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10 maio 2019

Relatório de Auditoria da Vale

Após analisar o balanço da Vale do primeiro trimestre, a auditoria PricewaterhouseCoopers alerta que, apesar de a mineradora ter feito provisão bilionária para gastos relacionados à tragédia de Brumadinho, os valores “deverão ser revistos e poderão vir a ser ajustados de forma significativa”. A observação é assinada por Patricio Marques Roche e consta do parecer do auditor que acompanha o balanço da Vale.

“Chamamos a atenção para as informações contábeis intermediárias, individuais e consolidadas, que descrevem as ações tomadas pela companhia e os impactos nas informações contábeis, relacionados com o rompimento da Barragem de Brumadinho”, cita o auditor. Ele reconhece que os valores incluídos no balanço foram calculados com base “nas suas melhores estimativas e premissas”.

Mas o auditor destaca que “em decorrência da natureza e das incertezas inerentes a esse tipo de evento, os valores reconhecidos e/ou divulgados deverão ser revistos e poderão vir a ser ajustados de forma significativa em períodos futuros, à medida que novos fatos e circunstâncias sejam conhecidos”.


Fonte: Aqui

Plagiando você mesmo

Recentemente publicamos um caso de auto-plágio. Um periódico retirou um artigo que tinha sido anteriormente publicado em chinês. O professor australiano Mark Israel defende que em certos casos o auto-plágio pode ser eticamente justificável.

Segundo Israel, em muitos casos as entidade que financiam a pesquisa em alguns países querem maximizar os resultados, apoiando a publicação na língua do país e em língua inglesa. Isto ocorre, por exemplo, na Noruega. Isto pode também incluir a possibilidade de um artigo também ser publicado como capítulo de um livro.

Israel apresenta o seguinte conselho: avalie se as razões do auto-plágio são eticamente defensáveis, busque o consentimento dos envolvidos na primeira publicação e na nova publicação (isto inclui o reconhecimento que o texto foi publicado anteriormente) e conste isto no currículo claramente.

Rir é o melhor remédio


09 maio 2019

Frase

Em diversos locais (aqui, por exemplo), o destaque para uma frase do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco:

“Lucro é variável contábil, não é relevante. O relevante é a geração de caixa, o mercado de capitais gostou do balanço”

Disse ainda:

“contabilidade é importante, mas não para decisões econômicas”.

Quando você pensa que a pior já passou pela empresa... Bom, em termos financeiros, o caixa é importante. Entretanto, muitos desembolsos e recebimentos dependem da variável irrelevante, o lucro. É o caso da participação nos lucros (em uma empresa normal) ou os tributos. Além disto, muitas dívidas possuem seus encargos atrelados as medidas contábeis.

Duas hipótese aqui:

a) CB não sabia o que estava falando. Portanto, não entende de finanças, contabilidade, ...

b) CB sabia que era uma besteira sua frase, mas queria valorizar uma variável que teve melhor desempenho na empresa. Neste caso, CB acha que o mercado é idiota.

Não são boas hipóteses.

Novo regulador

Já comentamos várias vezes no Contabilidade Financeira sobre o Financial Reporting Council, ou FRC. Trata-se do regulador independente para auditores, contadores e atuários, com atuação no Reino Unido e Irlanda. Além disto, o FRC trata de governança, com foco na transparência e integridade para os investidores.

Sua fonte de financiamento são os auditores, sendo o Conselho de Administração nomeado pelo governo. A entidade possui três comitês de governança, dois de negócios e três conselhos consultivos. Aparentemente, o trabalho do FRC não está agradando. Na falência do HBOS, o FRC indicou funcionários e ex-funcionários da KPMG para investigar a qualidade da auditoria realizada pela... KPMG. A notícia surgiu em 2013 e em setembro de 2017 a FRC concluiu que a KPMG não era culpada pelas irregularidades ocorridas na HBOS.

O problema ficou mais sério na falência da Carillion. A empresa de auditoria era a ... KPMG. A FRC iniciou uma investigação. Em março o FRC indicou a A & O Consulting para fazer uma análise no trabalho que foi realizado pela KPMG. A CEO da empresa, Sally Dewar, já trabalhou no J.P. Morgan e ... na KPMG. (É bem verdade que foi há 20 anos)

Em março de 2019, a partir de uma sugestão de três meses antes, o governo britânico lançou uma consulta para criar um novo regulador. Trata-se da Audit, Reporting and Governance Authority. A proposta inclui a necessidade da nova entidade de prestar contas ao parlamento e possui um foco na questão da concentração das empresas de auditoria. O novo órgão pode impor sanções e exigir explicações dos auditores para falhas.

Queda de preço

As ações fecharam em 24,3 unidades monetárias, o que significa um valor de mercado de 509 milhões. Hoje, na abertura do mercado, as ações foram cotadas a 19,4. Uma queda de 20% entre o fechamento do mercado e o início das cotações no dia de hoje. Isto significa 181 milhões de dólares em valor de mercado.

O gráfico mostra que nos últimos dias o preço da ação tinha subido muito. Foi mais de 50%.

Obviamente ocorreu algo entre a tarde de ontem e o início do dia de hoje. Algo muito importante. A cotação acima é do Ajax, clube de futebol da Holanda, que perdeu uma partida no dia de ontem para o Tottenham, e está fora das finais da Champions. Era o grande favorito do jogo.

Contadores podem mudar o mundo

Saiu no Cinco Dias, da Espanha, um artigo com o título "Los contables pueden cambiar el mundo". Em negrito alguns pontos interessantes do artigo:

Hace 35 años tuve que decidir mi futuro profesional. Por aquel entonces, ya estaba altamente inclinado a dedicarme a la profesión contable, los llamados accountants en los países anglosajones. Me motivó esta profesión al saber de contables ilustres, siendo el primero de ellos Lucca Pacioli, un matemático franciscano que en 1494 publicó un tratado en donde nació la “partida doble”, un invento universal que cambió el mundo de la contabilidad, y que puede equipararse a lo que en otros campos ha sido la penicilina, el teléfono o el transistor. De hecho, este franciscano es considerado el padre de la contabilidad y nos dejó una célebre frase: “No te vayas a dormir hasta que tus débitos y tus créditos sean iguales”. Es decir, la esencia de la partida doble.

También ha habido gran cantidad de accountants que fundaron pequeñas compañías en los siglos XIX y XX y que después se han convertido en firmas de auditoría internacionales de tamaño considerable. Entre todos ellos, quiero destacar a un inglés llamado William Welch Deloitte, que en 1845 fundó un pequeño despacho en Londres y que si hoy levantara la cabeza no creería lo que su firma, Deloitte, ha llegado a ser en la actualidad. Estas grandes firmas son altamente necesarias para asesorar a los empresarios y directivos de las empresas y también al sector público. Según un estudio del Fondo Monetario Internacional, el sector público posee activos por el doble de valor que el sector privado. De ello se denota una falta de información a la vez que una gestión poco orientada a la obtención del máximo valor añadido en beneficio de la sociedad.

También ha habido mujeres como Olivia Kirtley, que fue nombrada por la NACD como una de las mejores profesionales en gobierno corporativo en los EE UU. Fue una gran defensora de la transparencia corporativa, y participó intensamente en la reconstrucción de la confianza pública en la información financiera después de Enron y WorldCom. Fue elegida presidenta de la IFAC en 2014, y en la actualidad sigue promoviendo las buenas prácticas profesionales de transparencia corporativa.

Existe, por otro lado, un gran grupo de contables que, en lugar de dedicarse a la prestación de servicios, se han dedicado al mundo de los negocios dejando importantes huellas en el mundo. Uno de los célebres fue JP Morgan, quien, siguiendo la estela de su padre, se orientó a las finanzas y después a la compraventa de empresas para su posterior reestructuración. Pero lo más importante fue que contribuyó al rescate de la banca estadounidense en 1890 y a paliar el pánico financiero de EEUU en 1906. Murió en 1907 en Roma mientras dormía plácidamente, y en su honor Wall Street se paralizó ese día hasta el mediodía.

Cabe también mencionar a John D. Rockefeller, un emprendedor con gran pasión por los números y la contabilidad, que a los 16 años fue CPA y trabajó en una firma de contables llamada Hewit & Tutti. Llegó a crear la compañía petrolera más grande de EE UU, la Standard Oil Company, y revolucionó la industria del petróleo centrándose en el refino y la distribución como palancas de valor en detrimento de la extracción, que es lo que entonces se consideraba esencial. Por último, entre estos grandes contables y hombres de negocio, cabe destacar a Phil Knight, que estudió la carrera de administración de empresas en Oregón y que siendo un hábil comercial y periodista fundó la empresa Nike, que gestionó como primer ejecutivo durante muchos años. Todos estos grandes hombres han aportado gran valor a la sociedad y han cambiado la vida de las personas y por consiguiente el mundo.

En otros planos, podemos reseñar otros contables que también nos han aportado mucho, como Frank J, Wilson, un funcionario del tesoro americano que revisó más de dos millones de apuntes contables de la contabilidad de Al Capone y le llevó finalmente a la cárcel. Mr. Wilson es considerado como uno de los precursores de la investigación forense, que hoy es una extendida disciplina profesional de gran utilidad para la lucha contra el fraude y las malas prácticas. No quiero dejar de nombrar a Yitzhak Stern, un contable que durante la Segunda Guerra Mundial junto a su amigo Oskar Schindler, salvaron la vida a gran número de judíos y, todo ello, llevando unas listas de pseudo especialistas en procesos fabriles que presuntamente favorecían a la producción alemana.

En la actualidad somos más de nueve millones de contables en el mundo, crecemos anualmente a niveles de dos dígitos y generamos un volumen de actividad de alrededor del 60% del PIB español. Las firmas de auditoría por si solas emplean a más de un millón cuatrocientas mil personas y facturan alrededor de 200.000 millones de dólares al año. Viendo únicamente estas cifras constatamos la importancia de la profesión contable en el mundo, pero lo verdaderamente importante es la contribución que hace este colectivo al mundo. Recientemente leí un artículo que decía que un contable ayudó intensamente a un empresario a mejorar su negocio y tras ello, mejoró su vida, la vida de su familia, la de sus empleados y la de todos los colectivos que estaban relacionados con esa empresa. Estas pequeñas aportaciones multiplicadas por los nueve millones de contables que somos en el mundo, genera un incremento de valor de gran magnitud a la economía, que aporta mejoras en el entorno de los negocios y que van introduciendo cambios en el mundo para hacerlo mejor y más sostenible.

Después de más de treinta años de profesión, he podido constatar lo mucho que hacemos y lo importante que es tener contables en la sociedad. Podemos cambiar el mundo y debemos hacerlo, porque en verdad queremos y estamos implicados en ello.

Carlos Puig de Travy es presidente del Registro de Economistas Auditores del Consejo General de Economistas

Rir é o melhor remédio


08 maio 2019

Vantagens e Desvantagens da tributação brasileira

Em um artigo em abril, Bernardo Apy faz uma listagem interessante das vantagens e desvantagens do modelo brasileiro de tributação:

O modelo brasileiro é complementado pelo regime de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), pelo qual o montante correspondente à aplicação de uma taxa básica de juros de longo prazo sobre o capital da empresa pode ser deduzido como despesa, sendo tributado na fonte à alíquota de 15% quando de sua distribuição.

Este sistema tem aspectos positivos e negativos. Entre os aspectos positivos destacam-se sua simplicidade, a inexistência de tributação em cascata e o regime de JCP, que reduz a diferença entre a tributação dos rendimentos do capital próprio dos acionistas e do capital de terceiros (dívida), o que desestimula a alavancagem excessiva das empresas.

Em contrapartida, o modelo brasileiro também tem aspectos negativos relevantes. Por um lado, a alíquota de 34% cobrada das empresas tornou-se elevada para os padrões mundiais, num contexto em que vários países vêm reduzindo o Imposto de Renda cobrado das empresas como forma de atração de investimentos (em 2018, por exemplo, os EUA reduziram a alíquota federal do Imposto de Renda corporativo de 35% para 21%). Ao contrário do Brasil, no entanto, a maioria dos países tributa a distribuição de dividendos.

Por outro lado, o modelo atual também gera distorções distributivas. Em princípio, se o lucro for tributado a 34% na empresa e não for tributado na pessoa física (à alíquota de 27,5%), não parece haver problema. No entanto, quando as empresas conseguem reduzir de forma significativa o imposto recolhido sobre seus lucros (e a legislação brasileira abre muitas possibilidades de redução), a isenção na distribuição resulta numa baixa tributação dos valores recebidos pelos sócios e acionistas. Este problema é especialmente relevante no caso dos regimes simplificados de tributação, como o lucro presumido. A título de exemplo, um profissional liberal que receba por meio de uma empresa do lucro presumido será tributado sobre apenas 32% da receita, podendo distribuir todo o lucro (que pode superar 80% da receita) sem tributação na pessoa física.

Trump e sua declaração de imposto de renda

Em 1987 a capa da revista Newsweek elogiava Donald Trump. Mas uma reportagem do NY Times mostra que Trump “parece” ser uma “fraude” nos seus negócios. Em 2017, o blog já comentava sobre a questão da renda de Trump:

Há mais de cinquenta anos, os candidatos à presidência dos Estados Unidos adotaram uma política de liberar seu imposto de renda. Apesar disto não ser obrigado por lei, o bom costume persistiu até a última eleição, quando o ganhador e bilionário Donald Trump recusou a divulgar seu imposto de renda.  A recusa levantou uma série de especulações sobre seus negócios, incluindo o não pagamento de impostos por algum tipo de dedução fiscal, e a existência de relações comerciais com a Rússia, fato que poderia gerar dúvidas sobre o apoio ou não daquele país ao candidato.  

A notícia do NYT (via aqui) é sobre o período entre 1985 a 1994, o que inclui a capa da revista. Neste período, os negócios de Trump estavam indo muito mal. Em 8 dos 10 anos, Trump não pagou imposto de renda.

"Suas perdas foram tão grandes que, em 1991, foram responsáveis ​​por 1% de todas as perdas de negócios declaradas naquele ano pelos contribuintes americanos", escreveu Susanne Craig .

Durante muitos anos, Donald escondeu sua situação financeira. Em 1985 ele perdeu 46 milhões de dólares e por uma década as perdas foram de 1 bilhão. E estas perdas fizeram ele não pagar os impostos.

Um fato curioso: Fred Trump, pai do presidente, só teve uma grande perda entre 1990 e 1991, de 15 milhões de dólares, investidos em um projeto do filho.

Rir é o melhor remédio

E Jesus disse: Eis que dois homens saíram para comprar um carro novo. O carro do primeiro homem era bom e servia bem ao seu dono; mas o segundo homem tinha um carro que era um abacaxi.

Passado um tempo, os dois homens se cansaram de seus carros e desejaram vendê-los. Foram ao mercado. O primeiro falou com a multidão que se reuniu ali, dizendo honestamente: Meu carro é bom e você deveria pagar um bom preço por ele. O segundo homem deu um falso testemunho e disse: Meu carro é bom, e você deveria pagar um bom preço por ele.

Então a multidão olhou entre os carros e disse-lhes: Como podemos saber qual de vós diz a verdade e qual deseja vender um abacaxi?

E a multidão decidiu não cobrar nenhum dos carros como se fossem bons, mas pagar um pouco menos que esse preço.

Agora, o homem com um bom carro, ouvindo isso, retirou seu carro do mercado, dizendo à multidão: Se não vão pagar o preço justo pelo meu bom carro, então eu não irei vendê-lo.

Mas o homem com um carro ruim disse: Eu vou vender meu carro por esse preço. Ele sabia que seu carro era ruim.

Mas quando o primeiro homem partiu, a multidão voltou ao segundo homem e disse: Se teu carro é bom, por que então qual a razão de querer vender quando pagaremos menos do que vale? Ele deve ser um abacaxi e nós pagaremos apenas o preço de um carro ruim.

O segundo homem ficou chateado por ter sido descoberto; mas ele não podia negar a conclusão do mercado, e assim vendeu seu carro pelo preço de um abacaxi.

E a multidão argumentou: Se alguém vier agora vender seu carro para nós, esse carro deve ser um abacaxi; só pagaremos o preço de um abacaxi.


Via aqui

07 maio 2019

Testemunho em igreja comprova existência de bens penhoráveis

Saiu no migalhas:

A 5ª turma do TRT da 2ª região negou provimento ao recurso de um homem que alegava não ser sócio da empresa de seu irmão em processo de penhora para pagar um trabalhador. O colegiado verificou que o testemunho dado na igreja pelo seu irmão comprovou a existência de inúmeros bens e a sociedade entre eles.
(...)

Relator, o desembargador José Ruffolo entendeu que ele é sócio de seu irmão. O magistrado verificou o testemunho dado na igreja por seu irmão, o qual afirmou que deixou de ser servente de pedreiro e se tornou um empresário bem-sucedido, proprietário de vários bens. O relator averiguou que todos esses bens declarados estão em nome do irmão.

Mantendo a penhora, o relator afirmou: “Por graça do Altíssimo, então, R* recebeu dádivas celestiais, inclusive o imóvel penhorado, os quais foram registrados em nome de um terceiro, no caso o seu irmão N*. Então, é possível afirmar que R* é sócio de N* não porque assim quiseram os homens, mas sim porque Deus o quis! Ora, não me cabe perquirir Suas razões, estas são insondáveis! O fato é que pagar o que deve também é obrigação do cristão”.

Para o magistrado, restou demonstrado que os irmãos têm comunhão de interesses comerciais, com amplos poderes para gerir e administrar os negócios e o patrimônio, como trata a hipótese de sócio oculto.

Assim, negaram provimento ao recurso do irmão.

Processo:0003021-61.2012.5.02.0202
Veja a decisão.