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28 junho 2018

Pesquisa

Gostaria de convidar você para participar de uma pesquisa para o trabalho final de dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade de Brasília (PPGCont - UnB) da minha orientanda Eduarda Augusta Sales Rodrigues. Esta pesquisa tem por objetivo compreender como você vê a previdência em sua vida.

Caso tenha interesse, o questionário pode ser acessado pelo link seguinte:

https://goo.gl/forms/RgduXnKZrdQqLQsI3

Peço, por gentileza, que divulgue​ a pesquisa e compartilhe o link entre os colegas e em suas listas de email.

Desde já, agradecemos a sua participação!

27 junho 2018

Limites Econômicos do Bitcoin e do Blockchain

Resumo:

The amount of computational power devoted to anonymous, decentralized blockchains such as Bitcoin’s must simultaneously satisfy two conditions in equilibrium: (1) a zero-profit condition among miners, who engage in a rent-seeking competition for the prize associated with adding the next block to the chain; and (2) an incentive compatibility condition on the system’s vulnerability to a “majority attack”, namely that the computational costs of such an attack must exceed the benefits. Together, these two equations imply that (3) the recurring, “flow”, payments to miners for running the blockchain must be large relative to the one-off, “stock”, benefits of attacking it. This is very expensive! The constraint is softer (i.e., stock versus stock) if both (i) the mining technology used to run the blockchain is both scarce and non-repurposable, and (ii) any majority attack is a “sabotage” in that it causes a collapse in the economic value of the blockchain; however, reliance on non-repurposable technology for security and vulnerability to sabotage each raise their own concerns, and point to specific collapse scenarios. In particular, the model suggests that Bitcoin would be majority attacked if it became sufficiently economically important — e.g., if it became a “store of value” akin to gold — which suggests that there are intrinsic economic limits to how economically important it can become in the first place.

Fonte: The Economic Limits of Bitcoin and the Blockchain Eric Budish NBER Working Paper No. 24717 Issued in June 2018




Custo do casamento em Uganda

Um vídeo da BBC mostra como o custo de um casamento em Uganda pode ser elevado. A cerimônia não é simplesmente algo religioso. Os noivos mostram para sociedade o respeito as tradições e fazem grandes esforços para ter uma grande e deslumbrante festa, algumas delas em resorts. O local é especialmente preparado, com música para ocasião e um grande banquete.

O resultado é que alguns casais assumem dívidas que não conseguem quitar depois do casamento. O vídeo também mostra isto.

(Fotografia aqui)

Remuneração

Talvez agora, com a derrubada da proibição de divulgação da remuneração dos executivos, possamos ter uma ideia melhor dos valores pagos. O Estadão informou que o executivo mais bem pago do país foi Murilo Ferreira:

O executivo mais bem pago do País em 2017 foi Murilo Ferreira, ex-presidente da Vale. Desligado da empresa em fevereiro de 2017, ele recebeu quase R$ 60 milhões no ano, conforme informações divulgadas na noite de segunda-feira, 25, pela companhia.

Também ficamos sabendo que o executivo do Itaú recebeu três vezes mais que o Bradesco.

Rir é o melhor remédio


26 junho 2018

Perdeu, mas não irá provisionar

Na quinta o Tribunal Superior do Trabalho condenou a empresa Petrobras a complementar o salário dos seus empregados. Segundo a estimativa, a empresa estatal deverá pagar, no futuro, 17 bilhões de reais. Além disto, a decisão aumenta a despesa de salários em 2,5 bilhões de reais.

A decisão é bastante polêmica, havendo possibilidade de recurso no próprio TST e no Supremo. Apesar da votação ter sido muito apertada, 13 votos a 12, o julgamento será extendido para os demais casos similares. No juridiquês do tribunal:

Considerando os fatos pretéritos e contemporâneos às negociações coletivas que levaram à criação da remuneração mínima por nível e regime – RMNR, pela Petrobras e empresas do grupo, positiva-se, sem que tanto conduza a vulneração do art. 7º, XXVI, da Constituição Federal, que os adicionais de origem constitucional e legal, destinados a remunerar o trabalho em condições especiais ou prejudiciais (adicionais de periculosidade e insalubridade, adicionais pelo trabalho noturno, de horas extras, repouso e alimentação e outros), não podem ser incluídos na base de cálculo, para apuração do complemento da RMNR, sob pena de ofensa aos princípios da isonomia, da razoabilidade, da proporcionalidade, da realidade e pela ínsita limitação à autonomia da vontade coletiva. Por outro lado, os adicionais criados por normas coletivas, regulamento empresarial ou descritos nos contratos individuais de trabalho, sem lastro constitucional ou legal, porque livres de tal império, podem ser absorvidos pelo cálculo do complemento de RMNR.


A empresa divulgou um fato relevante sobre o assunto. Conforme o Estadão:

Em fato relevante, a Petrobrás se posicionou sobre a derrota, que determinou a revisão do cálculo do Complemento da Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR). Segundo a companhia, não há impactos financeiros e econômicos imediatos para a companhia.

A Petrobrás diz ainda que "aguardará a publicação proferida para avaliar seu inteiro teor e tomar as medidas judiciais cabíveis em prol dos seus interesses e de seus investidores". A Petrobrás entende que a RMNR respeita as diferenças remuneratórias de cada regime e condição de trabalho, e respeita os adicionais previstos em leio e os acertados em acordo coletivo.

No comunicado, a estatal esclarece que a RMNR corresponde a valores remuneratórios mínimos, estabelecidos em tabelas específicas, tendo como parâmetros o nível da tabela salarial, o regime e condição de trabalho e a região geográfica de lotação.

Segundo a estatal, essa política remuneratória foi criada e implantada em 2007, mediante negociação coletiva com as representações sindicais e aprovada em assembleias pelos empregados, sendo questionada somente três anos após sua implementação. "A disputa reside na inclusão ou não dos adicionais dos regimes e condições especiais de trabalho no cálculo do Complemento da RMNR", completa a Petrobrás.

Segundo o Valor de ontem, a empresa não deve provisionar.

Mercado e Impeachment

Este artigo visa a contribuir para o estudo sobre a reação do mercado acionário a ponto de gerar retornos anormais ou retornos anormais acumulados significativos no período do impeachment brasileiro. Por meio da hipótese do mercado eficiente (HME), em sua forma semiforte, objetivou-se verificar se o impeachment presidencial ocorrido no Brasil em 2016, em 3 datas distintas, proveu a reação esperada do mercado acionário na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA). O tema é relevante, pois aborda aspectos políticos e de teoria econômica e suas interações nos mercados acionários. Impacta na área de mercados de capitais, porque sugere que agentes econômicos podem, por meio de suas expectativas e informações, verificar reações adversas no mercado. A metodologia empregada analiticamente incorpora breve revisão de literatura como base teórica acerca de instituições envolvidas e referencia historicamente eventos do impeachment. Quantitativamente, a metodologia consiste no estudo de eventos, de maneira que as expectativas são observadas por meio de modelos de regressão de séries temporais baseados nos modelos autorregressivos de médias móveis (autoregressive-moving-average- ARMA). O resultado encontrado, sob 3 importantes eventos que culminaram no impeachment presidencial brasileiro de 2016, foi que não se determinou nenhuma estatística significativa, em nível de 5%, em todas as janelas estimadas e em todos os eventos. Estatisticamente, não se pôde rejeitar a hipótese de que os retornos anormais e os retornos anormais acumulados fossem iguais a 0. Então, considerou-se que os mercados estavam bem informados em relação aos eventos, nessa situação específica, ou seja, segundo a HME, em sua forma semiforte, os mercados reagiram conforme o esperado.

(Aragão, Maia e Romero. Mercado acionário sob o impeachment presidencial brasileiro de 2016: um teste na forma semiforte da hipótese do mercado eficiente. Revista de Contabilidade e Finanças. 2018)

Diferença entre os países

Uma pergunta foi feita para 6.185 estudantes de 35 países:

Qual a contribuição - de 0 a 100% - que o seu país deu para a história?


Antes de prosseguir, pense esta pergunta para o Brasil. Lembre, qual seria a contribuição do Brasil, de 0 a 100%, na história da humanidade? Os pesquisadores não queriam medir o grau de importância de cada país. Ou mensurar o impacto de cada civilização na história da humanidade. Mas a pergunta tinha uma grande sutileza: apesar de ser impossível mensurar isto, a resposta dos estudantes revelam o grau de narcisismo dos habitantes.

O resultado para os estudantes dos Estados Unidos foi de 30%. Ou seja, eles consideram que quase um terço da história mundial teve a contribuição de um país fundado há menos de 500 anos. Conhecendo a autoestima deles, uma resposta já esperada. Mas a surpresa é que eles não foram os estudantes mais narcisistas. Os russos colocaram 61%, o percentual mais elevado. Os canadenses, um povo cordial e pacato, que a grande maioria das pessoas não sabe sequer o nome da sua capital, cravaram 40%. A Malásia - um pais da Ásia, cuja capital é Jacarta, teve uma média de 49%. E os portugueses? São modestos: acham que 38% da história mundial se deve a terrinha.

A soma da percentagem média dos 35 países foi de 1.156%, uma média de 33%. Estes valores foram maiores para os ex-comunistas, os islâmicos e sul da Ásia. A menor média: os protestantes europeus. Aproveitando, se você leu o texto e não percebeu de a capital da Malásia não Jacarta, mas Kuala Lampur, talvez seja um sintoma que talvez este país não seja tão relevante assim. Assim como os demais. E qual foi o seu percentual para o Brasil?

Rir é o melhor remédio


25 junho 2018

Um final feliz para Toshiba

Em 2015 um escândalo contábil revelou erros grosseiros na Toshiba. Entre os problemas, a empresa não estava reconhecendo os custos da sua unidade nuclear dos EUA, a Westinghouse. Os problemas levaram a Toshiba a vender sua unidade de chips por 18 bilhões de dólares, suas ações caíram na bolsa de Tóquio e

Agora a empresa anunciou que a SEC, a entidade que regula o mercado acionário dos Estados Unidos, tinha concluído a investigação sobre sua contabilidade; e o resultado não trouxe nenhuma multa para a empresa:

"Entendemos que todas as investigações da SEC relativas à nossa contabilidade foram concluídas", disse um porta-voz à Reuters, acrescentando que não houve penalidade nem censura.

E como mostra o gráfico, o preço das ações voltaram a subir.

Reduzir a alíquota pode ajudar no investimento e no endividamento

No final de 2017, o Congresso dos EUA aprovou uma reforma tributária, reduindo a carga tributária das empresas. Este é um assunto que interessa também ao Brasil, já que um dos argumentos é que esta redução permitiria um aumento nos investimentos, uma redução no endividamento e até mesmo um aumento na arrecadação, já que as empresas aumentaria suas receitas e isto teria um efeito positivo sobre o lucro, mesmo com a redução da alíquota.

Usando dados de outra lei, aprovada em 2005 nos Estados Unidos, um pesquisador verificou se a redução da alíquota pode realmente trazer benefício em termos de investimento, endividamento e impostos. É bom ressalvar que um trabalho como este sempre apresenta algumas simplificações, mas os resultados são apresentados na figura abaixo:

A linha azul apresenta os valores para as empresas que tiveram redução de impostos e a pontilhada são as empresas que não receberam nenhum benefício fiscal. O corte é o ano de 2005. Os resultados mostram que há um benefício claro na questão do investimento e endividamento. Entretanto, o pagamento de impostos não sofreu mudança expressiva (último gráfico)

Segurança alimentar e WalMart

A empresa WalMart tem sido acusada de diversas aspectos negativos. Com suas lojas imensas, a WalMart, por exemplo, eliminou muito pequeno comércio. Um estudo realizado por dois pesquisadores da Georgia State, outro da Samford e outro de Nairobi tentaram mensurar o efeito dos Supercenters na segurança alimentar da população. O foco no baixo custo por parte da empresa conduziu a um resultado até certo ponto surpreendente:

Os resultados sugerem que a proximidade com o Walmart Supercenter melhora a segurança alimentar de famílias e crianças, medida pelo número de respostas afirmativas a um questionário de insegurança alimentar e um indicador de insegurança alimentar. Os efeitos são maiores entre as famílias e crianças de baixa renda, mas também são importantes para as crianças de renda média.

Aqui e aqui