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11 fevereiro 2016

Biquínis e Bolsas: O indicador Sports Illustrated Swimsuit

Há uma reportagem antiga mas interessante na Of Wealth com Eric Fry, na qual ele discorre sobre o índice da Sports Illustrated criado por ele. Antes de passar a palavra a Fry, o editor Marco Polo ressaltou que os seres humanos são animais que buscam padrões. É parte crucial de nossa evolução saber sobreviver ao que a natureza nos joga. Pessoas envolvidas com investimentos são notoriamente obsecadas por padrões. Se tal e tal são altamente correlacionados com isso e isso, diz ele, então muitos concluem haver uma ligação causal.

Polo adverte que muitas estratégias de investimento se basearam em achar padrões nos movimentos de indicadores passados... apenas para descobrir que a correlação acaba assim que a estratégia é aplicada. O texto de Eric Fry fala sobre um prognosticador improvável para retornos acionários. Quando nos deparamos com ele parece impossível haver uma conexão. Mas, por outro lado, poderia haver?

Biquínis e Bolsas: O indicador Sports Illustrated Swimsuit

Há 15 anos descobri uma conexão improvável entre a nacionalidade das modelos que aprecem em cada capa da edição Sports Illustrated Swimsuit e a subsequente direção do valor acionário das ações na bolsa de valores de seu país natal.

Em um dia friorento em Nova Iorque, enquanto eu passava pela bolsa de valores a caminho do meu escritório em Wall Street 30, notei um passante carregando uma cópia da recém-publicada edição de roupas de banho da Sports Illustrated. Após uma série de aforismos aleatórios, pensei comigo “Não seria divertido se houvesse algum tipo de conexão entre a edição de roupas de banho e o valor das ações?”.

Só para ver no que dava, decidi arregaçar as mangas e me afundar nesse projeto. Após algum tempo de pesquisa e análise de dados, cheguei a esse novo indicador... e publiquei os meus achados na edição de fevereiro de 2000 de “Grant’s Investor”.
“Quando uma modelo de determinado país se torna capa da Sports Illustrated Swimsuit Issue, sua aparição tende a iniciar uma corrida de touros de quatro anos para o mercado acionário de sua terra natal.
Em 1978 a brasileira Maria João apareceu na capa da edição SI swimsuit. Após quatro anos o mercado acionário de seu país subiu surpreendentes 465%.
Em seguida, em 1986, a deslumbrante modelo australiana, Elle Macpherson, fez sua primeira de diversas aparições na capa. Nos quatro anos seguintes os 50 Líderes da Bolsa de Valores da Austrália subiu 91%”.
Se ainda não está claro, querido leitor, eu inventei esse indicador pelo seu valor de diversão e não como valor para investimentos. Mas aqui está a loucura: esse indicador tem apresentado cumulativamente um histórico tão atordoante quanto uma modelo de capa de revista de biquínis.

Por exemplo, no ano 2000, a inspiração para esse indicador, a capa era a beleza tcheca Daniela Pestova. Quatro anos depois, o Índice da Bolsa de Valores de Praga elevou-se para 86%. E os bons tempos não pararam aí...

Em 2001 a revista estampou a bela Elsa Benitez, tornando-a a primeira Mexicana a clamar a honra. Quatro anos depois, a bolsa mexicana tinha mais que dobrado.

Aí, no ano 2002, a Sports Illustrated deu a vez à argentina Yamila Diaz Rahi. Eu admito estar cético. A Argentina aparentava ser uma opção de investimento muito arriscada, dado o histórico da labuta na época. Com uma desvalorização cambial fresquinha, dentre outras dificuldades, a Argentina não aparentava ser uma quente destinação de investimentos. Mas a aparição de Yamila em um biquíni de somente prata e jade argumentou persuasivamente o contrário. Novamente o mercado acionário entregou a promessa de Yamila. Nos anos seguintes o Índice Merval Argentina pulou 73%.

Como a tabela abaixo mostra, de 2000 a 2009 o Indicador Capa da Sports Illustrated produziu seis vencedoras diretas, incluindo um ganho de 106% com a aparição em 2003 de Petra Nemcova.


Não até o ano passado a série de acertos do indicador chegou ao fim. Ninguém contesta a estonteante beleza da russa Irina Shayk. Mas sua aparição em 2011 na capa da revista lançou quatro anos verdadeiramente feios para o mercado acionário russo. Felizmente, perdas como essas são exceções.

Agora que o Indicador tem mais de três décadas, observa-se uma série de ganhos indisputável... se não improvável.

Mas fatos são fatos...

E os fatos não são somente que os mercados acionários tendem a um desempenho melhor se uma beleza nativa é a capa da Sports Illustrated, os fatos são também que a performance desses fortes mercados surraram o Índice MSCI EAFE de ações estrangeiras.

Em outras palavras, o Indicador da Capa tem excelência tanto em termos absolutos quanto relativos a mercados internacionais.


Em media, as bolsas acionárias de mercados estrangeiros indicados pela modelo da capa produziram o dobro de retorno que a média de retornos do MSCI em intervalos temporais idênticos.

Que bolsa o filantropo internacional deveria considerar? A Sports Illustrated não dá resposta.

Esse estranho indicador é, de certa forma, bobo? Claro que sim.

É totalmente fútil? Talvez não.

A seleção da modelo da capa pode refletir uma sutil sensibilidade cultural. Nós gostamos de estar com o time vencedor. E talvez o mundo fashion tenha uma percepção inata para saber qual será o próximo time vencedor.

Qualquer que seja o motivo, o indicador parece funcionar.

Miséria

O índice da Miséria foi uma maneira que os economistas encontraram de mensurar as medidas ruins de uma economia (inflação e desemprego). No ano de 2015 a campeã foi a Venezuela, com uma inflação de quase 100% e desemprego de 6%. Em segundo, a Ucrânia, país em guerra com a Rússia. Depois África do Sul, Grécia e Argentina. O Brasil ocupava a 11a. posição.

Para 2016 a Bloomberg está prevendo o bicampeonato para Venezuela, seguida da Argentina. O Brasil deve ficar em nono.

Boeing

As ações da Boeing caíram na quinta em razão da divulgação, por parte de Bloomberg, que a SEC está investigando se a empresa contabilizou adequadamente os custos de fabricação dos 747 e Dreamliner.

A contabilização dos custos de fabricação dos aviões é um dos temas mais espinhosos da teoria contábil.

Sports Illustrated 2016: Garotas da Capa

Todo ano, mais particularmente em fevereiro, a revista Sports Illustrated lança uma edição especial intitulada “Swimsuit Edition”, na qual apresenta beldades com roupas de banho.

Posar para a capa é sonho da maioria das modelos. Estrelas como Kate Upton, Lily Aldridge, Hannah Davis, sucesso nas passarelas no desfile anual da Victoria’s Secret, são algumas das fotografadas. A brasileira Maria João foi capa em 1978.

Nós falamos aqui sobre a importância da capa da Sports Illustrated para o mundo dos negócios. Geralmente, quando a capa da revista é estampada por uma estadunidense, o mercado acionário deverá crescer ao longo do ano. Este ano há cinco possíveis escolhas: brasileira, estadunidense, sérvia, húngara, e uma quinta a ser anunciada amanhã, no quinto dia de "Rookie Reveals". [Em tempo: a quinta é russa].



Foi anunciado no Instagram que, em 2016, a capa poderá ser a estadunidense Ashley Graham – a primeira plus-size model a ganhar o trabalho. Ela apareceu inicialmente em um anúncio esportivo vinculado na edição de 2015 e neste ano poderá ser a capa. Há cinco concorrentes sendo apresentadas pela revista.
Uma foto publicada por Sports Illustrated Swimsuit (@si_swimsuit) em


Além de Ashley, a brasileira Sofia Resing é outra das cinco possíveis escolhas para a capa:


Você quer que a bolsa norte-americana tenha um bom crescimento ou que a capa seja uma brasileira? Prefere uma plus-size ou uma normal-size?

Em tempo: a capa será revelada amanhã - 13 de fevereiro.

Ações do Twitter

Por que investidores compram títulos com rendimento negativo?

JAPANESE ten-year bonds have joined the long list of government securities with a negative yield, offering minus 0.04% a year. In practice, that means investors who buy the bond now, and hold it until maturity, will have less money than they started with. Bloomberg estimates that nearly 30% of the global government bond market is trading on a negative yield; there are even some corporate bonds in the same position.

So why on earth should investors sign up to lose money? There are three main groups of bond buyers.

The first is those investors who have to own government bonds, regardless of the financial return on offer. This category includes central banks, which hold bonds as part of their foreign exchange reserves; insurance companies, which need to hold bonds as part of their reserves; pension funds, which own bonds to match their liabilities; and banks, which need government bonds to meet liquidity requirements and also to pledge as collateral when they borrow in the money markets.

The second group of bond buyers are those who think that it is possible to make moneydespite the negative yields. Japanese bonds are denominated in yen. Foreign investors might be happy to own the bonds if they think the yen is going to rise; indeed the yen jumped from 121.6 to the dollar on January 29th to 114.9 by February 9th. A big currency gain would more than offset the negative yield. Greek investors might be happy to own negative-yielding German government bonds if they feared their country might exit the euro. Domestic investors might also buy their own government's negative-yielding bonds if they expected a prolonged period of deflation. They could still make money in real terms (that is, they would be able to buy more goods and services with their savings), even if they lost in nominal terms.

The third source of buying comes from anxious investors who prefer a small loss on government bonds to a much bigger loss elsewhere. European equities are almost 20% below their levels of a year ago; commodities have plunged in price; the default rates on corporate bonds are rising. Banks that hold money with central banks in the euro zone, Denmark, Japan and Sweden all receive negative returns. Fear makes government bonds appear a haven from turmoil, even when their return is negative.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Religião e empréstimos bancários

Resumo:

We examine whether religion affects the terms of bank loans. We hypothesize that lenders value the traits of religious adherents, such as risk aversion, ethical behavior and honesty, and thus offer favorable loan terms to religious borrowers. Consistent with this hypothesis, we find that corporate borrowers located in counties with a high level of religiosity are charged lower interest rates, have larger loan amounts and fewer loan covenants. These results suggest that the corporate culture of borrowers influences the availability and cost of bank loans.

Wen He, Maggie (Rong) Hu, Religion and bank loan terms, Journal of Banking & Finance, Volume 64, March 2016, Pages 205-215, ISSN 0378-4266, http://dx.doi.org/10.1016/j.jbankfin.2015.12.005.

10 fevereiro 2016

Monsanto

A empresa multinacional Monsanto concordou em pagar 80 milhões de dólares referente a problemas contábeis com o Roundup. Roundup é um herbicida muito conhecido no mercado e em 2009 a empresa fez uma promoção nas vendas do produto. Mas atrasou o reconhecimento dos custos do programa, o que afetou o lucro apurado durante três anos. A CVM dos Estados Unidos afirmou que a empresa violou normas contábeis de contabilização das despesas, afirma a CFO.

Além disto, a SEC também condenou o CEO Hugh Grant e o ex-CFO pelos problemas; eles foram obrigados a reembolsar a empresa pelo valor do bônus recebido durante o período. Outros executivos também foram condenados.

A SEC também afirmou que a empresa não tinha controles internos suficientes.

Links

Teoria dos seis graus de separação ainda deve ser questionada

Aqui texto do NYTimes

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Estudantes de MBA competitivos tendem a receber um melhor salário no futuro

Como encontrar seu celular perdido

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Subsídio ao BNDES terá impacto fiscal de 323 bilhões até 2060



Aí fica pergunta: qual foi o retorno pra sociedade com esse subsídio de 323 bilhões de reais? Dado a depressão econômica em que o país se encontra, parece que foi muito pouco.  Mas a conta vai ser paga por todos com mais juros, menos crescimento econômico e mais dívida.

Resenha: Audible

Uma ótima opção para quem quer ler mais são os audiolivros. Você compra um cd ou um mp4 do livro e pode ouvir em qualquer lugar. Há ainda a opção de aumentar a velocidade da narração, ou de diminuir. Quando você volta para o programa, ele recomeça de onde você parou. Em alguns casos há, inclusive, a sincronização entre o ebook e o audiolivro. As possibilidades são incríveis.

Infelizmente a produção nacional ainda é escassa, mas para quem tem um bom ouvido para inglês recomendo o Audible

Audible é uma plataforma de audiolivros desenvolvida pela Amazon. Ao fazer o cadastro, você ganha o primeiro livro de graça e a partir daí pode ser um associado, que recebe descontos nos livros assim como alguns créditos para trocar por livros, ou pode comprar o livro como em uma loja virtual comum. Antes de escolher os livros, ouça a amostra em inglês, pois a narração pode vir com um sotaque que comprometa o entendimento, a voz pode te irritar, além de outras questões que adquirimos com o tempo. Há também o oposto: você gosta tanto de um narrador que começa a procurar livros narrados por ele. (Se você assiste Grey’s Anatomy, há vários livros de literatura young adult narrados pela April Kepner (Sarah Drew)).

O mercado literário leva o audiolivro tão a sério que a data de publicação de uma obra leva em consideração o tempo que leva gravar o áudio também. Imagine o “atraso”! Note a duração de alguns livros: Finding Audrey, o novo livro da Sophie Kinsella, 6h39; The Drunkard’s Walk tem 9h19; o The Hobbit foi dividido em dois arquivos (o que é ruim, pois consome créditos) um com 11h02 e o outro com 6h01 o livro 5 da série As Crônicas de Gelo e Fogo tem 49h. Para gravar, há a participação de narradores, produtores, diretores, etc, além da cabine de gravação e de todo o material acústico. O livro não é narrado como eu leria, mas sim como se eu estivesse contando uma história. É fantástico.

Eu comecei a ouvir por indicação do meu melhor amigo literário e foi um super presente. Eu sou um pouco ansiosa e impaciente então, como uma criança que recebe um picolé para ficar quietinha, o Audible é a minha muleta favorita para enfrentar o trânsito e as filas.

Vale a pena: Sim, especialmente se você é o tipo de pessoa que tenta ler enquanto anda. Ainda, livros narrados pelos próprios autores, como memórias ou biografias, têm um charme extra. A parte que pesa é a cotação do dólar. 

Alphabet

O gráfico da The Economist (via aqui) mostra uma relação expressiva entre a geração de receita e o valor de mercado da Alphabet (Google).

Em empresas de tecnologia, o valor da receita é um parâmetro fundamental na determinação do valor. Na semana passada a Linkedin teve uma grande queda no preço das ações exatamente por não ter apresentado um crescimento de receita dentro do esperado pelo mercado.

Homem e mulher

Claudia Goldin, da Harvard University, tentou verificar a razão de existirem poucas mulheres economistas. Ela comparou a nota obtida no curso introdutório com o desempenho posterior (formatura). As mulheres (vermelho) com as melhores notas (A e A-) tinham basicamente a mesma probabilidade de formar que os homens. Mas as notas ruins exercem um impacto muito maior sobre as mulheres que nos homens. Os homens seriam mais persistentes?

O papel da contabilidade nas finanças comportamentais

Resumo:

This short letter argues that insights from behavioral accounting are highly relevant for studies examining human aspects in finance. This is important because research focusing on the users of financial information and their characteristics often assumes that financial information in itself is neutral, unbiased and value-free. However, the information used by investors and capital markets participants for making economic decisions is prepared by accountants, who use their professional judgments by interpreting and applying accounting standards.

Fonte: Andreas Hellmann, The role of accounting in behavioral finance, Journal of Behavioral and Experimental Finance, Volume 9, March 2016, Pages 39-42, ISSN 2214-6350.

Rir é o melhor remédio


... ou um blog.

09 fevereiro 2016

Barril a $30 e as empresas de petróleo

Recentemente postamos os potenciais efeitos do barril de petróleo a $30. Uma estimativa grosseira mostra um potencial de amortização de mais de 100 trilhões de dólares.

Texto do Estadão mostra outro efeito: queda nas reservas provadas da empresa brasileira Petrobras em 20% (de Antonio Pita e Fernanda Nunes, 30 de janeiro, Reservas provadas da Petrobrás recuaram 20%). Com o preço do barril a trinta dólares, alguns projetos tornaram-se inviáveis. E o valor de 20% provavelmente deve supor que os preços devem sofrer um aumento nos próximos anos.

Outro texto, do Wall Street Journal, mostra o dilema das empresas de petróleo: distribuir dividendos (acalmando seus acionistas) ou focar no endividamento (evitando distribuir dividendos).

Finalmente, o preço atual do petróleo é um problema para as fontes alternativas de energia. Geralmente a produção de energia por estas fontes possuem um ponto de equilíbrio elevado, só garantido quando o preço do petróleo estiver em patamares bem superiores ao atual. Tempo ruim para as eólicas, produtores de álcool combustível e outros.

Mercado Acionário dos EUA em 2016

O mercado acionário dos EUA deve terminar o ano de 2016 em queda. Esta é a previsão do indicador do SuperBowl. Nos últimos 25 anos, nas vezes que a liga americana venceu o SuperBowl o mercado acionário caiu. Isto ocorreu em 2015, 2005, 2002 e 2000. E nas vezes que a liga nacional venceu o mercado subiu; é o caso de 2009 a 2014. Existiram exceções a esta regra: 2008, 2004, 2001 1999 e 1998. Isto corresponde a 18% dos casos. Ou seja, o indicador acerta 82% das vezes.


Links

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