Translate

24 fevereiro 2013

Usando Métodos Quantitativos - Parte 1


A utilização de técnicas quantitativas é cada vez mais relevante. Felizmente nos dias de hoje temos uma série de ferramentas que permitem ao individuo comum não fazer feio. Nesta postagem iremos mostrar como usar um editor de texto.

Em alguns textos é pode aparecer a necessidade de escrever algo mais próximo de uma notação matemática. Tem sido comum, no entanto, que a anotação dos termos seja muito simplória. Isto, naturalmente, depõe contra o autor do texto. Seja o exemplo de escrever a raiz quadrada de 16. Uma maneira de escrever isto é fazendo a seguinte associação: raiz quadrada é o mesmo que elevar o número a 0,5. Assim, usando um editor de texto como o Word, poderíamos escrever da seguinte forma:

16 0,5

Agora basta fazer com que o “0,5” esteja sobre-escrito. No Word é necessário usar em fonte a função correspondente. Na minha versão do Word isto está destacado, conforme aparece na figura a seguir:

Marcando com o mouse o “0,5” e clicando no “xis” elevado a dois o resultado seria
16 0,5

No entanto, algumas notações matemáticas não ficam boas quando se usa estes recursos. O Word possui uma função que permite inserir fórmulas matemáticas de maneira fácil e o resultado é muito bom. Nas versões antigas do programa isto estava dentro de “inserir” “objeto”; depois era necessário escolher “Equation”. Na minha versão é muito mais fácil: aparece no canto direito da aba “inserir” com a denominação “Equação”.
Para inserir a raiz quadrada basta clicar no “PI” da figura acima. Irá aparecer uma grande gama de possibilidade, entre os quais o “radical”. Escolha o formato que será usado:
É possível, com esta função, fazer somatórios, matrizes, potencia e outras simbologias matemáticas. 

Bancos Públicos

Os dois grandes bancos públicos de varejo do país iniciaram em 2012 um processo de redução das taxas de juros determinado pelo seu controlador, o governo — e, remando contra a maré, aceleraram fortemente a concessão de crédito. O resultado dessa equação, segundo muitos analistas, era o aumento da inadimplência, o que até agora não apareceu. O lucro também vai bem, com crescimento em relação ao desempenho de 2011.

Tanto Banco do Brasil (BB) como a Caixa Econômica Federal mantiveram no ano passado os atrasos superiores a 90 dias nas operações de crédito em níveis abaixo da média do sistema financeiro. E mesmo que a estratégia de redução dos spreads — diferença entre o custo de captação e o juro efetivamente cobrado dos clientes — iniciada em abril tenha reduzido as margens, essa queda vem sendocompensada pelo aumento do volume das operações.

O presidente do BB, Aldemir Bendine, lembrou que a instituição nos últimos cinco anos entregou bons resultados. “Crítica a gente responde com resultado. Elevamos o crédito com seletividade, baixamos os níveis de inadimplência e temos um bom nível de provisões”, disse ontem em entrevista a jornalistas.

Em 2012, o banco lucrou R$ 12,205 bilhões, o maior resultado alcançado em um único ano pela instituição (ver reportagem na página ao lado). Recorde também registrou a Caixa, com lucro de R$ 6,066 bilhões e crescimento de 17%. A expansão é significativa, ainda mais quando se leva em conta que os concorrentes privados tiveram aumentos modestos no lucro ou até mesmo queda.

(...) A analista Karina Freitas, da Concórdia Corretora, afirma que havia uma preocupação com a inadimplência nos bancos públicos, mas que os resultados do quarto trimestre minimizaram esse temor. “Achávamos que o BB seria mais agressivo no crédito ao consumidor, que tem risco maior, mas o banco cresceu forte em todas as linhas, por isso a inadimplência baixa”, avalia. (...)

Juro baixo garante lucro recorde de bancos públicos - Brasil Econômico - Ana Paula Ribeiro | 22/02/2013

Uma análise mais crítica foi feita na Folha de S Paulo (Análise: Balanços mostram resultado da intervenção governamental
OTTO NOGAMI):

Entretanto, quando comparamos a evolução do lucro líquido dessas instituições com a expansão de suas carteiras de crédito, e consequente aumento na participação no mercado brasileiro de crédito, verifica-se que os lucros cresceram de forma relativamente modesta.

No caso do Banco do Brasil, a carteira de crédito (sem contar com as operações no exterior) aumentou 24,9%, contra um crescimento de 0,7% no lucro líquido em 2012, enquanto a carteira da CEF cresceu 42% no mesmo período, contra um aumento no lucro líquido de 17,1%.

Combinando esses resultados com o fato de essas duas instituições terem apresentado níveis de inadimplência menores que a média do setor no país, aparentemente a conta não fecha, pois o lucro líquido deveria ter sido muito maior.

Reino Unido rebaixado

A Moody's Investors Service rebaixou os ratings dos bônus governamentais em moeda local e em moeda estrangeira do Reino Unido para Aa1, de Aaa. A perspectiva dos ratings agora é estável.

A agência citou três fatores para sua decisão: "a debilidade contínua da perspectiva de crescimento do Reino Unido, com um período de crescimento fraco que a Moody's agora espera que vai se estender até a segunda metade da década", "os desafios que as perspectivas fracas de crescimento no médio prazo apresentam para o programa de consolidação fiscal do governo" e "como consequência da carga elevada e crescente da dívida, uma deterioração na capacidade do balanço patrimonial do governo para absorver choques, o que não deverá ser revertido antes de 2016".

A Moody's ressalvou que "a qualidade de crédito do Reino Unido permanece extremamente alta, com o rating Aa1", por causa de fatores como "uma economia altamente competitiva e bem diversificada, um histórico forte de consolidação fiscal e uma estrutura institucional robusta, uma estrutura de dívida favorável e com uma demanda doméstica forte por dívida do governo, com a estrutura de maturação média mais alta (15 anos) entre todos os soberanos de ratings elevados".

Moody's rebaixa rating do Reino Unido - Por Renato Martins

Frase


Novo membro do Iasb

A ameaça de retirar o poder dos Estados Unidos no International Accounting Standards Board (IASB) em razão do atraso da convergência parece que ainda irá demorar. Um novo membro, originário da Xerox, foi nomeado e irá assumir em Abril. O mandato terminará em 2017, podendo ser renovado por mais três anos. O novo membro chama-se Gary Kabureck.

Kabureck tem experiência já serviu no Fasb e PCAOB. Ele apoia as normas internacionais. Dos 16 membros do Board, quatro são dos Estados Unidos.

23 fevereiro 2013

Etiqueta e postura

Um toque de classe a mais na contabilidade – Publicado originalmente em 12 de maio de 2011.
Estar bem vestido é uma bela forma de cortesia.
Uma pessoa educada faz toda a diferença em qualquer ambiente, seja no mundo acadêmico ou no dos negócios. Eu trabalhei em uma empresa que ensinava etiqueta a todos os novos funcionários. Acho isso uma ideia fantástica. Não só porque teríamos lidar com muitos clientes, também porque conhecer um pouco mais de certas regras certamente deixa o convívio mais agradável. Que tal compartilharmos algumas dessas dicas? Para quem se interessar em ler mais, escrevo com base nos livros The Etiquette Edge: The Unspoken Rules for Business Success (Beverly Langford) e Classy (Derek Blasberg).

Em uma conversa:
- Olhe nos olhos.
- Não fique tão perto a ponto de sentir o desodorante do outro.
- Fale em um tom apropriado.
- Não boceje ou pareça cansado, mesmo se estiver.
- Só faça comentários inapropriados com as pessoas apropriadas. Quando em dúvida, espere.
- Saiba do que está falando.
- Não fale palavrões. Não use gírias. Exercite seu vocabulário e aprenda novas palavras.
- Saiba manter a conversa fluindo. Quando o assunto ficar exaltado, mude.
- Saiba encerrar educadamente uma conversa.
- Aprenda a querer ouvir: Para ouvir bem é necessário uma quantidade enorme de energia mental, concentração, vontade e certo grau de altruísmo. Evite aparentar-se superior. Não conclua que o que a outra pessoa diz é irrelevante ou que aquela pessoa não possa te dizer algo que você já não sabe.

Em uma apresentação (muitas são dicas feitas em sala de aula pelo professor Paulo Lustosa, a quem agradeço):
- Mantenha-se no centro do “palco” (ou da área específica para a apresentação). Fale olhando para todos os que estão presentes em sala.
- Não coloque a mão no bolso!
- Não “dance” (quando estamos apresentando temos mania de ficar nos mexendo pra frente e pra trás), não fique de costas, não passe em frente ao projetor.
- Não leia a sua apresentação no Power Point. Tenha domínio, saiba falar com naturalidade e de forma acessível.
- Use o tom correto. Não grite (por causa do nervosismo algumas pessoas elevam muito o tom de voz) nem sussurre. Caso a sua voz seja naturalmente baixa e você não consiga mudar isso de forma alguma, fale no meio da sala (ao invés de no centro do palco) ou utilize um microfone. Ou, em outras palavras, resolva o seu problema. Não se esconda atrás dele.
- Não dê desculpas como, por exemplo, “estou passando mal”, “estou nervosa”, “não dormi bem”, “não deu tempo de me preparar”. O espectador não precisa saber disso e, se você tiver sorte, nem irá perceber.
- Pronuncie bem, treine fonética (vale um treinamento digno de My Fair Lady).
- Se vista adequadamente. Valorize a sua apresentação.

Na mesa:
- Em um almoço, nunca deixe seu celular em cima da mesa. A não ser que tenha parentes no hospital, não há justificativa para isso.
- Guardanapos pertencem ao colo e devem ser colocados em seu lugar assim que você se sentar.
- Mantenha a comida no centro do prato.
- Enquanto você come, a faca pertence ao prato. E nunca coloque a faca na boca!
- Antigamente o correto era esperar que todos estivessem servidos para que se pudesse comer, hoje em dia desde que duas ou três pessoas já estejam servidas, não há problema.
- Nenhuma refeição deve ir diretamente da travessa para a sua boca.
- Não critique o modo de outros a mesa, não importa quão ruim seja.
- Se você encontrar um conhecido em um restaurante, apenas acene ou cumprimente rapidamente. Não fique na mesa dele batendo papo.

Gerais:
- Não estale os dedos. Não tenha má postura (sente-se direito). Sorria.
- É importante parecer calmo e centrado (principalmente se não estiver).
- Ser pontual é fundamental. Mesmo que os outros não sejam.
- Saiba a diferença entre elogiar e bajular. Elogios merecidos são bem vindos, o ser humano gosta de ser reconhecido. Para isso, seja específico (fuja do “bom trabalho pessoal!”) e sincero.
- Tenha conversas privadas em locais privados. Para isso, fique atento ao uso do celular.
- Em e-mails, seja cortês como seria em uma carta. Escreva “por favor”, “obrigada”, “boa dia”, “tenha uma ótima semana”. Aplique isso ao “mundo real”. Cumprimente as pessoas.

Para finalizar – 10 assuntos que devem ser evitados no ambiente profissional:
- Detalhes sobre problemas de saúde;
- Detalhes sobre a sua vida sexual;
- Problemas conjugais ou de relacionamento;
- Finanças pessoais (tanto positivas quanto negativas);
- Visões religiosas pessoais;
- Tópicos políticos que evoquem opiniões fortes;
- Vida pessoal de outros colegas;
- Fofoca sobre o chefe;
- Piadas preconceituosas;
- Compras excessivas.

Bom, todos nós sabemos bem sobre esses últimos pontos, mas não o praticamos constantemente. Aí, vira e volta, estamos insatisfeitos com o nosso ambiente de trabalho ou presenciamos amigos com tal desgosto.

Deixo aqui o meu toque “corrente do bem” e proponho que exercitemos essas atitudes diariamente. Um mundo em que as pessoas sabem respeitar seus semelhantes, tenham cordialidade e benevolência não te parece mais construtivo?

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana

Fato: Temporada dos balanços

Qual a relevância disto? Este é o período do ano onde as principais notícias das empresas estão nos números contábeis. Começam a surgir os casos de empresas com bom desempenho (em 2012, BB e CEF, por exemplo) e notícias ruins (Banco Votorantim é um dos casos).

Para quem acredita que a contabilidade não é relevante, pois não diz respeito a uma notícia nova, as discussões sobre os resultados mostram que a realidade não é bem esta. A contabilidade tem um papel relevante, seja confirmando as notícias (casos da Petrobras) ou trazendo surpresas.

Positivo ou Negativo? – Positivo. Este é o momento de mostrar a relevância das demonstrações contábeis. De ler notícias significativas no caderno de “economia” dos jornais. De discutir com amigos contadores as surpresas. De renovar nossos exemplos para sala de aula.

Desdobramentos – A temporada de balanços não acabou. Mais notícias ainda estão chegando nos próximos dias.

Outros candidatos a fato da semana? Os desdobramentos da aquisição da Heinz, com a investigação sobre informação privilegiada; a eterna escaramuça entre o Casino e Abílio Diniz; e a criação da malha fina para pessoas jurídicas.

Acordo de acionistas

Enquanto o estatuto social de uma companhia disciplina as regras que todos os sócios devem cumprir, o acordo de acionistas regula os interesses individuais que possam existir na sociedade. Suas consequências, contudo, não se restringem ao grupo de sócios signatários do acordo. Por disciplinar aspectos como o exercício do controle da empresa e o direito de voto, a escolha dos conselheiros de administração e a distribuição de lucros e dividendos, esse documento tem importância para todos os acionistas e potenciais investidores.

Por isso, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) recomenda que os acordos entre sócios que tratem de compra e venda de participações, preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto ou poder de controle estejam disponíveis e acessíveis a todos os acionistas tanto na página da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na internet, como no site da companhia.

Na opinião de Pedro Rudge, sócio da Leblon Equities, é fundamental que os investidores leiam os acordos de acionistas e avaliem suas cláusulas. Principalmente porque, no Brasil, é ainda mais comum a existência de blocos de acionistas que comandam a empresa por meio desse instrumento. “A transparência na divulgação é um indicativo de como a companhia se relaciona com a comunidade financeira. O aumento do disclosure só tende a melhorar a precificação dos ativos”, ressalta.

A Instrução 480/09 da CVM, que recentemente criou o Formulário de Referência, prevê que o emissor registrado na categoria A — autorizado, portanto, a negociar quaisquer valores mobiliários em mercados regulamentados — encaminhe à CVM, por meio do Sistema IPE, acordos de acionistas e outros pactos societários em até sete dias úteis contados do arquivamento na companhia. Além disso, estabelece que qualquer alteração de suas cláusulas, extinção em função de termo ou condição resolutiva, ou celebração de novo acordo de acionistas implique a atualização do documento na autarquia.


Revista Capital Aberto

Para acessar acordos de acionistas, clique para: Natura; Cemig; Ambev.

Biblioteca Subterrânea


The Underground Library from Keri Tan on Vimeo.

22 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio

Para uma avaliação justa todos devem realizar a mesma prova:
por favor, subam naquela árvore.

Balanços de bancos

Qual o tamanho dos maiores bancos dos EUA e qual o nível de segurança deles? Ao tentar entender isso faz uma grande diferença se você estiver analisando-os de acordo com os padrões contábeis norte-americanos ou os internacionais. Este último traz uma parcela maior de derivativos de risco para os balanços.

Considere o JPMorgan por exemplo. Segundo as regras contábeis americanas, o banco é apenas o quarto maior do mundo, com ativos totais de US $ 2,3 trilhões e um capital equivalente a cerca de 7% do total de ativos. Mas sob as regras internacionais, onde alguns ativos fora do balanço patrimonial, como os derivativos, são contabilizados, de acordo com a Bloomberg, o JPMorgan seria o maior do mundo, com ativos de US $ 4,5 trilhões e capital igual a menos de 4% dos ativos. Quanto maior as taxas de capital dos bancos, menos propensos a enfrentar problemas de liquidez e solvência.

Fonte: Aqui

Fraude na cooperativa

A Cooperativa dos Pecuaristas, Agricultores e Cafeicultores de Minas Gerais (Copacafé), com sede em Perdões e filiais em seis municípios do Estado, enfrenta o pior desafio de sua história de três décadas e meia. Os 3,7 mil cooperados, incluindo os produtores de café e de leite ligados à Copacafé-Leite, braço de lácteos da cooperativa criado em 2010, depararam-se desde o início do ano com denúncias de irregularidades que podem resultar em desvios de R$ 10 milhões a R$ 11 milhões, valor equivalente ao desaparecimento de 30 mil sacas de café, conforme Pedro Junqueira Ferraz, presidente da comissão provisória instalada para dirigir a cooperativa. (...)

O prejuízo a ser enfrentado por eles recai sobre denúncias de irregularidades praticadas pelo ex-diretor comercial e vice-presidente, Flávio Castello Branco, destituído em janeiro durante a assembleia que formou a comissão provisória, e desde então não foi mais encontrado na cidade. (...)

De acordo com a ata da assembleia de 14 de janeiro, a análise contábil de 2011 da cooperativa constatou um endividamento bancário da ordem de R$ 13 milhões e que a receita apurada de cerca de R$ 8 milhões somente poderia ser obtida com a venda de café. Porém, constatou-se que o produto era comercializado como se pertencesse à cooperativa e não aos cooperados. Ainda como consta na ata, o futuro loteamento que seria feito na área adquirida pela cooperativa pela compra da empresa Alimentos Rio Grande Indústria e Comércio, em Manhuaçu, seria suficiente para pagar o café dos cooperados que foi indevidamente usado.(...)


Denúncias de fraude agitam mineira Copacafé - 21 de Fevereiro de 2013 - Valor Econômico - Carine Ferreira e Janice Kiss

Custo Perdido


O custo perdido é um dos conceitos mais difíceis da área contábil financeira. Basicamente diz que devemos considerar somente o futuro no processo decisório. Entretanto, inúmeros exemplos mostram que as pessoas caem na falácia do custo perdido: consideram o que foi gasto no passado para suas decisões. Segundo James Surowiecki (The Sunk-cost Feeling, New Yorker, 21 de janeiro de 2013)

O dilema do custo perdido não é somente sobre desperdício. É sobre reputação. 

Ou seja, o tomador de decisão que cometeu o erro no passado fica com medo do seu erro. No texto é citado um exemplo interessante de situação onde ocorreu o problema do custo perdido. Trata-se da NFL, onde os atletas selecionados na seleção (draft) por valores melhores jogam consistentemente mais que aqueles que também foram escolhidos, mas por um valor menor. Isto mesmo depois de considerar seu desempenho.

James Buchanan

Mr Buchanan was an outlier in his field. He eschewed the profession’s embrace of complex models and maths in favour of serious reflection on political philosophy (leading some to dismiss him, wrongly, as a lightweight). A Tennessean by birth, he mistrusted north-eastern elites and spent most of his career at universities in Virginia. He challenged his profession’s casual treatment of variables such as economic cost, which he considered to be a deeply subjective matter. He adopted heterodoxies such as a 100% inheritance tax, on egalitarian grounds. Yet his greatest contribution was in the realm of political economy.


His interest in the workings of the state reflected its growing importance. From having only a minimal role in pre-industrial days, Leviathan came to control swathes of economic activity as the 20th century progressed. National-security demands were partly responsible. Government responses to market failures, from unscrupulous business practices to the trauma of the Depression, also played their part. As demands on the state grew, so too did the need to understand its behaviour.
Mr Buchanan was one of a small group of economists wondering whether the state was up to the task. Untrammelled markets may fail—by producing more pollution than society as a whole would prefer, for example. That creates the potential for welfare-improving government intervention, such as a tax on pollution. Yet there is no guarantee a state will get it right. Whether interventions are justified, Buchanan pointed out, depends on whether government officials are motivated by self-interest as well as a sense of public duty. Weighing up the pros and cons of policy choices requires an unsentimental view of government actions, a position he called “politics without romance”. In exploring this he helped create public-choice theory.
Public-choice economics assumes that government figures are merely human. They should be expected to look out for themselves rather than to act as saintly public stewards. It is a cynical (and, some might say, obvious) approach but a useful one. John Maynard Keynes may have been spot-on in concluding that big government deficits could boost a sagging economy. But Mr Buchanan reckoned such arguments led to a slow erosion of the “old-time fiscal religion” that taxes should be raised to meet government obligations. This made spending less politically costly, because politicians no longer felt under pressure to pair new spending with higher taxes. That, he rightly predicted, would lead to an era of persistent, big fiscal deficits and growing debt.
Public-choice analysis quickly provided the lens through which government action is now viewed. Legislators may “logroll”, for instance, striking deals with colleagues to pass measures that benefit small groups but are of dubious value to the general public. Governments are racked by “rent-seeking”, whereby firms aim to capture financial returns through special government privileges or monopoly rights. A construction company may spend its time lobbying for government contracts rather than courting private business, for example. That absorbs not only the resources of the firm eventually granted the privilege but also those of other firms competing for the same entitlement. As opportunities for rent-seeking expand, they siphon off resources from productive activities in the private sector and towards competition for government largesse. Public-choice theory counsels caution and care in expanding the role of the state.
Fonte: aqui

A ciência do vício em pornografia

A dopamina é liberada como um prêmio quando conquistamos algo. Seja comer, por exemplo, para a manutenção da vida, ou praticar atividades sexuais, para gerar vidas futuras. Essa dopamina consolida conexões neurais com o propósito de repetirmos aquela mesma atividade futuramente. Sabe-se que a dopamina é liberada durante a excitação sexual e o vídeo trata sobre o vício em pornografia, a “droga de escolha” via internet:






21 fevereiro 2013

Frase

A pobreza é uma das piores formas de violência.

Cornel West "citando" Gandhi.

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Vida moderna







Jean Jullien

Malha Fina

A Receita Federal anunciou uma malha fina para pessoas jurídicas

O sistema de malha fina de empresas fará uma análise diária dos documentos obrigatórios de arrecadação de impostos das companhias com o objetivo de detectar tributos que foram declarados e não foram pagos.

Quando inconsistências forem detectadas, a malha fina emitirá e enviará automaticamente um extrato ao contribuinte, alertando-o do ocorrido, em uma ação que representa um controle sistemático sobre o pagamento dos tributos.

Occaso informou que esse sistema estava em fase de funcionamento experimental em São Paulo e que até o fim deste mês passará a ter abrangência nacional.

Pão de Açúcar

O grupo Pão de Açúcar divulgou suas demonstrações contábeis, com um aumento na receita de 9,1% no último trimestre. No ano, o lucro foi de 1,15 bilhão, aumento de 60,7%. Ao mesmo tempo, a Via Varejo, subsidiária do grupo, também divulgou seus resultados, com aumento de 210%.

Os bons números não impediu que o controlador, o grupo Casino, solicitasse a renúncia do ex-controlador do cargo de presidente do conselho. O motivo seria um conflito de interesse entre a posição ocupada pelo antigo controlador no grupo, Abílio Diniz, e num dos fornecedores.

Abílio respondeu dizendo que

"A BRF não é concorrente da CBD (Companhia Brasileira de Distribuição), mas uma de suas fornecedoras. Não existe entre as companhias relação de dependência, nem qualquer delas tem capacidade de exercer influência relevante sobre o comportamento da outra"

É tempo para fusões e aquisições?


This year, they are unsure. In 2012 the dollar value of mergers and acquisitions worldwide was flat, reflecting unease in the C-Suite. With share prices now surging and huge cash reserves shouting to be spent, one might expect bosses to feel romantic. But only 28% of chief executives surveyed by PwC, an accountancy firm, said they planned to make one or more acquisitions during 2013, lower than a year earlier. American bosses seemed somewhat perkier, with 42% saying they planned some M&A, but that was the same proportion as in the 2012 survey.


Yet there is anecdotal evidence that these predictions are too low, says Bob Moritz, who runs PwC in America. “From what I’m hearing, if the recent momentum in confidence continues, there may be a lot more merger activity in the second half of the year,” he says.
Some think the M&A cycle has already started to turn up. In the first three quarters of 2012, as the euro tottered and fear gripped the global economy, M&A activity worldwide was 17.4% lower than in the same period of 2011. Yet it surged in the fourth quarter, to the highest level of any quarter in the past four years. This is one reason to expect more mergers this year, says a report by Wachtell, Lipton, Rosen & Katz, a law firm that specialises in M&A. However, Mr Moritz suspects that some deals in late 2012 were rushed through by companies that were worried about possible changes to the tax code.
From a financial point of view, conditions now favour deal-making. Credit is cheap. Balance-sheets are unusually strong. Many firms have voluminous cash reserves. Yet bosses remain timid. A bungled acquisition can wreck a career. Boards are far less indulgent than they used to be of imperial chief executives. Having spent the past few years obsessing about risk management, directors may not easily be persuaded to support even straightforward deals.
[...]The market for mates
If M&A activity does pick up, it is likely to involve the kind of cost-saving, margin-boosting deals that have been the norm since the financial crash. Oil-and-gas deals reached an all-time high last year, as companies furiously consolidated. Industries such as banking and professional services seem ripe for something similar. Many firms could become more focused by selling or spinning off non-core businesses. Retailers and makers of consumer packaged goods have already done plenty of this, but could do more.
Most deals in 2013 will probably be fairly small, designed to strengthen or fill a gap in the buyer’s existing operations. These are known as “plug and play”. Transformational megamergers grew rarer in 2012, with only four deals topping $20 billion. That was the same as in 2011, and fewer than in each of the three previous years.
[...]If cash-rich firms cannot find suitable targets to acquire, they should return money to shareholders by raising their dividends or repurchasing shares, Citigroup adds. The report notes that the urge to merge has been soaring, surprisingly, in Japan. In 2012 Japanese firms spent more than $110 billion on 736 overseas acquisitions, four times as many as five years earlier, and second only to firms in America, a much larger economy. With growth at home snail-like, Japanese firms are hunting for opportunities abroad. “The Japanese expansion model offers a potential template for other developed economies,” reckons Citigroup. It has been a while since the rest of the corporate world has taken its lead from Japan, but perhaps the wheel is turning, and with it the M&A cycle.

Fonte: aqui

20 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio

Pobre e o rico

Privatização

Logo no início do livro Privatize Já (CONSTANTINO, Rodrigo. Privatize Já. São Paulo: Leya, 2012) uma citação de Milton Friedman: “se colocarem o governo federal para administrar o deserto do Saara, em cinco anos faltará areia”. A obra de Rodrigo Constantino defende as vantagens da iniciativa privada, em detrimento da participação do estado na economia. O autor faz uma aposta: nos próximos cinco anos, os países que mais diminuírem a presença do estado irão avançar mais do que os países que mais aumentarem. Ou seja, ele acredita naquilo que escreve.

O livro está dividido em cinco partes. Na primeira, o autor aponta as vantagens da privatização, usando exemplos de diversos países. A seguir, uma discussão sobre como a privatização melhorou a vida no nosso país. A análise passa por diferentes setores que experimentaram o processo, como a telefonia e a mineração. Com muitos dados de emprego, crescimento da receita, prestação de serviço, entre outros, Constantino mostra que o processo de privatização realizado na década de noventa foi um sucesso. Na terceira parte, o autor afirma que os setores onde o estado ainda atua – correios, petróleo, bancos, por exemplo – podem ganhar eficiência se as atividades fossem executadas pela iniciativa privada. A quarta parte defende que muitas atividades que são executadas pelo governo teriam mais resultado se uma empresa fosse responsável. É o caso, por exemplo, da exploração espacial. A última parte é uma discussão sobre a posição política do partido governista.

A leitura do livro é fácil e agradável. Os argumentos apresentados são baseados em fatos. Num país onde os políticos têm medo de afirmar que defendem a iniciativa privada e muitos mamam nas tetas do governo, é um livro necessário. É bem verdade que a obra seria melhor se tivesse umas cem páginas a menos. Vale a pena? Vale.

Origem dos membros do CPC

Em 2010 uma aluna de graduação pesquisou a origem dos membros do CPC. A conclusão foi que não existe um equilíbrio geográfico mínimo. Mais de dois anos depois, mesmo com algumas mudanças ocorridas no CPC, esta entidade continua tendo uma grande concentração de membros originários do estado de São Paulo.

São Paulo é responsável por um terço da produção da economia brasileira. Assim, é natural que seja uma voz preponderante nas entidades reguladoras, como é o caso do CPC. O problema é que um terço da economia possui 83% dos assentos desta entidade. Este é o resultado de um novo levantamento, realizado por uma aluna de graduação da UnB, Alana Alice da Cruz Silva.

Parte desta concentração pode ser justificada pelo fato de que algumas entidades que possuem assento cativo no CPC são exclusivamente paulistas. É o caso da Fipecafi. Mas outras entidades, que possuem sedes ou filiais em diferentes estados, indicam paulistas para fazer parte da entidade. Isto ocorre com a Apimec (presente no DF, MG, NE, RJ e Sul).

Obviamente não se defende um CPC com um representante de cada estado. Nós sabemos, pelo teorema de Arrow , da impossibilidade de se ter uma opinião que seja consensual em entidades como esta. Mas como dito em 2010:

Quais as implicações deste fato? O que deveria garantir a legitimidade do CPC é a qualidade do seu trabalho. E neste ponto, acredito que devemos reconhecer que o trabalho que está sendo realizado está acima de qualquer suspeita. Mas será que as características econômicas regionais não irão cobrar uma maior diversidade do CPC no futuro?

Heinz: FBI investiga informações privilegiadas


O FBI está investigando possíveis negociações com informações privilegiadas de opções da fabricante de ketchup H. J. Heinz antes de a empresa firmar acordo na semana passada para ser adquirida por Warren Buffett e pela brasileira 3G Capital, disse um porta-voz do órgão nesta terça-feira.

A Berkshire Hathaway, de Buffett, e a 3G disseram na quinta-feira passada que vão comprar a Heinz por 23 bilhões de dólares em dinheiro. Quase imediatamente, operadores dos mercados de opções notaram que houve atividade extremamente incomum no dia antes de o acordo ser anunciado.

Na sexta-feira, a Securities and Exchange Commission (SEC) --órgão regulador dos mercados de capitais norte-americanos-- registrou um processo contra operadores desconhecidos que, segundo a SEC, utilizaram uma conta do Goldman Sachs na Suíça para negociar com supostas informações privilegiadas sobre a transação.

Nesta terça-feira, o FBI disse que vai participar do processo.

"O FBI está ciente das anomalias com negociações que ocorreram um dia antes do anúncio da Heinz", disse um porta-voz. "O FBI está realizando consultas com a SEC para determinar se um crime foi cometido".

Uma porta-voz do grupo de investidores recusou-se a comentar sobre o envolvimento do FBI. Um porta-voz do Goldman Sachs disse que o banco está cooperando com as investigações de autoridades.

Autoridades suíças já disseram que não receberam pedido de auxílio às investigações norte-americanas.

Fonte: Aqui

Escritórios mais caros do mundo

Louis Vuitton offices - London
Londres superou Hong Kong por estreita margem e voltou a ser a cidade com os escritórios mais caros do mundo, enquanto a Zona Sul do Rio de Janeiro saltou do oitavo para o terceiro lugar, segundo um relatório da consultoria imobiliária global Cushman & Wakefield.

É a primeira vez desde 2008 que a capital britânica lidera esse ranking. A escassez de bons imóveis comerciais para alugar fez com que os preços subissem 2% no West End londrino, o que bastou para ultrapassar os preços de Hong Kong, segundo o relatório divulgado nesta terça-feira. A consultoria previu que os preços no West End continuarão subindo, refletindo a melhora econômica.

O valor médio de locação comercial em Londres é atualmente de 2.137 euros por metro quadrado, mais do que o dobro dos valores em Paris, Nova York e Moscou. No caso da zona sul carioca, os preços subiram 43% em relação ao ano passado, disse o relatório.

Globalmente, o valor de locação de espaços comerciais qualificados subiu 3 por cento, num movimento puxado em grande parte pela América do Sul, especialmente por Brasil e Colômbia. Muitos outros mercados continuarão se ressentindo das incertezas econômicas.

"Portos seguros ou cidades-portais, como Londres, Hong Kong e Nova York, continuam a colher aluguéis elevados, apesar das condições econômicas incertas, já que continuam sendo mercados cruciais nos quais fazer negócios; ao mesmo tempo, o crescimento populacional levou a um aumento nos custos de ocupação em mercados emergentes da América do Sul e Ásia", disse em nota o presidente e executivo-chefe da Cushman & Wakefield, Glenn Rufrano.

Os demais lugares na lista são os seguintes (entre parênteses, a colocação no ranking anterior):

4º. (5º.) - Connaught Place, Nova Délhi, Índia

5º. (3º.) - Bairro financeiro de Tóquio, Japão

6º. (4º.) - Bairro financeiro de Moscou, Rússia

7º. (6º.) - Bairro financeiro de Pequim, China

8º. (7º.) - Midtown de Manhattan, Quinta Avenida e avenida Madison, Nova York, Estados Unidos

9º. (9º.) - Bairro financeiro de Sydney, Austrália

10º. (10º.) - Bairro financeiro de Paris, França


Fonte: Aqui

Por que mais países não são comandados por economistas?

One of the main tasks of any modern government is to oversee a country’s economy. And yet, a great many nations are run by people with little or no economic expertise. Why is that?

The first is that in many older, established democracies, most prime ministers and finance ministers don’t have much training in economics. Central bankers, for their part, typically tend to have more expertise, but even here, there aren’t nearly as many PhDs as you’d expect.


One notable finding here is that countries in the euro zone are least likely to have prime ministers with economics degrees. “We had presumed that membership in an economic union, in particular the Eurozone, would increase the demand for more competent economic policymakers,” Hallerberg and Wehner write in an accompanying VoxEu essay. Not so.
On the other hand, the authors discovered that newer, younger democracies like Slovenia are much more likely to slot economists into positions of power — presumably because this is their way of reassuring markets and investors after a period of instability.
Now, there’s a key exception here: Countries of all types tend to turn to economists during financial crises. The authors found that “the appointment of an economics PhD as a central bank president is 22 percentage points more likely during a banking crisis.” That’s not too surprising, though it’s possible that some of this is about signaling. The paper finds that left-wing governments are much more likely to turn to formula-wielding technocrats in crises, perhaps as a way of appeasing nervous investors.
In any case, the paper doesn’t say much about whether having economists run a country actually leads to better outcomes. It’s possible that they don’t! In their VoxEU essay, the Hallerberg and Wehner note that “it is not a priori clear that technical competence in itself is a desirable trait.” After all, most governments are already staffed with thousands of trained economists. It might be far more important for a leader to be a competent manager with political savvy than to have a lot of technical expertise.
Fonte: aqui

19 fevereiro 2013

Alchian

Faleceu o economista Armen Alchian. Sua grande contribuição foram estudos sobre "direitos de propriedade". Fundamental para entender a economia moderna.

Rir é o melhor remédio

Mídia social:

FAQs sobre Compras de Empresas


Quase toda semana a imprensa econômica anuncia uma grande operação de aquisição de uma empresa. Através das operações realizadas no passado é possível responder a algumas questões sobre este assunto.

Quem ganha numa operação de Aquisição?
Apesar o grande otimismo dos compradores, os maiores ganhadores são os acionistas das empresas adquiridas. Uma análise da cotação das ações das duas empresas, antes e depois da operação, mostra que o preço pago é geralmente maior que o preço de negociação e que as ações das empresas compradora sofrem queda no valor de mercado. Este comportamento ocorre tanto no curto prazo como no longo prazo.

A empresa compradora pode ganhar numa Aquisição?
O que foi dito na resposta anterior diz respeito a uma média de operações, conforme estudos realizados em diversos países. Obviamente que algumas operações – uma minoria – podem trazer vantagens para os compradores.

O que é sinergia?
Na justificativa para a operação, os compradores apressam em usar este termo, originário da teoria de sistemas, de Von Bertalanffy. Refere-se ao fato de que uma união entre as partes pode produzir um resultado maior que aquele que seria obtido separadamente. Assim, os “ganhos sinérgicos” dizem respeito ao resultado adicional pela existência da aquisição. Na maioria dos casos a sinergia é uma ilusão.

Será que o mercado, sabendo da história de acordos ruins, não é pessimista demais? Ou seja, o mercado não reagiria de maneira pessimista demais?
A princípio a resposta seria que sim. Mas tem-se verificado que o mercado não é pessimista como se poderia acreditar. A análise das transações no longo prazo tem-se revelado que os compradores continuam pagando mais do que deviam. Mas é importante salientar que este tipo de análise é muito difícil: seria necessário isolar a aquisição de outras variáveis que ocorreram posteriormente.

Quando se compara com outras estratégias de crescimento, a aquisição não seria a melhor delas?
Uma empresa pode crescer conquistando mercado, investindo em novos produtos, entre outras possibilidades. A aquisição é uma das estratégias disponíveis. Algumas pesquisas mostraram que desenvolver novos produtos pode ser melhor do que comprar uma empresa. Novamente aqui temos que ressaltar a dificuldade de fazer este tipo de comparação.
A maioria das pesquisas foi realizada em mercados desenvolvidos. Os mercados emergentes não seriam uma exceção?
É verdade que a maioria das pesquisas referente a aquisição foram realizadas nos mercados desenvolvidos. Mas a experiência mostra que o mesmo padrão ocorre também nos mercados emergentes. Existem casos notórios – a empresa brasileira JBS é um exemplo; além disto, as motivações para aquisição transcendem ao tipo de mercado.
Qual a razão das empresas continuarem adquirindo outras empresas?
Existem diversas explicações para a persistência no erro: fatores psicológicos, processo decisório, falta de governança corporativa, incentivos perversos, conflito de interesses e erros de cálculo.
Como um erro de cálculo pode influenciar na decisão?
A aquisição deve estar focada no futuro dos negócios. Muitas vezes quem faz a análise técnica não tem preparo suficiente e comete erros grosseiros. Um exemplo seria o uso do custo do capital ponderado pelos valores históricos.  Nestas situações, o peso do patrimônio líquido tende a ser menor; mas acontece que o capital próprio possui um custo maior que o capital de terceiros. Em outras palavras, o custo do capital termina sendo menor do que o correto, aumentando o valor da empresa.

Como o processo decisório pode fazer com que as empresas compradoras tomem decisões ruins?
Segundo Damodaran, provavelmente a decisão é feita pelo executivo principal. E depois a equipe técnica é solicitada para preparar os relatórios para justificar a transação. Isto ocorreu com a compra da Autonomy pela HP, um negócio que se mostrou algo horrível.

Qual o papel dos aspectos psicológicos nisto tudo?
Um dos motivos que fazem com que o executivo tome a decisão de maneira isolada é o excesso de confiança. Esta questão já foi observada em estudos empíricos na área de finanças comportamentais: as pessoas são muito confiantes nas suas habilidades e decisões.

Como é possível evitar que o administrador tome tantas decisões ruins de aquisição?
Alguns poderiam pensar que a melhoria na governança corporativa seria o remédio. Entretanto, mesmo empresas com boa governança estão no rol daqueles que comentem erros em aquisição. É o caso da HP, por exemplo. Talvez a solução esteja nos incentivos aos gestores: punindo as decisões ruins.

E os conflitos de interesses? Como eles agem para promover decisões ruins?
Em muitos processos de aquisição a empresa contrata consultores para ajudar no acordo. Estes consultores geralmente recebem por hora contratada, mas podem aumentar seus ganhos se o negócio é fechado. Assim, as empresas que deveriam ajudar com bons conselhos recebem um grande incentivo para dar único conselho: compre.

Qual o efeito contábil das decisões erradas de aquisição?
A empresa compradora irá registrar o ágio pago na aquisição. O problema é que na maioria dos casos o valor desembolsado é muito acima do que seria razoável: os negócios são transacionados por um preço superestimado, como comentamos anteriormente. Mas existe uma forma de resolver isto: o teste de recuperabilidade (denominado de impairment) permite que ao final de cada exercício a empresa possa amortizar o valor em excesso.

O ágio pago é realmente amortizado?
Dificilmente. Uma grande amortização contábil irá depender de negociação interna na empresa. Dificilmente o contador irá fazer uma amortização sem a autorização do presidente da empresa. Mas, como comentamos anteriormente, foi este presidente de precipitou a compra errônea. E ele dificilmente irá permitir que parte do ágio fosse amortizada. Isto geralmente ocorre quando a empresa se livra do presidente de tomou a decisão ruim. 

Suspense na Big Four

O mercado de auditoria britânico, assim como da maioria dos países capitalistas desenvolvidos, é dominado pelas quatro grandes empresas - denominadas de Big Four. Uma Comissão de Concorrência, a partir de uma provocação da Câmara dos Lordes, deverá divulgar seus resultados esta semana, informou o The Guardian. A comissão começou sua investigação em 2011 e pode verificar que o mercado de auditoria é um oligopólio.

Para complicar, existem os pareceres limpos que as auditorias deram para empresas problemáticas. Isto irritou os contribuintes e promoveu o apoio a medida do legislativo.

Investindo em maconha

BRENDAN KENNEDY received an engineering degree, started a software firm and sold its assets to Boeing, studied for a Yale MBA and then joined a Silicon Valley bank reviewing new-business proposals. His latest venture takes a sharp turn off the beaten path. Mr Kennedy has become an investor in the marijuana business.

[...]The second is that despite its heft, the cannabis industry operates like, well, a grass-roots movement. The drug’s legal status is messy: although medical marijuana is legal in 18 states and in the District of Columbia, cannabis is illegal elsewhere in America. For social reasons, too, the industry is unfinanceable through normal channels. People in the business lack expertise in everything from branding to staffing.
Data are scarce. Formal benchmarks for quality, such as tests for the presence of contaminants including mould, mildew and pesticides, do not exist. Neither do proper classifications for the different varieties of the drug. Thousands of strains of cannabis can be grown, many with odd names like Apollo 11, Sour Kush, Broke Diesel and the less-than-mellow Chernobyl. Characteristics vary, too. Some strains depress; some stimulate; some suppress nausea, a key reason why marijuana is used by cancer patients undergoing chemotherapy. Consumers cannot compare what is legally produced in California with what is legally produced in Colorado— to say nothing of what is illegally sold in New York’s Washington Square Park (where a small army of salesmen all have the same patter: “Smoke. The good stuff”).
At first, Mr Kennedy wanted to create a cannabis-focused venture-capital fund but concerns about legal liabilities, as well as a desire to take majority stakes in portfolio firms, led him and a few partners to set up a different sort of fund, called Privateer Holdings. Its first investment is a website, Leafly, which offers user reviews on dispensaries and varieties of cannabis. An app was created for both Android and iPhones and there are now 50,000 downloads a month (for the forgetful, the password hint is “favourite strain”). Work is proceeding on how to add information on things like each variety’s content of tetrahydrocannabinol (THC), the active chemical in cannabis.
Mr Kennedy says Privateer has received over 200 investor pitches since November: potential acquisitions include a testing lab and a clothing company. The fund is now raising another $7m privately, and a public offering is possible once the Securities and Exchange Commission finalises new rules on “crowd-sourced funding” and small public flotations. That will write a new chapter in the story of high finance.

Por que Lemann precisa do BNDES?


A oferta de aquisição, junto com Warren Buffett, da multinacional americana de alimentos Heinz (conhecida pela tradicionalíssima marca de ketchup do mesmo nome) pela 3G Capital coloca em destaque os três bilionários brasileiros – Jorge Paulo Lemann, Marcelo Telles e Carlos Sicupira – que podem ser considerados os maiores símbolos nacionais do capitalismo liberal, desimpedido e agressivo. Desde o início da sua carreira, Lemann, ex-campeão de tênis (e também um dos pioneiros do surf no Brasil, detalhe menos conhecido), tornou-se conhecido, e até cultuado, como um visionário empreendedor, que aplica na prática, e com feroz zelo, as leis de mercado pregadas por Adam Smith e que contribuem mais para geração de riqueza para os indivíduos e para as nações do que qualquer outro sistema econômico.
A história dos bilionários brasileiros da 3G Capital é bem conhecida. Do ultra agressivo e competitivo (inclusive internamente) Banco Garantia, fundado no início da década de 70 e posteriormente vendido ao Credit Suisse, às aquisições espetaculares das Lojas Americanas e da Brahma, à fusão desta com a Antarctica na AmBev, e à posterior formação da Inbev (hoje Anheuser-Busch InBev), maior grupo de bebidas do mundo, com a fusão com a belga Interbrew.
Nos Estados Unidos, o trio esteve à frente da aquisição da Anheuser-Busch, fabricante da conhecidíssima cerveja Budweiser, pela InBev; da aquisição da empresa ferroviária CSX (a maior do Leste dos Estados Unidos); e, agora, a aquisição conjunta, por US$ 28 bilhões, da Heinz. Essas são, claro, apenas algumas das operações mais conhecidas dos três bilionários.
[...]Mas o economista acha irônico que o trio de bilionários brasileiros, que é uma aula viva sobre o funcionamento e as vantagens do capitalismo liberal, aja em solo pátrio exatamente como o grosso dos grandes grupos nacionais, buscando todas as oportunidades de usufruir de financiamentos públicos subsidiados.
“Apesar de eles não precisarem de governo, como mostra esta operação da Heinz, aqui no Brasil eles têm vários empréstimos com o BNDES”, diz Almeida. Segundo o economista, entre os dez maiores emprestadores do BNDES em 2011, na categoria que inclui indústria e varejo, constam três empresas ligadas ao trio de bilionários: a AmBev, as Lojas Americanas e a B2W, resultado da fusão da Americanas.com com o Submarino. O total de créditos do BNDES às três em 2011, de acordo com Almeida, é de pouco mais de R$ 3 bilhões.

[...]Esses são os melhores capitalistas brasileiros, um exemplo, e se dão muito bem lá fora, inclusive conseguem entrar no mercado americano, o mais competitivo do mundo, e comprar empresas e marcas históricas. Por que aqui dentro do Brasil eles precisam do BNDES?”, indaga Almeida.
Ele ressalva que não se trata de uma crítica particularista, aos três sócios da 3G. Afinal, como raciocina o economista, se há o dinheiro barato do governo, disponível, seria “burrice” por parte de três águias como Lemann, Telles e Sicupira se não o pegassem. E ele nota que a prática, obviamente, não se limita aos três. Outro sensacional homem de negócios e financista brasileiro, o jovem André Esteves, do BTG Pactual, também se aliou ao governo, entrando junto com a Caixa Econômica no banco PanAmericano. A própria Vale privatizada, uma potência internacional, também é grande usuária dos recursos do BNDES.
Essa absorção de financiamento público por parte de alguns dos mais audazes e competitivos capitalistas do mundo ocorre, continua Almeida, num momento de extraordinária expansão do BNDES. Os empréstimos do Tesouro para os bancos públicos saíram de R$ 14 bilhões, ou 0,5% do PIB, no final de 2007, para R$ 406 bilhões, ou 9,22% do PIB, ao fim de 2012. Ele nota que o salto de 8,7 pontos porcentuais do PIB é maior do que os dois grandes programas
americanos de saneamento financeiro e reativação da economia (respectivamente, de George W. Bush e de Barack Obama), lançados para tirar o país do abismo da crise financeira global.
Juntos, eles somam 8,4% do PIB norte-americano.
Fonte: aqui


18 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio





Fotografias no exato momento

1862 a 1864 na Contabilidade Brasileira


É razoável imaginar que nos idos de 1860 a contabilidade no Brasil estivesse muito atrasada em relação aos países europeus. Entretanto, quando analisamos de forma mais detalhada este período encontramos algumas surpresas agradáveis. E também revela que alguns males atuais tem sua origem nos séculos passados.

Recentemente tivemos o governo manipulando as contas públicas. Em 1862 o jornal A Actualidade trazia o seguinte texto: 

Ora, é a imprensa liberal, que, pelo órgão do nobre deputado, Sr. Francisco Octaviano, ensino ao thesouro a sommar algarismos, e convence-o de inqualificáveis espertezas na escripturação dos creditos supplementares. Ora, é o próprio ex-ministro da fazenda, o Sr. Paranhos, que da tribuna reclama contra uma picardia da contabilidade do thesouro que, para fazer serviço ás sombrias prophecias do assessor do Sr. Viana, insiste em figurar um déficit aonde havia um saldo.” 

Muito próximo ao que temos hoje: uso de creditos suplementares, manipulação da contabilidade pública, “espertezas” dos políticos.

Uma descoberta interessante nas páginas do A Actualidade é a existência de uma organização de contadores – na época denominada de guarda-livros. Em 1863 o jornal publica as normas da sociedade “Club dos Guarda-livros”, que passou a denominar-se de “Circulo Commercial”. No artigo 2º.

1.      Estudar as importantes questões comerciaes e a sua jurisprudencia peculiar
2.      Analysar os usos e costumes das diversas praças mercantis, e comparal-os entre si, fazendo por adoptar o que hover de melhor nas praças estrangeiras, quando isso não fôr contrario á nossa legislação
3.      Procurar uniformisar o systema das transacções e dos contractos mercantis de todas as praças do Brasil, bem como as escripturações e mais actos relativos á sua contabilidade.

Isto indica que em 1863 tínhamos um embrião de uma associação profissional no Brasil que estava interessada em padronização da escrituração. E isto incluía o estudo do que era feito em outros países para sua adoção no Brasil. Ou seja, a convergência no Brasil começou bem antes do CPC. Esta entidade, para atingir suas finalidades, se propunha ensinar ciências comerciais, como aparece no artigo terceiro.

Um fato interessante é que o profissional cuidava da escrituração e contabilidade (eram termos de uso distinto para época) e o serviço poderia ser feito pelo guarda livros ou pela figura do “caixeiro”:

Naquele ano, algumas empresas já publicavam suas demonstrações contábeis. Eis o caso de uma ferrovia, onde se apresenta as receitas, as despesas e o lucro (denominados de rendimento, despeza e saldo creditado ao thesouro).


Esta mesma empresa publicava um relatório da diretoria:

Para finalizar, eis o que diz um artigo publicado em 1863 sobre a atuação do guarda livros em casos de falência. O texto é de João Lessa e comentava a condenação de um guarda-livros no caso da falência de uma empresa da época.

Mais adiante, o autor afirma que a responsabilidade da contabilidade é do dono da empresa, não do funcionário:


Análise das empresas de auditorias

Uma análise das receitas das grandes empresas de auditoria - as denominadas Big 4 - revela algumas coisas interessantes. Em primeiro lugar, a receita combinada é de 110 bilhões de dólares. Mas a competição entre elas é intensa: a diferença de receita entre a Price e a Deloitte é de 200 milhões de dólares.

Os gráficos mostram que a participação do serviço de auditoria caiu em todas as empresas em 2008. Hoje, menos da metade da receita é com auditoria. Por outro lado, a receita com consultoria aumentou para quase 40% (Deloitte). Nos últimos anos o crescimento anual da receita tem sido substancial, principalmente o derivado de consultoria. É o que mostra o último gráfico abaixo.



Proporção áurea

A proporção áurea é uma das constantes da matemática. É representada pela letra phi (\phie possui um valor aproximado de 1,618. Esta proporção tem sido empregada na arte e pode ser encontrado nas conchas, nos seres humanos, nas colméias e outros exemplo. Por estar associado ao crescimento, esta proporção é muito frequente na natureza. E isto torna o número "quase mágico".

A seguir uma explicação usando Kate Upton:


17 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio


Fato da Semana

Fato: A aquisição da Heinz, por 23 bilhões de dólares, por parte da Berkshire Hathaway e 3 G Capital

Qual a relevância disto? A 3G Capital tem suas origens no banco de investimento Garantia. Esta instituição tomou o controle da Brahma, para mais tarde formar a Ambev. A empresa de bebidas passou a controlar a maior parte do mercado de cervejas no Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Antevendo um processo de concentração no mercado de bebidas – até então com muitos fabricantes locais – a Ambev uniu-se a Interbrew, da Bélgica, formando a Inbev, em 2004. Quatro anos depois, a Inbev adquire a Anheuser-Busch. Agora, a 3 G Capital faz uma oferta para adquirir a campeã do ketchup.

O crescimento dos controladores da 3G está sustentado, em grande parte, na utilização obsessiva de medidas de desempenho. Os gestores das empresas administradas por eles são promovidos (ou demitidos) conforme os resultados apresentados. Em outras palavras, a controladoria exerceu um papel crucial na trajetória de Lemann, Telles e Sicupira, os donos da 3G

Positivo ou Negativo? – Positivo, pois valoriza o papel do controller nas organizações.

Desdobramentos – A aquisição chamou a atenção para o estilo brasileiro de gestão. Mostra que a abertura da economia pode gerar riqueza para os investidores estrangeiros, mas é capaz de trazer frutos para os capitalistas locais.

Outros candidatos a fato da semana: Esta foi uma semana de carnaval, o que significa pouca movimentação nas notícias. É interessante notar que uma festa que gerar tanta riqueza tenha sido tão pouco analisada sob o ponto de vista contábil-financeiro.