívida), o que desestimula a alavancagem excessiva das empresas.

Em contrapartida, o modelo brasileiro também tem aspectos negativos relevantes. Por um lado, a alíquota de 34% cobrada das empresas tornou-se elevada para os padrões mundiais, num contexto em que vários países vêm reduzindo o Imposto de Renda cobrado das empresas como forma de atração de investimentos (em 2018, por exemplo, os EUA reduziram a alíquota federal do Imposto de Renda corporativo de 35% para 21%). Ao contrário do Brasil, no entanto, a maioria dos países tributa a distribuição de dividendos.

Por outro lado, o modelo atual também gera distorções distributivas. Em princípio, se o lucro for tributado a 34% na empresa e não for tributado na pessoa física (à alíquota de 27,5%), não parece haver problema. No entanto, quando as empresas conseguem reduzir de forma significativa o imposto recolhido sobre seus lucros (e a legislação brasileira abre muitas possibilidades de redução), a isenção na distribuição resulta numa baixa tributação dos valores recebidos pelos sócios e acionistas. Este problema é especialmente relevante no caso dos regimes simplificados de tributação, como o lucro presumido. A título de exemplo, um profissional liberal que receba por meio de uma empresa do lucro presumido será tributado sobre apenas 32% da receita, podendo distribuir todo o lucro (que pode superar 80% da receita) sem tributação na pessoa física.

Trump e sua declaração de imposto de renda

Em 1987 a capa da revista Newsweek elogiava Donald Trump. Mas uma reportagem do NY Times mostra que Trump “parece” ser uma “fraude” nos seus negócios. Em 2017, o blog já comentava sobre a questão da renda de Trump:

Há mais de cinquenta anos, os candidatos à presidência dos Estados Unidos adotaram uma política de liberar seu imposto de renda. Apesar disto não ser obrigado por lei, o bom costume persistiu até a última eleição, quando o ganhador e bilionário Donald Trump recusou a divulgar seu imposto de renda.  A recusa levantou uma série de especulações sobre seus negócios, incluindo o não pagamento de impostos por algum tipo de dedução fiscal, e a existência de relações comerciais com a Rússia, fato que poderia gerar dúvidas sobre o apoio ou não daquele país ao candidato.  

A notícia do NYT (via aqui) é sobre o período entre 1985 a 1994, o que inclui a capa da revista. Neste período, os negócios de Trump estavam indo muito mal. Em 8 dos 10 anos, Trump não pagou imposto de renda.

"Suas perdas foram tão grandes que, em 1991, foram responsáveis ​​por 1% de todas as perdas de negócios declaradas naquele ano pelos contribuintes americanos", escreveu Susanne Craig .

Durante muitos anos, Donald escondeu sua situação financeira. Em 1985 ele perdeu 46 milhões de dólares e por uma década as perdas foram de 1 bilhão. E estas perdas fizeram ele não pagar os impostos.

Um fato curioso: Fred Trump, pai do presidente, só teve uma grande perda entre 1990 e 1991, de 15 milhões de dólares, investidos em um projeto do filho.

Rir é o melhor remédio

E Jesus disse: Eis que dois homens saíram para comprar um carro novo. O carro do primeiro homem era bom e servia bem ao seu dono; mas o segundo homem tinha um carro que era um abacaxi.

Passado um tempo, os dois homens se cansaram de seus carros e desejaram vendê-los. Foram ao mercado. O primeiro falou com a multidão que se reuniu ali, dizendo honestamente: Meu carro é bom e você deveria pagar um bom preço por ele. O segundo homem deu um falso testemunho e disse: Meu carro é bom, e você deveria pagar um bom preço por ele.

Então a multidão olhou entre os carros e disse-lhes: Como podemos saber qual de vós diz a verdade e qual deseja vender um abacaxi?

E a multidão decidiu não cobrar nenhum dos carros como se fossem bons, mas pagar um pouco menos que esse preço.

Agora, o homem com um bom carro, ouvindo isso, retirou seu carro do mercado, dizendo à multidão: Se não vão pagar o preço justo pelo meu bom carro, então eu não irei vendê-lo.

Mas o homem com um carro ruim disse: Eu vou vender meu carro por esse preço. Ele sabia que seu carro era ruim.

Mas quando o primeiro homem partiu, a multidão voltou ao segundo homem e disse: Se teu carro é bom, por que então qual a razão de querer vender quando pagaremos menos do que vale? Ele deve ser um abacaxi e nós pagaremos apenas o preço de um carro ruim.

O segundo homem ficou chateado por ter sido descoberto; mas ele não podia negar a conclusão do mercado, e assim vendeu seu carro pelo preço de um abacaxi.

E a multidão argumentou: Se alguém vier agora vender seu carro para nós, esse carro deve ser um abacaxi; só pagaremos o preço de um abacaxi.


Via aqui

07 maio 2019

Testemunho em igreja comprova existência de bens penhoráveis

Saiu no migalhas:

A 5ª turma do TRT da 2ª região negou provimento ao recurso de um homem que alegava não ser sócio da empresa de seu irmão em processo de penhora para pagar um trabalhador. O colegiado verificou que o testemunho dado na igreja pelo seu irmão comprovou a existência de inúmeros bens e a sociedade entre eles.
(...)

Relator, o desembargador José Ruffolo entendeu que ele é sócio de seu irmão. O magistrado verificou o testemunho dado na igreja por seu irmão, o qual afirmou que deixou de ser servente de pedreiro e se tornou um empresário bem-sucedido, proprietário de vários bens. O relator averiguou que todos esses bens declarados estão em nome do irmão.

Mantendo a penhora, o relator afirmou: “Por graça do Altíssimo, então, R* recebeu dádivas celestiais, inclusive o imóvel penhorado, os quais foram registrados em nome de um terceiro, no caso o seu irmão N*. Então, é possível afirmar que R* é sócio de N* não porque assim quiseram os homens, mas sim porque Deus o quis! Ora, não me cabe perquirir Suas razões, estas são insondáveis! O fato é que pagar o que deve também é obrigação do cristão”.

Para o magistrado, restou demonstrado que os irmãos têm comunhão de interesses comerciais, com amplos poderes para gerir e administrar os negócios e o patrimônio, como trata a hipótese de sócio oculto.

Assim, negaram provimento ao recurso do irmão.

Processo:0003021-61.2012.5.02.0202
Veja a decisão.