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11 julho 2017

Rigidez do gasto público: problemas e soluções

De 1991 a 2014, a despesa primária do governo central cresceu 9 pontos de percentagem do PIB, um crescimento da despesa da ordem de R$ 512 bilhões, dos quais 78,7% decorrente da expansão de programas de transferência de renda: Benefício Mensal de Prestação Continuada, seguro-desemprego e abono salarial, Bolsa Família, INSS e aposentadorias de servidores públicos. Essa tendência do crescimento da despesa do governo central foi agravada, nos últimos três anos, com a criação de novos programas, em especial, subsídios setoriais, subsídios para o Minha Casa Minha Vida e desoneração da folha de salários.

Há hoje na economia brasileira dois grandes problemas. No curto prazo, a despesa do governo central continua crescendo acima da sua receita, o que significa que o resultado continua deficitário. A meta de 2% do PIB de superávit primário até 2018 exigirá que o setor público arrecade R$ 200 bilhões a mais do que arrecadou em 2014.

No longo prazo, regras para previdência (INSS), educação e saúde sinalizam um crescimento da despesa de pelo menos seis pontos do PIB até 2030. Controlar o crescimento da despesa pública significa modificar as regras que determinam a dinâmica da despesa. Não há alternativa que não seja uma profunda reforma nas vinculações e regras de crescimento do gasto público para que um maior crescimento da economia não se transforme, automaticamente, no crescimento mais rápido da despesa.

Este texto aborda a questão da rigidez do gasto público, destacando possíveis mecanismos de desvinculação da despesa à receita e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Sem alterações das regras atuais que indexam a despesa pública ao crescimento da receita e ao crescimento do PIB, corre-se o risco da necessidade de um aumento da carga tributária de pelo menos oito pontos de percentagem do PIB até 2030, sem que isso signifique aumento da poupança e do investimento do setor público.

[...]


Fonte: aqui

Números e números

O Jornal Nacional anunciou com estardalhaço que o orçamento da Universidade de Brasília sofreu um corte de 45%.

Dois problemas sérios com esta notícia. O primeiro é que o orçamento não foi reduzido neste montante. Basicamente uma universidade possui a grande parte do seu orçamento vinculado ao pagamento de pessoal. Isto deve ultrapassar a 80% do orçamento. Neste grupo não teve corte. Os dois outros, investimento e outras despesas correntes, ficam com o restante. Imagine um orçamento de 1,5 bilhão sendo 1,2 de despesa com pessoal. Para que o corte tenha sido de 45% o orçamento deveria ser de R$825 milhões. Como os salários não estão atrasados, nem a conta de luz, o número é enganoso.

O segundo problema: não foi informado que no ano anterior a UnB recebeu um valor a mais do MEC. Parte deste valor foi empenhado em despesas de 2017. Assim, comparar o ano de 2017 com o ano anterior não é adequado, já que em 2016 o orçamento estava com valores em ODC (outras despesas correntes) num valor alto.

Links

O orientador afeta a qualidade de publicação dos orientandos? (Em administração)

No jogo do Ultimato, existe "maior propensão masculina à rejeição de propostas advindas de mulheres, não obstante serem essas propostas comparativamente mais generosas (...) [e] as mulheres tendem a ser mais generosas em suas ofertas em comparação aos homens."

Dívidas com jogo de azar no exterior pode ser cobrada no Brasil

Ainda os mais citados: Segundo THE Foucalt é o campeão, num ranking internacional (grato Nelson Niero pela dica) (foto)

E aqui um texto do Nelson, de 2014 (!) sobre o assunto

Os vídeos mais assistidos no YouTube

Depois de anos, Gangnam Style perdeu o título de vídeo mais assistido do Yoube:

1) Wiz Khalifa - See You Again (ft Charlie Puth) 2.895.373.709
2) Psy - Gangnam Style 2.894.426.475
3) Justin Bieber -  Sorry 2.635.572.161
4) Mark Ronson - Uptown Funk (ft Bruno Mars) 2.550.545.717
5) Luis Fonsi - Despacito (ft Daddy Yankee) 2.482.502.747
6) Taylor Swift - Shake It Off 2.248.761.095
7) Enrique Iglesias - Bailando 2.232.756.228
8) Maroon 5 - Sugar 2.150.365.635
9) Katy Perry - Roar 2.129.400.973
10) Taylor Swift - Blank Space 2.101.607.657

Rir é o melhor remédio

(Esta fotografia é falsa. A verdadeira está abaixo)

10 julho 2017

Direita ou Esquerda?

Um leitor, Thieres Santos Guimarães, sobre o texto "Falta de equilíbrio nas bibliotecas das universidades...", fez o mesmo levantamento, agora como o blog

(...) pesquisando em quantas postagens o nome de cada um dos autores é citado, não importando o motivo da menção. A primeira aparição de muitos deles foi exatamente nesta postagem.

O resultado: grupo da esquerda - 15; grupo da direita - 11.

O "desempenho" de cada um:
Marx - 8
Lenin - 2
Freire - 2
Sartre - 2
Gramsci - 1

Sowell - 4
Von Mises - 3
Smith - 2
Burke - 1
Scruton - 1

Muito bom Thieres.

Dinheiro em banco público prejudicou a economia

A tentativa de aportar recursos em bancos públicos para impulsionar certos setores (ou certas empresas, como parece o que ocorreu) não foi adequado:

Estudo de pesquisador do Banco Central (BC) questiona a estratégia adotada pelos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff de capitalizar bancos públicos com aportes do Tesouro Nacional. A ideia de que essa alavancagem impulsionaria o crescimento da economia esbarra no aumento de risco soberano que esse endividamento gera via ampliação da dívida bruta, deixando mais caro o custo do dinheiro tanto para o Tesouro quanto para as empresas privadas - especialmente aquelas que não tem acesso a crédito subsidiado

Horário de Verão

Para quem detesta o horário de verão, uma notícia para ficar com muita raiva:

A mudança nos hábitos do consumidor e o avanço da tecnologia tornaram inócuo um dos principais objetivos do polêmico horário de verão. De acordo com estudo do Ministério de Minas e Energia, a adoção da hora adiantada na época mais quente do ano não resulta mais em economia de energia. A despeito disso, a manutenção do horário de verão, de acordo com autoridades do setor elétrico, é considerada uma “questão cultural”.


É o governo, que não mede esforço para atrapalhar sua vida.

Rir é o melhor remédio


3 cenários para a dívida pública

Pessimista:

Há risco não desprezível de crescimento contínuo da dívida pública bruta até o nível de 124,5% do produto interno bruto (PIB), em 2030. O afastamento dessa ameaça dependerá de profundas alterações na dinâmica dos gastos públicos e da retomada do crescimento econômico. Para que as condições de sustentabilidade da dívida se restabeleçam, com segurança, e o País cresça a taxas mais robustas será preciso realizar um ajuste fiscal de maior profundidade.

[...]

No cenário pessimista (probabilidade inferior à do básico, mas superior à do otimista), a dívida pública bruta assume trajetória contínua de crescimento até atingir 100% do PIB, entre 2021 e 2022, e 124,5% em 2030. Aqui, o resultado primário fica positivo apenas em 2026 (0,2% do PIB) e atinge 1,5% do PIB em 2030. São os resultados diretos e mais visíveis da não aprovação da reforma da Previdência e de outras mudanças estruturais que ajudem a conter a despesa. Uma trajetória persistentemente crescente para a dívida deixaria os juros reais mais altos do que nos cenários anteriores, pelo menos ao nível de 5,6% ao ano (média de 2019 a 2030).

Intermediário:

No cenário básico (mais provável), a dívida bruta salta dos atuais 71,7% do PIB (abril) para 92,4% em 2023 e passa a cair, lentamente, a partir de 2024. Nessa simulação, o resultado primário torna-se superavitário apenas em 2023 (0,3% do PIB), saindo do atual déficit de 2,3% do PIB (total acumulado nos 12 meses encerrados em abril) para um superávit de 3,5% do PIB em 2030. Nessa mesma simulação, o PIB volta a crescer de maneira mediana, convergindo para uma taxa média de 2,1% no período de 2019 a 2030, com juros reais a 4,4% ao ano.
Otimista
No cenário otimista (menos provável), a dívida bruta alcança o ponto de máximo em 2022 (84,6% do PIB), passando a cair em ritmo razoável até atingir 53,6% do PIB, em 2030. Em 2022 o resultado primário fica positivo (0,5% do PIB). O PIB converge para uma média de 2,9% entre 2019 e 2030, com juros reais de 3,4% ao ano. Nesse cenário, o primário atinge 5,4% do PIB em 2030, esforço equivalente a cerca de dez vezes o nível necessário para estabilizar a dívida às condições de juros, crescimento econômico e nível de dívida considerados. Trata-se de quadro pouco provável, pois exigiria rara dinâmica restritiva para o gasto público, isto é, mudanças em todos os gastos obrigatórios, sobretudo nos salários públicos.

Fonte: aqui


09 julho 2017

Fato da Semana: TCU e BNDES

Fato: TCU e BNDES

Data: 5 de julho


Contextualização - O TCU decidiu incluir a delação premiada de Joesley Batista no processo dos empréstimos do BNDES para a JBS. Conforme comentamos, é uma decisão polêmica. Mas pode ter consequências de médio e longo prazo.

Relevância - Dois aspectos nesta decisão. O primeiro refere-se a disposição dos potenciais delatores diante da possibilidade do acordo ter desdobramentos. Segundo, trata-se do envolvimento da corte no processo de delação. Mais do que isto, há um nítido processo de empoderamento do Tribunal de Contas nos últimos anos. Isto também se reflete no papel da corte no impedimento no ano passado.

Notícia boa para contabilidade? Apesar de controverso, é positivo saber que as obscuras operações de empréstimos para a JBS serão investigados. Muitos anos depois.

Desdobramentos - Provavelmente o caso chegará ao STF, que decidirá se o TCU possui esta competência ou não.

Mas a semana só teve isto? Não. A análise das contas do governo de 2016 pelo TCU, a multa para Messi, os problemas da PwC na Ucrânia e a suspeita que um vírus se espalhou a partir de um software contábil.

Links

O que é ser velho? Atualizações ...

O que o Fasb está pensando para o terceiro setor?

Finanças Comportamentais é para pessoas, não para mercado

Como espalhar notícias falsas na internet

Uma empresa de software contábil é a melhor para se trabalhar na Índia

Uma bela maneira de mostrar as estatísticas descritivas

08 julho 2017

CAPM e Beta: pura picaretagem

Resumo:

My answer to the question in the title is NO. It is crystal clear that CAPM and its Betas do not explain anything about expected or required returns. There are mountains of evidence to support my stance.

If, for any reason, a person teaches that Beta and CAPM explain something and he knows that they do not explain anything, such a person is lying. To lie is not ethical. If the person “believes” that Beta and CAPM explain something, his “belief” is due to ignorance (he has not studied enough, he has not done enough calculations, he just repeats what he heard to others…) For a professor, it is not ethical to teach about a subject that he does not know enough about.

It is very important to differentiate between a fact (something that truly exists or happens) and an opinion (what someone thinks about a particular thing). It is a fact that Beta and CAPM do not explain anything about expected or required returns.

I welcome comments (disagreements, errors…) that will help the readers to think about using and teaching CAPM and calculated betas. The paper already incorporates 100 comments.

Fernandez, Pablo, Is It Ethical to Teach That Beta and CAPM Explain Something? (June 5, 2017). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=2980847

Marcas

A lista das maiores marcas:


Rir é o melhor remédio


07 julho 2017

Messi

O melhor jogador de futebol do mundo, Lionel Messi, foi recentemente condenado a 21 meses de prisão por fraude fiscal no valor de 4,1 milhões de euros referente aos contratos de direitos de imagem entre 2007 a 2009. O tribunal de Barcelona aceitou substituir 21 meses de prisão por uma multa de 252 mil euros ou 400 euros por dia de prisão. A substituição inclui também a sentença do seu pai, que tinha sido condenado a 15 meses e deve pagar uma multa de 180 mil euros. Pela lei espanhola, um réu primário pode cumprir sua pena em liberdade condicional, desde que a condenação seja inferior a dois anos. O jogador já tinha aceitado a transformação da condenação em multa.

Links

O vídeo mais visto do Facebook (338 milhões de visualizações)

Ataque terrorista e cobertura da mídia

Kasparov irá jogar torneio de xadrez novamente

Amélie Mauresmo (ao lado), músculos e sexualidade no tênis feminino

Uma relação entre um homem e duas mulheres e a criação da mulher maravilha

A história dos Bancos Centrais através do balanço

Mais PwC

Em janeiro de 2017 a BT, empresa inglesa de telecomunicações, reconheceu existir um problema de manipulação das receitas na filial italiana da empresa. Recentemente, a empresa optou por trocar sua empresa de auditoria, depois de 33 anos, saindo a PwC e entrando a KPMG.

Mas parece que a história não acabou. A entidade PCAOB, dos Estados Unidos, parece que resolveu investigar o assunto,segundo informou a Reuters. Em abril, o PCAOB solicitou informações do Consob, entidade italiana, referente ao período de 2014 a 2017. Como existe um processo criminal na Itália, o Consob obteve autorização do Ministério Público de Milão para encaminhar os dados. A BT está processando vários ex-executivos pela conduta no caso.

O PCAOB pode multar ou punir empregados, a exemplo do que ocorreu recentemente com alguns funcionários brasileiros da Deloitte na auditoria da Gol, desde que a empresa prejudicada tenha ações negociadas no mercado dos Estados Unidos. É o caso da BT. Na Inglaterra, o problema está sendo tratado pelo Financial Accounting Council (FRC).

Mais Ucrânia

Segundo o WSJ o governo da Ucrânia pode banir a PwC de fazer auditorias nas instituições financeiras do país. A razão foi o trabalho da PwC no PrivatBank: o banco central da Ucrânia encontrou problemas na instituição auditada pela PwC no valor de 5 bilhões de dólares. Com isto, o Banco Nacional da Ucrânia deverá reforçar o capital do PrivatBank em mais de US $ 1,5 bilhão

Nos últimos dois anos, o banco central do país fecho mais 80 bancos, incluindo o segundo maior do país. O PrivatBank conseguiu sobreviver as reformas. Esta instituição é controlada por Ihor Kolomoisky, que além de apoiar a luta militar contra os separatistas russos, é dono da televisão mais popular do país.

A auditoria da PwC durou quase vinte anos, até 2015.

Empresa de software contábil e o ataque

Um ataque de um malware afetou muitas empresas na semana passada. Existe uma desconfiança forte de que o problema começou na Ucrânia. E o chefe da polícia ciebernética daquele paíse, Serhiy Demedyuk, afirmou para a Reuters que a origem talvez esteja nos servidores de uma empresa chamada MEDoc.

A MEDoc é a empresa de software de contabilidade mais conhecida da Ucrânia. Parece que tudo começou com uma atualização emitida pela MEDoc. Os donos da empresa negam a acusação. O ataque teria sido planejado com meses de antecedência por hackers, que inseriram o malware numa vulnerabilidade do programa MEDoc. O programa é usado em 80% das empresas do país.